Keega no Mirai - O Passado Volta dos Mortos escrita por Jaoruega


Capítulo 1
Prólogo - As Duas Famílias


Notas iniciais do capítulo

Para ler com todas as imagens que eu coloquei durante o texto e acessórios da história, acessar: aposatempestade.wordpress



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Em um lugar esquecido da Indochina havia uma antiga colônia japonesa, a única na região. Essa era uma vila, chamada Keega no Mirai.

Um lugar forjado na mais rígida tradição e que sofreu muito com as mudanças impostas pelo mundo contemporâneo. Apesar das transformações, Keega no Mirai nunca esqueceu sua origem. A personalidade miraiana era marcada em cada casa, esquina, lamparinas públicas centenárias, no povo, no olhar.

Como toda tradição, há o costume do casamento arranjado.

No ano 2000, duas famílias importantes planejavam se unir - a Utiyama e Aosora.

O candidato da família Utiyama era o mais velho dos 5 filhos, Utiyama Tairo. Um rapaz japonês como qualquer outro, bonito, querido no ambiente escolar. Frequentemente era visto andando com o seu grupo de 4 alunos influentes, contando com ele. Os Utiyama eram conhecidos por serem donos de muitas carvoarias e metalúrgicas, extremamente ricos. Já o da outra família chamava-se Aosora Assumi, uma garota séria, que procurava não chamar muita atenção para si mesma, reclusa. Ela e seus familiares tinham recentemente voltado da cidade de Yokohama, do funeral do irmão de Assumi - que morreu em um acidente de trabalho. Os Aosora tinham muitas propriedades para fins comerciais no Vietnã, em Laos, na China e no Japão.

Os dois frequentavam a mesma escola, mas raramente se encontravam. A última vez que tiveram contato, até serem convocados para uma reunião entre as famílias, entraram em atrito. Acontecimento este, dela com o grupo de Tairo Utiyama, traria consequências que dificultariam uma união tranquila entre eles.

Os dois frequentavam a mesma escola, mas raramente se encontravam.

Era 5 horas da tarde, com o tempo frio e nebuloso de Keega no Mirai.

Assumi e seus familiares estavam na porta dos Utiyama, esperando a permissão deles para entrar e começar com a reunião. Foram recebido por uma espécie de governanta, idosa, de olhos cansados e pele maltratada pelos dissabores da vida. Ela conduziu os visitantes para dentro da casa, composta de três naves em forma de triângulo - o da direita era só para a cozinha, dormitórios era o da esquerda e o central para atividades domésticas. Na região entre as naves, havia um jardim. Composta de plantas exóticas até as mais singelas, postavam-se em forma de vários círculos, contornando um lago artificial.

Quando a família passou por ela, a governanta os mandou parar e esperar. Só os pais dela iriam ver Utiyama Hiroshi, o patriarca. Enquanto a conversa se desenrolaria, Assumi teria de ficar na companhia de Tairo, na Sala de Espera perto do salão de reuniões - na parte traseira da nave esquerda. Ela não gostou da ideia, contudo, fez o que mandaram. Afinal, visitantes só obedecem.

Assumi andou até o portão de papel que dava para a Sala de Espera e a abriu.

Tairo estava sentado em volta de uma mesa de vidro, cor de chá e baixinha - dedos em sua superfície. Quando a garota entrou, ele levantou os olhos comum misto de surpresa e compreensão.

– Aosora. - cumprimentou, todavia, ela não fez o mesmo.

– O que seu avô quer com os meus pais? - perguntou rispidamente.

O garoto respirou fundo, sabia que merecia esse tipo de tratamento.

– Não sei. Ele gosta muito de... formalismo. Deve estar fazendo algum tipo de ritual tradicional da nossa família ou algo parecido. Vindo dele, espero de tudo. - respondeu, olhando para ela pelo canto dos olhos.

Tairo ficou um pouco espantado em ver como ela mudou nas últimas semanas, depois do incidente entre seus amigos e ela. Seu cabelo preto, incrivelmente liso e de fios grossos estavam prendidos em um coque frouxo e alto. Alguns fios escapavam-lhe e Tairo sentia uma vontade de tirá-los da frente do rosto da garota, para poder ver seus olhos azuis. "Bonita" era o pensamento que passava em sua mente.

Assumi percebeu que estava sendo analisada e começou a torcer a ponta da manga do seu kimono branco, embaraçada.

– Pare de me olhar desse jeito, Utiyama.

Ele suspirou.

– Ainda se lembra daquele dia, não é?

– Ha, ha. - riu forçadamente. - Como não lembraria.

– Eu só... defendi meus amigos, mesmo a culpa sendo deles. Assumi... - ele mencionou tocar o ombro dela, o que a deixou irritada e a fez se levantar. - Desculpe!! Desculpe, ok?!

– Nunca mais, Utiyama... nunca mais...

Lembrando do que aconteceu, Assumi abraçou seus próprios ombros e virou de costas.


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