iLost escrita por Lab Girl


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Faz uma pá de anos que escrevi esta fanfic, comecei a publicá-la numa comunidade do orkut sob outro pseudônimo, mas nunca terminei de postar por lá. Yorkut extinto, eis-me aqui para postar a história completa.

Taradinhos de plantão, apesar da classificação, não há sexo! Porém, devido a descrições e linguagem um pouco mais forte em alguns pontos, achei melhor prevenir.

Aproveitando a primeira N/A que eu fiz para esta fic, que dizia o seguinte: "Eu não tinha a menor intenção de escrever mais uma fanfiction Seddie. Mas foi impossível conter as ideias que estão fervilhando na minha mente nos últimos tempos. Esta não vai ser muito longa, e, para situar o leitor, neste contexto aqui o episódio iOMG nunca aconteceu considerem que Freddie e Sam só se beijaram uma vez (o beijo de iKiss)".



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“Aiiii! Por que fez isso?” Freddie perguntou, levando a mão à parte de trás da cabeça, onde a garota lhe havia acertado um tapa.

“Porque estamos perdidos!” ela vociferou.

“E a culpa é minha?” ele ficou indignado.

“Claro! Você que é o nerd do grupo, então devia saber pra onde a gente tava indo” a loirinha cruzou os braços na frente do corpo, fechando a cara.

“Ah, essa é boa! Eu não tenho culpa se o GPS que eu trouxe caiu num buraco e pifou porque um certo demônio loiro me deu um empurrão!”

Ela, então, esticou os braços e o empurrou outra vez.

O garoto abriu a boca para dizer alguma coisa, mas apenas um som de surpresa e indignação saiu.

“Hum!” ela arqueou as sobrancelhas, como se o desafiasse a encará-la.

Sentindo o resto de paciência esvair, Freddie devolveu na mesma moeda – e a empurrou.

O gesto não foi muito bem recebido pela garota, que arregalou os olhos, surpresa com a audácia, e tornou a empurrá-lo, dessa vez com mais força.

E assim teve início uma “guerra” de empurrões... Sam empurrava Freddie colocando as mãos nos ombros dele e Freddie empurrava Sam da mesma maneira. À medida que os gestos foram ficando mais agressivos e impacientes, ela espalmou as mãos sobre o peito dele para empurrá-lo melhor.

E ela ofegou. Porque não conseguiu completar o gesto... as mãos simplesmente paralisaram ao sentir a firmeza no peitoral do garoto. E, por um instante, um arrepio a percorreu. Esquisito. Inesperado.

Então, Sam recuou, recolhendo as mãos.

“O que foi?” Freddie franziu a testa, surpreso e confuso com o súbito afastamento da garota.

Ela não respondeu. Apenas se afastou. Mas olhava para ele como se nunca o tivesse visto antes.

Freddie estranhou aquilo. Muito. Era a primeira vez que Samantha Puckett abandonava uma briga. Com ele, então... aquilo era inédito! Ele estava começando a se preocupar.

“Sam?” ele a chamou, incerto do que podia estar se passando com ela.

“Você... está bem?”

“Estou” ela falou, encolhida.

“Então... não vai mais me empurrar?”

“Não.”

“Por quê?”

“Porque não.”

Porque não não é resposta” ele franziu as sobrancelhas.

Ela bufou. “Porque eu não quero, tá bom?”

“Mas você sempre quer me empurrar” Freddie disse, assustado. “Me empurrar, me bater, me morder... o que te deu agora?”

“Eu...” Sam balbuciou, mas um ruído vindo de trás de algumas árvores a fez calar-se.

Os dois olharam para a direção de onde vinha o barulho. Em seguida, entreolharam-se.

“Você acha que é um animal?” Freddie perguntou, baixinho.

“Não” ela respondeu, séria. “Você é o animal aqui!” e, dizendo isso, Sam marchou na direção de onde vinha o ruído.

“Sam!” Freddie sussurrou mais alto, puxando-a pelo braço.

O movimento a fez virar-se de frente para ele, seus olhares se encontrando.

“Você tá maluca? Nem sabe o que é e está indo na direção exata do barulho. E se for um urso, ou um... sei lá, um gato selvagem?” ele falava em voz muito baixa.

Mas os dois estavam tão próximos que era possível Sam escutar perfeitamente o que Freddie dizia. E o corpo dela se arrepiou... com a proximidade em que estavam, com a voz sussurrada dele, com a mão forte e quente que segurava seu braço.

Sam tremeu.

“Viu? Até você está com medo” Freddie falou, olhando sério para ela.

Mal sabia ele que aquele tremor no corpo da garota não tinha nada a ver com medo.

“Eu não tenho medo de nada” Sam mentiu, tentando manter a voz firme – porque ela tinha medo, sim... do que estava acontecendo com seu corpo e com seu coração bem naquele momento.

Ela se sentia trêmula e uma pontada em seu estômago desceu um pouco mais abaixo, fazendo-a engolir em seco.

Freddie a olhava de perto e, pela primeira vez, achava estar vendo uma Sam Puckett totalmente diferente da valentona com quem estava acostumado a lidar. Minutos antes ela havia simplesmente recuado, deixando de provocá-lo com empurrões. E agora ela parecia assustada de uma maneira que ele nunca tinha visto antes. Os olhos dela tinham um certo brilho e ele podia ver que as pupilas estavam ligeiramente dilatadas. Ela estava com medo, não estava?

Então, de repente, o barulho atrás das árvores cessou.

Silêncio total os envolveu.

Freddie olhou para os lados. Nada. Apenas a lua enorme lá em cima iluminava o lugar. Estavam no meio da floresta, entre algumas árvores e pequenos arbustos. Eles haviam se perdido dos outros – Spencer, Carly e Gibby – no meio da trilha, quando ele e Sam haviam começado a discutir por uma razão que nem ele agora se lembrava. Sem que percebessem, os amigos se distanciaram, deixando-os para trás, e, ao constatar isso, Sam o havia empurrado tão forte que sua mochila com o GPS caíra em um buraco, quebrando o aparelho com a queda. Agora tudo o que tinham era um pequeno suprimento de água e biscoitos. E um ao outro.

Freddie voltou a olhar para a garota a sua frente. E, só então, percebeu que ainda segurava um dos braços dela.

“Sam...” ele umedeceu os lábios com a ponta da língua, sentindo-os ressecados de repente; eles estavam tão próximos...

E Freddie esqueceu-se, por um instante, do que ia dizer. Os olhos dela o prenderam e ele reparou, pela primeira vez, em como era bonito o azul que tonalizava as duas íris brilhantes que o fitavam de volta. Ele sentiu o corpo da garota tremer novamente.

Sam não conseguia parar de olhar para Freddie. Estavam tão perto que ela conseguia ver cada detalhe do rosto dele, e, quando Freddie correu a língua pelos lábios, ela não conseguiu evitar a sensação de arrepio que a percorreu e a aceleração em seu peito.

Ela queria correr dali, escapar... mas não tinha sequer forças para puxar o braço que ele ainda segurava. Tragando a saliva com dificuldade, Sam tentou respirar direito – o que havia se tornado bem difícil de repente. Ele estava olhando diretamente em seus olhos e ela teve uma sensação como se estivesse derretendo...

“Você... está com frio?” Freddie conseguiu perguntar, a voz, porém, saindo rouca.

Ele limpou a garganta.

Sam parecia estar esquadrinhando seu rosto com os olhos, o que o fez sentir-se estranhamente quente... seu rosto devia estar corando bem naquele minuto.

“Eu...” ela sussurrou, mas a voz quase não saía.

Então, Sam também levou a língua aos lábios, tentando recuperar a fala.
O gesto foi inexplicavelmente tentador para Freddie. Ele sentiu os batimentos darem um salto em seu peito e uma fisgada inconfundível em um ponto bem específico do seu corpo.

Ele não sabia como aquilo era possível, mas ele queria beijá-la... muito. E precisava ser naquele exato segundo.

Respirando com dificuldade, ele abaixou o rosto para ficar ao nível do rosto dela. E, antes que pudesse fazer outro movimento, ele a viu fechar os olhos. O coração de Freddie acelerou e ele levou uma das mãos à cintura fina e delicada, envolvendo-a com o braço.

Ele viu os lábios rosados se partirem, a espera dos seus. E ele não conseguiu mais segurar o desejo... ele a beijou. Tocou a boca macia e delicada, primeiro numa espécie de teste. Mas, assim que ela emitiu um som muito parecido com um pequeno gemido, Freddie sentiu toda a prudência escapar. Ele a beijou com toda a vontade, permitindo que sua língua invadisse o recanto úmido e macio que era a boca de Samantha Puckett.

Não era a primeira vez que eles se beijavam. Mas era a primeira vez que eles se beijavam daquele jeito... tão... intenso!

Da primeira vez eram muito imaturos, mal entrando na adolescência. Agora eram adolescentes se aproximando da vida adulta. E as reações que experimentavam iam além de um contato inocente de lábios.

Freddie sentia a respiração pesada, o corpo quente se apertando com a sensação de desejo pulsante. Sam sentia as pernas amolecidas, a cabeça girando.

Nenhum dos dois teve coragem de recusar aquele contato. Era como se algo mais forte do que eles – do que o ódio que os unia – os tivesse empurrado até aquele ponto... até aquele beijo. Era algo novo para os dois, inesperado, mas perturbadoramente... delicioso.

Desejo. Freddie sabia o que era. Já havia sentido diversas vezes. Mas nunca daquela maneira... tão... real. E nunca por aquela garota... Sam Puckett.

Desejo. Sam também sabia o que era. Já havia sentido antes. Mas não daquele jeito... tão... intensamente, tão vividamente! E muito menos por um nerd como Freddie Benson.

Sentindo necessidade de respirar, Freddie inspirou dentro do beijo, sem interromper a dança de suas bocas. E a mão que envolvia a cintura fina de Sam a apertou um pouco mais, puxando-a para ainda mais perto do corpo dele.

Calor. Era o que Sam estava sentindo. Uma onda quente percorria seu corpo e terminava numa pequena pulsação entre suas pernas. Ela estava zonza, mas não queria parar o beijo. Na verdade, queria que aquele contato com os lábios, língua e corpo de Freddie não terminasse mais... ela estava experimentando as melhores sensações de sua vida.

Mas, tão inesperadamente como havia começado, o beijo – contra a vontade deles – foi interrompido. Por um estrondo.


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