Você é minha droga escrita por Krueger


Capítulo 14
Agora ou Nunca


Notas iniciais do capítulo

Obrigado aos comentários, graças a vocês eu continuou postando.



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Pov Clary:

–Ora... O quê? – perguntou ela surpresa. – Não me diga que é gay...
–Ai esquece esse negocio de gay! Ninguém é gay ta? É bem pior que isso.
–O quê? Ele abandonou sua mãe grávida de você?
–Também. E não vai acreditar eu sou herdeira...
–De um bilionário? Ah amiga, finalmente eu já estava cansada de ser a única rica por aqui.
–Não. De uma gangue.
Ela ficou boquiaberta. E logo em seguida começou a pular na cama.
–Ai que legal! – gritou.
–Não é legal!
–É sim, imagina. Você vai ter um monte de caras fazendo tudo o que você quiser. Tipo assim, “Ai não gosto daquela mina, vai lá e mata ela” – disse ela apontando o dedo para a alguma garota invisível.
–Não é um mar de rosas como acha. É horrível. – sussurrei. – Ela disse que eu não posso conhecê-lo, que ele não quer me conhecer.
–Amiga! Você tem que reclamar sua herança. Ela te disse o nome dele?
–Não... – sussurrei.
–Imagina se for o pai de Santiago! Vocês vão ser irmãos e você vai poder mandar em Joe! Ai que legal!
–Para! – gritei. – Não é legal.
–Você não se lembra mesmo? Vai que ela falou o nome dele alguma vez e você esqueceu? – perguntou ela.
Parei um pouco e pensei em tudo. Todas as conversas que tivemos discussões e foi quando lembrei que ontem na sua discussão com Harry quando colei o ouvido na porta ouvi um nome.
–Ela disse Owen. Mas não disse exatamente que era meu pai. – escondi meus lábios. – Foi esse nome que eu nunca a ouvi dizer.
–Ta. Vou ligar para Santiago e ver se ele sabe de alguma gangue ou coisa relacionada a isso ok?Assenti com a cabeça enquanto ela discava o número.
–Amor? – disse ela quando ele atendeu. – Ah... Que fofo você... Eu sei. Eu também.
Olhei-a furiosa e ela entendeu que o assunto do telefonema era eu e não o seu relacionamento.
–Amor? Você poderia me dizer algo sobre um gangster chamado Owen? – ela ficou calada por alguns segundos. Eu eu conseguia ouvir Santiago lhe dizendo um monte de coisas, mas não entendi nada. Só quando ela desligou depois de dizer o quanto estava louca para vê-lo novamente, sua expressão mudou para um jeito preocupado.
–O quê? – perguntei. – O que ele te contou?
–Ah... – ela lambeu os lábios. Eu conhecia aquela sua expressão, era quando algo estava muito mais muito errado. – O que ele me disse não é nada bom!
–O que ele te disse?
–Owen é o chefe da gangue Romena, a maior rival dos Touros. Além disso, Joe quer matar esse cara porque esse tal de Owen praticamente exterminou a família dele, então amiga, você está entre seu pai e seu pretendente a namorado.
–Não entendi nada. – respondi.
–Ah... – ela revirou os olhos. – Owen é o maior inimigo de Joe por ter mandado matar o irmão dele e ter matado o pai dele durante o incêndio do qual ele forjou sua morte. Então eu acho que esses anos todos...
–Minha mãe e todo mundo achou que ele estava morto. – completei sua frase. – Isso é ruim.
–Sim. Você acaba de descobrir que tem um pai e uma herança riquíssima já que os Romenos são a gangue mais rica de todo o estado! – ela voltou a pular de alegria. – E seu amor quer cortar a cabeça de seu pai!
–Isso é ruim muito ruim... – sussurrei. – Santiago te contou tudo de boa assim?
–Não. Ele quer saber por que eu queria me informar sobre Owen, mas no final deixou para lá. Ah... – ela levantou um dedo. – Ele também disse que esse cara tem um filho chamado Kevin.
–Essa história ta ficando cada vez pior.
–Também acho. – disse ela pensativa. – Que tal irmos a minha piscina e esquecer tudo isso e fingir que não sabemos de nada.
–Não. Eu tenho que contar a Joe.
–Está maluca Clary? Se ele souber ele vai te odiar eternamente por ser filha do Owen! – disse ela. – Por enquanto, isso fica entre a gente.
–Mas...
–Clary. Escuta o que eu to te falando, se você não quer perder o cara que você gosta tem que ficar calada!
– Eu quero conhecer meu pai também.
–Conhece. Mas esconde isso de Joe, se não...
–Ta vamos para piscina! – falei dando um pulo para fora da cama. – Vamos esquecer essa conversa maluca.
–Ah é!
Passamos praticamente o dia juntas, Anne me contou o quanto estava louca para sair com Santiago e me convidou para outra festa, em outra boate aqui mesmo no bairro. Então não me importei, era sábado e não tinha nada para fazer mesmo. Ela me emprestou uma roupa que eu chamaria de chamativa demais, acabei pegando um vestido preto e um sapato boneca parecido com o que eu tenho. Ela revirou os olhos quando me vesti dizendo que eu parecia uma criança. Essa era a idéia, me distanciar dos olhares maléficos dos bêbados e tarados. Fiz uma trança de lado e quando ela terminou de se vestir quase tive um susto, parecia uma Barbie só que com um vestido bem curto e justo e cabelos ruivos.
As sete em ponto Santiago já estava no portão e ela me apressou a correr pelo jardim da frente e quase caímos, Anne não queria que seus pais descobrissem que estava saindo com um gangster então preferia esconder esse relacionamento. Quando entramos no carro tive que suspirar aliviada.
–Oi amor. – disse ela trocando um beijo lento, bem lento e demorado com ele. Ok. A vela que eu estava segurando naquele momento ia do chão até o céu.
Os dois se separaram e ele piscou para mim pelo espelho retrovisor. Ta, eu não vi isso! Como sempre eu não falei nada o caminho todo apenas os dois falavam sobre coisas tão idiotas que preferi nem prestar atenção. Ao pararmos na frente da boate “The Room” eu já vi uns garotos de branco e azul. E acabei beliscando Anne.
–Seu namorado não é inimigo desses caras?
–É, sei lá porque ele quis vir aqui hoje! – ela revirou os olhos enquanto Santiago a abraçava de lado e eu seguia atrás deles carregando minha vela. Nem pegamos fila, já fomos entrando e o lugar me surpreendeu.
Não era nenhum pouco parecido com a outra boate, era mais chique mais luxuosa. Tudo era de vidro no lugar e as pessoas dançavam numa pista totalmente escura iluminada apenas pela luz do lustre acima de suas cabeças que girava. O bar era todo de vidro e dava para ver as pernas e bebidas atrás do balcão e algumas pessoas tomavam bebidas ali.
Em outro canto, sofás de couro branco com algumas garotas mexendo no celular e um casal se esfregando em público. Quando olhei para frente percebi que Anne e Santiago tinham sumido. Droga. Não acredito que eu estava sozinha num lugar que eu não fazia idéia que existia.
Vi uma enorme escadaria de vidro que subia para o que parecia ser a área VIP e dois fortes homens ficavam na frente e não entregavam nenhuma pulseirinha não. Fiquei olhando para lá enquanto um garoto se aproximava e ficava dançando ao meu redor. Comecei a balançar conforme a musica tocava, mas não tirava os olhos de lá. Percebi que todos os caras que entravam tinham bandanas azuis, tanto no pulso quanto no cabelo. E o garoto que dançava comigo também tinha uma. Era a minha chance de procurar meu pai.
–Então... – falei me aproximando e colando meus lábios em seu ouvido. Eu não sabia como seduzir alguém ou ser sensual, eu ia tentar. – Eu estou com sede porque não pega uma bebida para mim?
–Uma bebida? Que tal algo para te deixar louca? – perguntou ele com um sorriso malicioso. Assenti. Percebi que ele não era nenhum pouco bonito. Mas me entregando a bandana era o que importava.
–Traga o que me deixar mais bêbada possível. – falei e me aproximei colando nossos lábios. Foi tudo tão rápido que nem percebi. Sua boca tinha um gosto horrível de cigarro e vodka. Ok, Joe fumava, mas não tinha um gosto tão ruim. Acabei deslizando a mão pelo pulso dele e soltei a bandana sem que ele percebesse e a enfiei no bolso do vestido. Afastei-me sorrindo querendo disfarçar o quanto horrível foi aquele beijo e ele vitorioso se afastou em direção ao bar.
Ufa. Amarrei a bandana no pulso e sai o mais depressa possível da multidão dançante. Cheguei às escadas e as subi recebendo o olhar interrogativo dos dois caras de preto.
–Tem nome na lista? – perguntou um deles.
–Tenho sim. – respondi.
–A área VIP é destinada apenas a homens. – disse o outro.
–Bom, meu namorado está lá dentro e me pediu para que viesse trazer uma informação sobre os Touros pessoalmente para o seu chefe. – comecei a mentir. Droga não sabia que inventava mentiras tão rápidas e fáceis.
–Diga a informação e repassamos. – disse o outro.
–Não posso, é pessoalmente. – falei. – E quem me garante que vocês não vão deixar passar algum detalhe ou nem falar com o chefe?
Os dois se entreolharam e abriram a porta de vidro para mim que passei vitoriosa, mas meu momento vitória acabou quando me deparei com um monte de caras jogando pôquer e outros bebendo uísque. Todos aparentavam ter a minha idade, outros mais velhos. Respirei fundo ao passar por eles em direção a outra porta de vidro.
–O que pensa que está fazendo? – perguntou um deles levantando e vindo em minha direção.
–Eu tenho uma informação dos touros para o “chefe”. – falei. Se tudo isso fosse mentira da minha mãe com certeza eu ia acabar morta.
–Hum... – ele me olhou de cima a baixo e fiz o mesmo com ele. Até que ele era bonito e bem moreno quase da minha cor. Seus olhos se estreitaram, ele sabia que eu estava mentindo. – Vou te levar para meu pai.
Kevin. Foi à primeira coisa que pensei. O tal de meu irmão. Ele abriu a outra porta e esperou eu passar para fechá-la. A minha frente estava uma enorme mesa de vidro e uma cadeira virada para trás para uma janela de vidro igual a que eu tenho em meu quarto. Meus nervos estavam à flor da pele.
Nunca senti tanto medo na minha vida quanto agora, o homem virou a cadeira e seu olhar frio e congelante pairou sobre mim. Seus olhos eram castanhos escuros, e ele não parecia ser velho, parecia ter uns trinta e poucos. Mas pelo visto o tempo tinha acabado com ele porque mesmo Harry tendo a mesma idade que ele, era mais jovem e musculoso.
–O que significa isso? – perguntou olhando para Kevin.
–Ela veio contar algo dos touros. – disse ele cutucando-me. –Fala vadia!
–Kevin! – o homem levantou a mão. – Tenha educação.
–Não vou ter não! Ela estuda em meu colégio e sei que isso é alguma mentira que ainda estou processando para saber o porquê de ela vir se infiltrar aqui! – disse ele e sua voz me dava calafrios. – Fala vadia, ou se mentir vou adorar matá-la.
Era agora ou nunca.


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Notas finais do capítulo

5 comentários e eu posto o próximo. Não é malvadeza é meu aniversário e eu posso. Kkkk