2 Temporada Julie e os Fantasmas escrita por Kari Carol


Capítulo 15
Isso não podia ter acontecido.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoa, mais um capítulo a vocês...
Espero que gostem e boa leitura!



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O ódio de Daniel crescia a cada segundo. Ele mesmo tentava entender de porquê ter cedido a deixar Julie participar do tal plano.

Enquanto isso na casa de Julie, já era por volta das sete da noite e Bia ainda continuava na casa da amiga. As duas conversavam sobre assuntos aleatórios, até que Bia diz:

– Então, o Valtinho é um tonto... disse que não gosta da priminha dele de cinco anos, mas não desgruda da menina. – Bia ri. – Só eu mesmo pra amar um cara desse jeito.

Essa frase de Bia, fez Julie lembrar-se instantaneamente de Daniel.

P.O.V. Julie:

“Só eu mesma para amar um cara desse jeito”. Essa frase da Bia tinha tudo a ver comigo. Às vezes me pergunto como e porquê me apaixonei tão depressa pelo Daniel.

Mesmo com seu jeito mandão, ignorante e cínico... sei que ele é um cara muito carinhoso, companheiro e sabe como ser romântico quando quer.

Por mais que todos coloquem defeitos nele, o achem sem egocêntrico ou sem sensibilidade... eu melhor do que ninguém, sei que ele pode ser o contrario disso tudo.

...

Julie acaba até se esquecendo que Bia estava ali, a amiga percebe que Julie estava em “outro mundo” e diz:

– Julie? Tá tudo bem?

– Am? Desculpa, eu estava aqui... pensando. – responde Julie ainda sem foco na conversa.

– Anda pensando demais hoje. – comenta Bia e só ai, Julie dá atenção a conversa. – Primeiro estava na edícula sozinha... pelo menos acho que estava né. Depois, quase teve um infarto na cozinha, pois se assustou comigo e agora... ta ai, pensando na vida... ou na morte de certas pessoas.

– Ai Bia, você sabe que não ta sendo nada fácil pra mim. Compreenda!

– Um... estou te compreendendo. Só estou pensando numa coisa... se você diz ser tão apaixonada pelo Daniel. Por que esta com o Nicolas?

– Ah Bia... porque... porque...

– Por que?

– Acho que só por causa do fato do meu pai pensar que ele é meu namorado e outra que o Nicolas nunca me deu motivos para eu terminar com ele.

– Mesmo assim, acho que deve se decidir. – ela responde a amiga. – Bom, vou indo. Até amanhã.

– Até. – responde Julie acompanhando Bia até a porta.

No dia seguinte, na Policia Espectral, os três fantasmas estavam sentados na cela. Cada um de um lado, perdidos em seus próprios pensamentos que eram bem parecidos: Sair daquele lugar o mais rápido possível.

De repente, os três são surpreendidos pela aparição de Eduardo:

– Bom dia, cambada! – ele grita.

– Veio encher a paciência, por que hein? – pergunta Daniel com sua irritação diária.

– Ah... é que adoro te irritar, te torturar com o fato de dizer que vou de novo rever sua namoradinha. – responde Eduardo.

– Cala boca. – retruca o fantasma de cachos.

– Imagino que você deva estar louco para revê-la. Uma pena isso não ser possível, então se me der licença... vou lá ver se ela está mais gostosa do que o de costume. – ele sorri malicioso e a raiva de Daniel só aumentava. – Ah... só pra saber... ela é tão boa na cama como parece?

– Vai se ferrar! - grita Daniel se levantando e indo em direção de Eduardo.

Felix e Martin o seguram novamente e antes de desaparecer, Eduardo diz:

– Bem, como não me respondeu... vou tentar descobrir. – e assim que termina de dizer, some.

Daniel se solta dos amigos e chuta com toda a força possível, o pequeno banco de madeira que tinha na cela em que o mesmo estava sentado minutos atrás.

– Esse maldito me paga! Desgraçado!! – Daniel grita. – E ai, cadê aquela tal Pietra agora? O doente mental do Eduardo vai atrás da Julie e nem para aquela cretina estar aqui pra poder mostrar o que ta acontecendo lá. Ela é uma incompetente mesmo.

– Não precisa falar assim da Pietra, Daniel. – Felix defende a moça por impulso e os outros dois o olham de maneira maliciosa. – Que foi? Vocês sabem muito bem que a Julie não costuma ir à edícula agora de manhã e outra não tem câmeras na casa inteira. Fora que a Pietra não tem culpa das atitudes do Eduardo, ele pode até estar mentindo.

– Não importa. Quero saber o que aquele tonto tá fazendo. – responde Daniel se sentando no chão e jogando a cabeça para trás.

– Gente, acalmem os ânimos. Vamos esperar a Pietra aparecer e ai conversamos com ela. – diz Martin. – Mas mudando de assunto... acho que tem um fantasma apaixonado entre nós. Quer dizer... dois. Fala ai Felix, é afim dela né?

– Fica quieto, Martin. – responde Felix.

– Realmente, gosta dela. A negação é o primeiro sintoma. – responde Martin sorrindo.

Aquela mudança de assunto, faz o clima ficar menos tenso e os três chegam a conversar calmamente. Porém ambos estavam preocupadas com Julie, principalmente Daniel.

Já era por volta das sete da manhã, o pai de Julie já estava saindo para o trabalho e como Pedrinho dormiu na casa de Patrick, em instantes ela ficaria sozinha em casa até dar a hora de ir ao colégio.

A garota arrumava as coisas na mochila em cima de cama e assim que vira-se, se assusta por dar de cara com Eduardo:

– Que faz aqui?! – ela questiona baixinho, afinal seu pai ainda estava andando pela casa.

– Calma linda, vim te ver. – ele responde sorrindo.

– Julie, estou de saída. Até depois. – diz o pai do corredor e a garota responde com um “Ok”.

– Nossa conversa estava até boa, mas ai sua amiguinha apareceu. – ele diz sentando na cama de Julie.

– Pois é, mas não tem como conversamos agora, estou de saída também. – ela responde andando pelo quarto.

– Eu sei, vou com você até o colégio. Afinal, posso ver minha irmã.

– Sei, então nos vemos lá.

– Não. E se você não tiver aula com ela ou algo assim. Como nos falaremos?

– Você invadiu minha casa! Acho que não nos falarmos será impossível.

– Verdade. Ah só pra constar, gostei de me abrir com você. E sabe quando me perguntou se eu falava com mais alguém, então eu também... – ela o interrompe.

– Depois conversamos. – ela responde, pois se lembra que precisa estar na edícula para que tais informações sejam gravadas. Se não, sua atuação será em vão.

O celular de Julie toca e ela atende:

– Bia, o que foi? – ela atende ao ver que era a amiga. – Ok, passo ai sim pra irmos juntas, beijos.

– Sua amiga de novo me atrapalhando. – ele comenta.

– Pois é, deixa eu ir. Vou passar na casa dela para irmos juntas. Até depois.

– Vamos nos ver no colégio, certo?

– Sim, terei aula com sua irmã. – ela diz com incerteza, afinal não sabe se terá ou não aula com Marlee. – Só se por obra das coincidências, do destino ou... do horário das aulas. – ela sussurra a última parte. – Acabar que troquem os horários ou algo assim, algo... impossível.

– Tá bom então. – ele sorri, se levanta e se aproxima de Julie.

A menina não sabe o que fazer e somente ia dar um beijo na bochecha de Eduardo, porém o mesmo se mexe e acaba ocorrendo um selinho. Ela se afasta e sai correndo sem dizer nada.

Eduardo sente com o selinho, algo que não sentia há anos... algo forte e muito especial dentro de si. Porém não soube decifrar o que era.

Durante a aula, tudo correu bem. Nicolas havia faltado e Bia quase não tocou em assuntos que fizesse a amiga lembrar-se dos fantasmas.

Enquanto isso na Policia Espectral, os três estavam entediados na cela, até que aparece um guarda junto de Débora.

– Ela quis fazer uma visita. – disse o homem fardado. – Entra ai menina, mas nada de demorar.

Ela assenti e os três conversam sobre diversos assuntos, falam como foram presos e até sobre o relacionamento de Julie e Daniel.

– Ah, que fofo! Não creio que o famoso Daniel esteja apaixonado! – comenta Débora rindo. – Chega a ser irônico isso, nunca imaginei que um fantasma tão grosso e ignorante fosse capaz de amar.

Porém, depois de um tempo, Débora quis conversar a sós com Martin. Daniel e Felix lhe lançaram olhares e sorrisos maliciosos, mas Martin os ignorou.

– Até imagino a “conversa” de vocês. – comenta Felix ao ver Martin sair da cela e até mesmo Daniel dá uma risadinha da cara do amigo.

Cerca de trinta minutos depois, Martin estava de volta, ele e Débora foram levados por um dos guardas até a sala de visitas dos presos.

– Foi muito boa a conversa pelo jeito. – comenta Daniel.

– Não foi nada demais. – comenta Martin.

– Sei... meu querido Martin, acha que nasci ontem? – diz Daniel. – Já vivi, já morri, estou preso... sei das coisas.

Os três riem e Martin diz:

– Digamos que ela não resisti a mim. – ele sorri convencido.

– Oi meninos. – Pietra aparece. Felix sorri bobo e os três a cumprimentam. – Já são quase duas da tarde... que tal ver o que ta acontecendo na edícula?

– Finalmente! – comenta Daniel.

– Porém dessa vez assistiremos pelo Tablet, é perigoso vocês andarem pelo presídio como fizemos ontem e... – ela explicava com o Tablet nas mãos, mas foi interrompida.

– Espera ai, vamos assistir no que? – pergunta Martin.

– Aqui. – Pietra aponta para o aparelho nas mãos. – Tecnologia querido. Enfim, vamos ver o que se passa lá.

Os quatro se sentam em canto da cela em que ninguém percebesse o que faziam e Daniel não gostou nada de ver o acontecia lá.

Julie estava conversando com Nicolas e a morena um pouco irritada, diz:

– Dá onde esta tirando que eu esteja te traindo, Nicolas?

– Ai Julie, você anda estranha e não duvido nada que aquele tal Daniel esteja envolvido. – o rapaz responde.

– Ah por favor, né! Cada coisa que tenho que ouvir.

– Olha... as coisas entre nós estão estranhas há muito tempo e acho que temos decidir certas coisas.

– Como assim? - ela pergunta.

– Não acha que deveríamos aprofundar a nossa relação? – ele sorri e a olha maliciosamente.

– Não acredito no que esse cretino ta dizendo! – exclama Daniel ao ver e ouvir aquilo. – Panaca!

– Psiu. – diz Felix, Martin e Pietra em coro. Os quatro voltam novamente a atenção ao Tablet.

– Tá maluco?! Acha que pode vir na minha casa e... – Julie foi interrompida pela aparição de Eduardo.

– Julie sua gata, eu estava te procurando há um tempão e... quem é esse? – diz Eduardo referindo-se a Nicolas.

O clima era de tensão, tanto na edícula como entre os quatro que assistiam a tudo. Julie alternava o olhar entre Eduardo e Nicolas, ela sabia que a situação era difícil.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?