Mister K. escrita por Jiinga


Capítulo 13
O Poder da Música


Notas iniciais do capítulo

Inspiração do dia: Amber - Beautiful.
Só pra constar, esse capítulo estava LINDO, mas cliquei pra enviar, o Nyah bugou, e perdi tudo. (Preciso aprender a salvar as coisas antes de enviar). Então, me perdoem se não atender às expectativas, estou fazendo o possível para lembrar de tudo que escrevi T.T



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"The days keep passing

Your thoughts getting messy

Telling all these lies,

Why to mind?"

Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. A voz de Stella era linda, incrível. E, por mais impossível que isso pareça, melhor que a de Kari.

A ideia era perfeita. Sendo membro do ColorCube, Stella atrairia muita atenção para a música, quase tanta quanto Kari. Além disso, os fãs vinham pedindo há muito tempo pelo debut solo dela, que era a única membro que ainda não possuía um. Não era exatamente um debut, mas os fãs certamente ficariam muito entusiasmados em ouvi-la cantando com o famoso Mister K.

Yoon-ssi havia amado a ideia quando sugerimos, e insistido para que a gravássemos ainda naquela noite. Kari havia ficado possessa, e só não fez um escândalo porque Yoon-ssi prometeu que conseguiria um papel importante em algum drama futuro.

Ainda assim, ninguém esperava que ela cantasse tão bem. Na verdade, Fox era o único que já sabia disso, e nem fazia tanto tempo assim. Ele havia me contado que a ouvira cantando mais cedo naquele dia, quando os dois estavam julgando um pequeno concurso de karaokê na cafeteria da Gumiho. Quando a viu na cafeteria mais tarde, lembrou-se do ocorrido e foi então que a ideia surgiu.

Stella trocou de lugar com K. no cubículo e se sentou ao meu lado nos sofás para ouvirmos juntas a parte dele:

"You're looking at the sky again

Biting your nails in vain

Is it so hard to say

That you miss my laugh?"

– Obrigada por ter me pedido para cantar. - disse Stella - A música é sua, não é?

– É sim. Mas a ideia foi do Fox, você devia agradecer a ele.

Stella olhou para Fox, que conversava com K. através do vidro.

– Fico feliz de poder fazer uma coisa sem as meninas ao menos uma vez.

– Vocês não se dão bem? - perguntei. Stella parecia ser bem diferente das outras membros do ColorCube, mas será que elas eram diferentes a esse ponto?

– Não é bem isso. É só que... Às vezes é meio esmagador conviver com elas. Parece que todas brigam pelo holofote, e só fica pior a cada comeback. Eu estava considerando não renovar meu contrato no ano que vem e tentar debutar solo em outra companhia, mas parece que graças à sua música eu não vou ter que fazer isso.

Ela sorriu para mim, e eu tentei sorrir de volta, mas estava quase chorando de emoção ao ouvir aquelas palavras. Não podia acreditar que minha música havia mudado a vida de mais uma pessoa. Como seria uma vez que ela fosse lançada e centenas de pessoas a ouvissem?

– Stella, está pronta pro refrão? - perguntou K. Ela assentiu correu para dentro do cubículo.

Os dois cantaram o segundo refrão numa harmonia perfeita. De alguma forma, a voz de Stella soava bem melhor com a de K. do que a de Kari. A voz de Kari era aguda e perfeita para cantar notas altas, mas ela não combinava com a voz grave de K. Já Stella não alcançava notas tão altas, mas tinha uma voz estável e transmitia muito mais emoção ao cantar.

Por algum motivo, ver Stella cantando com K. não me causava tanta agonia quanto quando ele cantou com Kari. Talvez porque Stella havia sido legal comigo desde meu primeiro dia na Gumiho. Ou talvez porque ela não parecia ter segundas intenções com K. ou ele com ela. Será que Fox estava certo sobre meus sentimentos?

Era normal que eu sentisse algo por K., afinal eu havia sido obcecada por ele durante muitos anos quando era mais nova. Mas era normal que continuasse sentindo algo mesmo depois de ele ter se mostrado uma pessoa completamente diferente e me maltratado tanto? Eu estaria disposta a esquecer o lado ruim dele em nome de uma paixão platônica de adolescente?

K. saiu do cubículo, deixando Stella sozinha para cantar a próxima parte. Ele piscou para mim ao passar pela porta, e sentou-se ao lado de Fox, em frente à mesa de mixagem.

A parte seguinte deveria ser cantada, como o resto da música. Porém, uma vez que Stella faria parte da colaboração, concordamos que seria interessante se fosse um rap, então K. a remixou novamente.

"Oh, but you know

I'll always be waiting for you

You shoulda know better, though

I'm not the girl you knew

So keep that one locked back

In your past"

K. disse que a gravação havia ficado perfeita, como todas as outras, e que podiam passar logo para o último refrão. Ele se juntou a ela no cubículo e eles gravaram a última parte da música.

– Ah, finalmente acabou! - exclamou Fox, estralando as costas - Podemos ir embora?

– Vocês podem ir, eu vou ficar aqui pra juntar tudo no instrumental. - disse K, saindo do cubículo de vidro e sentando-se em frente a um dos computadores.

– Você pode me deixa no dormitório? - perguntou Stella.

– Claro.

– Então eu vou. - ela foi até a porta com ele.

– Acho que vou ficar por aqui. Quero ver o resultado final assim que possível. - já estava bem tarde, mas eu realmente queria saber como a música havia ficado.

– Eu dou carona pra ela. - disse K., sem olhar para nós. Fox assentiu, despediu-se e foi embora com Stella.

Não sei que motivo me fez ficar lá mesmo sabendo que já era de madrugada. K. estava completamente concentrado na edição da música, então fiquei sentada em silêncio no sofá e tentando não atrapalhá-lo nem um pouco.

Ha Eun deveria estar preocupada. Peguei meu celular, mas não havia nenhuma mensagem ou ligação. Por um segundo, fiquei meio mal por pensar que minha irmã não se importava que eu ainda não tivesse chegado e nem tivesse dado sinal de vida, mas logo concluí que ela devia achar que eu estava num motel com K. ou algo do tipo.

Um motel com K. Corei ao pensar nessa possibilidade.

De onde eu estava, não podia ver o rosto dele, e o casaco de couro preto cobria quase todo o pescoço, deixando à vista apenas a parte em que o cabelo platinado se encontrava com a pele. Seus dedos se moviam rapidamente pelo teclado do computador e ele parecia completamente concentrado na edição.

Lembrei-me de quando ele havia me obrigado a levar uma toalha para ele no banheiro masculino. O calor de seus músculos molhados sob minhas mãos. Lembrei-me também da noite em que havíamos ficado presos na despensa, quando eu dormi confortavelmente a seu lado. Não havia sido tão ruim, havia?

K. girou na cadeira com um sorriso, tirando-me de meus devaneios:

– Acabei. Quer ouvir?

– Claro que sim.

Ele deu play na música e sentou-se ao meu lado. A melodia que já havia se tornado conhecida para mim começou a tocar, e logo ouvimos as vozes de K. e Stella.

– Ficou muito bom né? - ele perguntou meio que para ele mesmo, com um sorriso distante.

– Ficou incrível. - tive que lutar contra as lágrimas de felicidade que ameaçavam vir à tona.

– Obrigada de verdade por tudo que você tem feito, Min Hye Rin. Você merece tudo de bom no mundo. - corei, e ele continuou - Mas, só uma pergunta: por que você de repente pediu para trocar a Kari pela Stella? Quer dizer, ficou muito melhor assim, eu só estava me perguntando, mesmo.

– Eu... Acho que a voz da Kari ficou horrível com a sua...

– Horrível o suficiente para te fazer sair correndo chorando naquela hora? - corei e desviei o olhar, arrancando um sorriso malicioso dele - Acho que você está com ciúmes.

– CIÚMES? - quase gritei - O que te faz achar que eu estou com ciúmes?

– Não me leve a mal. Um cara incrível como eu rouba o coração de dezenas de garotas.

– Você é um babaca. - resmunguei e fiquei de pé, mas K. agarrou meu braço. Até parece que eu estava a fim de um cara egocêntrico daqueles.

– Min Hye Rin. Me desculpe. Olha... Se por acaso você quiser saber... Eu não gosto da Kari desse jeito, apesar de achar que ela gosta de mim. Mas ela é uma boa amiga e eu não me importo de fazer fanservice com ela. Espero que entenda.

Meu corpo relaxou e ele diminuiu a força do aperto. E estava prestes a dizer algo, mas K. puxou meu pulso e me derrubou no sofá, ficando acima de mim.

Ele encarou meu rosto como se estivesse me estudando, a franja platinada caindo sobre seu rosto.

– K... - murmurei.

– Eu não vou fazer nada se você não pedir. - ele disse, lembrando-se da promessa que fez na noite em que ficamos presos na despensa.

É claro que eu queria. Quem eu estava tentando enganar? Meu corpo todo estava pedindo por ele. E pelo jeito que K. me olhava, eu podia dizer que ele me queria também.

Abri a boca para respondê-lo, mas a porta se abriu, revelando Fox.

– Pessoal, esqueci minhas cha...- ele parou no meio da frase ao ver a posição em que nos encontrávamos - Eu... Er... Desculpa.

Fox virou-se e saiu correndo pelo corredor. Afastei-me de K. e corri atrás dele. Droga, por que ele tinha que ter entrado justo naquela hora?

Ele desceu pela escada em vez de pelo elevador, e eu o segui. Corremos pelo hall de entrada, que estava deserto devido ao horário, e continuamos correndo pela calçada.

– Fox! FOX! - gritei, mas ele não parava por nada - Não é o que você está pensando!

Fox finalmente parou e deu meia-volta. Eu estava sem fôlego.

– Ah não? Quer dizer que você não tá a fim dele?

– Eu não... Eu não sei. Mas de qualquer forma, não aconteceu nada entre a gente!

– Por que você tinha que gostar dele, Hye Rin? Por que logo ele, que te trata tão mal?

– As coisas mudaram, Fox. Nós estamos bem agora.

Fox passou as mãos no cabelo, irritado. Ele não falou nada por um bom tempo, e achei que ele fosse se virar e continuar a correr, mas então ele falou:

– Por que ele, e não eu, que fiz tudo pra você desde o começo?

Abri a boca para respondê-lo, mas só então entendi o que ele havia dito.

– Calma... Como assim?

– Eu gosto de você, Hye Rin! E achei que você gostasse de mim também. Mas parece que você é só outra masoquista apaixonada pelo líder badboy que só quer destruir o coração dela.

Ele gostava de mim? O Fox? O Fox gostava de mim?

Ele virou-se e voltou a correr, mas, dessa vez, eu não o segui.


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