Misa Uzumaki: Demônio de Gelo escrita por Nephilim Imortal


Capítulo 4
Vila da Névoa Sangrenta


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Atualizando minhas histórias com o tempo livre



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Kirigakure era uma Vila Oculta conhecida e de renome, a ilha nunca se envolvera em uma guerra Ninja, mas algumas coisas bizarras aconteciam por lá. Os ninjas que me encontraram me levaram e por algum motivo me levaram com eles, não sei o que popderia ter acontecido ali, durante meu desmaio. Primeiramente ao hospital, precisava ser hidratada e alimentada. Em seguida, quando estava apresentável, fui levada à uma audiência com o Mizukage, o líder da Vila.

Seu nome era Kimori, mas todos o chamavam de Terceiro Mizukage. Era um homem de idade avançada, rugas rodeavam os olhos e uma marca entre as sobrancelhas era evidente sinal de preocupações. Parecia sempre estar avaliando, como se procurasse o melhor modo de descobrir suas fraquezas, mas ainda assim era uma boa pessoa, calmo e gentil.

Estávamos em uma sala ampla e circular, rodeada por janelas cobertas por persianas. Havia uma poltrona rica, cheia de adornos na qual o Misukage estava sentado, não tive muito tempo para analisar a sala naquele dia.

Quando cheguei perto dele fiz uma reverencia como fui instruída a fazer pelos guardas que me acompanhavam.

—Levante-se jovem...

Eu obedeci.

—Disseram-me que você estava na fronteira, em meio a guerra sozinha...

Eu não respondi, na verdade só assenti com a cabeça.

—Diga-me o que houve. – fiquei em silencio e enfim o senhor prosseguiu. – Tudo bem... Imagino que deve ter passado por situações difíceis... Pelo menos diga-me seu nome...

—Misa... Misa Uzumaki.

O homem sentado à minha frente levantou as sobrancelhas.

—Isso é um tanto evidente pela cor de seus cabelos, pequena. Mas... vejamos, você é uma ninja?

—Não... – respondi – meus pais fugiram disso.

Quando percebeu que não me arrancaria mais nada, ele continuou:

—Bem, imagino que deve haver algum motivo, mas... Bem, continuemos, seu pai era do clã Uzumaki?

O homem se levantara e caminhava em direção à uma das janelas. Abriu a persiana, deixando a luz do sol entrar. Me surpreendi com a claridade repentina e a única coisa que percebi novamente é que lá não chovia. O Mizukage percebeu que estava atenta à janela e fez um comentário gentil.

—Aqui é bem diferente de sua casa não?

—Eu não tenho casa à dois anos... – comentei com pesar demais para uma criança de 6 anos e meio.

—Amegakure pode ser bem traiçoeira...                                 

—A guerra é traiçoeira.

O Mizukage fechou a expressão. Teoricamente ele não participava da guerra, mas o Senhor Feudal do Pais da Água financiava a guerra bem. Soube isso pelas crianças de rua da Chuva.

—Sim, pode ser. Mas... você não me respondeu, qual é o clã da sua mãe?

—Ela é do clã Uzumaki.

Ele pareceu surpreso.

—Como? Por que você não usa o nome do clã de seu pai?

—Não sei... Mamãe costumava dizer que era perigoso.

—Por que?

—O clã do meu pai se chamava Yuki.

...

O Mizukage permitiu minha estadia na Névoa, me matriculou na Academia e me resignou um pequeno quarto, era mais do que eu podia imaginar ter, não sei por que o Mizukage estava sendo tão gentil, insistiu que eu ficaria na Névoa e seria bem recebida, como de fato fui.

Kirigakure era muito diferente da minha vila. Shinobis uniformizados circulavam por toda a parte cuidando da segurança da cidade, haviam crianças que também treinavam na rua por toda parte. Aqueles que não era ninjas viviam contentes, mas eram apenas pessoas comuns e a diferença era aparente.

Os edifícios eram cilíndricos e estranhos comparados aos que eu conhecia e a vila era cercada por montanhas. O prédio mais alto, aquele que eu estivera com o Mizukage era o Centro Oficial da Vila, onde ficava o escritório do kage salas de reuniões e alguns outros cantos que ninguém sabia. Apenas a Elite Ninja.

O mais impressionante é que lá não chovia, mas ao mesmo tempo o sol não estava sempre presente. A vila fazia jus ao nome, pois a maior parte do tempo era encoberta por uma névoa que atravessava as montanhas e assentava no vale. A névoa pairava no ar, principalmente nos prédios mais altos, encobrindo, junto com as montanhas a localização da Vila. Também dava um ar misterioso para aqueles que perambulavam na terra, com aquela névoa a vila parecia sempre viva.

Mais viva que eu, eu sempre pensava, tinha deixado minha vontade de viver junto à Nagato, parecia que meu gêmeo levara consigo meu coração e minha alma. Chorava por vezes escondida e minha única motivação de estar ali e me dedicar tanto à Academia é que eu tinha raiva e sabia que meus pais estavam errados em sair do mundo Ninja. Eu prometi a mim mesma que me tornaria forte a ponto de nunca mais passar pela situação de cativeiro que passei, nunca mais deixar que homens estranhos abusassem de mim e nunca mais deixaria as pessoas que eu amo morrerem sem ao menos lutar por elas. Mas, quem eu amava? Essas pessoas não existiam mais. Provavelmente Nagato estava morto. Assim como meus pais, eu não conhecia mais ninguém 

O que me restava era lutar pela Vila que me acolhera como um bom soldado, torcendo para algum dia reencontrar meu propósito de vida, o que no mundo ninja eles chamam de Nindo.

...

Mesmo tendo espírito livre, aprendia muito rápido e sempre fui dedicada, característica do meu pai. Meus colegas da Academia eram dois anos mais novos que eu, estava um pouco atrasada por nunca ter treinado antes. Para as crianças, foi mais difícil me aceitar, nem todos gostavam de mim. A maioria me evitava. Eu era a garota órfã e estrangeira.

Aprendi técnicas de Taijutsu, lutas que usavam o corpo e armas como kunais e shurikens. Essa foi a primeira etapa do treinamento. De alguma forma, lutar parecia estar no meu DNA, pois ativava e me deixava um pouco mais viva, pelo menos por uma fração curta de tempo. Eu até que me saí bem, me esforçava, mas, como não tinha nascido naquele universo, não estava no nível da turma. Tínhamos provas escritas sobre a teoria das artes ninjas, tudo muito complicado. 

Meu sensei na Academia vendo o meu esforço e a quantidade de falhas me ajudou nos erros. Concentração. Para fazer qualquer Jutsu era essencial concentração e foco, algo muito difícil para mim.

Ele me disse que eu tinha talento e dedicação, mas que tudo seria mais difícil por causa da falta de atenção. É claro que na época eu não entendi muito bem, agora, porém, eu sei do que ele estava falando.

A cada dia praticávamos mais. Talvez meu sensei estivesse certo ao afirmar que era falta de concentração, mas ás vezes eu pensava se eu tinha motivação para estar ali, sendo que eu perdera tudo de importante que tinha. Meus colegas de classe demoraram a me aceitar, talvez depois de um mês apenas toleravam minha presença.

Conheci uma menina muito doce em minha classe, seu nome era Junko e, por mais que seu físico não se assemelhasse ao de Aiko, ambas eram incrivelmente parecidas

Em um ano, eu pulei duas turmas e me tornei Gennin com ninjas da minha idade. Meu time de treinamento era ótimo, nossa sensei era Pakura, e meus colegas chamavam-se Akinori Henuren, que era desde a Academia, excelente em ninjutsu médico e Hayato Nifume, um exclente lutador de Taijutsu e ótimo com facas. Nós nos conhecemos e tivemos um ano inteiro para nos aventurar em missões de níveis baixos e algumas de níveis A raramente.

Akinori tinha cabelos lisos até os ombros, de um tom claro de azul e olhos grandes, tom violeta, quando nos conhecemos era da minha altura e era magro, sempre que me via sorria. Já Hayato, parecia mais gordo e fortinho, seria muito musculoso quando crescesse, os olhos dele eram azuis do mais puro azule tinha cabelos castanhos espetados e curtos.

Eu sempre brigava com Hayato, ele era muito explosivo e cismava comigo o tempo todo. Durante o ano que passamos juntos, eu observei sua técnica e treinei junto com ele, mas na maior parte do tempo nos desafiávamos para uma luta de Taijutsu, o que, mesmo que eu tenha perdido todas as lutar, me fortaleceram e melhoraram meu estilo de luta.

Uma vez, eu desafiei Hayato a uma rodada de Taijutsu. Não importava quanto eu treinasse, quanto melhorasse, sempre acabava no chão. Desta vez, eu estava muito confiante e Hayato percebeu isso e fechou a espressão. Akinori que estava ali perto pediu para que eu esquecesse isso, deixasse para outro dia, mas eu segui em frente.

Estávamos empatados, lutando firme, socos, chutes, saltos até que eu consegui atingi-lo na barriga e derrubá-lo com uma rasteira. Coloquei a mão na boca e percebi que alguma coisa estava sangrando, ou o nariz ou a boca eu não sabia dizer e as juntas de meus dedos também sangravam por causa dos socos.

Hayato levantou-se, furioso, com fogo no olhar. Não podia voltar atrás agora, mas o medo me invadiu quando ele veio para cima de mim. Deu um soco no meu queixo e chutou meus joelhos, me fazendo cair no chão. Antes do golpe seguinte, eu consegui reagir e deu outro soco na barriga e agarrei seu pescoço por trás, o que foi um erro, pois sendo mais forte que eu ele facilmente me lançou por cima dele. E eu bati com as costas no chão.

A luta durou mais algum tempo e eu senti Akinori tenso assistindo. A cada golpe certo Hayato ficava com mais raiva. Ele me acertava muitas vezes e como doía mas, eu ignorava a dor para vencer. No final, eu estava com as costas no chão e Hayato deu dois socos muito fortes no meu rosto e disse:

—Eu venci de novo, Misa, não adianta!

—Eu estou melhorando, ficando mais habilidosa.

A raiva apareceu novamente nos olhos azuis fervorosos do menino e Hayato socou uma kunai apontando para o meu pescoço e o medo me dominou, ele realmente iria me matar. Akinori apareceu e arrancou Hayato de cima de mim, por sorte Hayaro desistiu, mas, não foi embora antes de me dar um soco na barriga me dando ânsia e fazer um corte no meu braço.

Akinori me levou para longe para me curar. Estávamos sentados em um banco e ele curava o corte no meu braço e enfaixava os meu dedos sangrentos, de maneira nada delicada, ele parecia muito irritado comigo. Ele finalmente chegou no rosto e curou minha bochecha dolorida. Meu rosto estava virado para o lado e o cabelo jogado para trás, enquanto aquela luz verde hipnotizante aliviava a dor.

—Você não deve se meter nessas coisas. – disse ele ríspido

—Eu não ligo de perder.

Instantaneamente, ele meio que largou a mão no meu rosto, com um barulho de tapa. Não doeu, o significado daquilo foi pior. Akinori não tirou a mão de minha bochecha, então virei o rosto para vê-lo. Seu rosto era pura apreensão. As sobrancelhas claras franzidas, os olhos violetas cheios de preocupação.

—Não se preocupe, é dessa maneira que eu cresço.

—Eu sei, e você será a melhor ninja da Névoa, a melhor ninja do país da Água, melhor ninja do mundo ninja, mas tem que tomar cuidado e não se arriscar sua vida por uma bobeira qualquer.

Eu coloquei minha mão sobre a dele, entrelaçando os dedos nos dele. Sua mão era quente e aquecia minha mão fria.

—Obrigada, Akinori. Por me curar, por se preocupar comigo...

Eu gostava de conversar Akinori, ele era simpático e não via problema em relação ao meu clã amaldiçoado, achava que os poderes deles eram dons, dons que um dia eu teria. Éramos realmente muito amigos e até Hayato, gostava de sair conosco para comemorar depois das missões.

Descobri com a Sensei Pakura que eu tinha duas naturezas elementares, Suiton, água e Fuuton, vento, e com isso comecei a treinar alguns jutsus simples com essas naturezas, mas eu ainda não tinha despertado e não sabia como utilizar o Yuki, elemento gelo que pertencia ao meu clã. Pakura, muitas vezes me treinava em particular, provavelmente, ordens do Mizukage, para que eu fosse supervisionada.

Pakura, no final de um treinamento disse:

—Você tem um dom raro, assim como eu. Um Kekkei Genkkai, é sempre perigoso nas mãos erradas.

—Mas, sensei, eu posso nem despertar o elemento Yuuki.

—Mesmo assim, você será uma exclente Shinobi. Duas naturezas Elementares são algo que muitos profissionais demoram anos para controlar e adquirir e você já as tem desde que nasceu. Poucas pessoas chegam a desenvolver verdadeiramente as Naturezas, mas, se você quiser, terá que treinar duro. Seria incrível se você tivesse, não só Yuuki, mas Suiton e Fuuton desenvolvidos nas mangas.

Ela pausou.

—Então quando você crescer treine tudo isso. Quem sabe você não desperta mais uma Natureza Elemental?

—Mais uma?

—Sim, é raro, mas existem alguns Shinobis com quatro Naturezas.

—Que legal.

—Só mais uma coisa, Misa. – Ela pareceu séria agora.

—O que?

—O seu antigo sensei, na Academia, me disse, assim que recebi você no meu time, que você não tinha nem um pouco de concentração...

—É, ele me falou isso, mesmo... Acho que não consigo me focar. Sempre penso muito em meu passado e as angústias me corroem por dentro. 

—Não é só isso, mas você é como uma bomba. Você herdou uma quantidade incrível de chakra dos Uzumakis, mas não consegue juntar todo ele por um tempo para fazer um Jutsu e isso acaba na falha e algumas vezes na dissipação de Chakra pelo ar como uma explosão.

—Isso é ruim, não é, Sensei?

—É, mas a gente pode superar isso, Misa. Sei que você passou muitas dificuldades no passado, perdeu os pais muito jovem, passou fome e frio, a Vila da Chuva é traiçoeira, mas... Eu vejo um futuro brilhante para você como shinobi.

...

 


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Notas finais do capítulo

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