Heaven in Hell escrita por Dorothy Bass


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oii! Não se esqueçam de dizer o que estão achando por review! Beijosss



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– Oi! - Ele falou, colocando uma perna pra dentro do meu quarto.

– O que você tá fazendo, doido? - Perguntei enquanto corria até a porta para trancá-la. - Você não pode entrar aqui! Eles não deixam nenhuma visita vir.

– Ah, é só um pouco. Minha janela fica de frente pra sua, sabia? – Falou enquanto apontava pra janela fechada do quarto dele.

– Você veio aqui pra me contar isso? - Dei ênfase no "isso".

– Não, eu só vim conhecer o seu quarto, sabe como é... Tenho que dar as boas vindas pra toda e qualquer pessoa que for minha nova vizinha de janela.

– Fala sério, Travis. - Falei, colocando as mãos em punho na cintura.

– É que... - Começou, mas sua voz se tornou inaudível.

– Fala mais alto.

– Minha mãe me botou pra fora de casa essa noite. - Disse, finalmente, suspirando.

– Como assim te colocou pra fora de casa?! - Perguntei, quase rindo da cara de dó que ele estava fazendo.

– Ela soube da minha briga com o Henry. Não são só os Stone que puxam saco daquele cara, sabe... Ai eu pensei: "Bom, ela é legal e poderia me ajudar". - Falou, referindo-se a mim.

– E você quer ajuda exatamente com o quê? Já pensou em abrir a janela e entrar? - Questionei. Ele é o cara mais burro do mundo por não ter pensado nisso.

– Eu já tentei entrar. Pensa que eu sou burro? - Falou, com cara de tédio.

– Tem cara.

– Obrigado. Você é um amor de pessoa. E ai, vai me ajudar ou não? Eu juro que durmo em qualquer lugar. Só me deixa ficar aqui. Você não precisa nem falar comigo.

– Hum... - falei, pensando no que eu ia fazer. Tudo bem que ele era o cara mais irritante do mundo... Ele me deu carona hoje na volta pra casa, me emprestou o livro, e, por incrível que pareça, foi a única pessoa que me tratou bem até agora. Droga. Não tem como negar ajuda. - Tá bom, tudo bem. Mas só hoje. Se você arranjar mais algum problema, procure um albergue. Levanta! - Pedi, e quando ele levantou peguei meu cobertor e um dps meus travesseiros e os coloquei ao lado da minha cama. Travis me olhou com uma feição de confusão.

– Do seu lado? Faz o maior drama pra me deixar dormir aqui e coloca minha cama do lado da sua? - Perguntou, me olhando divertido.

– Você é irritante, não devia estar aqui e eu não devia falar com você, mas não deixa de ser um ser humano. - Falei, revirando os olhos.

– Você não consegue ser simpática, né?!

– Você não consegue não ser irritante, né?! - Retruquei, e ele colocou as mãos para o alto como sinal de rendição. - Você tá com fome ?

– Tô. Gosto de pão com queijo. - Ele falou, acenando para mim quando eu saí do quarto.

Voltei pro quarto com um balde de pipoca, o pão com queijo da coisinha irritante e dois copos de coca-cola. Joguei o pão nele, coloquei os dois copos no chão e me joguei na cama. Meus planos de ler foram pro saco, então o que me resta é assistir tv até o meu sono voltar.

– Você não tem curiosidade pra saber por que eu não falo mais com o Henry e companhia? - Travis perguntou, com a boca cheia de pão.

– Não. - Falei, dando de ombros. - Não me interessa muito saber sobre você.

– Me conta sobre você então.

– Eu sou brasileira, moro no Rio de Janeiro e vim fazer um intercâmbio de três meses que eu pensava que fosse ser muito legal, mas acabou que minha host-family é uma droga e ainda me prende com pessoas do colégio que são cheias de regras e que eu não quero ficar.

– É só não ficar com eles. - Deu de ombros e roubou o controle remoto da minha mão, colocando em um filme de ação que parecia ser extremamente chato.

– Não posso. Ouvi o Henry falando pra Hannah que se eu for, o senhor Stone vai dar um jeito de me mandar de volta pro Brasil. Eu só não entendo por que eles aceitaram receber um intercambista se na verdade não queriam.

– Sério que você não sabe? - Ele perguntou, soltando um riso fraco.

– Como eu saberia? Minhas conversas mais longas com alguém daqui foram com você. Olha bem minha situação.

– Assim você machuca meu coração. - Ele falou, e eu ri baixo. - Bom, se quer mesmo saber... O senhor Stone ta concorrendo pra governador, mas perdeu muitos votos depois que o flagraram xingando um brasileiro que estava visitando a cidade de macaco. Ele precisa reconstruir a imagem dele.

Fiquei algum tempo paralisada. Então o senhor Stone é preconceituoso. Então eu sou só parte do plano dele.

– Bom saber. Que horas eu te encontro amanhã pra ir pro colégio? - Perguntei, sem tirar meu olhar da televisão.

– 6:45. - Travis respondeu, divertido.

Se aquele velho acha que eu vou obedecer a qualquer uma das regras que ele me ditar, ele tá muito, mas muito errado mesmo.


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