Te esperando escrita por LadySarfagron


Capítulo 1
Eu sempre vou te amar, Rachel Berry!


Notas iniciais do capítulo

É, eu continuo achando coisas perdidas por aqui e, como estou pensando em voltar à ativa, nada melhor do que comentários para alegrar minha alma de escritora e me encorajar a voltar. Espero que gostem e se precisarem, mando os lencinhos por sedex, afinal, o choro é livre! E ah, só lembrando que isso foi escrito muito antes do Cory/Finn... Vocês sabem! Desculpem quaisquer erros e boa leitura.



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É uma típica manhã de sábado, em sua cidade natal o tempo é ameno e o céu está pintado em um tom limpo de azul-celeste. Ela se encontra sentada em uma cadeira de balanço na varanda da casa onde viveu os últimos setenta anos ao lado do marido e dos filhos. Os cabelos grisalhos refletem seus oitenta e nove anos recém completos, as rugas expressam a velocidade com que o tempo se passou, mas o sorriso... Ah o sorriso!... Ele ainda é o mesmo do qual você se lembra. Aquele sorriso único de mil watts capaz de iluminar uma cidade inteira, aquele que depois de tanto tempo ainda consegue aquecer e acelerar seu coração.

Mesmo que sua memória tenha se esvaído aos poucos com o passar do tempo, você consegue se lembrar perfeitamente bem, como se fosse ontem, o momento em que ela atravessou os corredores do McKinley High pela primeira vez e te fez perder o equilíbrio de sua própria vida ao lhe encarar com aquele profundo oceano negro que são seus olhos. Tão pequena, tão frágil, tão linda, tão inalcançável no mundo ao qual você pertencia. Depois de tantos anos, você se pergunta como ela ainda consegue ser a mesma baixinha adorável pela qual você se apaixonou perdidamente aos quinze anos.

Quem diria que Rachel Berry viria a ser o primeiro, verdadeiro e único amor de Quinn Fabray, não é? Pois bem, a vida tem um senso próprio de humor bem sórdido e você já deveria saber disso depois de todas as merdas pelas quais passou.

Tantas coisas aconteceram no decorrer dessa estrada. Foram tantos erros, tantas falhas e poucos, muito poucos, acertos. Há aqueles momentos que você gostaria de poder mudar ou simplesmente apagá-los de sua memória, mas também há outros que você daria tudo, qualquer coisa, para reviver.

Se você soubesse naqueles dias o que você sabe hoje, as coisas seriam diferentes agora? Seria você no lugar dele em cima daquele altar esperando por ela há setenta anos? Seriam os “seus” filhos e não os “teus” e os “dela”? Se você não tivesse sido tão covarde e lutado por ela enquanto ainda havia tempo, seria com você que ela acordaria todas as manhãs? Seus caminhos estiveram entrelaçados desde o dia em que vocês se conheceram, mas você foi estúpida o suficiente para ignorar todos os sinais que o destino lhe enviou incansavelmente e o que restou foram arrependimentos com um gosto amargo, que se apossa dos seus lábios toda vez que você tenta engolir o nó permanente em sua garganta.

Por que demorou tanto tempo pra perceber que a amava e mais tempo ainda para fazê-la saber disso? Como você pôde ser tão burra?

Se tivesse aberto os olhos e procurado enxergar de verdade, teria visto que ela sempre esteve ao seu lado. Rachel sempre esteve bem ali, ao alcance de suas mãos, mesmo quando você jurava estar completamente sozinha e é incrível como tudo em sua vida sempre esteve relacionado à ela. Desde a sua gravidez indesejada, que lhe resultou em uma das poucas coisas perfeitas que você fez, até o dia do acidente que te deixou temporariamente em uma cadeira de rodas. Na verdade, até os dias de hoje, tudo o que você pensa, vê e respira é aquela pequena judia.

É com aquele olhar que você sonha todas as noites. É daquele toque macio que você se lembra quando fecha os olhos. É com aquela boca sussurrando o seu nome que você delira nas noites solitárias. Por que? Por que você tinha que ser uma mula teimosa e tapar os ouvidos para os gritos desesperados do seu coração assim que soube sobre o pedido de casamento do maldito Hudson? Por que não contou a verdade quando teve a oportunidade? Mas não, você simplesmente bloqueou todo e qualquer sentimento guardado em seu peito quando ela disse sim para ele. Você tentou lutar com todas as suas forças, assim como vinha fazendo há três malditos anos, mas depois você finalmente percebeu o quanto era inútil lutar contra o amor.

E então você finalmente criou coragem para dizer aquelas palavras que mantinham você se afogando dentro de si mesma. “Rachel, eu te amo”, você gritou desesperada em um dia de chuva enquanto seu coração se quebrava mais uma vez, mas já era tarde demais e você sabia disso. Sete anos e você realmente esperava que ela fosse correr para os seus braços como se nada tivesse acontecido, como se não houvesse um passado conturbado entre vocês duas e pior, como se não houvesse um presente e um futuro encaminhado? Ela estava casada e grávida do primeiro filho, um filho que poderia ser seu se você não tivesse sido tão egoísta ao calar as três palavras que mudariam tudo.

A estrela mais preciosa de toda de toda galáxia não seguiu seus sonhos, não conquistou a Broadway e não teve o reconhecimento que merecia. Ela ficou presa a uma cidade de perdedores e a um homem que nunca, jamais, poderia amá-la da forma como você o fez e ainda o faz.E de quem era a culpa? Ah, é! Ela era inteira e unicamente sua!

Você jurou esperá-la pelo tempo que fosse preciso, mesmo que isso implicasse em passar o resto da sua vida esperando pelo dia em que ela finalmente fosse sua sem sequer saber se ele chegaria.

É claro que você se esforçou para seguir em frente e foi feliz por um tempo. Você se formou em Yale como a primeira da turma de Direito, cresceu profissionalmente e tornou-se uma promotora reconhecida em New York. Encontrou uma garota incrível e especial que lhe deu amor, carinho, compreensão e três filhos maravilhosos, além de sua Elizabeth, que passou a morar com você tão logo sua mãe adotiva faleceu. Mas isso nunca foi o suficiente, nada seria completo sem ela ao seu lado, seu coração sempre soube disso.

Então você pediu o divórcio aos cinquenta e seis anos, depois de vinte oito anos e meio ao lado de Sarah. Não, você não poderia continuar com aquilo. A vida já estava chegando ao inicio do fim e você não queria continuar a mentir para ela. Você a amou, mas ninguém poderia tomar ou preencher o lugar de Rachel em seu coração. Uma estrela nunca é igual à outra, um amor não pode substituir outro ainda maior. E se para viver esse amor você tivesse que esperar pacientemente por outra vida, você o faria sem reclamar, pois um sentimento tão puro e verdadeiro tinha o direito de ser vivido.

Você vê sua Rachel sentada naquela cadeira de balanço através da janela do hospital, tão serena e calma, observando o cantarolar dos pássaros que habitam uma árvore ali por perto com um sorriso lindo nos lábios. Por um momento você pensa que é como se ela estivesse esperando sua ligação há tanto tempo quanto você está esperando para fazê-la. Sua visão está embaçada pelas lágrimas, seu coração acelera de excitação e você digita os números decorados com tanto carinho.

Então o telefone dela toca e você não sabe se quando ela o pega com as mãos trêmulas é devido à idade já avançada ou à expectativa de que seja você. Você se agarra na esperança de que seja a última opção porque você a quer tanto que dói imaginar o contrário.

“Quinn...”, ela suspira do outro lado da linha e você se pergunta como ela sabe que é você ligando quando você ainda não disse nada. Seu nome derrete na boca dela e soa tão doce e certo, que você quer congelar esse segundo e revive-lo milhares de vezes. Ouvi-la depois de tantos anos é como recuperar o fôlego após um mergulho profundo no oceano de recordações.

“Oi, Rachel.”, você tem certeza de que ela está sorrindo por ter acertado e não é como se você pudesse impedir seus lábios de se curvarem e sorrirem também.

“Achei que nunca ligaria.”, sua voz é baixa como um sussurro e você ainda têm dificuldades para acreditar que aquela ligação está mesmo acontecendo e não é só fruto da sua imaginação.

“Eu precisava ouvir sua voz pela última vez e dizer que, apesar de não ter dado certo nessa vida, estarei esperando por você na próxima...”, você engasga, sua respiração está fraca, algo dentro de si grita que essas serão suas últimas palavras. Você recupera um pouco o fôlego e sussurra. “Eu sempre vou te amar, Rachel Berry!”

O bip dos aparelhos cessam subitamente, você não é capaz de ver ou ouvir mais nada, mas você certamente morre feliz por saber que lhe restou tempo para uma última jura de amor. O telefone cai de suas mãos cansadas, seus olhos se fecham naturalmente e um sorriso calmo está desenhado em seu rosto. Rachel não é capaz de sufocar o choro do outro lado da linha, você se foi, mas pelo menos ela sabe que sempre será amada.


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Notas finais do capítulo

Ah sim, eu escrevi isso enquanto ouvia Luan Santana, problem? Anyway, reviews? ;-;



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