Poesia da Estrada escrita por Ciganinha
A fonte cessou
Os canais já não mais transportavam
Aquela enxurrada de entusiasmo e alegria
O coração endureceu
Ressecado, criou várias rachaduras
O clima quente só piorava a situação
No exterior o clima fervia
No interior a estrutura se desfazia
Quando ele achou que não iria mais aguentar
Quando finalmente falou: me rendo
Estou pronto para meu destino final
Parecia morte, mas era fim de ciclo
A água finalmente brotou na nascente
Brotou como cachoeira
Abundante e salgada
Hidratando e Nutrindo
Cada camada doente daquele coração
Que aos poucos se fortalece
Recuperando sua flexibilidade e maciez
Sem necessidade de talas ou gessos
Passou por tanta secura que
Não aguenta mais nada que o endureça
E por sua experiência de dias em deserto
Também não pede por nada que o aqueça
Apenas clama por espaço
Para fluir como cachoeira
As primeiras águas serão salgadas
Descongestionando os caminhos
Mas a natureza desse rio sempre será doce
– Lúcia Fernandes Bonito
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