Depois que terminou de arrumar tudo nos fundos do QG, Cobra dirigiu - se até a frente do estabelecimento á espera de sua dama, quando dá de cara com Mar encostada no balcão.

– O que você está fazendo aqui? - perguntou surpreso

– Olha... Eu achava que fosse mais educado. - disse ela. - Boa noite pra você também.. Cobra!

– Desculpa. - disse abaixando a cabeça, e coçando a mesma. - É que não esperava que você viesse aqui de novo, e eu estou esperando outra...

– É que você me ajudou no outro dia, e eu queria... Quem sabe, conhecer você melhor. - disse ela, com um sorriso malicioso colocando seus braços ao redor do pescoço do rapaz.

Há alguns meses atrás, Cobra não resistiria as provocação daquela garota, porém hoje só queria saber de apenas uma. Ele estava arrepiado com a aproximação de Mar e olhando fixamente para a boca dela e mordendo os lábios, mais não queria magoar sua dama, de novo.

– Olha gata, você sabe muito bem que eu gosto de outra pessoa, a Jade. E eu vou te pedir, por favor vai embora! Não quero ser grosso com você! - disse nervoso, porém conseguia disfarçar.

– Hum. Gostei! Então você me acha gata é? A Jade não precisa saber desse nosso encontro, aliás, ela está um pouquinho ocupada lá na Ribalta! - disse ela se aproximando enquanto o lutador se afastava

– Já disse que.. - Cobra já estava sem paciência, teria que coloca - la pra fora á força, mais foi surpreendido com um beijo.

Enquanto isso, Jade ajudava Edgard a arrumar a Ribalta, fazia tempo que não arrumavam aquela biblioteca, com os livros todos empoeirados, e o depósito onde guardavam as roupas, perucas, objetos para o teatro e instrumentos musicais estava totalmente desorganizada e suja. Além de Jade e Edgard, Dandara, René, Nando e Bianca também ajudavam. Jade e Bianca estavam o tempo todo implicando uma com a outra. Joaquina, Lírio e Bárbara, a ruiva, também estavam lá, enquanto os demais alunos já tinham ido embora. Além de arrumarem tudo, também estavam se divertindo.

Aquela hora, seria a hora de costume em que Jade ia para o QG. Como ainda não haviam terminado de arrumar tudo, a bailarina resolveu mandar uma mensagem avisando que ia chegar um pouco mais tarde, porém Cobra não leu. O clima entre Cobra e Mar estava esquentando. Enquanto se beijavam, deitaram no colchão, onde Jade já havia deitado muitas vezes, e agora, quem estava ali era outra. Mar estava em cima de Cobra, e quando estava prestes a tirar a roupa, Cobra segurou a sua mão com força a impedindo de tira - las.

– Sai daqui agora! - disse Cobra, apertando a menina com muita força, e com muita raiva. Raiva de si mesmo.

– Você está me machucando! - disse a garota.

– É pra machucar mesmo. Todas as garotas tem medo de mim, você também devia ter. - disse rindo. - Você não me conhece!

– O que eu fiz! - disse ela lagrimando

– Ainda pergunta? Você não foi embora na hora certa, aliás, nem devia ter aparecido aqui! - disse empurrando a menina que ainda estava em cima dele.

Cobra a empurrou com tanta força, que pôde escutar o barulho dela batendo na parede. Mar estava começando a chorar, porém não se moveu dali. Nunca pensou que Cobra seria uma pessoa tão agressiva, olhava para ele tentando achar o garoto educado que a ajudou a poucos dias atrás. Quando viu que a menina ainda estava jogada no chão, Cobra pegou ela pelo braço e a colocou pra fora. Mar saiu correndo dali

Não havia ninguém na rua, apenas Duca que estava indo para a faculdade. Tentou ajudar Mar, que não deu atenção a ele e foi embora com ódio. Cobra não a machucou tanto assim, mais a garota não ia deixar barato, ninguém nunca havia a tratado daquela maneira, muito menos foi dispensada. Agora estava ainda mais decidida em acabar com a felicidade de Cobra e Jade, e já havia dado o primeiro passo. Duca viu Cobra parado enfrente ao QG, transtornado, e então resolveu tirar satisfações com o rival.

– O que você fez com ela? - disse Duca empurrando Cobra.

– Calma! - disse Cobra, e Duca se calou. - Aquela doida veio aqui tentar me seduzir... Ela quer acabar com o meu namoro com a Jade, e eu não vou deixar! - disse ele indignado

– Eu te conheço Cobra! Claro que eu não acredito em você. Tá na cara que você traiu a Jade. - disse ele

Cobra pôs a mão na cabeça e ficou alguns segundos em silêncio.

– Você acha que me conhece. - disse ele. - Quer saber? Pouco me importa se você acredita em mim ou não! Só te peço para não contar nada para a Jade. Não quero que ela se magoe, e aquela garota vai se arrepender se fizer ela derramar uma lágrima. - garantiu Cobra

– Eu não vou contar nada.. Até porque não tenho nada haver com a vida de vocês. - respondeu Duca virando - se para ir embora.

Cobra entrou no QG e trancou a porta. Encostou a cabeça no balcão e começou a chorar. Cobra nunca havia chorado daquele jeito, a não ser quando seus pais morreram quando ele tinha apenas 10 anos. Disso, ninguém ali sabia. Passou alguns minutos assim, dizendo baixo a si mesmo: "Me perdoa minha dama, por favor..". Cobra continuava na mesma posição quando escuta alguém batendo. Levantou a cabeça e viu que era Jade. A garota estava preocupada, nunca tinha visto Cobra assim. Ele enxugou as lágrimas e abriu a porta.

– Oi vagabundo! O que aconteceu? - disse Jade e Cobra correu para abraça - la.

– Eu te amo! - dizia enquanto chorava muito. - Eu te amo, eu te amo.

– Calma! Me conta. O que houve?