All About Us escrita por The Huntress


Capítulo 2
Os desconhecidos.


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo, espero que gostem. Boa leitura



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1

Paula Adams

Paula está no seu quarto, no internato onde vive. Seus olhos estão escuros e, até mesmo, opacos e seus cabelos estão bagunçados, espalhados pela cama. Paula sempre fora uma pessoa bastante reservada. Sua aparência contribui para que ela permaneça quieta e sem chamar atenção, o que é bom. Ela tem 1,55 metros, quinze anos, cabelos pretos, olhos verdes-azulados e pele branca. A única coisa que destoa sua beleza reservada é uma cicatriz que tem no quadril. É algo que a tira do sério.

Ela está ouvindo uma música qualquer nos fones de ouvido. Encara o teto e pensa no que faria ao longo do dia. Não repara quando duas pessoas invadem o quarto. Ou melhor, uma pessoa invade, a outra apenas entra atrás. Beatriz e Inara, pensa.
Seus olhos estão  abertos, mas se nega olhar a figura sorridente que paira a cima dela. Porém, quando seus fones de ouvido são arrancados do lugar, se vê obrigada a encarar a pessoa.

— Não estava me escutando? — Beatriz pergunta. Parece um pouco impaciente.

Beatriz parece incrivelmente bem disposta. Seus olhos brilham e seus cabelos estam incrivelmente bem penteados. Parece radiante.
Ela sempre fora uma garota muito divertida. Era raro vê-la sem ânimo para algo. Porém, era impressionante o quanto ela se cobrava com as coisas. Sempre tentava ser a melhor em tudo, parecia que queria agradar alguém a qualquer custo. E quando estava com raiva... Era tão imprevisível quanto uma tempestade.

Beatriz sempre fora bonita. Com seus longos cabelos negros, olhos azuis, sorriso bonito, dezesseis anos e 1,60 metros encantava qualquer pessoa com seu jeito de falar, sorrir e de se expressar.

— Fones. Música. Último volume. Você acha mesmo que eu escutaria alguma coisa?

Beatriz revira os olhos. Ela se senta na cama e Paula repetiu o movimento. Ela olha para o canto da porta, que agora está fechada, e vê Inara encostada à mesma.

— Ela — Inara aponta para Beatriz. — me acordou, praticamente, de madrugada só para vir aqui.

Inara sempre fora a mais misteriosa das três. Paula sempre achou que a aparência dela colaborava para isso. Ela tinha cabelos longos e negros, olhos igualmente negros, dezessete anos e 1,52 metros. Inara era uma garota bastante bonita, mas muito misteriosa. Diferente de Beatriz, Inara gostava de ficar quieta e sozinha, apenas com a companhia de algumas música de rock. Ela era a garota mais desconfiada que Paula já conhecera e a mais inteligente também. Enquanto Paula e Beatriz tiravam B- nas matérias, Inara sempre conseguia um B+ ou até mesmo um A.

— Madrugada? — Beatriz ergue uma sobrancelha. — São dez horas.

— Tanto faz — Inara revira os olhos.

Beatriz bufa. A constante falta de interesse de Inara em atividade ao sol ou atividades que exigissem ficar apenas de biquíni por aí sempre deixava Beatriz irritada. E por isso Paula se via na obrigação de apartar algumas brigas entre as duas. Paula sempre fora muito eclética nessas situações. Amava ir à piscina como Beatriz, mas, também, amava ficar sozinha em seu quarto como Inara. Então, quase não brigava com nenhuma das duas.

Alguns minutos depois, Beatriz levanta-se da cama e, ignorando a cara de tédio de Inara, dá um sorriso radiante. Paula conhece Beatriz bem o suficiente para saber que ela havia acabado de ter uma ideia.

[...]

— Vamos meninas, hoje é sábado! — Beatriz diz.

— E daí? — Inara pergunta.

— E daí que todas as pessoas, em sã consciência, estão lá fora fazendo algo muito mais animado do que ficar dentro de um quarto — Beatriz cruza os braços, fazendo bico.

— Gostei da ideia. Eu topo ir à piscina, e você Inara? — Paula pergunta, olhando para a amiga.

— E eu tenho escolha? — Inara a encara, ela está visivelmente com tédio. — Em pleno século XXI e eu não tenho direito de escolha. Incrível.

Beatriz manda língua para Inara e sai do quarto. Alguns minutos depois volta com dois biquínis em mãos. Trocam-se e em vinte minutos já estam prontas. Paula sai do quarto junto com as amigas e vão em direção à piscina.

Em todo o percurso Paula percebe que Beatriz cumprimenta alguém. Até o cara, na opinião de Paula, mais gato do internato fala "oi, Beatriz" para a garota, o que faz Inara e Paula trocarem um olhar.
Assim que chegam à piscina Beatriz tira o short e pula na água de uma forma perfeitamente desengonçada.

— Por que somos amigas dela mesmo? — Inara pergunta para Paula, olhando para Beatriz por cima dos óculos escuros que usava.

— Ela é louca, mas é legal — Paula respondeu sem olhar para Beatriz.

Inara assente e dá um de seus raros sorrisos. Assim que acham uma mesa, sentam-se e logo a piscina se torna irresistível para Paula. Ela tira o short e pula dentro d’água. Paula avista Beatriz sentada em dos bancos do bar molhado conversando com o garçom.

— Paula, vem cá! — Beatriz grita, acenando com uma mão.

Paula está indo até lá quando uma sensação ruim toma conta dela. A sensação a deixa atordoada, mas não a incomoda até porque está dentro d’água e a água sempre a ajudava a ficar bem. Mas, dessa vez, ela realmente fica um pouco enjoada. Paula chama Beatriz para saírem da piscina. A garota já sabia que alguma coisa tinha acontecido com Paula para que ela quisesse sair da água. Beatriz chamoa Inara com um aceno de mão e ela as segue.

— O que aconteceu? — Inara pergunta.

— Senti algo estranho. Uma sensação ruim.

— Vamos para o dormitório – Beatriz diz. — Tem muitos ouvidos por aqui.

Elas vão para o quarto de Paula e antes que ela explicasse alguma coisa para as amigas, resolvem tomar um banho primeiro. Depois que Beatriz e Inara terminam seus banhos encontram Paula no seu quarto. Decidem ir comer alguma coisa enquanto conversavam. Beatriz fica abraçando Paula todo o trajeto do quarto ao refeitório e Inara fica calada o caminho inteiro. Isso é uma das coisas que Paula mais gosta, são uma espécie de família. Beatriz é a “mãe”, sempre preocupada com Paula e Inara, está sempre pronta para ajudá-las em qualquer situação e dar-lhes conselhos. Inara é a “filha inteligente”, é sempre tão esperta e com boas notas, por ser calada e quieta nunca deu muito trabalho. Já Paula, é a “filha rebelde”, sempre foi um pouco esquentada e nunca levou desaforo para casa, motivo pelo qual tinha uma cicatriz, sempre deu mais trabalho.

Assim que chegam ao refeitório, Paula pega uma porção de batata frita e um Milk-shake de ovomaltine, Inara pega um redbull e ruffles e Beatriz pega refrigerante e donuts. Andam até os bancos do jardim e sentaram.

— O que aconteceu, Paula? — Inara pergunta.

— Eu... Eu não sei. Na verdade, tive uma sensação ruim.

Beatriz abre a boca para falar algo, mas um barulho muito forte a faz calar-se. O barulho fez parecer que um gigante havia pisado no internato. Os pelos da nunca de Paula eriçam-se.

— O que foi isso? — pergunta Beatriz.

— Acho que veio do outro lado do jardim — diz Paula, ficando de pé.

Paula troca um olhar com as amigas e as três caminham cautelosamente até o outro lado do jardim. O local estaria vazio se não fosse por um monstro enorme que está enlouquecido à frente delas. Beatriz coloca as mãos na boca, visivelmente chocada. Paula e Inara trocam um olhar. O monstro de várias cabeças olha na direção delas e avança para a frente. Inara é a primeira a sair correndo, Paula puxa Beatriz, que parece petrificada, e corre atrás de Inara. Escondem-se atrás de um banco de mármore e Beatriz começa a tremer e a puxar o ar com força para dentro dos pulmões. Ela sempre teve um problema sério de nervosismo e quando isso acontecia, ela chorava convulsivamente, tremia e ficava com falta de ar. Ela já deu uns bons sustos em Paula e Inara quando ficava assim.

Paula está tão concentrada em tentar acalmar Beatriz que quase não percebeu quando um trio, composto por dois garotos e uma garota, pulam na frente do monstro e tentam o matar de todo o jeito possível.

— Nós vamos morrer — Beatriz geme.

— Shhh. Fica calma! — Paula diz.

Um dos garotos debruça-se por cima do banco, onde as garotas estão, e as olha intensamente.

— Vamos protegê-las — o garoto diz, voltando para a batalha depois.

Inara levanta-se e enquanto Paula levanta, tenta levantar Beatriz. As três tentam correr pra o outro lado do jardim, onde Beatriz pode sentar-se e acalmar-se, mas o monstro as vê e se arrasta na direção delas. Paula nunca tinha se sentido tão impotente antes. Era como se ela pudesse fazer algo, mas não sabia o quê. Inara parece estar do mesmo jeito, pois sua expressão é fechada e ela murmura algo. Para a alegria delas, o trio desconhecido que está ali corre para frente delas e as protegem com escudos da investida do monstro.

— Saiam daqui! Corram! — um dos garotos fala.

— Não, elas são semideusas. Podem ajudar! — outro menino fala.

Então, um dos meninos loiros joga três facas para as três. Paula o escuta chamá-las de adagas. A palavra “semideusas” fica reverberando na cabeça de Paula. O que ele quis dizer com isso? Antes que ela pudesse processar o que estava pensando, Inara corre para alcançar o trio desconhecido, mas Beatriz senta-se no chão e coloca as mãos no rosto. Paula agacha-se ao seu lado e sussurra:

— Tudo bem se você quiser ficar aqui. Inara e eu vamos ajudá-los.

Beatriz balança a cabeça, negando. Com um pouco de esforço ela se põem de pé e dá um sorriso cansado para a amiga. Paula assente e as duas correm em direção ao monstro de várias cabeças.

Não é uma boa luta para Paula, Inara e Beatriz. As três mal sabem o que fazer e a garota desconhecida é chata e durona demais e quase não deixava Paula chegar perto do monstro. Mas, a garota não estava a fim de obedecê-la. Paula corre para trás do monstro e a sua adaga no mesmo. O monstro guincha de dor e a cabeça do meio solta uma lava verde. Primeiramente Paula achou que fosse catarro, mas suas duvidas mudaram quando essa “lava verde” fez um banco de mármore derreter. Se Beatriz já estava chocada antes, com esse novo truque do monstro ela entrou em coma. Fica parada olhando para o banco enquanto ele derrete-se e se transforma em algo sem nenhum sentido. Paula odeia quando a amiga fica assim.

— Will, as flechas! Acenda as flechas! — o garoto de olhos cinza grita. Will assente. — Clarisse, me ajude a cortas as cabeças! — Clarisse dá um sorriso sombrio e faz o que o garoto mandara.

Clarisse e o garoto ainda sem nome cortam uma cabeça do monstro sempre que o mesmo abaixa enquanto Will atira flechas, que estão acessas com fogo nas pontas, nos pescoços. Aos poucos o monstro vai sendo decepado, queimado e vira uma montanha de pó. Paula vai para perto de Beatriz e percebe que ela estava segurando a lança da adaga com tanta força que havia cortado sua mão e o sangue estava pingando no chão. Paula tira a adaga da mão da amiga e analisa o corte, não foi algo fundo.

— Acho que preciso de um psiquiatra — Beatriz murmura.


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Notas finais do capítulo

Bem, esse foi o primeiro capítulo. Espero que vocês tenham gostado. Não esqueçam de comentar, por favor :3