–Termine com ela. Por mim, Aomine-kun. Eu... Eu te amo!

– Terminarei.

– Sério?

– Sim.

E essas foram as ultimas palavras ditas antes de eu me entregar em seus braços. Eu o amava, mas eu era sempre “o outro”, era apenas um brinquedo.

Fazia alguns meses que ele namorava uma qualquer e me encontrava apenas aos fins de semana. Mas aquela noite foi diferente. Eu deixei claro meus sentimentos por ele. Pedi o que eu sempre quis e a resposta foi positiva. Tinha sido o melhor dia de minha vida. Até mesmo o jeito como fizemos foi diferente! Eu sentia… Sentia que ele me queria naquele momento, tanto quando eu o queria. Senti que talvez, meu amor fosse recíproco.

E nosso relacionamento foi avançando, aos poucos, durante a semana. Ele não havia dito nada para a namorada. Mas eu e ele saíamos, nos encontrávamos todo dia e ele até mesmo dormiu lá em casa! Bem, dormir é modo de dizer, porque não foi bem isso o que aconteceu… Enfim. Era como se nós dois namorássemos. Foi tudo tão surreal. Foram os únicos dias em que eu não vi sentindo em me desculpar por qualquer coisa. Eu estava completo. Eu finalmente tinha uma razão para estar vivo.

E então… Chegou o dia em que ele me contou que finalmente havia terminado o namoro!

–Você terminou?! Isso quer dizer que nós vam…

–Isso quer dizer que agora eu posso comer quantas bocetas eu quiser, sem me preocupar.

–Mas eu pensei que…

–Só por que eu disse que ia terminar com ela? Você pediu isso.

–Sim, mas...

–Em momento algum eu disse que seria por você… Você é mesmo tão inocente assim? Você deveria saber que eu só quero seu corpo. Sabe, eu encontro em você um prazer diferente do que eu sinto com as garotas… Mas é só isso.

E eu comecei a chorar. Era impossível, certo? Quer dizer, tudo aquilo que ele me disse agora a pouco, é mentira, né?

– Sabe, Ryou… – Aomine aproximou-se de mim, segurando firme o cabelo de minha nuca. – Você é só minha putinha. Se você acha que seu amor é recíproco, acho melhor acabar tudo o que você achou que tínhamos, aqui. - Dito isso, ele apenas deixou um sorriso perverso, me largou e deu as costas para mim.

Eu sempre escolhia os melhores momentos para dizer as piores coisas, então era isso o que eu ganhava no fim de tudo. Eu fui egoísta, querendo Aomine só para mim. Fiz meu próprio jogo para jogar o dele, mas acabei me machucando e sem ele.

A única saída era me enterrar vivo por dentro, então assim eu poderia expulsar Aomine de minha vida e deixar-lo ir para sempre.