Todos são estranhos, afinal escrita por Ai


Capítulo 2
Sabor doce.


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá! Espero que todos estejam tendo um ótimo natal! ♥
Nessa madrugada natalina acabei ficando com uma enorme vontade de digitar algo, então acabei optando por terminar esse capítulo de TSEA — minha animação foi tanta que já tenho o próximo pronto e o seguinte já iniciado~
Estou postando esse capítulo como um presente para vocês! ♥
Nos vemos nas notas finais! Aproveitem!



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— Não. — Repeti pela milésima vez naquele dia. Estava no Fairy Latte, trabalhando arduamente para cumprir meus turnos, entretanto os clientes pareciam ter tirado o dia para perguntar-me coisas indesejáveis.

— Eh? Como isso é possível? — Balbuciava um dos clientes em questão manhosamente. — Você é tão adorável. É impossível que não tenha um namorado!

— Sim. — Concordei, totalmente irritada com o assunto, depositando o sundae em sua frente com certa brutalidade. — Isso é algo possível!

— Se esse é o caso — comentou o cliente ao lado —, podemos resolver isso. Nós dois, o que acha? — Arqueou uma sobrancelha.

— Não, obrigada. Dispenso alguém que me queira apenas por pena.

— Não é pena... — Murmurou. — Você realmente faz meu tipo, Levy.

— Acho melhor você fugir. — Aconselhou a amiga dos dois. — Ele tem um instinto pedo1 que não vai querer conhecer.

Apenas dei as costas para eles, aceitando o conselho silenciosamente.

— Parece estar sendo um dia difícil para você, Levy. — Comentou Lisanna, assim que cheguei ao balcão de atendimento.

— Com certeza... — Confirmei, recostando-me no móvel. Soltei um suspiro cansado. — Pelo menos meu turno está para terminar. Depois disso vou para casa, para minha cama e para longe desses insultos e insinuações sobre meu tamanho.

— É, mas antes terá um longo caminho para trilhar com o senhor ali — apontou para Gajeel, que amedrontava um cliente que havia esbarrado nele.

Soltei um suspiro desanimado.

— Obrigada por me lembrar disso.

A albina riu.

— Alegre-se, Levy! — Tentou me animar. — Afinal, estamos todos de férias, certo? E você não tem turno nenhum no sábado!

— Oh, é verdade! — Isso elevou todo meu ânimo. — Com tudo o que andou acontecendo, havia até me esquecido disso!

Lisanna abriu um sorriso tão angelical quanto a da irmã mais velha.

— Vê? O que está planejando fazer?

— Realmente... — Parei o que estava dizendo quando um cliente aproximou-se para fazer o pagamento. Esperei até Lisanna acabar de atendê-lo. — Não tenho nada planejado.

— Eh? Mesmo? Por que não sai para dar uma volta por Magnolia? Já foi ao Aquário?

— Magnolia tem um Aquário?

Ela riu.

— Você me lembra Lucy, quando havia acabado de chegar aqui. Explore a cidade que mora! E leve Gajeel com você! Não queremos que passe pela mesma coisa que a Lucy. — Aconselhou preocupada.

— Eu não! Por que tenho que passar minha preciosa folga com o folgado do Gajeel?

— Quem é folgado, baixinha? — Indagou o mesmo, puxando minhas bochechas.

— Isso dói, Gajeel! — Reclamei.

Ele relutantemente soltou-as.

— Do que estão falando? — Perguntou, o olhar desviando de mim para Lisanna.

— Levy terá a primeira folga nesse sábado. — Afirmou a albina. — Então sugeri para ela ir ao aquário com você.

— Isso parece um um saco — murmurou.

— Vê? Seria uma chatice ir com o Gajeel! — Pontuei.

— Vamos lá, vocês dois... — Lisanna tentou acalmar nossos ânimos. — Você vai se divertir e relaxar, Levy! E você adora animais, Gajeel! Lembro muito bem disso!

Permaneci calada.

Menos peixes — pontuou o moreno.

— Você gosta mesmo de animais? — Surpreendi-me. — Mentira! Pensei que odiasse tudo que tem vida!

— Você é mesmo... — Irritou-se.

— Por que não gosta de peixes? — Indagou a albina.

— É só que... Eles ficam lá, nos encarando com aqueles olhos... E aquela cara... Isso é tão... Eeek! — Era a primeira que via Gajeel demonstrar ter aversão a alguma coisa.

— Esse motivo é meio... — Comentou Lisanna.

— Gajeel, Levy. — Chamou Evergreen, aproximando-se do nosso pequeno grupo. — Sei que está quase na hora de seus turnos terminarem, mas será que poderiam verificar o estoque dos grãos de café? — Ajeitou os óculos. — Eu mesma o faria, no entanto — checou seu relógio de pulso — devo ir até nosso distribuidor das folhas de chá rever nosso contrato...

— Eh? — Murmurei. — Há algum problema com o contrato?

— Não, nenhum. Apenas está para expirar e ando planejando aumentar nosso menu, uma vez que estamos expandindo o café. — Apontou com a cabeça para teto, indicando aonde em breve teríamos o segundo andar. — De qualquer forma, poderiam fazer isso por mim?

— Claro. — Concordei. — Tudo bem para você, Gajeel?

— Não é como se tivesse outra coisa para fazer. — Deu de ombros.

— E ele só pode ir embora quando você for. — Cochichou Lisanna.

✬✬✬

— Quinze sacos até agora. — Informou Gajeel, depositando o décimo quinto saco no alto da prateleira da não muito espaçosa dispensa.

— Certo. — Olhei a prancheta que Ever havia me entregado com as informações. — Aqui diz que deviam haver vinte! Surrupiaram cinco sacos na caradura!

— Tem três sacos naquele canto — apontou Gajeel. — Não é bom sair tirando conclusões precipitadas.

— Oh, não havia visto. — Afirmei envergonhada. — Entretanto ainda faltam dois sacos...

— Devem estar em algum lugar daqui. — Olhou em volta. — Provavelmente atrás daquela prateleira. Vou dar uma olhada.

— Espera, vou com... — Comecei a dizer, entretanto tropecei em uma pequena caixa de folhas de chá e cai de cara no chão. Para meu azar, a caixa bateu na prateleira e a fez cair direto em minha direção. Eu seria uma mancha no chão se Gajeel não tivesse se enfiado na minha frente e recebido todo o golpe em suas costas.

Essas coisas, no entanto, acabaram empurrando sua cabeça em minha direção...

E seus lábios nos meus.

— Desculpe! — Pedi, assim que ele conseguiu se afastar. Estava com tanta vergonha que nem conseguia abrir os olhos. — Não havia visto aquela caixa! Ah, sou tão desastrada! — Notei seu silêncio e abri os olhos. — Gajeel?

—... Está tudo bem. — Murmurou em um fio de voz.

— Você está bem? — Indaguei preocupada. Ele estava de costas para mim, então aproximei-me para ver seu rosto. A imagem que observei era completamente adorável... E estranha. Gajeel estava com o rosto completamente vermelho, como se estivesse com vergonha do... Corei levemente com o pensamento. — Eh? Gajeel... Não me diga que está com vergonha por esse beijo indi...

— É claro que não! — Praticamente rosnou. Era difícil levar a afirmação a sério quando sua voz travava daquela maneira e ele parecia mais tentar se convencer do que o contrário.

Abafei a risada.

Gajeel estava todo encabulado por conta de um beijo!

— Do... Do que está rindo? — Perguntou. — Veja toda essa bagunça que fez! — Apontou ao nosso redor. — Agora teremos que arrumar e checar todo o estoque de novo! Sua atrapalhada!

— Desculpe. — Pedi de novo, dessa vez com um sorriso brincando em meus lábios. Levantei e ajeitei minha roupa, em seguida estendendo minha mão para ele. — Vamos arrumar tudo isso.

— Posso me levantar sozinho. — Afirmou, fazendo-o.

Passamos a próxima hora arrumando o estoque e vendo se não quebramos nada.

— Ei, Gajeel. — Chamei, quando nos dirigíamos até o estacionamento para pegar o carro.

— O quê?

— Suas costas estão bem? Não doem? Caíram várias coisas pesadas aquela hora...

Por um segundo pude jurar ter visto seus olhos virarem em minha direção.

— Estou bem. Sou resistente.

— Realmente... — Concordei. Parecia estranho deixar o assunto morrer ali, uma vez que era raro Gajeel conversar tanto, então mudei de assunto: — Hum... Está tudo bem mesmo?

— Acabei de dizer que sim.

— Não isso. — Ri. — Estou me referindo à ir ao aquário. Tudo bem para você? Posso abrir mão disso.

Dessa vez tive certeza que seus olhos estavam focados em mim.

— Não me importo. — Chegamos ao carro. — Também acho que deveria relaxar um pouco. Essa é sua chance, então não abra mão dela por mim.

Arregalei os olhos.

Enquanto ele dirigia o carro entre as ruas tumultuosas de Magnolia, percebi algo a respeito de Gajeel.

Embora por fora seja todo casca-grossa e mal encarado, por dentro ele é estranhamente gentil e compreensivo. Talvez seja como seu beijo. Interessantemente agradável e doce.


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Notas finais do capítulo

Algo bem fofo e típico do casal! Gosto de pensar no Gajeel envergonhado após o primeiro beijo do casal, quem pode me culpar? UAHSUAHSA Enfim, espero que tenham gostado!
A situação desse capítulo foi citada pela Levy no capítulo onze do terceiro arco de MEM — ou capítulo 61, chamem como preferir.
Pasmem, tenho o rascunho desse conto desde o ano passado, mas por alguma força do destino acabei cortando de MEM. A música que me inspirou foi First Kiss, da G.Na.

[NOTAS] 1 - Neste caso, é uma abreviação do instinto pedófilo do cliente em questão.

Até o próximo~!



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