Agora Você Não Está Mais Aqui escrita por A Garota Dos Livros


Capítulo 1
Capítulo 1




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Os holofotes bateram nos meus olhos de maneira agressiva, então o juiz levantou meu braço e gritou no microfone:

- Aqui está, senhores! JASON. SMITH. HAPBURN. O CAMPEÃO ESTADUAL !

As pessoas foram a loucura, algumas gritavam, outras vaivam, mas eu não liguei. Automaticamente meus olhos foram guiados para John e para o acentuou vazio ao seu lado.

Porra! Ela não estava lá!

Desviei das pessoas que me parabenizavam e fui para o vestiário o mais rápido possível.

- Parabéns, garoto - John disse me abraçando - estou orgulhoso de você!

- Obrigado, John! - foi só o que consegui dizer.

- Bom, tome um banho, você está precisando. Vou falar com Henri.

- Ok, te vejo mais tarde.

Ele se afastou e foi embora. Eu estava sozinho, de novo.

Liguei o chuveiro e a água gelada bateu nos meus músculos inchados. As lembranças começaram vir na minha cabeça como sempre acontecia, então eu desliguei o chuveiro e coloquei uma roupa. Peguei o celular e mandei uma mensagem.

Eu: Estou voltando pra casa. Pode levar minhas coisas ?

Mrs John: Está tarde,garoto.

Eu: Por favor?

Mrs John: Ok. Mas se cuida. E me liga quando chegar.

Eu: Ok.

Sai do vestiário, as portas estavam cercadas de pessoas e repórteres que me seguiram até o estacionamento e cercaram minha moto. Felizmente, eu sai sem atropelar ninguém, não que eu ligasse pra isso.

A impressão que eu tive, era que toda a cidade estava acordada, todas aquelas luzes acesas, então, quando eu sai da cidade e a luz acabou, eu senti só o peso do vazio de novo. E como esse vazio doía.

"Depois de alguns minutos senti seus braços afrouxarem um pouco o aperto.

- Hey não dorme não, segura firme!

- Ok - ela deu uma risada breve e apertou os braços novamente. "

Balanço a cabeça mandando a lembrança para longe. Isso era esmagador, lembrar das coisas de antes sabendo que nunca mais ela vai estar aqui. Era tão difícil!

Enquanto eu tinha a lista pra seguir, tudo pareceu um pouco mais fácil, mas tinha acabado. E agora só tinha a porra de um vazio dilacerante dentro de mim que não me deixava sentir nada além de uma saudade esmagadora da Lizzi.

A noite se arrastou tão lentamente que eu tive que parar em um posto pra poder ter certeza que eu não estava andando em círculos. Eu não estava. Então voltei pra estrada.

A cidade começou aparecer no meu campo de visão junto com o sol e então eu senti toda a exaustão da luta e da noite.

Quando finalmente eu parei a moto na frente do barracão, não esperei, saltei a moto e a arrastei para dentro junto comigo, deixando ela quieta ao lado da Harley concertada, mas que eu não tinha coragem de usar. Era assim, eu não tinha mais coragem de fazer muito coisa, tinha me tornado um covarde. Subi os degraus de dois em dois e me joguei na cama, a luz da secretaria eletrônica piscavam indicando novas mensagens, eu bati a mão esperando que começassem.

- PARABÉNS CAMPEÃO...

Não ouvi o resto porque eu dormi.

...

Já estava escuro de novo quando acordei. Levantei da cama, e não sei se meu corpo doía mesmo ou se era só impressão como nos últimos meses. Acho que é apenas reação da falta que eu sinto.

Coloco as mensagens para rodar de novo.

- PARABÉNS CAMPEÃO! VOCÊ ACABOU COM O MARICA DO FARM! DE NOVO ! - Mike não cansava de gritar? - Ok, Ok. Me liga quando chegar, temos coisas pra conversar.

Bip.

- Jay, hm, é a Sam. Parabéns por ter ganhado, e, hm, desculpa por não ter falado com você nesse meio tempo, é só que eu... não consegui, então desculpa e, hm, parabéns.

Bip.

- Jay! É o Michael, caramba, cara, você ganhou! Parabéns! Estamos muito felizes por você! Sim, papai e mamãe também. Liga pra gente quando chegar, vamos comemorar.

Bip.

- Jason, é o Will da academia. Parabéns cara! Estamos todos muito felizes por você. E que venha o nacional!

Não havia mais nenhuma mensagem. Me sentei na cama e tirei os sapatos, depois fui para o banho.

Basicamente, o barracão parecia o mesmo, mas não era. A geladeira tinha uma maior quantidade de produtos que continham álcool, não havia mais as frutas picadas em quadrados cuidadosos, nem montes de garrafas de sucos.

Não havia mais o monte de presilhas de cabelo ao lado da pia do banheiro, nem o shampoo e condicionador de embalagem roxa. Eram só as minhas coisas.

Mike fez questão de me ajudar limpar o barracão depois do que aconteceu. Mas não ajudou muito. Eu ainda sentia uma falta terrível.

Sai do banho e me vesti pronto para sair. Não dava pra ficar aqui sozinho, não hoje.

A Harley continuou onde estava, levei a Triumph para fora e montei, eu sempre esperava uns minutos a mais antes de sair.

- AAAAAAH! - um grito agudo cortou o ar.

Desci da moto tentando entender de onde ele vinha, não identifiquei até ele cortar o ar de novo. Ele estava vindo da ponte perto do rio. Desci a rua correndo até a grade que a separava do monte de água.

Olhei para os lados e juro que a primeira coisa que passou na minha cabeça quando eu a vi, foi que eu estava louco.

Era ela.

Depois eu vi o que estava acontecendo, ela estava sentada na grade, e tinha um cachorro olhando para ela.

- Dá pra me ajudar? - ela pediu suplicante.

O cabelo caia nos olhos, mostrando que havia crescido nos últimos meses.

Não era ela. Não podia ser.

- Hey, garoto.

Eu chamei e o cachorro veio correndo até mim. Era o cachorro do Billy, totalmente inofensivo. Fiz carinho nele e ela ainda continuava na grade.

Era ela!

Eu a encarei enquanto Doug abanava o rabo pra mim e lambia minha mão.

- Pode parar de me olhar assim, por favor.

- Você... vai acabar caindo daí.

Ela desceu devagar da grade e continuou olhando o cachorro como se ele fosse uma ameaça.

- Ele não vai te fazer nada.

- Não tenho tanta certeza disso.

- Doug! - Billy gritou de dentro da casa e Doug correu até ele.

- Parabéns , Jay! - Billy gritou.

- Obrigado!

Ela estava me encarando.

- Você não é o cara do estadual?

- Sou.

Não, não era ela.

- Ah, sabia que já tinha te visto. - ela sorriu abertamente.

Sim, era ela! Meu Deus! Era ela!

- Hm... Obrigada, pelo cachorro.

- Não foi nada.

Ela juntou as mãos na frente do corpo e deu um leve aceno, depois saiu andando lado a lado a grande, subindo em direção a cidade.

- Qual seu nome eu ? - gritei.

- Kelsey.

Kelsey? Isso pareceu errado, porque apesar do sorriso e de continuar andando para longe de mim, aquela era a Lizzi.


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