Everybody Talks. escrita por Larissa Verlindo


Capítulo 1
La gente parla, amore.


Notas iniciais do capítulo

Olááá~

Voltei com mais uma one Thalico! E, dessa vez, quero agradecer (mais uma vez) profundamente a Dama do Poente, que revisou a fic. Muuuuuuito obrigada por tudo! Tu é maravilhosa! ♥

Essa one é bem bobinha, mas eu queria postar mais alguma coisa Thalico, então... Espero que gostem!

P.S: Vocês devem ter percebido que o titulo do capítulo está em Italiano (avá), então, só para não deixar dúvidas, o que está escrito é: As pessoas falam, amor.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/570461/chapter/1

Há quatro coisas no mundo que me deixam louco, são elas:

Fofocas;

Pessoas intrometidas;

Indecisão;

Thalia Grace.

Mas, de todos esses itens, o pior é o quarto: Thalia Grace. Ela tem a capacidade incrível de me tirar do sério e me deixar louco – embora, algumas vezes, isso seja algo positivo. Nunca sei o que essa garota pensa ou como ela vai agir, é tão inconstante que me faz ir à loucura. Sem falar quando ela não se decide em algo, Deuses, isso me faz querer matá-la (como havia dito, odeio indecisão).

Entretanto, há certas coisas nela que me fazem querer prendê-la a mim pelo resto das nossas vidas. Como, por exemplo, o jeito que ela põe o cabelo atrás da orelha quando fica sem graça, a cor dos seus olhos quando está brava comigo, as sardas espalhadas de modo gracioso pela sua face... E tudo isso só me deixa mais puto da vida. Por quê? Odeio ser tão imbecil a ponto de amar alguém como ela. Ela não consegue nem decidir se prefere Green Day ou Arctic Monkeys, caramba!

Então, como saber se ela está certa sobre ficar comigo? E se ela quiser voltar com o ex, Luke? E se ela quiser os dois? E se ela não quiser nenhum dos dois? E se, e se, e se. Odeio como ela me faz questionar tudo e me faz usar tantos “e se”. Na verdade, odeio “e se”, isso não deveria existir. Ou melhor, “e se” e Thalia Grace não deveriam existir, isso facilitaria muito a minha vida.

Pelos Deuses, sou tão idiota que quem não deveria existir sou eu!

Continuei pensando em todas as coisas que odeio e amo sobre Thalia Grace enquanto fazia meu caminho até sua casa. Sim, eu estava indo até a casa dessa maldição de pessoa. Taí mais uma coisa que eu odeio: não consigo negar nada a essa garota. A cara meiga que ela faz quando negamos algo é tão divina que todos acabam dizendo sim. Ou quase todos, os únicos que conseguem negar algo a ela são suas duas melhores amigas: Annabeth e Reyna. Já até pedi ajuda para elas, mas dizer não para a Thalia é impossível para mim. Droga! Estou caído de amores por essa imbecil. Caminhei por mais dez minutos até chegar em frente a uma casa azul com branco, de dois andares, a casa da garota que eu amodeio. Apertei a campainha diversas vezes e ouvi uma voz feminina gritar um ‘já vai, caralho!’; dei risada porque irritá-la era ótimo e rir disso era melhor ainda. Ela abriu a porta e sorriu sarcasticamente – Thalia nunca sorria meigamente para mim, apenas quando queria algo –, fez um gesto com a mão indicando para eu entrar e fechou a porta atrás de mim.

— Demorou Nico, até achei que tivessem te matado no caminho.

— Caso não tenha percebido, minha casa não é relativamente perto da tua e eu ainda não consigo correr na velocidade da luz.

Ela deu O sorriso de quem iria desbancar alguém. E, infelizmente, esse alguém era eu.

— Já na cama... Mais rápido que a velocidade da luz. — minhas bochechas se tornaram rubras e ela riu da minha vergonha. Inclinou-se sobre os dedos do pé e beijou minha bochecha como desculpa.

— Não acha que alguém pode ter me visto entrando na sua casa?

Thalia negou com a cabeça e murmurou um ‘relaxa’. Dei de ombros e a segui até seu quarto. Subi as escadas e parei quando a vi a porta com uma placa escrita “quarto da Thals, fique longe!”. Já vira essa placa tantas vezes, mas sempre dou uma risada, não sei exatamente o porquê. Entrei no quarto, pois ela estava me apressando.

— O que vamos jogar hoje?

Thalia sorriu maliciosa e disse:

— Que tal jogar um jogo com bastante contato humano?

— Oh, entendi. — decidi provocá-la. — Você quer jogar Twister.

Ela revirou os olhos, mas riu, negando com a cabeça.

— Twister é fichinha perto do que vamos fazer Nico.

Foi minha vez de dar um sorriso malicioso. Aí está a Thalia me enlouquecendo novamente, só que dessa vez em um sentido bom, muito bom. Joguei-a na cama e fiquei por cima dela, selei nossos lábios com urgência, enquanto minhas mãos se firmaram na sua cintura. Thalia puxava meu cabelo devagar e isso só me enlouquecia mais ainda. Deuses, tudo nessa garota me enlouquece. Pouco a pouco nossas vestes foram sendo tiradas. Comprei a passagem para o País das Maravilhas e não irei desperdiçar.

N&T

Estava pondo os pés para fora da casa da morena quando ela me puxa para mais um beijo de despedida. Estávamos visíveis demais, mas nem nos importamos ou pensamos sobre sermos pegos. Esse foi nosso maior erro.

A caminhada até minha casa foi tranquila, assim como as horas que passei dentro da mesma. Tudo estava tranquilo. Mas o problema não foi a noite de terça e sim a manhã de quarta, que foi o dia onde tudo aconteceu.

Arrumei-me como sempre fazia todas as manhãs, entretanto, havia um sentimento estranho em mim, como se algo fosse acontecer. E, então, eu temi que fosse sobre o beijo de ontem, algo me dizia que era exatamente sobre isso, mas resolvi ignorar. Paranoia minha, pensei. Tomei café da manhã com minha família e dirigi até a escola.

Quando desci do carro, todos os olhares viraram para mim, e isso não é algo normal de acontecer comigo. Eu era bonito, mas nunca chamei tanta atenção, o que era bom, pois estava me sentindo incomodado com tantos olhos vidrados em mim. Dei de ombros, ignorando aquele pressentimento dentro de mim, e me encaminhei até meu armário. Assim que cheguei nele, avistei Thalia.

— Oi. — cumprimentou sorridente.

— E aí? — devolvi, também sorrindo. De repente, todos os barulhos pararam e todos estavam com a atenção focada em nós. Encarei Thalia e ela me olhou como se também não estivesse entendendo nada. — Tenso.

Ela riu e concordou com a cabeça. Ignoramos toda aquela gente, pegamos nossos materiais e caminhamos juntos até a sala de aula. Algo que nós sempre fizemos, mas que ninguém nunca teve interesse. O pressentimento estava cada vez mais forte, e eu já estava ficando nervoso.

— Thalia. — chamei baixinho. — Acha que alguém nos viu ontem?

— O quê? Você acha? — arregalou os olhos. — Mas não vimos ninguém...

— Isso não quer dizer nada.

Ela mordeu os lábios como sempre faz quando está nervosa.

— É verdade? — Silena, uma amiga nossa, gritou. — Vocês estão mesmo juntos? Eu sempre soube que vocês combinavam!

Estava confirmado: fomos descobertos.

N&T

Nem eu e nem Thalia aguentávamos mais as especulações sobre nossa vida amorosa. Tentávamos ignorar tudo e todos; nossos amigos também nos ajudavam, falando para os outros que isso não tinha nada a ver com a vida deles, mas quem disse que eles paravam? Não entendo porque é tão difícil cuidar da própria vida sem se meter na dos outros, sinceramente. Mas o pior é que cada vez mais boatos eram espalhados e alguns deles eram tão sem sentido, que me davam medo. As pessoas até começaram a inventar coisas que nunca aconteceram.

— Hey Nico! — um cara louro me chamou. — É verdade que Thalia já trabalhou como stripper e vocês se conheceram em um show?

Fiquei tão irritado que peguei o garoto pela gola da blusa e o joguei com força nos armários, meu punho acertou seu queixo com força, fazendo com que um filete de sangue escorresse por sua boca. Não me importava com o que falavam de mim, mas me importava se desrespeitassem a Thalia.

— Se você ousar falar assim dela de novo, eu juro pelo Estige que te mato, cara!

Larguei aquele idiota ali mesmo e fiz meu caminho até o refeitório, onde encontrei o motivo de toda minha loucura.

— Thals. — chamei-a. Por algum motivo ela olhava para baixo, parecia triste. — Tudo bem?

— Eles são horríveis, Nico! Falam coisas tão idiotas e não percebem que isso machuca as pessoas. — havia lágrimas em seus olhos azuis.

Abracei-a com força, demonstrando que ela não estava sozinha.

— Eu vou dar um jeito nisso, vou os fazer esquecerem a gente, okay?

— Nico... Eu acho que é melhor se a gente ficasse um tempo afastado, até tudo isso se acalmar...

— Como? — minha voz saiu brava e senti a Thalia se encolher. — Você realmente acha que isso vai funcionar? Quer realmente parar de me ver por causa de fofocas sem fundamento?

— Desculpa... Vai ser melhor assim. — levantou-se. — Desculpa.

Nunca doeu tanto ver alguém partir.

E mais uma vez a Thalia estava me enlouquecendo.

N&T

Uma semana se passou, Thalia e eu nos evitávamos a todo custo, mas mesmo assim as fofocas continuaram. E o que me deixava mais puto da cara é que eu tinha perdido a minha garota por culpa dessas bocas grande que não tem o que fazer. Sentia falta da minha morena e cada vez que pensava nela – algo constante –, ficava mais louco de saudade. E, embora soubesse que ela também estava com saudades minhas, nada que eu fiz para tentar convencê-la a voltar comigo funcionou.

Ela era orgulhosa. E eu odiava isso nela.

Estava caminhando pelos corredores do colégio com meu melhor amigo, Percy Jackson, nós estávamos matando aula porque odiávamos aula de artes. E, bem, porque Thalia estava nessa aula e eu não queria vê-la.

— Fala sério, cara. Faz alguma coisa pra tentar conseguir sua garota de volta.

— Eu já tentei, ela não quer voltar atrás, acha que ficar separado é melhor. — falei magoado. — Nunca senti tanta saudade de alguém como sinto a dela, Percy. E isso é assustador, porque eu a odeio e amo ao mesmo tempo, e ambos os sentimentos são fortes. Eu não a quero de volta, quero que ela veja o quão ruim é ficar sem mim, mas também a quero em meus braços, dizendo que me ama.

Percy soltou uma risada pelo nariz e murmurou algo sobre eu estar muito gay.

— Então, dê um jeito nas fofocas, as faça pararem. E aí você a terá de volta.

Sorri. O que eu iria fazer não era muito, mas foi a única coisa que consegui pensar.

— Valeu Percy!

N&T

Eu estava louco. Pirando na batatinha. E tudo isso por causa de quem? Quem respondeu Thalia, acertou.

Eu estava no palco de atrações da escola, bem no meio do pátio e com um megafone na mão. Suspirei e decidi que quanto mais rápido melhor. Chamei a atenção de todos pelo megafone e comecei meu discurso:

— Há uma semana, alguém me viu saindo da casa da minha amiga, Thalia, e então boatos e fofocas começaram a surgir. Nós tentamos de tudo para ignorar, mas a coisa começou a sair do controle, e coisas ruins começaram a ser ditas. Thalia se afastou de mim. Vocês fizeram a pessoa que eu mais gosto... Não... A pessoa que eu mais amo nesse mundo, se afastar de mim. E por quê? Tudo por causa de fofocas incoerentes. É verdade que nós dois estávamos juntos, mas era em segredo porque não nos sentíamos prontos para revelar, e então alguém viu e simplesmente começou a falar, nos expondo para todo mundo. O que eu não entendo é porque todos se interessaram nisso, Thalia e eu somos um casal como qualquer outro, não temos nada de anormal, além de que isso é algo nosso, que envolve nós dois. É o nosso relacionamento e a nossa vida, não de vocês. Por isso, eu peço que parem com as fofocas, parem de desrespeitar a Thalia, parem de criar situações que nunca ocorreram. Deixem-nos em paz e cuidem das suas vidas, por favor! Eu só quero poder namorar a minha garota em paz, só isso. Obrigado!

Todos me encaravam de olhos arregalados, estáticos. Ninguém esperava que eu fizesse um discurso sobre o que ocorreu, e muito menos que eu me declarasse nele. Desci do palco e abri espaço por entre as pessoas para poder passar, mas uma mão segurou meu braço.

— Isso foi lindo e eu me sinto uma baita idiota por ter me afastado de você.

Olhei em seus olhos e confirmei:

— Você foi.

Ela sorriu e me puxou para um beijo. Todos em volta bateram palmas, inclusive Percy, que falou para todos que me encorajou a fazer aquilo. Separamo-nos e olhei nos olhos elétricos de Thalia. Deuses, eu era louco por esses olhos.

Ah... Eu era louco por Thalia Grace.

E nenhuma clínica no mundo conseguiria me fazer parar de ser louco por ela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!