Depois de uma longa conversa com James relembrando coisas que me lembro natais, festas de ano novo, hallowen, viagens dormi em seu colo no sofá como sempre acordei com todos em minha casa o barulho de manhã senti falta do agito matutino.

_Xii... Vai acorda a Doll _ William repreendeu Fabian.

_Ele sempre me acorda _Me espreguicei levantando as mãos e me desembrulhando me sentei-me à mesa com os quatro me dando beijos estalados na bochecha seguidos, Pectro estava se arrumando para nossa viagem caminho rumo há escola tomamos o café juntos rindo um pouco dos modos de Ben e Fabian na mesa era bom ter uma família a minha era um pouco diferente oque a tornava melhor ainda a buzina do carro tocou alto.

_Fala pro Pectro que se ele não para corto o resto das pernas dele _ A altura do mais novo era motivo de chacota entre eles mesmo sendo muito maior do que eu.

_Tenho que ir beijos _ Pulei da cadeira pegando a mochila do chão ainda com uma das maravilhosas rosquinhas com açúcar fabricadas por William entrei no carro com cristais açucarados na boca limpei dando um beijo no rosto dele que sorriu percebendo a mudança repentina tinha pensado bastante na conversa com James e decidi não me privar dos meninos mudei o moletom pelas roupas de antes nada muito ousado mais algo que não me escondesse estávamos na metade do caminho cantarolava uma canção antiga que passava no rádio a melodia e a sincronia se fixaram na cabeça a tempos não ouvia a canção me concentrei na letra e no vidro vendo o movimento das árvores vi um vulto preto para trás parecia uma menina entre as troncos altos abri a janela coloquei o rosto para fora o vento levou meus cabelos era uma menina ficávamos cada vez mais distantes tinha certeza havia uma pessoa ali no nada.

_Você viu? _ Perguntei voltando para dentro penteado os cabelos desgrenhados com os dedos.

_Viu oque? _ Entrei em sua cabeça ele não havia visto nada mesmo.

_Tinha uma garota ali_ Falei me lembrando.

_Doll não tinha ninguém ali _Sua voz soou séria.

_Tinha sim eu vi _Insisti.

_Me diz oque uma garota estaria fazendo aqui?

_Não sei mais que tinha, tinha _Respondi sem argumentos.

Passei todo caminho tentando melhorar a fisionomia da garota em minha mente como um retrato falado falhei inúmeras vezes a escola estava realmente cheia hoje tivemos de estacionar quase nas últimas vagas desci caminhando não conseguindo esquecer o acontecido senti algo macio pegar a ponta dos meus dedos eram as mãos de Pectro.

_Tem muito tempo que a Alysson espera a volta da amiga não esquente sua cabeça com isso tudo bem? _ Assenti sorrindo e lhe dando razão ela estava sentada no mesmo banco de concreto mexendo nos cabelos loiros Leo estava encostado na pilastra bocejando.

_Oi _Pulei no pescoço dele o forçando a ir para baixo.

_Oi _ Ele me rodou tirando do chão como sempre fazia ri conforme o cabelo voava, me soltei Alysson me esperava de braços abertos ainda indecisa com a mudança.

_Calma a faze pós traumática passou.

_Que bom achei que iria ficar daquele jeito para sempre _ Choramingou a abracei afofando seu cabelo revirei os olhos com as risadas dos meninos.

_Agora to bem rainha do drama _Brinquei.

_Dá pra perceber _Ironizou entramos juntos rindo aula de álgebra como toda segunda feira para piorar conversamos muito Sr.Ross chamou nossa atenção cerca de umas três vezes tentou nós expulsar mais o impedi fazendo passar papel de bobo na frente da sala inteira as aulas se foram dando espaço para o intervalo fizemos festa e voltamos ao que éramos antes adolescentes quase normais.

_A conversa tá boa, mas vamos nós atrasar _Disse Alysson me arrastando pelo braço acenei pros meninos chegamos a porta com o auditivo sino_ Aula de Geografia ninguém merece _ Rebateu cruzando a porta revirando os olhos.

_Vamos criança _Bati nas costas dela tentando animá-la um mapa mundial estava estirado no quadro negro sentamos no nosso lugar conversando um pouco até a professora terminar de organizar resmas de papeis em cima da mesa muito atrapalhada deixando alguns caírem no chão alunos prestativos ajudaram a pegar Pectro surgiu na porta invadindo a sala me puxando pela mão todos se assustaram.

_Entra na cabeça dela a faça esquecer _ Fiz oque pediu saímos pelo corredor todos os lobos da aldeia que estudavam com a gente também estavam ali _ Vão para a floresta _Ordenou todos obedeceram ele me colocou no banco do carona quase me jogando prendi o cinto, ligou o carro deslizando na curva do estacionamento as ultrapassagens dos carros da cidade sinais vermelhos multas o ponteiro do velocímetro tudo me aterrorizava todos os veículos da vila repetindo a mesma ação.

_Oque está acontecendo porque todos estão fazendo isso? _ Indaguei apressada.

_Não se preocupe Doll _ Sua resposta era incoerente entrei em sua mente sendo blindada minha falta de concentração não facilitava as coisas.

_Não me preocupar como pode dizer isso.

_Disse uma vez que sempre te protegeria vou cumprir isso _ Sua voz era firme seus olhos focados na estrada do retrovisor consegui ver carros parados os meninos descendo e se transformando enquanto nós ainda corríamos senti um pensamento estranho.

_Cuidado _ Gritei Ele me olhou confuso mais logo entendendo uma árvore entrou no nosso caminho atrapalhando a estrada na tentativa de não bater Pectro derrapou o carro o capotando o veiculo estava emborcado com vidro estilhaçado por todo canto senti sangue escorrer pelo meu rosto pingando estava presa no cinto ainda coloquei a mão na cabeça sentindo o tamanho do cortado.

_Doll está tudo bem? _ Gritou apavorado.

_Tá tudo bem comigo e com você? _Perguntei urgente.

_Estou bem, mas temos de sair daqui _ Rebentou o cinto do feixe com força caindo sobre o teto agora no chão e sobre os cacos, tentei me soltar falhando.

_Não quer sai _ Falei tentando soltar.

_Te ajudo _ Ele quebrou meu cinto da mesma maneira me segurando com os braços para não cair sobre o vidro saímos pela minha janela despedaçada ficamos de pé _ Você se cortou _ Delatou analisando o corte na testa.

_Você também _ Peguei seu braço que estava escorrendo em sangue.

_Não importa temos de ir agora.

_Ir para onde? _ Interpelei enquanto se transformava em um enorme lobo cor de mel ele me negou a resposta com pressa de fugir me apoie subindo em suas costas entramos na floresta tínhamos acabado de entrar escutei um barulho era de uma árvore rachando embaixo dela estava o corpo de um lobo branco manchado de vermelho sangue quase desfalecido encarei os olhos azuis tive a impressão de ver um sorriso era James perto dele havia uma criatura repulsiva monstruosa sobre duas pernas cheia de cabelo entupido por uma crina grosseira e espessa possuía um focinho com caninos grandes e tortos, olhos fundos quase sem cor a íris quase se apagando pés grandes e garras enormes um lobisomem nunca tinha visto um antes e matando o meu amor Pectro uivou alto se derramando em dor.

_Volta por favor agente precisa voltar _ Sua cabeça chacoalhou negando o meu pedido coloquei a mão em seu pescoço _ Volta _Gritei ordenando funcionou só que um lobo enorme e preto se jogou na nossa frente negando meu pedido Fabian uivou como alfa trazendo Pectro de volta o qual voltou a correr em direção oposta ao corpo sem vida.