Snow Flower escrita por Mrs Chappy, HoshinoForea


Capítulo 12
Flor de Gelo


Notas iniciais do capítulo

Rukia nee: Oláa pessoal!
É isso aí, chegámos ao final... Já me sinto triste por ter-me de despedir de mais uma fanfic. Espero sinceramente que gostem deste capítulo e que tenham amado a fanfic, assim como eu me emocionei ao escreve-la. Agradeço a todos os que favoritaram, comentaram e nos apoiaram.
Apesar de não ter a Shino-chan para fazer este capítulo final, me alegrei e muito de ter escrito com ela. E não me arrependo em nada dessa decisão.
Se vou parar de escrever HK? Nunca!
Ainda faltam 7 capítulos para A História de Karin acabar (vou tentar acabá-la ainda este ano) mas nem assim vão ver-se livres de mim pois iniciei uma parceria HK, a Flor de Lótus. Uma história que acredito que irá ser uma das melhores que escreverei, graças à grande autora que escreve comigo. Não desistam de escrever, de ler fics dos vossos casais mesmo sem serem cannon, não desistem de os shippar, não esmoreçam... Lutem por aquilo que sempre lutaram. Amem as personagens como sempre amaram.
É nostálgico lembrar do início de grandes fics HK's e ver o final de Bleach. Foram muitos anos acreditando e torcendo, mas não vamos desistir.
Escrevam, leiam, comentem... Sejam HitsuKarin Shipper's!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/569934/chapter/12

Karin encarava sem interesse o céu azul, apesar de encantador e semelhante ao de sua cidade, conhecendo que não era real… a sua visão não lhe proporcionava felicidade. Avistou Nelliel, um tanto mais longe de si, também distraída com seus pensamentos.

Irritada, encarou o pequeno campo de futebol à sua frente. Quando descobriu a falsidade do local onde se encontrava, não soube mais a onde ir. Seus pés simplesmente a conduziram até ali. Relembrou o cenário de gelo que a encantou na última vez que tivera com o capitão do décimo bantai, e mesmo que fosse algo idiota, ela tentou encontrar a flor que deixara cair ao perder os sentidos.

Nelliel a encarava curiosa, enquanto a humana iniciara sua busca, tentando de certa maneira ocupar seu tempo. Apesar de não esperar encontrar nada, não deixou de sentir-se frustrada. A ex espada notou algo suspeito próximo de Karin decidindo aproximar-se, e foi com o som de seus passos, virando-se para encarar a arrancar que a morena detectou algo brilhando junto de seu pé. Uma resplandecência que o sol ilusório não conseguiu derreter.

 

 

P.O.V. Karin On

 

 

A mesma flor que pairou no céu quando Toushirou me pediu desculpas. Não resisti a sorrir, pela delicadeza das pétalas e as semelhanças inegáveis, tive a certeza que também fora criada pela zanpakutou de Toushirou.

— O gelo.

— Como assim? – Encarei confusa Nell que observava a flor em minhas mãos.

— De alguma forma, o poder de seu amigo atravessou o pecador, fazendo que chegasse a este mundo criado por ele. – A terra passou a tremer, causando enormes rachaduras por este. Meu pé tinha escorregado e só por Nell ter-me conseguido segurar a tempo, não me juntei aos destroços originados pelo terramoto.

— O que está acontecendo?

— O poder de seu amigo não deveria estar neste mundo. Possivelmente Hakai não consegue mais normalizá-lo também, fazendo com que todo este mundo entre em colapso. – Encarei-a preocupada, significava que iríamos ser destruídas junto com aquela ilusão?

Para minha total surpresa, Nelliel conseguiu abrir a tal Garganta. Supostamente, Hakai não estava bloqueando seus poderes? Como se ela tivesse lido minha mente, prontamente, me respondeu.

— Eu lhe disse, Hakai não está mais equilibrando este mundo.

— Ele foi derrotado?

— Muito possivelmente.

Adentrando naquela rachadura no céu, expirei aliviada. Notei o piso incerto que me apoiava, estava mais fraco que da outra vez.

Senti uma tensão estranha ao enxergar as costas arqueadas da amiga de Ichi-nii, ela estava escondendo algo. Será que suas forças tinham sido sugadas no outro mundo e só agora ela estava a demonstrá-lo? Parei de imaginar o que poderia estar sucedendo quando subitamente ela deixa de caminhar caindo, embatendo o rosto contra o piso.

— Nell-chan! Você está bem? Acorde! Droga… - Suspendi os ombros de Nell-chan desacordada, enquanto assistia os pequenos cristais despedaçarem à nossa volta, encurtando gradualmente e significativamente o espaço em que estávamos pousadas.

Forcei-me a recordar, um tanto nervosa, os últimos ensinamentos de Urahara-san, nomeadamente, sobre esconder meu poder espiritual. Eu tentei recriá-los, todavia de forma inversa. Elevando meu poder, algumas partículas iam brilhando trocando dessa forma as de Nell-chan. Apesar da ligeira satisfação que senti, foi precária. Afinal, eu sou uma humana, não possuo uma reitsu densa, como meu irmão, o suficiente para mantê-las naquele estado durante muito tempo. Era apenas uma solução temporária.

Sua imagem gritou em minha mente, quando fechei as pálpebras, abraçando mais forte a amiga de Ichi-nii.

— Toushirou…

 

 

P.O.V Karin Off

 

 

xXx

 

A escuridão pernoitava na visão de Toushirou, quando este redobrava a consciência. Estranhamente sentia alguma ardência em alguns pontos de seu corpo, excluindo a hipótese de ter morrido -de novo-.

Erguendo a palma da mão coçou as pálpebras retirando destas, pequenos requisitos de pó instalados, para assim abrir os olhos vagaroso. Algumas sombras ainda incomodavam a clareza das cores, porém, conseguia discernir com algum êxito todo o cenário que o rodeava.

Notou diversas ligaduras por seus ferimentos, sujas e mal colocadas, contudo pressionando e estancando o sangramento.

— Vejo que acordou. – O capitão desviou o olhar para o arrancar que o salvara, ficando ligeiramente surpreso ao reconhece-lo. – Não vou perguntar como se sente, se é isso que pensa, não quero saber.

— Por que me salvou?

Encararam-se sem hostilidade. O outro limitou-se a abanar os ombros desinteressado, arranjando alguma justificação credível.

— Aquele ruivo me irritava. Era para matá-lo… estava farto daquele babaca mandar em Las Noches. Mas não encontrei nada se não um túmulo de flor de gelo com você caído no chão. A presença dele sumiu, voltou ao lugar que nunca deveria ter saído.

— Gratidão? Não creio que tenha sido esse o motivo para me ajudar.

Hitsugaya observou atentamente quando o arrancar ergueu-se da rocha assentado, utilizando o sonido para aproximar-se de seu corpo caído, em milésimos de segundo. Dobrou-se, fixando-o atentamente, como um predador. Seu olhar condizia com o felino que habitava no oco de Grimmjow Jaegerjaquez.

— Está certo shinigami. Eu ia matar aquele desgraçado por uma resposta… - Toushirou ergueu uma sobrancelha, permanecendo em silêncio para este prosseguir. – Nelliel, aquela idiota salvou a garota humana. E desapareceu com ela.

O olhar turquesa brilhou momentaneamente de alívio. Ter um aliado cujos objectivos cruzavam, mesmo que por rápidos instantes, era um tanto reconfortante naquele mundo sem cor ou vida. Contudo, a ideia de ser acompanhado pela pantera não o agradou de todo. Se bem, que se não fosse por ele estaria morto.

— Entendo. Na verdade, não sei onde elas possam estar. Ele não contou nada.

Grimmjow o encarou mórbido, estava furioso por o shinigami ter derrotado o pecador sem este ter conseguido arrancar respostas (nem que fosse à força) antes, queria socá-lo. No entanto, manteve o controlo -algo que muito raramente fazia-, se o matasse perderia suas hipóteses de achar a irritante espada faladora.

— Irei ajudá-lo a encontra-las. – Toushirou assentiu com alguma dor no pescoço. O albino cogitou em agradecer, seria vergonhoso, contudo o arrancar lhe concedera uma nova chance de encontrar Karin…- Não me agradeça. Eu só fiz para achar a Nelliel, seu estado não me importa em nada.

Pequenas feias saltavam pela testa do shinigami, com um rubor de constrangimento e raiva, limitando-se a bufar e adormecer, ganhando todas as energias que necessitaria para encontrar o mundo paralelo.

Nenhum dos dois trocou uma única palavra a mais do que o estritamente necessário. Quando o sol revelava seu brilho matinal no mundo humano, por sua vez, no deserto eternamente nocturno, o shinigami e o arrancar dirigiram-se ao castelo da Las Noches. Adentrando em todas as divisões que não converteram-se em ruínas após o fim do reinado de Aizen Sousuke.

Toushirou com falta de pistas, dirigiu-se aos aposentos do pecador, voltando a encarar imagens do mundo paralelo. Curiosamente, Karin não aparecia mais nelas. Notou a aproximação do espada pela sua retaguarda, intrigado também com o que observava, porém, sequer o olhou ou importou-se com sua presença.

Grimmjow encarava o capitão remexer-se inquieto, percebendo uma movimentação anormal de seu poder espiritual.

— O que aconteceu? – Toushirou demorou a responder, talvez procurando alguma desculpa para não enfrentar o espada com a verdade.

— Elas deviam estar presas num mundo criado por Hakai. Era por aqui que ele as observava… mas, nenhuma delas está aqui.

— É possível que elas tenham encontrado uma saída. – Grimmjow apesar da resposta positiva, seu tom mantinha-se apreensivo. Apesar de elas, de facto, poderem ter achado um jeito de fugir… Também havia a enorme probabilidade de elas terem fracassado e morrido.

A pantera movimentava-se pelo salão, olhando para a decoração sem de facto prestar atenção nela. Quando escutou Toushirou pronunciar-se, sem desligar sua atenção dos acontecimentos parados daquele mundo. Pelos vistos, este apenas movia-se quando seres exteriores adentravam nele.

— Se elas saíram do mundo paralelo, elas tiveram de vir para algum lugar de conexão entre os três mundos. Só há dois lugares para isso. Mas, tendo em conta que o pecador estava aqui, fica reduzido a um. – Grimmjow acenou, entendendo seu raciocínio. No entanto, bufou chateado.

— Não será tão fácil assim. Sabe quantas gargantas existem, que podem ser criadas, shinigami? Nunca as encontraremos desse jeito.

— Mas é a único jeito que temos para as encontrar. – O espada reflectiu alguns segundos, concordando em silêncio com o final daquela discussão. Que mais poderiam fazer a não ser tentar achá-las nas gargantas?

Estalou os ombros, abrindo milhares de rachaduras negras pelo palácio. Em cada uma, os dois tentavam encontrar algum requisito de poder de espiritual conhecido ou semelhante aos que procuravam. Percebendo que estavam vazios, fechava-os imediatamente a todos. Inspirando e expirando, para redobrar as forças, voltava a abrir o mesmo número de Gargantas mas distintas das anteriores. Este processo repetiu-se até o espada começar a suar de exaustão. No final, era Hitsugaya quem procurava algum poder espiritual, já que o arrancar não estava em condições para tal, possivelmente, elas passariam despercebidas por ele.

— Espere! – O azulado ia novamente fechá-las quando o capitão gritou de repente, o impedindo. Ele o encarou, percebendo que este observava uma das cavidades atentamente. – Não tenho a certeza se são elas, mas sinto algum poder vindo daqui.

Toushirou estava um tanto hesitante de poder estar errado. Contudo, Grimmjow não esperou uma reacção sua adentrando pela escuridão que o engolia.

— Ficar parados aqui não vai adiantar nada.

Por um breve momento, achou a personalidade daquele hollow um tanto semelhante à de Ichigo Kurosaki. Sorriu abanando os ombros, permitindo que a escuridão também o sugasse. Não sabiam quanto tempo caminharam ou quanto ainda teriam de o fazer, mantinham o passo rimático e focavam-se no trajecto que criavam. Toushirou alargou sua reiatsu ao notar que Grimmjow ainda estava desgastado por usar o seu excessivamente, anteriormente, e que, portanto, seu trajecto era menos firme do que o seu.

Um estilhaço acordou-os de seus pensamentos, notando, que finalmente, as encontraram. Contudo, não como previam. Karin e Nelliel perdem o solo que as sustentava, obrigando o espada e o capitão a agirem num impulso.

Saltando da reiatsu materializada que criara, o sexto espada pula em direcção de Nell, agarrando seu pulso e puxando-a contra seu tronco. Rodeou os braços por sua cintura, num aperto forte, enquanto pequenos cristais acumulavam sobre seus pés. Ele nunca admitiria a emoção que o invadiu quando a agarrou.

Hitsugaya agira igualmente imponderado, contudo, seu rosto era mais expressivo. Seu corpo tremia nervosamente quando avistou a humana estender o braço, agarrando por fim sua mão. Nem seu toque suave, ou a segurança de Karin naquele instante pararam os tremores. Ainda um pouco nervosa por quase ter morrido, não deixou de sorrir abertamente. Toushirou arrepiou-se com a súbita aproximação de seus corpos, tal como a primeira vez. Provavelmente tudo aquilo fosse apenas ansiedade, e não propriamente medo.

Movido pela curiosidade, e pelo desejo oculto que escondia há alguns anos, abaixou-se da altura da morena, roçando os lábios. Sentiu o ar quente sair de seus lábios, o eriçando de novo. Quase sorriu, antes de a beijar.

“Indiscritível.” — Foi o que pensou quando sugou o lábio inferior desta. O capitão do décimo bantai rendendo-se a emoções, calorosas, com uma humana, sobretudo com terceiros a assistirem era inédito. Não que ele tivesse esquecido esses detalhes, apenas não se incomodava de todo com isso.

Pousou sua testa na curvatura do pescoço da Kurosaki, suspirando. Inspirou fundo seu cheiro, com um sorrido de canto. Sentindo o corpo desta arrepiar-se com sua respiração, sussurrou.

— Por fim, achei você Karin.

 

xXx

 

O portal ergueu-se no céu cristalino, juntamente das alvas nuvens, Toushirou apoiou-se no pé esquerdo pairando lentamente sobre a cidade de Karakura, com Karin abraçada em seu tronco. Os olhos ónix comoveram-se com a bela visão de seu mundo. Antes de pousar os pés no relvado, no campo de futebol, onde jogara com Toushirou e fora sequestrada, sua família a recebeu com abraços e lágrimas de felicidade. O capitão do décimo bantai limitara-se a sorrir, feliz.

Após a primeira semana de euforia e comemorações, a rotina de Karin Kurosaki retornara à normalidade. Porém, de vez enquanto… Um certo shinigami, mais especificamente, um capitão jovem e de couro cabeludo branco, a visitava com uma bola de futebol, a convidando para jogar. Todas as vezes, ela aceitava o desafio. Por vezes ganhando, outras perdendo, mas sempre se divertindo.

Ao caminharem para o campo onde tudo começou, regularmente Toushirou segurava suas mãos entrelaçando os dedos de ambos, beijando rapidamente seus lábios num gesto doce. O róseo no rosto da morena denunciava sua timidez, no entanto, sempre com um largo sorriso.

Nem tudo tinha voltado ao normal. Quiçá, em algum dia, mais um capitão abdicaria de seu haori… por uma humana.

Será que a história se repetiria?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!