Poesia da Estrada escrita por Ciganinha


Capítulo 27
A Cigana e o Sapo




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Passeando por um jardim
Repleto de flores
Cai de amores
Por um príncipe que veio até mim

Eu, menina
Cigana, mulher, sonhadora
Livre, ingênua
Com muito amor para compartilhar

Demos as mãos, bailamos
E enfim o primeiro beijo
Os dias se passaram
Convidada fui, para pertencer ao palácio
Iniciava-se o reinado do casal amado

Não muito tempo depois da aliança
O império ruiu
Na realeza, existiam más intenções
E isso um cigano líder da minha tribo viu

Antes que o príncipe
Todo engomado
Desembainhasse a sua espada
De costas ele lança seu punhal
Sem muito esforço
Atinge o alvo
Corrige o problema

Enfim o príncipe nobre
Se revelou como de fato era
Apenas um sapo esnobe

Voltei para a estrada a qual pertenço
Com meu coração destroçado
Cada passo, refazia um pedaço

Viajo de volta ao meu acampamento
Com os pés de vergonha e lamento
Confiar absurdamente em um esnobe
E dar-lhe tudo o que eu tinha de mais nobre

Compartilhei meu pão, minha música
Minha dança, minha vida, meu amor
Minha alegria, meu coração, meu corpo

A desilusão machuca, as promessas traídas
A falta do caráter, as intenções escondidas
Máscara real que cobre um coração desleal

No seio da família, fui acolhida
As vergonhas foram jogadas na fogueira
Os lamentos lançados no vento
A decepção não criou raiz no meu coração

Na estrada, encontrei companhia
Para compartilhar verdadeiras alegrias
O ventou que levou os lamentos
Foi o vento que me trouxe alento

A vergonha ardeu na fogueira
Em cinzas se transformaram
Combustível necessário
Para reacender minha alma faceira

Quanto ao sapo
Ele ainda aparece de noite
Acredita que sou platéia
Para honrar seu espetáculo de coachos…

Sapo é azar
Sapo é discórdia
Sapo é infortúnio

Coachos que só servem para me avisar
Que o mau agouro está por perto
E dele, preciso me afastar

– Lúcia Fernandes Bonito


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