All About Us escrita por The Huntress


Capítulo 40
Parachute, Colorado.


Notas iniciais do capítulo

Hey, hey. Esse capítulo deu trabalho. Passei o dia todo trabalhando nele – com a ajuda da minha prima e da minha amiga. Obrigada, garotas –, mas acho que valeu a pena. Boa leitura :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/570583/chapter/40

49

(P.O.V de ninguém)

A viagem foi cansativa para os semideuses e para o taxista. Eles haviam saído do acampamento dia cinco de maio. O dia havia passado rápido, e a manhã do dia seis já estava, praticamente, chegando ao fim. Eles chegaram à Parachute, Colorado, uma da tarde. O taxista dirigiu até chegar no seu limite, mas, como todo ser humano, ele precisava dormir. Os semideuses queriam parecer pessoas normais – o que não daria muito certo –, então pediram para o taxista parar em um hotel. E assim o homem fez.

Ele entrou no estacionamento de um hotel chamado Clanderwood. Os seis saíram do carro junto do taxista, Paula havia se oferecido para pagar a hospedagem do homem – o que garantiu a eles um desconto no preço da viagem. Eles entraram no hotel e Inara foi fazer as hospedagens. Só tinha um problema: não tinha quartos para todo mundo, ou seja, só tinham quatro quartos.

–Aconteceu alguma coisa? – perguntou Nico, observando a expressão nervosa de Inara.

–Temos um problema – disse Inara. – Só tem quatro quartos. Vamos ter que nos dividir.

–Bem, o taxista pode dormir em um quarto sozinho – disse Jason. Todos concordaram. Inara entregou a chave de um dos quartos para o homem, ele agradeceu e caminhou até o elevador.

–Como nós vamos dividir os quartos? – perguntou Paula.

Um silêncio constrangedor se instalou entre os semideuses, até Percy quebrá-lo.

–Vamos por afinidade. Eu posso ficar com a Beatriz... – disse Percy, envergonhado. – Claro, se ela não se incomodar.

Beatriz balançou a cabeça, concordando com o garoto. Ela, com certeza, não se incomodaria. A filha de Zeus ajeitou a mochila nos ombros e caminhou para o lado de Percy. Inara entregou uma chave para Percy.

–Eu posso ficar com a Inara – disse Jason, encarando a garota. – Tudo bem para você, Inara?

A garota deu de ombros, mas acabou concordando. Ela guardou uma chave dentro do bolso e olhou para Paula e Nico. Os dois estavam encarando a última chave que estava nas mãos de Inara. Pareciam não estar nem um pouco satisfeitos com o fato de que teriam que ficar juntos.

Sem mais nenhuma palavra, Inara entregou a chave à Paula. Os seis entraram em elevadores diferentes. Estavam pensando a mesma coisa: que eles queriam ter, pelo menos, um minuto sossego. Pena que isso não aconteceria.

50

Paula Adams

Assim que Paula e Nico adentraram o quarto, o filho de Hades jogou sua mochila na cama e logo depois jogou-se também. Paula ficou parada na frente da cama, com as mãos na curva da cintura, encarando o garoto. Nico apoiou-se nos cotovelos e olhou para ela.

–O que é? – perguntou Nico.

–Você devia tomar um banho primeiro – disse Paula.

Nico revirou os olhos e deitou-se novamente. Paula bufou e abriu sua mochila, a garota estava agradecendo silenciosamente por não ter esquecido de levar um pijama. Ela tomou um banho demorado, a água gelada em contato com sua pele a relaxava. Paula começou a pensar no que encontrariam em Las Vegas e a sensação de ser algo ruim a fez sentir calafrios.

Paula desligou o chuveiro, enxugou-se e colocou o pijama. Respirou fundo e saiu do banheiro, Nico ainda estava deitado na cama, encarando o teto. Paula fechou a porta do banheiro, chamando a atenção de Nico. O garoto olhou para ela.

–Uau – disse ele.

–O que foi? – perguntou Paula, encarando-o.

–Seu pijama.

–Algum problema com ele?

–Deixou você sexy – disse Nico, levantando-se da cama.

–Cala boca – disse Paula, sorrindo. – Vai tomar um banho, idiota.

Nico sorriu discretamente e caminhou até o banheiro. Paula sentou-se na cama e pegou um de seus livros da série House Of Night que tinha levado. Enquanto Nico tomava banho, Paula lia.

Quando Nico saiu do banheiro, Paula abaixou o livro e riu, enquanto encarava Nico. Ele estava usando apenas uma cueca preta.

–O que foi? – ele perguntou, percebendo que Paula estava rindo.

–Nada – ela disse, inocente.

–Hum, tá. Vai para lá, você está do meu lado da cama.

Paula revirou os olhos e afastou-se para o outro lado. Ela voltou a ler e Nico sentou-se ao seu lado. Eles ficaram em silêncio por alguns minutos, até Nico encostar a cabeça no ombro dela e perguntar:

–Posso ler junto com você?

Paula prendeu um sorriso.

–Se você conseguir me acompanhar... – ela deu de ombros.

Nico ajeitou-se ao lado de Paula, um pouco perto demais, e começou a ler junto com ela. Mas Paula já estava começando a se estressar com ele, pois quando ela queria virar um página, Nico não deixava.

–A Zoey devia ficar com o Kalona – Nico comentou.

–Por quê? – Paula abaixou o livro, encarando o filho de Hades.– Ela gosta do Stark e eles são fofos juntos.

–Bem, porque as mulheres gostam dos caras maus. Só por isso – Nico respondeu.

Nico e Paula continuaram encarando-se por tempo indeterminado. A garota sentiu seu coração começar a acelerar. O que estava acontecendo com ela? Por que ela ficava tão estranha quando estava perto dele? Paula não sabia se gostaria de saber a resposta.

Nico tirou o livro das mãos de Paula e o colocou em uma cômoda, ao lado da cama. Ele colocou uma mão na cintura da garota e, em movimento rápido, a puxou para baixo, deixando-a deitada. Paula já sentia que seu coração iria quebrar as suas costelas. Ela colocou as mãos nos cabelos de Nico e acariciou sua nuca. Ela percebeu que Nico arrepiou-se, Paula sorriu. Por que ele tinha que ser tão lindo? Era uma beleza diferente, quase misteriosa, e Paula já estava começando a gostar disso.

Sem perder mais tempo, Nico selou seus lábios. O beijo começou calmo, mas foi aprofundando-se. Paula já estava imaginando que Nico poderia passar dos limites, mas ele não fez nada disso. Apenas continuou beijando-a até o ar tornar-se necessário. Quando o beijo encerrou-se, Nico acariciou o rosto de Paula.

–Boa noite, peixinha.

O garoto beijo a testa de Paula. Ele deitou-se ao lado dela, aconchegou-se entre as cobertas e fechou os olhos. Paula virou-se de lado, encarando-o e sussurrou:

–Boa noite, cadáver.

51

Inara Forbes

Inara entrou primeiro no quarto, pois Jason deu a desculpa de que iria comprar algo para comer e voltou para o saguão do hotel. Sem perder tempo, Inara pegou um pijama que havia levado e entrou no banheiro.

A garota deixou a água morna do chuveiro entrar em contato com a sua pele. Inara estava aliviada por estar tomando banho. Ela escutou quando a porta do quarto fora aberta e estremeceu. Inara se sentia bem quando estava perto de Jason, mas tinha medo, receio. Talvez, isso fosse consequência do que acontecera no seu passado. Por que as coisas tinham que ser tão difíceis?

Inara desligou o chuveiro, enxugou-se, colocou o pijama e saiu do banheiro. Jason estava sentado na cama, tirando os tênis. Quando ele levantou os olhos para observar Inara, a garota sentiu-se corar. Talvez porque suas pernas estavam à mostra ou porque Jason estava olhando com certo interesse para ela.

–Conseguiu algo para comer? – perguntou Inara.

Jason balançou a cabeça, negando.

–Mas trouxe isso para você.

Jason pegou algo que estava ao seu lado e direcionou a Inara. A garota ficou surpresa, muito surpresa. Inara pegou o presente. Era uma rosa.

–O-obrigada – Inara xingou-se mentalmente por ter gaguejado.

Jason sorriu e caminhou na direção do banheiro. Inara sentou-se na cama e ficou observando a rosa. Era uma rosa vermelha, muito bonita. Ela levou a rosa até o nariz e sentiu o aroma da flor. Os olhos de Inara ficaram marejados. Por que Jason tinha que ser tão... Diferente?

Alguns minutos depois, Jason saiu do banheiro. O garoto estava usando apenas samba canção. Inara tentou, inutilmente, desviar os olhos do corpo de Jason.

–O que foi? – perguntou Jason.

–Nada... Eu já vou dormir.

Inara deitou na cama e aconchegou-se entre as cobertas. Jason deitou-se ao lado dela e, em um movimento rápido, puxou Inara para perto de si. A garota ficou petrificada. Ela já deitara na mesma cama que Jason, mas nunca ficara tão perto dele.

Jason levantou gentilmente o queixo de Inara com uma mão, eles encararam-se. Jason sorriu e por um momento Inara esqueceu o seu lado que dizia para afastar-se de Jason. Ela queria beijá-lo.

Como se conseguisse ler os pensamentos de Inara, Jason beijou-a. Inara voltou a sentir as mesmas coisas que sentiu quando Jason a beijou pela primeira vez. A sensação de estar completa. Inara gostava dessa sensação, fazia muito tempo que ela não se sentia assim. E era grata a Jason por isso.

O beijou aprofundou-se mais e Inara percebeu que não queria que aquele beijo terminasse tão cedo, porém a falta de ar tornou-se presente, impedindo que o beijo continuasse.

–É bom ter você aqui, Inara – Jason sussurrou. – É muito bom.

Inara sentiu suas bochechas corarem. Ela o beijou novamente.

–Boa noite, Grace – ela sussurrou entre seus lábios.

Jason sorriu e Inara afastou-se do garoto, o suficiente para que ele não conseguisse ver o sorriso bobo que se formara nos lábios da garota.

52

Beatriz Collins

Assim que Beatriz e Percy entraram no quarto, ele foi tomar banho. Beatriz sentou-se na cama, colocou os cotovelos nas pernas e a cabeça nas mãos. Seus pensamentos foram diretamente até Haden. Onde ele estaria? O que estaria fazendo? Como estaria? Beatriz escondeu o rosto com as mãos, não queria chorar por causa do filho de Hécate, mas era quase impossível lembrar dele e não chorar. Beatriz já estava cansada disso.

Quando Percy saiu do banheiro, Beatriz levantou rapidamente da cama e abriu sua mochila. Ela não queria que ele a visse chorar. Sem dizer nenhuma palavra ao filho de Poseidon, Beatriz pegou seu pijama e foi para o banheiro. Enquanto tomava banho, deixou as lágrimas caírem por seu rosto. Por que ela tinha que sentir saudades dele? Por que tinha que sofrer tanto?

Sem querer demorar muito, Beatriz controlou as lágrimas e terminou o banho. Vestiu-se e saiu do banheiro. Ela fechou a porta e encostou-se à mesma, Percy estava deitado na cama, parecia estar dormindo, ele estava usando apenas uma calça de moletom. Ela observou o semblante calmo do garoto, os cabelos escuros, a pele levemente bronzeada, o peito nu subindo e descendo com a respiração calma... Beatriz sentiu algo familiar tomar conta de si, algo bom. Era incrível o jeito que Percy conseguia mexer com ela.

A filha de Zeus caminhou até a janela do quarto e encarou o céu. Ela queria tanto que seu pai pudesse ajudar à ela e a seus amigos. Beatriz suspirou, frustrada.

Ela virou-se quando sentiu alguém tocando seu ombro. Era Percy. O garoto estava ali, de pé, com os cabelos bagunçados e um sorriso no rosto. Ele caminhou até o lado dela e encarou o horizonte. Beatriz o encarou.

–Você está bem? – Beatriz perguntou.

–Só estou pensando... – Percy respondeu.

–Em que?

–E se não conseguirmos terminar essa missão? – Percy a encarou. A expressão dele transbordava preocupação e nervosismo.

Beatriz suspirou.

–Nós vamos conseguir!

–Como você pode ter tanta certeza?

–Por que estamos juntos – ela disse, segurando a mão de Percy. – Por que temos um ao outro.

Percy fitou os olhos de Beatriz, ele a puxou para perto e a abraçou. A garota retribuiu o abraço e respirou fundo. Percy tocou no queixo de Beatriz gentilmente e levantou sua cabeça, a garota não protestou e encarou o garoto. Sem perder tempo, o garoto selou seus lábios, Beatriz ajeitou-se nos braços de Percy de modo que ela conseguiu colocar suas mãos na nuca dele e ele conseguiu segurá-la pela cintura. O beijo se aprofundou, Percy apertou Beatriz contra seu corpo.

O beijou encerrou-se quando a falta de ar tornou-se presente. Percy encostou sua testa na de Beatriz, como fez da primeira vez que a beijou. O nariz dos dois a centímetros de distância. A respiração dos dois encontravam-se. Ele beijou a ponta do nariz dela e a virou de costa para ele, de modo que Percy ficou atrás dela, abraçando-a pela cintura.

Eles ficaram contemplando o cair da tarde enquanto Beatriz pensava que ela, de algum jeito, estava no lugar certo, na hora certa e com a pessoa certa. E essa pessoa não era Haden, mas sim Percy Jackson.

53

(P.O.V de ninguém)

Às três horas da tarde, coincidentemente, os garotos saíram juntos de seus quartos. Desceram até o saguão do hotel e foram até a recepção, perguntaram onde ficava o restaurante e a recepcionista mostrou a direção para eles. Antes que os três pudessem adentrar o local, viram uma coisa que os fizeram parar a centímetros das portas de vidro.

–Me digam que aquilo não é o que eu estou pensando – sussurrou Nico.

–Por Júpiter! – disse Jason, arregalando os olhos. – Que diabo é aquilo?

–É um lestrigão – disse Percy.

Como se tivesse escutado a voz dos garotos, o monstro virou-se para eles. O lestrigão estava no meio do restaurantes, os mortais passavam por ele e nem o notavam. Deviam estar vendo apenas um cara muito alto. O lestrigão, sem hesitar, correu na direção das portas de vidro, derrubando pessoas, mesas e cadeiras no caminho. Os garotos correram na direção oposta e abaixaram-se quando o monstro jogou-se contra a porta, espalhando vidro por todos os lados.

Os semideuses recuperaram-se rapidamente e correram para a escada de incêndio. Estavam tão nervosos que tropeçavam a todo momento. O monstro disparou atrás deles.

Assim que chegaram ao terceiro andar, eles dividiram-se. Percy entrou no quarto do taxista, não hesitou em acordar o homem. Percy o sacudio pelos ombros, o homem acordou sobressaltado.

–Algum problema? – o taxista perguntou, levantando da cama.

–Temos que ir embora! Vamos, levanta! – Percy correu até a janela e a abriu. – Saia pela janela! O saguão do hotel está um pouco... Conturbado.

Saindo do quarto do homem, Percy adentrou o quarto que dividia com Beatriz. Viu a garota ajeitando os cabelos, ela já havia tomado banho e Percy se perguntou como ela conseguiu tomar banho tão rápido. O garoto fechou a porta tão bruscamente que Beatriz virou-se para ele com uma expressão de susto.

–Você está bem, Percy? Aconteceu alguma coisa? – a garota perguntou.

–Temos que ir embora, Beatriz. Tem um monstro aqui – Percy disse, enquanto pegava sua mochila e a Contracorrente.

Sem perder tempo, Beatriz pegou sua mochila e colocou nos ombros. A garota correu para a porta, mas Percy correu até a janela. Beatriz o encarou com uma sobrancelha erguida.

–O que você está fazendo? – ela perguntou.

–Temos que ir pela janela – Percy estendeu a mão para Beatriz. – Venha.

Sem hesitar, Beatriz correu até a janela e subiu junto com Percy. Fora fácil descer, pois ela conseguia voar. Eles chegaram ao chão em poucos segundos. O taxista já estava lá embaixo, como ele havia conseguido chegar lá sem quebrar nenhum osso, era um mistério.

Ao lado do quarto de Beatriz e Percy, Jason adentrou o quarto que dividia com Inara. A garota estava ajeitando sua mochila e, aparentemente, ainda não tinha percebido que algo estava acontecendo. Jason percebeu que ela já havia tomado banho. O garoto correu até sua mochila, Inara o olhou assustada.

–Vamos, temos que sair daqui! – disse Jason.

–O que? – Inara o encarou. – Por quê?

–Tem um monstro aí... – enquanto Jason falava, o prédio estremeceu. – Temos que ir. Agora!

Sem protestar, Inara colocou a mochila nos ombros e seguiu Jason até a janela do quarto. Assim como fora fácil para Percy e Beatriz saírem do prédio pela janela, também fora fácil para Inara e Jason, por causa dos poderes do garoto. Assim que eles chegaram ao chão, encontraram-se com Beatriz, Percy e o taxista.

Ainda no prédio, do outro lado do corredor, Nico conseguia ouvir os passos do gigante cada vez mais perto. Nico assustou-se quando o alarme de incêndio começou a soar. Ele não estava animado para saber o que havia provocado aquilo. O garoto adentrou o quarto que dividia com Paula, tendo em mente que o lestrigão já estava alcançando o terceiro andar. Ele avistou Paula deitada na cama, a garota parecia ter tomado banho, mas voltara a dormir. Nico revirou os olhos.

O prédio estremeceu novamente. Nico pegou a primeira coisa que viu: uma jarra de água, e despejou o conteúdo em Paula. A garota acordou em um pulo, cuspindo água. Ela lançou um olhar mortal para Nico.

–Ficou maluco, Nico? Cacete! – disse Paula, levantado-se da cama.

Nico correu até sua mochila e jogou a de Paula nas mãos da garota.

–Olha, quando estivermos longe daqui você poderá me bater, me xingar e, se for o caso, até me matar, mas, agora, temos que sair daqui!

O prédio estremeceu violentamente. Pela primeira vez, Nico estava rezando para que as pessoas que estavam hospedadas no hotel tivessem conseguido sair antes que algo ruim acontecesse com elas.

–Que porra é essa? – perguntou Paula, referindo-se ao barulho do alarme de incêndio. – O prédio está pegando fogo?

–Não. Tem um lestrigão aqui.

–Como vamos sair daqui? Não dá para sair pela janela, senão morremos assim que chegarmos ao chão.

Nico olhou ao redor, tenso, e, assim que seus olhos encontraram a porta do banheiro, o garoto teve uma ideia. Nico puxou Paula pela mão e a levou até o banheiro. A garota tentou protestar, mas Nico estava segurando firmemente seu pulso. O filho de Hades fechou a janela e a cortina, deixando o banheiro um breu. Ele segurou as mãos de Paula.

–Posso saber o que você vai fazer? – a garota perguntou.

Sem nenhum aviso, Nico viajou nas sombras com Paula. Assim que chegaram à frente do prédio, Nico soltou a mão de Paula e a garota curvou-se para frente, vomitando. Ela não estava acostumada a viajar nas sombras. A frente do prédio estava lotada de pessoas, os hóspedes. O hotel estava pegando fogo.

–Eu juro que vou matar você, cretino! – disse Paula, recuperando-se.

A porta de entrada do prédio explodiu em milhões de pedacinhos de vidro. O lestrigão saiu em disparada por ali, segurando uma bola gigante de bronze nas mãos. Os outros semideuses juntaram-se com Nico e Paula.

–Temos que atraí-lo para longe daqui! – disse Beatriz, histérica. – Ou, então, ele vai matar todo mundo.

Os outros concordaram. O taxista já estava esperando-os dentro do táxi, os seis adentraram o veículo e mandaram o homem acelerar, mas isso foi inútil. O lestrigão estava seguindo-os, mais uma vez Beatriz estava sentindo-se inútil por não ter um arco e uma aljava.

–Temos que dar um fim nele – disse Paula, olhando pelo retrovisor do carro.

–Tenho um plano – disse Nico. – Taxista, pare o carro.

O homem fez o que Nico mandou, o táxi parou e os seis saltaram de dentro do mesmo. Todos olharam para Nico.

–É o seguinte: Jason e Beatriz, voem e tentem acertá-lo na cabeça. Paula e Percy, distraiam o monstro, façam ele pegar uma bola de bronze. Inara e eu... Sombras.

Para Beatriz, Paula, Jason e Percy o que Nico falara fora algo complementarmente sem sentido, mas Inara entendeu na hora o que Nico estava querendo dizer. A garota correu para perto de Nico, ficando de frente para o monstro. Jason e Beatriz fizeram o que Nico disse, empunharam as espadas e voaram até a cabeça do monstro. Paula e Percy correram até os pés e cravaram suas espadas no mesmo, o monstro urrou de dor. Beatriz e Jason cravaram suas espadas na têmpora do lestrigão, fazendo-o pegar uma de suas bolas de bronze. Inara e Nico ficaram em seu lugares, concentrados.

Os filhos de Hades fariam tudo rápido. Trocaram um olhar e, juntos, levantaram as mãos para o céu. A sombra do lestrigão pareceu obedecer o movimento e alongou-se na frente do monstro. Por um momento, o monstro não conseguiu mover o braço. Paula e Percy continuaram cravando suas espadas nas pernas do lestrigão enquanto Beatriz e Jason cravavam as espadas no rosto e nos ombros.

Nico e Inara mexeram as mãos novamente, a sombra do lestrigão os seguiu, consequentemente o braço que estava segurando a bola de bronze também seguiu. O monstro rugiu, tentou mover o braço, mas Inara e Nico estavam concentrados demais. Em um movimento rápido, os dois jogaram seus braços para cima, fazendo o monstro jogar o dele também. A bola de bronze voou de suas mãos.

–AFASTEM-SE! AGORA! – Nico gritou para os amigos que estavam perto do monstro.

Beatriz e Jason voltaram para o chão, os seis semideuses correram para longe do monstro. O lestrigão tentou ir atrás, mas a bola de bronze chocou-se com ele segundos depois, fazendo o mesmo explodir. A força da explosão impulsionou os semideuses para frente, eles foram lançados contra o afasto e caíram rolando no mesmo. O táxi também fora impulsionado para frente, mas, felizmente, não capotou.

Quando a explosão cessou, o taxista saiu correndo do carro. Ele correu na direção dos semideuses, ajoelhou-se ao lado de Percy e Inara que estavam mais perto, porém falou com todos.

–Queridinhos, me digam que vocês estão bem – disse o homem. A voz afeminada que o homem deixou escapar provocou risadas nos semideuses.

–Vamos ficar bem – Beatriz respondeu. – Obrigada pela preocupação.

O homem caiu sentado no chão, respirando aliviado.

–Graças a Deus. Eu ficaria m-a-l-u-c-o se algo acontecesse com vocês. Não precisam me explicar nada sobre o que aconteceu; seria loucura demais para minha cabeça.

Mais risadas irromperam dos semideuses. Os seis haviam chegado à mesma conclusão: o taxista era gay.

–Agora, levantem, amores. Ainda temos sete horas de viagem.

Os semideuses foram levantando devagar. Tentando checar se não havia nenhum osso quebrado. Mancaram até o táxi e adentraram o mesmo. O taxista ajustou o retrovisor e encarou os seis.

Qual é a próxima parada? – ele perguntou.

Hogs & Heifers, por favor disse Inara.

E então, o taxista pisou fundo no acelerador. E foi naquele momento que os semideuses deixaram ali, junto com o asfalto chamuscado, o medo que tinham da missão. Eles sabiam que nada seria fácil enquanto estivessem longe do acampamento, mas não podiam ficar com medo em todos os momentos.

E eles seguiram viagem. Próxima parada: Las Vegas, a cidade do pecado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Comentem, por favor.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "All About Us" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.