Você é minha droga escrita por Krueger


Capítulo 9
A cicatriz




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Pov Clary:

Ele permaneceu em silêncio durante um bom tempo. Mas eu sentia que estava acordado, porque tanto ele quanto eu estávamos sem sono. Acabei me arrastando, com um pouco de dificuldade para mais perto dele já que a distância entre nossos corpos era grande.
–Joe? – sussurrei. Nada. Ele devia estar dormindo mesmo. Senti sua respiração profunda e me aproximei. Acabei sentindo seu rosto perto do meu e tive que sorrir. Virei-me ficando de costas para ele e colei meu corpo ao seu. Um tremor percorreu meu corpo e um arrepio na espinha, não me importei estava deitada ali no aconchego dele.
Deixei que meus olhos se fechassem e tentei dormir apesar do dia ter sido muito estranho. Primeiro acordei pensando que nunca mais veria Joe e olha como meu dia acaba nos braços dele. Acabei rindo suavemente.
[...]
–Clarice Krueger! – gritava uma voz batendo na minha porta constantemente. – Abra já aqui!
Abri os olhos e a fraca luz da manhã já preenchia meu quarto. Virei-me e Joe ainda dormia profundamente. Mordi os lábios para segurar a vontade de lhe puxar os cabelos, e levantei-me até a porta. Foi quando percebi, Joe estava na minha cama no meu quarto e minha mãe queria entrar. Droga.
Destranquei a porta e saí fechando-a em seguida, nem dei tempo para que ela invadisse meu quarto.
–Bom dia! – disse colocando as mãos na cintura. – Ia dormir até quando? Meio dia?
–Mãe não deve nem ser dez horas ainda.
–E não é. – ela olhou para seu relógio de pulso. – São sete e meia da manhã.
–Porque me acordou tão cedo?
–Hoje é Sexta. – ela bufou. – Pensei que fosse para a escola.
–Eu vou faltar. – respondi. Droga eu realmente estava faltando.
–Você nunca falta. – disse ela surpresa. – Uau. Eu li seu bilhete, espero mesmo que tenha chegado as dez.
–Cheguei até antes. – respondi.
–Clary, eu e Harry pressionamos você para que viva e curta sua adolescência. No fundo somos dois tolos, quero que continue assim, se divertindo, mas com responsabilidade, pensando no seu futuro. – ela se calou. – Eu e ele vamos nos separar.
–O quê? Achei que se amavam.
–Às vezes o amor não é tudo. Ele mentiu para mim todos esses anos.
–Ele é casado não é? – perguntei rindo por dentro, tentando parecer docilmente por fora. – Eu sabia!
–Não. – respondeu franzindo a testa. – Ele só... Mentiu. Talvez depois a gente converse sobre isso ok?
Assenti com a cabeça.
–Olha estou indo trabalhar e acho que vou ter um jantar com o pessoal da repartição então não me espere para jantar. – ela se virou em direção ao seu quarto. – Pode voltar a dormir.
Minha diaba interior estava dançando lambada. Eu ia ter que ficar sozinha com Joe, a não ser que ele fosse embora. Não. Ele não pode ir embora. Voltei para meu quarto e tranquei a porta, sabendo que minha mãe ia entrar aqui de surpresa. Fechei as cortinas das janelas, fazendo o quarto ficarem totalmente escuro. Voltei para a cama e principalmente, para Joe.
Surpreendi-me com o fato dele não ter acordado com o escândalo de minha mãe. E quando fui me cobrir, meus olhos detectaram sua tatuagem no pescoço. Voltei às cobertas para baixo e me inclinei sobre ele tentando decifrar o que era. O desenho era uma rosa aberta com algumas folhas verdes ao redor. Joe e rosas? Acho que isso não combinava. Abaixei sua coberta e percebi que em seu tórax ele tinha outra tatuagem, um rosto de uma mulher meio pin up. Acabei deslizando meus dedos sobre o desenho da mulher até ver uma cicatriz em suas costelas. Meus dedos se arrastaram para lá e Joe estremeceu com o toque. Droga.
Deitei-me e puxei as cobertas para cima de mim, fechei os olhos com força e tentei voltar a dormir. Meu pensamento estava em tudo principalmente no corpo dele, que dormia de um jeito tão vulnerável.
–Eu tenho essa cicatriz desde ano passado. – sua voz me assustou e mordi os lábios. – Você é muito curiosa Krueger.
–Eu não queria...
–Pensou mesmo que eu estava dormindo? – perguntou. Ele estava sorrindo, mesmo de costas eu sentia aquele seu sorriso de vencedor. – Sou um ótimo ator.
–Porque tem um retrato de uma mulher em seu peito?
–É um retrato de minha mãe. A flor no pescoço fiz em homenagem a meu irmão. – respondeu ele fracamente.
–Me desculpa. – falei querendo que ele me desculpasse por minha tolice. – Eu fiquei curiosa.
–Tudo bem. – ele se levantou e esfregou os olhos. – Eu vou embora.
Nãooooo.
–Quer que eu fique? – droga eu tinha falado em voz alta e pelo visto ele tinha ouvido muito bem.
–Eh que minha mãe ainda está em casa. – respondi ficando vermelha.
–Eu espero ela sair. – ele pegou sua calça jeans no chão. Virei-me vendo-o de costas. Ele tinha os ombros largos e os quadris estreitos, suas costas eram tão lisas e como eu queria abraçá-lo. Joe começou a tirar os moletons e não tive força para não ver, ele usava uma cueca Box vermelha e começou a vestir sua calça jeans. Até que ele tinha bunda, talvez até mais que eu. Ele também vestiu sua camisa tapando aquele delicioso tórax. Clary se controle.
Eu bufei e me espreguicei. Não queria que ele fosse embora, queria que ficasse. Ficasse comigo. Levantei-me e passei por ele em direção a porta. Destranquei e sai.
–Mãe? – gritei. Não ouvi nada. Desci as escadas e não tinha ninguém no andar superior, fui até a janela da sala e vi minha mãe entrando em seu carro falando apressadamente com alguém no telefone. Tive que sorrir. Estávamos livres.
Joe desceu as escadas em seguida. Ele passou as mãos pelos cabelos mas não adiantou os fios continuaram rebeldes.
–Ela já foi? – perguntou ele.
–Já. – respondi. – Quer comer ou beber algo?
–Não. Eu tenho negócios para tratar. – disse ele.
–Deixe-me ir com você. – falei.
–O quê?
–É que eu vou ficar sozinha aqui o resto do dia... – eu estava implorando, mas ele não percebeu.
–Eu vou para um lugar onde você não se imaginaria dentro. Eu gostaria de passar o dia com você Clary, mas acho que depois de tudo, tanto eu quanto você precisamos descansar. E esfriar a cabeça. – ele estava me dando um fora? Isso mesmo produção?
Assenti com a cabeça.
–Eu só... Não queria ficar sozinha.
–Chame sua amiga para ficar com você. – ele pegou as chaves de seu carro e pareceu confuso por um momento. – A gente se vê!
Foi até a porta de entrada e saiu, eu fiquei boquiaberta, depois de tudo ele ia me abandonar assim? Fiquei sozinha quando a porta bateu, e virei meu olhar para a janela onde o vi entrar em seu carro e sumir pela rua. Idiota. Eu não ia deixar barato desse jeito.


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Notas finais do capítulo

Gente eu estou arrumando os capítulos... Acho que foi nesse parei. Coments e posto o próximo.