Anjo da Guarda escrita por LadySarfagron


Capítulo 1
Você é meu anjo da guarda?


Notas iniciais do capítulo

É baseada numa postagem do tumblr, mas não me lembro exatamente qual, só sei que achei essa fofura perdida entre meus os arquivos e resolvi compartilhar, espero que gostem! xx



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/569891/chapter/1

A pequena Rachel brincava com suas bonecas na enorme caixa de areia do parque, sozinha. Parecia que nenhuma criança de Lima tinha o menor interesse em chegar perto da baixinha para conhecê-la melhor ou simplesmente se juntar a ela momentaneamente na brincadeira. Era como se Rach - apelido carinhoso pelo qual sua abuela Carmen lhe chamava - estivesse com catapora ou qualquer outro tipo de doença transmissível, mas a realidade era que Rachel era apenas uma garotinha de seis anos e meio vegan, judia-barra-latina, filha de pais gays. O último por si só já a deixava, de certa forma, isolada da maioria. Não que a pequena se queixasse de não ter nenhum amigo, afinal ela ainda não compreendia muito bem o que a palavra “amizade” simbolizava. Mas Rachel não conseguia entender como sua irmã mais velha, Santana, tendo as mesmas características aparentes que ela, conseguia estar sempre cercada de crianças onde quer que fosse.

Rachel estava imersa em sua conversa imaginária com a pequena Elizabeth, uma linda boneca de porcelana com cachinhos dourados, olhos verdes e bochechas rosadas, quando dois garotinhos de seis ou sete anos se aproximaram para importuná-la.

— Hey, Hobbit! — Gritou o mais alto, se aproximando o suficiente para pegar o cabelo de Rachel preso em duas marias-chiquinhas e puxá-lo antes de rir.

— O que vocês querem? — Rebateu a garotinha tentando fugir das garras dos dois meninos ao mesmo tempo em que tentava proteger suas bonecas trazendo-as para mais perto de si e se policiava para não chorar.

— Essa sua boneca é tão burra quanto você! — O outro disse antes de bater os punhos com o amigo e rir.

Rachel parou por um segundo para observá-los melhor e reconheceu os rostos imediatamente, Noah Puckerman e Finn Hudson exibiam sorrisos zombeteiros. O moreno mais alto se aproximou sorrateiramente e puxou Elizabeth de seus braços, Rachel assistiu horrorizada ao garoto rasgar a roupinha de sua boneca favorita e jogá-la na grama em seguida, sujando-a de terra.

— Qual é o problema, sua boboca chorona? Perdeu a bonequinha, foi? — Desdenhou Puck enquanto Finn ria descontroladamente.

— Por que você não mexe com alguém do seu tamanho Hudson? Ah, é claro! É porque nem todo mundo tem a capacidade de se transformar num poste ambulante aos sete anos de idade. — Rachel girou sua cabeça tão rápido para encarar sua salvadora, que foi um verdadeiro milagre ela não ter quebrado o pescoço, algumas lágrimas teimosas já escapavam de seus olhinhos chocolate. Atrás dela estava uma linda loirinha de olhos verdes e bochechas rosadas com um olhar desafiador e um sorriso convencido. Rachel achou por um momento que ela fosse sua Elizabeth, mas apesar de ser pequena sabia que esse tipo de magia não era provável. — E você Puckerman? Não cansa de ser um maria-vai-com-as-outras idiota?

— Ora, ora, se não é a sua namoradinha Berry. — Finn zombou cruzando os braços encarando a loirinha.

— Deixe ela em paz, seu retardado mental! — A garota gritou raivosa, assustando os dois garotos. Rachel se lembrou de onde conhecia aquele anjo, Quinn era da sala de Santana na Escola Primária de Lima. — Não me obriguem a chutar o traseiro de vocês dois até que chorem no colo da mamãe como os dois bebês chorões que vocês são.

— Do que foi que você me chamou? — Finn parecia muito nervoso, suas bochechas ganharam uma coloração avermelhada rapidamente.

— Além de burro, você é surdo? — Rebateu a loirinha com um sorrisinho de lado antes de piscar para Rachel.

— Você vai se arrepender de ter dito isso, Fabray! — Ele gritou antes de avançar e tentar acertar um soco desajeitado no lado esquerdo do rosto perfeito de Quinn, mas acabou só resvalando na bochecha da menina.

— É só isso que você tem boneco de posto? Muito bem, agora é a minha vez!

Rachel olhou em volta assustada e confusa com o rumo daquela briga, procurava por algum adulto que pudesse intervir antes que fosse tarde demais, mas parecia que ninguém no parque prestava atenção no que acontecia ali no parquinho. Santana estava correndo com uma dúzia de crianças do outro lado do parque e seus pais corriam como loucos atrás da pequena judia-barra-latina número um. Quando Rachel voltou seu olhar para Quinn, Finn e Puck, os dois garotos já estavam a certa distância correndo aos tropeços para longe dali, um esbarrando no outro enquanto tentavam salvar seus traseiros dos punhos de Quinn Fabray.

— Você está bem? — A loirinha perguntou com um sorriso encabulado enquanto devolvia o que sobrou de Elizabeth para sua dona.

— Eu estou sim, obrigado. — Rachel sorriu quando Quinn limpou os resquícios de suas lágrimas, mas seu sorriso morreu quando percebeu a mancha vermelha de sangue na face esquerda da loira. — Você está machucada Quinn, e é tudo culpa minha! — A pequena abaixou o olhar e voltou a chorar baixinho.

— Não Rachel! — Gritou Quinn desesperada, ela não queria ver Rachel chorando de novo. Nunca. — Não é culpa sua, Finn e Puck são dois idiotas. — A loirinha afagou carinhosamente a bochecha de Rachel. — Você... Por favor, pare de chorar! Eu to legal, não vê? Coloquei aqueles dois bocós pra correr com a força dos punhos Fabray! — Gabou-se a loirinha dando um sorriso sapeca que por algum motivo aqueceu o coração de Rachel como quando ela assistia Funny Girl com Santana e seus pais ou quando a abuela lhe fazia chocolate quente com marshmallows vegan.

— Obrigado por me defender, eu não sei o que teria feito sem você. — Agradeceu a morena mais uma vez antes de aplicar um beijo estalado na bochecha de Quinn fazendo as duas corarem simultaneamente.

— Eu nunca vou deixar que ninguém te machuque outra vez, Rach. Eu prometo. — Quinn passou os braços protetoramente pelos ombros da baixinha.

— Mesmo? — Perguntou desconfiada. — De dedinho? — Rachel estendeu seu mindinho para Quinn a fim de selar aquela promessa.

— Mesmo, mesmo. De dedinho. — Quinn enganchou seu mindinho no de Rachel. — A partir de agora somos melhores amigas para sempre e ninguém vai querer encrenca com Quinn Fabray, certo?

— Certo! — A baixinha sorriu confiante. — Então, isso quer dizer que a partir de agora você é meu anjo da guarda?

A loirinha pareceu pensar um pouco antes de responder. — É, quase isso.

As duas sorriram e naquele momento Rachel esqueceu-se completamente e de uma vez por todas de Elizabeth, afinal, ela agora tinha Quinn como sua melhor amiga para sempre e Quinn estava disposta a defendê-la. Quem ainda precisaria de uma boneca boba?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews?