Trezentos e Sessenta Graus escrita por Tatymoriam


Capítulo 1
Sonho Ruim


Notas iniciais do capítulo

Lógica, cadê?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/57089/chapter/1

Eu tinha acordado bem cedo, para ser mais exata, 5 horas da manhã. Como não havia muito o que fazer, liguei o computador do lado da minha cama, fiquei um tanto aborrecida com a falta temporária de internet no começo do dia.
Por volta das oito horas da manhã, enquanto eu teclava com um amigo, alguém bate a porta. E com meu incrível humor matinal, pergunto:

–Que é?

–Sou eu Gabi. - ela entrou acanhado no quarto, como se esperasse que eu a atacasse com um cabo de vassoura.

–A mãe e o pai resolveram ir ao um Parque Aquático! - disse ficando mais animada. -E estou chamando você. Pegue toalha, roupas...

–Ta, eu sei. - respondi impaciente.

–Como é realmente longe, o pai e a mãe decidiram que vamos ficar três dias lá.

–Três? - virei os olhos desanimada -Ok, saia logo do quarto.

–Certo, mas vamos logo, eles pretende sair por volta das 10 horas, viu?

–Eu acho que mandei você sair.

E seguidamente, a porta foi batida com tudo.

Parque Aquático? Quebras de rotina nunca são ruins... Pelo menos eu pensava que não.

Havíamos acabado de descer do ônibus. Eram 17 horas da tarde.

– Vamos ficar hospedados num hotel que tem por aqui. Vamos lá. - disse meu pai, puxando todo mundo para andar com ele.

Eu observava minhas irmãs vibrando, andando logo a frente. Estavam contando, inclusive para quem não queria escutar, como elas irião se jogar na piscina, nadar, descer do grande escorredor, e também o como irião se divertir.

Chegamos ao tal hotel e o meu pai fez as hospedagens. Entrando no Hotel, tinha a incrível surpresa: duas camas de casal uma do lado da outra.

–Bia! Eleanor! Parem de pular! Estão achando que nós estamos em casa é?

–Mãe! Vamos à piscina? Vamos!? - indagou Eleanor. Fazendo o máximo que podia com seus brilhantes olhos verdes bem escuros.

–Não, agora é tarde, podemos ir amanhã. Gabriella tem uma Lan House ali embaixo, e como eu sei que você adora computador... - dizia meu pai.

–Ah sim, vai pagar para mim? Claro. - peguei cinco reais da mão da minha mãe.

–Eu vi bem o preço ok? Isto dá somente para 2 horas e 30 minutos, ou seja, você volta 19h30min. É bom não atrasar. - disse meu pai.

–Pode deixar. - e eu saio do quarto.

É, talvez não seja tão ruim. Pelo menos foi o que eu pensei.

Estava explicando a uma amiga no MSN, onde eu estava e as várias coisas que em um dia podem acontecer. Mas logo deu a hora, e eu tive que sair.

Do lado de fora da Lan House, que por sinal, ficava do outro lado da rua, eu pude notar o quão já havia escurecido. A rua estava deserta, pelo menos eu achava.

Com ajuda dos postes de luz que havia na rua, eu me arrisquei a atravessar, quando vi que não tinha carros a fim de passar e o sinal estava fechado.

E foi quando eu me enganei mais uma vez. Ouvi o som de motor e logo vi a luz de um carro. Estava longe, mas estava vindo em alta velocidade. Apressei o passo para atravessar e o carro acelerou ainda mais, parecia que queria mesmo me atropelar. Por sorte, eu atravessei a rua antes, o carro não foi reto, ainda rodou na pista, pois foi certinho na minha direção. Corri para a porta do Hotel e pedi para o porteiro abri-la para mim, entrei correndo. O porteiro até penso em ir bater boca com o motorista do carro, mas o mesmo já tinha ido embora, a milhão.

Eu fui dormir.

Fui acordada pelos irmãos na cama. Eram duas camas de casal, uma eu tinha que dividir com minhas duas irmãs. Então, elas acordaram e começaram a pular na cama.

– Vamos para piscina! Vou usar meu biquíni novo! - dizia a Eleanor.

– É, mas eu tenho mais seios que você! - dizia a Beatriz.

– Calem a boca. - eu disse nervosa, levantando com o meu belo humor, fazendo as duas pularem da cama de imediato. -Ambas são lisas como tábuas de passar roupa, agora chega com este assunto sem cabimento algum.

Tempo depois de brigas das minhas irmãs. Tempo depois do café. Tempo depois de mais alguma coisa, estávamos indo para lá.

– Hã?

Quando eu olhei para cima, entramos e andamos por um cima de gramado e embaixo de uma construção de pedra. Notei que aquilo, parecia a Torre Eiffel. Porém, não era tão alta e nem tinha também a mesma estrutura. Mas que aquela aberturinha parecia os pés daquela torre parecia. Eu ia andando bem atrás, já haviam desistido de me fazer ficar junto e conversar com todo mundo, preferi ficar ali, atrás.

Foi quando todo mundo passou aquela entrada, que eu tive uma sensação estranha. Ignorei e vi todo mundo passando pela aquela porta e indo a uma porta a esquerda: Para um lado feminino, para outro lado masculino.

– Gabi, não vai entrar a piscina não é? Venha logo. - disseram.

– Sim eu vou. - e fui andando, foi quando eu notei que a minha bolsa estava aberta e em uma posição, que provavelmente caiu alguma coisa. -Espera ai! - eu berrei.

– Anda logo, lesma. - ouvi uma das minhas irmãs.

– Minha agenda sumiu... - e voltei, a fim de encontrá-la.

Passei por aquela porta branca e estava no coberto entre aquilo e aquela coisa parecida com a torre Eiffel. Olhei e olhei, e não encontrei minha agenda.

– Droga! Perdi! Talvez não tenha caído nem por aqui. Agora, fiquei sem. - resmunguei revoltada. Quando eu ia entrar pela aquela porta branca novamente, alguém me segurou pelo pulso, olhei para a moça, ao meu lado, que me olhava com um olhar que me deu ódio e um sorriso sarcástico:

– Ora... Perdeu isto aqui? - ela disse entregando uma agendinha.

– É, isto mesmo. - soltei-me para poder pegar a agenda. -Obrigada, e desculpe-me o descuido.

– Que isto... - ela sorriu de canto. Aquela pessoa me dava calafrios.

Olhos castanhos, deveria ter uns 1,68 metros. Cabelos curtos a altura do pescoço altamente cacheado. E cachos lindos até.

– Então... Você vai à piscina?

– Vou. - respondi logo. Não podia deixar minha falta de educação transparecer: “Pois é eu quero ir e você me segurando. Tchau”.

– Hmm, venha cá comigo. - ela segurou meu pulso, eu puxei de volta e notei que ela apertou bem.

– Ah moça, me solta que meus pais estão me esperando.

– Vou ligar para eles, pode deixar. - disse, me arrastando.

– Dona, você é retardada? Me solta logo! Você não tem mais nada para fazer da vida mesmo?

– Tenho. Sequestrar pessoas como você. - disse finalmente virando com a mão na minha cara.

– Que desgraça é esta! - berrei revoltada, dando chute nela e devolvendo o tapa. Acho que deixei alguém nervosa.

– Olha aqui garota! - ela enfiou as unhas no meu pulso, o que fez ir com a outra mão imitar o ato no pulso dela. - Você não me provoca garota! Você não me conhece! - disse quase cuspindo.

– Claro que não te conheço! O problema que além de estar me machucando, está cuspindo em mim feito uma louca! - gritei enquanto apertava as minhas unhas cada vez mais na pele dela, ela fazia isto igualmente em mim. Ambos os pulsos estavam quase tendo a sua pele perfurada, doendo muito. Pelo menos o meu, claro.

– SILÊNCIO PIRRALHA ISOLENTE! - disse me desferindo outra tapa.

– Para de me bater! - disse nervosa. - E me solta, ta parecendo vilã da novela das oito!

Ela deu um suspiro. E soltou meu pulso. Afastei-me e olhei bem para a cara dela. Enquanto via-a tentando manter a calma.

– Tchau coisa louca. - foi quando eu virei as costas para me por a correr, mas vi alguém me segurando pela blusa. Tentei me soltar pisando no pé dela, mas foi em vão: ela me deu um chute na canela, me fazendo gritar e perder o equilíbrio e também, me enfiou um pano no nariz.

Tinha um cheiro atordoante, não ia aguentar aquele cheiro insuportável por mais tempo. Tudo ficou tão escuro. Eu, já não via mais nada.

Horas eu já não sei. Se sentiam falta de mim, também não sei. Onde eu estava eu não sei também. Estava eu entre quatro paredes de pedras, sem janelas e claro, uma porta de aço branca fechada para me deixar mais agoniada.

Onde diabos eu fui me meter? Não sei, mas eu ainda vou descobrir. Notei que meus braços e pernas estavam presos. Que ódio, que ódio. Fui sequestrada por uma louca e estou aqui, trancada. O que ela vai fazer comigo? Vender-me? Ela faz tráfico de crianças e adolescentes? Vai me obrigar a me prostituir para ela é? Vai me torturar, pois é uma psicopata e adoraria ouvir meus gritos desesperados de dor?

Me assustei quando ouvi barulho vindo daquela porta branca de aço. Ótimo, ela vai entrar. Estremeci de medo nesta hora.

– Oras.. Acordou. - disse passando com aquela bunda arrebitada, aquele nariz empinado e aquela faca com um sorriso vitorioso. -Vamos agora minha querida, implore para que eu solte você. Para que eu não faça nada com você. Que você sente muito sobre as ofensas que você jogou em mim...

– Meu, cala a sua boca. Estou morrendo de ódio de você.

–Então... - ela disse mostrando o quanto ficou nervosa. -Vou lhe ensinar a ter respeito pelas pessoas mais velhas querida. - disse me pegando pelos meus cabelos soltos, me arrastando para o meio daquela sala. Eu gritava de dor, enquanto ela adorava apertar mais e me esfregar a cara no chão, até chegar ao centro daquela sala. Anda até mais a frente, me deu as costas e tirou outra faca do bolso. Ficou a acariciar a outra faca, enorme de cozinha, enquanto não olhava para minha pessoa.

Eu estava com medo demais para dizer alguma coisa. Estava com muito mais ódio por não poder fazer alguma coisa. Passei minhas mãos por debaixo das minhas pernas com cautela, tomando cuidado para ela não escutar. Comecei a desamarrar minhas pernas, devagar, sem perder a calma e em silêncio.

Foi quando eu me levantei, mesmo com as mãos presas, não tinha tempo para pensar. Eu levantei dei passos para trás devagar, cheguei à porta. Ela escutou os passos e olhou para trás.

– AQUI MOCINHA! - berrou me revelando o olhar sádico e desejoso pelo meu desespero enquanto admirava o meu de puro horror.

Não pensei, agi.

Estava numa sacada, pelo que parecia. Tinha escada para subir e descer, e aquele muro, se eu pulasse... Eu caia lá embaixo.

A minha única opção, foi subir as escadas. Sim subir, ela estava na direção da descida e vi que tinha mais alguém ali embaixo. Podia ter o triplo em cima, mas eu não tinha como pensar, só agir.

Subi, corri o máximo que eu pude e depois de subir pelo menos três andares a ver aquela descabelada atrás de mim, olhei para as minhas mãos que eu soltei enquanto subia, olhei para baixo.

Era alto, admito. Estava com muito medo, admito. Mas tinha um detalhe, tinha uma corda ali embaixo. Quando ela avançou para cima de mim com aquela faca, eu arrumei coragem, não sei muito bem de onde, e pulei.

Pulei e gritei, e impulsionei o meu corpo a fim de pegar aquela corda.

E peguei, e balancei e fui arremessada para cima de novo, como num balanço.

Perdi a corda, fui jogada longe.

Cai com tudo no chão, doeu.

Olhei para trás e lá estava ela, gritava, urrava de ódio. Ela ia pular, e eu não fiquei para ver.

Minhas costas doíam, mas eu arrumei forças, de algum lugar, e sai correndo.

E foi incrível, nunca pensei que correr em pleno campo aberto, podia ser algo tão gostoso. Sentir o vento contra o seu rosto. Era algo, que eu jamais faria, achava inútil, mas agora era útil e eu ia aproveitar.

Notei que não sabia onde eu estava. Foi quando eu parei de correr num muro.

Ela estava longe, mas ainda corria. Senti o medo me tomar nos seus braços novamente, e usei do meu corpo magro e esguio e passei aquela falha no muro. Do outro lado, havia... Havia um castelo?

Onde diabos eu fui me meter? Fiquei desacordada por quanto tempo? Onde eu estava? Na idade média?

Certo, não era hora de pensar, descobria depois, só voltei a correr. Será que lá dentro me ajudariam?

Correndo mais um pouco, passando aquele castelo, sem nem tentar bater naquela porta, me vi atrás do castelo. Eu já não aguentava mais correr quando encontrei pessoas tomando chá num jardim atrás daquele castelo. Resolvi pedir ajuda.

Cheguei ofegando e vi que eu chamei atenção de todos, pareciam todos surpresos, fiquei realmente sem graça, mas alguma coisa eu tinha que falar. Depois de pegar fôlego da corrida que eu tive minutos atrás:

– Garota, está tudo bem? Quem é você? O que faz aqui? - me encheu de perguntas uma senhora alta, de vestido vermelho. Ela tinha sardas pelo rosto e parecia preocupada.

– Ahh.. - meu peito subia e descia, numa tentativa desesperada de saciar a sede de meus pulmões. -Eu... Estou sendo perseguida... - disse, enquanto eu andava mais uns passos. -Uma louca, tentando me matar... - disse ficando com medo finalmente, não pude deixar de me abraçar e lembrar-se daquela pessoinha sem coração. -Me ajudem...

– Ajudamos sim claro. - disse uma senhora levantando de sua cadeira, pousando sua xícara de chá sobre aquela mesa branca. -Venha garota, vou te esconder. - disse me puxando.

Me deixei ser levada, mas tudo que eu queria era deitar e dormir. Estava exausta. Não sabia qual ia ser meu fim.

Queria voltar para casa. Queria voltar para meus pais. Queria brigar com minhas irmãs. Queria as ver discutindo. Queria ver eu me atrasar todo dia por conta delas. Queria ser feliz, do lado deles. Queria meu cachorrinho, minha cenoura, meu arroz de pelúcia.

Queria acordar. Acordar, desde pesadelo.

– Aqui, atravesse o muro. - disse. -Seguindo em frente, você vai ver uma janela. Pule e entre.

– Hã? - indaguei sem entender.

– Olha, atravessa... Seja rápida menina! - me empurrou. Achei grosso da parte dela, mas eu mesma não poderia falar nada. Atravessei e fiquei a olhar a estrada de terra que se estendia. O muro era enorme, olhando por aqui. Fiquei abobada com o tanto que eu corri, por isto estava tão esgotada.

– Menina! - berrou.

– Sim! - olhei para ela. -Meu nome é Gabriella. - eu disse.

– Maria, prazer. - disse, sem paciência. - Você não está sendo perseguida meu? Então! Presta atenção ou vai catar coquinho! - disse nervosa.

– Desculpe-me. - por um momento, senti-me como estivesse provando do meu próprio veneno.

–Segue reto, rápido. Você vai ver uma casa, então vai ver uma janela, entre pela janela e se esconda. É o que eu posso dizer para você.

– Pular janela... sim senhora. - disse. Depois me toquei do tipo de tratamento que dei aquela senhora de vestido branco e bordados dourados. Senti um pouco de afeto por ela, de algum jeito. -Obrigada pela sua ajuda. - disse deixando escapar um sorriso.

– Vai menina bonita! Cuidado viu? - disse dando uma reboladinha. Eu ri, mas eu continuei correndo.

Correndo, pensando no que tudo aquilo era. Me bateu uma forte vontade de chorar. Por quê? Eu senti medo. Eu estou com medo.

Achei finalmente aquela janela. Não aguentava mais correr. Pendurei-me naquela janela e entrei.

Entrei e olhei aquela pequena sala de quatro paredes. O chão era de madeira e havia um grande armário. Havia tecidos espalhados pelo chão e um brasão grande preso a parede. E também, uma mesa enorme de madeira. Tudo, a estilo antigo, medieval. Fiquei olhando aquilo, até que escutei um ruído, alguém estava vindo.

O medo me abraçou mais uma vez e sem muito que o fazer me escondi dentro do armário que estava bem na minha frente.
Me encolhi, e pela fresta que eu havia deixado, com medo de bater a porta e ir tudo em vão, eu vi as três pessoas adentrarem naquele cômodo.

Uma mulher loira, de vestido branco que arrastava no chão. Era limpo, leve e bonito. Ela era alta e magra e nos seus braços havia pulseiras. Não, eu conseguia ver o rosto dela.

O segundo era um rapaz alto e forte. Ele tinha um cavanhaque, mas não o bigode. Tinha os cabelos lisos e ondulados, certinhos até o pescoço. Tinha um olhar severo. Ele vestia uma cota de malha preta e umas botas grossas. Tinha os olhos castanhos. A principio fiquei com medo dele. Depois ele se jogou em cima daqueles mutuado de tecidos, o que me permitiu ver que ali havia um sofá, ou algo do gênero.

E o terceiro era um rapaz mais novo. Era loiro e tinha olhos castanhos claro. Ele não me metia medo, por contrário, parecia um completo idiota a minha visão. Ele usava botas também, um chapéu de cowboy nas costas com a “cordinha” ao pescoço. A blusa branca e uma calça... Jeans? Diferente do estilo daquele povo ali.

– Tchau então! - acenou e saiu o mais novo.

Então, o que pretende fazer? - indagou a moça dos longos cabelos loiros. Ela andou até aquela mesa e olhou pela fresta que eu havia deixando aberta. Um frio me correu pela espinha, senti medo, muito medo.

– Sei lá. Vou embora, você não pode me satisfazer mais como eu quero! - levantou o outro rapaz de brusco e saiu. Depois de um tempo, esperando, em silêncio, achei que aquele cômodo estava vazio. Enganei-me: ela abriu a porta e pulei de susto.

– Calma garotinha. - disse. -Não irei lhe fazer nenhum mau.

– Ah... Me desculpa! - foi a única coisa que eu pude pronunciar. -Eu entrei, pois me indicaram aqui e...

– Shhh... Eu sei de tudo. - disse finalmente me exibindo seu sorriso calmo.

E eu me assustei, ela pareceu assustadora.

– Sabe? - eu disse nervosa.

– Posso, e esta marca no meu rosto, não é a mesma na sua mão?

Tirei minha munhequeira do meu braço as pressas e vi que era realmente verdade.

–Iguais... Mas... de onde isto veio? - olhei assustada. Sai daquele armário finalmente.

–Hahaha! - ela riu. A porta se fechou do nada.

–Hã? - olhei assustada. -Por favor, então você deve estar sabendo que única coisa que eu quero é voltar para casa...

–Aham, mas creio que isto é meio... Difícil.

Meu coração acelerou. Olhei novamente para aquela figura. Quem era ela?

O medo de possuiu agora. Socorro era tudo que eu pensava. Minha cabeça balançava negativamente com os meus lentos passos para trás.

Os cabelos antes grandes, diminuíram e ficaram todos ondulados. A sua marca, desapareceu. Suas vestes, eram diferente por mais igual que seja a minha descrição. E para piorar, ela tinha um sorriso sádico no rosto.

– Passei por encrencas demais hoje.

– Aham... - disse tirando um facão sabe lá de onde. - A gente já se encontrou antes.

– Espera aí! Que história é esta! Está tudo fora do normal!

– Você que pensa. Sempre foi assim.

Dei um longo suspiro, encostando à parede, observando ela se aproximar de mim, com aquele sorriso sádico, com aquela faca. Passos lentos e torturosos, para cima de mim.

– Eu.. Estou dormindo.

– Está?

– Eu... Quero acordar. Isto não passa de um pesadelo.

– Você disse isto para mim na ultima vez.

É isto! Eu estive sonhando este tempo todo!

Não havia mais explicação a ver tudo ficar turvo com aquela faca em mim. Mas eu não sentia dor. Só calafrios... Calafrios...

– Acorde.

Então um grito no escuro.

– Oh! Minha Nossa Senhora! Ela está acordando! - eu ouvi uma vós feminina, que eu reconheci logo.

Não sei bem onde eu estava, e tinha um pouco de medo de saber. Eu suava frio, senti como se tudo aquilo que eu vi fosse verdade.

Minhas mãos correram para minha barriga. Nada.
Tirei aqueles lençóis de mim e abri os olhos, me espreguiçando o máximo que pude.

– Gabriella! Que susto! Que susto você nos deu! - disse minha mãe, enquanto segurava minha mão fortemente.

– Mas... o que aconteceu? - indaguei, com receio.

– Oras, você foi dormir ontem e teve uma parada cardíaca! - disse.

– No duro?

– Que felicidade! - disse minha mãe começando a chorar. -Vou chamar seu pai, suas irmãs. - saiu apressada.

Parada cardíaca? Mas o que?

Sai dos meus pensamentos a ver minha irmã com um sermão ridículo sobre eu e a minha suposta morte, e claro, minha mãe a mandando parar de falar besteiras.

Todo mundo em cima de mim e finalmente, meu pai me abraçando:

– Está tudo bem agora. - disse.

Chorei e abracei-o de volta.

– Que bom que está. - respondi.

– Por quanto tempo eu dormi?

– Dormiu..? - meu pai fez uma pose pensativa. -Dois dias.

– Hã?

– Pois foi. Perdemos todas as nossas férias achando que tinha algo acontecido com você.

– Vamos voltar? - indaguei.

– Vamos. Seu pai tem que trabalhar Gabi. - disse minha mãe.

– Ahh... É. Vamos embora hoje?

– O quanto antes! - disse meu pai saindo do quarto, levando todo mundo junto.

Um sonho ruim.

É mundo, este foi o meu estranho pesadelo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sonhei.
Tchau.
(:



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Trezentos e Sessenta Graus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.