Sobreviva Ao Seu Destino escrita por Ytsay


Capítulo 8
Separações- parte 2


Notas iniciais do capítulo

Olá, como foram esse natal? Espero que bem, de verdade espero.
Bem, esse capítulo não esta nada da perfeição em pessoa, digo texto, mas não consegui mudar nada. Acho que são momentos necessários e é tudo que consegui extrair da minha cabeça nesses dias.
Quis postar um cap antes do fim do ano. (Alias, Feliz ano novo!). Então o proximo vira depois que eu responder os comentários acumulados. Ou seja, quando eu responder oseu comente sera mais breve para o proximo. ^-^
—Boa leitura!



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[Pietra]

Era de tarde quando Pietra foi levada sem grandes protestos de sua família composta apenas de mulheres. No final daquele ultimo dia o caminhão fumacento, normalmente usado para carregar as produções, estava levando os segundos filhos das famílias que moravam naquela região afastada. Durante o percurso um dos soldados que os acompanhavam começou a anunciar os portões que e os estavam ali deveriam ir na manhã seguinte.

Hiago, sentado ao lado de Pietra, transmitia sua tensão ao segurar a mão da garota. Ele já sabia que ela iria para o portão ao sul, numero 22.e esperava para saber o seu. Então o aperto se soltou levemente com o choque, Portão sudeste: numero 17. Pietra não sustentou o encaramento dele e conseguiu manter a expressão nula, mas a destruição era interna, a corrosão a consumia lentamente e dolorosamente quando não conseguia evitar-se de pensar que amanhã naquele mesmo horário estaria destinada a nunca mais encontra-lo.

[Aurora]

Em outro lugar dessa vasta colônia, oficiais cansados de ir às varias casas buscar segundos filhos para o banimento, chegaram à casa dos Consegree. Durante aquele dia Aurora e a família estiveram reunidos, apenas esperando. Ela permanecia grudada no irmão de doze anos, quieto de tanto pavor, mesmo ela dizendo gentilmente que ele ia ficar bem. Uma batida forte na porta e sua mãe se levantou para abrir, enquanto o pai dava o que pensava se o ultimo abraço na filha e no filho.

A mulher não impediu os soldados, mas assistiu em lágrimas seu esposo ir até o líder dos homens, que questionou seu nome e declarou que iam leva-lo; terminado sarcasticamente com um agradecimento pelos anos de serviço.

Então o homem se dirigiu ao garoto ao lado de Aurora:

–Pietro Consegree?

–Eu vou no lugar dele!- e Aurora empurrou o irmão para trás dela. Seus pais a olharam chocados, sem esperar por aquilo. E o oficial a olhou não muito surpreso.

–Tem certeza disso? O futuro aqui para um primogênito é melhor do que ir para fora. Ainda mais para você, senhorita Aurora, com o bom status que tem na escola. São muitos benefícios que está querendo abrir mão para deixar esse garotinho – o soldado encarou Pietro tremulo e pálido -... lutando a cada dia para conseguir montar uma vida de classe baixa aqui na colônia.

–Tenho. Com isso ele não vai em qualquer dos próximo banimento, não é?

–Sim. –confirmou o homem. -Infelizmente as regras são essas. Mas, pense bem, vai deixar sua mãe sozinha aqui, com ele?

Aurora sorriu levemente ao olhar para a mãe, que sabia que a menina treinava sempre que podia e estava mais preparada que o irmão, e assentiu confiante. Então o comandante folheou os papeis que tinha em suas mãos e com um leve sinal de desgosto na expressão, rabiscou alguma coisa em uma das folhas, que a seguir deu para a menina assinar e depois indicou que os soldados a levassem. Claro que o homem não ficava feliz com a decisão de Aurora, sabia como a menina se destacava na melhor escola e seria muito útil, mas não estava com ânimo de discutir e argumentar como mais cedo, até convencê-la.

[Piper]

A ruiva corria para seu quarto sabendo que os homens que a levariam estavam chegando. Ela tinha feito uma pequena mala com suas coisas e foi buscar no quarto um casaco bom que tinha se esquecido de pegar.

A família dela era pobre e tendo ela de segundo filho a coisa ia difícil, mas indo. Ela era amada por todos, tanto que quando descobriu sobre o Banimento, da qual estava marcada para ir, quis treinar a todo custo, e seu irmão, Joshua, a ajudou como pode e eles aprenderam muitas coisas nesses anos de treinamento em terrenos afastados; e mais ainda quando conheceram um órfão que deu umas dicas para armadilhas.

Logo Josh surgiu na porta do quarto, informando um pouco triste que os oficiais a esperavam na pequena sala. Ela reclamou do susto que ele lhe deu e durante todo o percurso até o cômodo Piper falava sem parar com o irmão, sobre alguns objetos dela para dar para determinada pessoa ou para lembrar alguém de fazer algo ou de alguma coisa que ela ainda tinha duvida antes de partir. E mesmo quando estava na sala falou um pouco com a família ignorando os homens. Só depois de abraçar fortemente cada um de sua família, desejando um monte de coisas, e pegar sua bolsa improvisada, Piper se virou para o oficial-comandante que confirmou o nome dela. Piper estava triste, confiante e tensa, tudo ao mesmo tempo, mas tinha em determinação e força para pensar naqueles passos para fora de casa como o começo de sua sobrevivência.

[Rose]

Rose caminhando pelas ruas que se escureciam com a chegada da noite. A jovem de cabelos escuros e olhos claros estava indo à casa do melhor amigo, não ia ficar esperando aqueles homens aparecerem e simplesmente leva-la.

Então uma voz conhecida a chamou. Tomas, seu irmão gêmeo, vinha logo atrás dela, e estava a perseguindo naquele ultimo dia desde a manhã, quando Rose não conseguiu impedir que ele lhe roubasse um beijo, cujo a lembrança ainda a enojava e a deixava querendo muita distancia dele. Tomas tinha um amor platônico por Rose, que jamais correspondeu, o que resultou em algumas ações forçadas que a fez adquirir o habito de estar sempre distante dele.

O garoto continuou a seguiu até chegar bem perto, mesmo com os passos rápidos de Rose, e em um momento a segurou pelo braço e a jogou contra um cerca de madeira que acompanhava a calçada na qual andavam. Rose tentou se soltar logo a seguir, mas Tomas conseguiu segura-la e a atacou novamente para conseguir um beijo mais intenso. Não suportando a proximidade ela o ajoelhou no meio das pernas e correu sem olhar para trás. Quando chegou à casa de Marcus bateu na porta com urgência e ele próprio atendeu. Rose o cumprimentou com abraço apertado, fazendo o pai dele, acomodado numa escrivaninha próximo, os encarar por alguns segundos.

Um tempo depois eles estavam acomodados no chão de uma estreita varandinha dos fundos da casa, onde costumavam ficar durante as noites frescas e fazer companhia um para o outro. Marcus não tinha irmão e era um adotado de sorte, pois assim estava fora do banimento e, apesar de não ter benefícios dos primogênitos, ia viver bem sendo inteligente como era.

Rose admirava o céu estrelado, na presença do garoto, sentado ao seu lado, esquecia-se completamente do ocorrido com Tomas ou da família que a menosprezava.

–Marcus. -ela o chamou, tirando a atenção dele de um livro. –Depois que eu for você não vai deixara aqueles valentões continuarem ate perturbar só porque é um bom aluno, não é?

O rapaz abaixou a cabeça e sorriu um pouco sem graça, então voltou a olha-la.

–Posso tentar. –e ela encarou-o séria. –Está bem. Não vou deixa-lo fazerem isso.

Eles sorriram um para o outro e quando ele ia voltar a leitura ela o chamou de novo e, ainda o olhando fixamente, disse:

–Eu queria ficar.

–Você pode ficar se quiser, minha mãe pode arrumar um lugar...

–Não. Não queria ficar só por hoje, Marcus. Queria ficar para sempre junto com você. -O menino vagava os olhos pelo rosto de Rose, e sabia que estava ruborizando ao encara-la daquela forma, mas não conseguia desperdiçar a oportunidade. –E ser bem mais do que sua melhor amiga.

–Rose, eu... – Marcus deixou o livro ao seu lado e então deu toda sua atenção, sem jeito, para a garota. –Eu também queria.

Logo a seguir o sorriso estava no rosto de ambos sem controle. Marcus admirou a Rose e se aproximou, ela logo terminou a distancia para o primeiro beijo. Entretanto, pouquíssimo tempo depois, alguém bateu na porta da casa de Marcus e ele ouviu seus pais conversarem. Logo os homens pediram passagem para vistoriarem a casa e rapidamente em um deles encontrou Rose na varanda ao lado do garoto. Eles mal tiveram tempo para ficar de pé, e muito menos pensar em uma fuga. O soldado avisou com um grito que a encontrou e foi logo pedindo o nome dela.

[SK]

Aquele lugar perturbava o ruivo mais do que nunca naquela noite que avançava. O abrigo estava mais cheio. Os novatos trazidos antecipadamente para o banimento, que ia ser no dia seguinte, acabavam dormindo onde se achassem confortáveis. Alguns dos órfãos veteranos tentavam ajudar guiando grupo pelos corredores e andares atrás de camas vagas e quartos. Nos corredores SK tinha que tomar cuidado onde pisava para não tropeçar em alguma perna ou pé ou pessoa confusa e perdida, e mesmo assim ele trombava com varias.

Quando andava pelo corredor do seu quarto, abrindo espaços entre um grande grupo de novatos que vinham em um acorrente contraria seguindo um guia, todos trombando, encostando e o tocando para passarem pela passagem um pouco estreita, S-K sentiu alguém agarrar seu pulso e usar o mesmo caminho que ele abria. Apesar disso ele continuou e só parou na frente da porta do seu quarto, então olhou a dona da pequena mão que ainda aquecia seu pulso direito. Ela puxava o gorro para cima dos olhos enxugando as lagrimas e não o soltava, para ter a certeza de que ele estava ali. Cansado de esperar, o ruivo puxou levemente o alto do gorro para poder ver os olhos molhado dela. S-K não disse nada e a pequena soltou o que lhe atormentava:

–Eles não me deram um numero... -disse com voz embargada. -A maioria dos meus colegas de quarto ou da minha idade recebeu... Um carimbo bem no rosto. - e ela fez um gesto como se carimbasse a própria bochecha. – SK, eu não quero ir pra fora...

O rapaz não tinha o que dizer, nunca teve que consolar alguém e não usar palavras para criar ilusões para a pequena.

–Como sabe como me chamam?- perguntou desviando o assunto, e a menina apenas apontou a folha de trabalho daquele dia que ainda estava pregada na porta do quarto dele. A seguir ela o abraçou na altura da cintura choramingando, e ele ficou sem jeito, pois algumas meninas os olharam estranhando ou com uma expressão que ele não pode interpretar. Suspirou, a soltou e agachou para ficar na altura do olhar dela.

–Eu sinto muito por isso garotin..

–D-I. –ela o cortou, dizendo seu nome, e continuou prestando atenção.

–Sinto muito por isso D-I, mas eu também estou na mesma situação. Acho que vamos juntos para esse banimento... Então, nós vemos amanhã. -Sk ficou de pé sorrindo.

–Mesmo?- perguntou ela com um pouco de expectativa. -Vamos juntos?

SK apenas assentiu, incerto se era isso que ele tinha falado, e entrou no quarto deixando a menina para trás.

[...]

[Henry]

–Pela decima vez Anthony, não se pendure ai e pare de perturbar as pessoas. Elas não estão interessadas em te ajudar com sua fralde de ser seu irmão! – disse o oficial que terminava o seu turno noturno, tendo que mandar o rapaz sair da pequena e alta janela com barras da cela, que Henry deu um jeito de alcançar para ver a movimentação do lado de fora.

–E pela decima vez, meu caro, eu não sou Anthony. -ele permanecia em seu posto de observação. -Mas afinal o que é que esta acontecendo lá fora?

–Você tem sérios problemas não?- o homem se afastou da frente da cela dando uma olhada nos outros presos que dormiam naquele horário tão cedo. -Se esquece de quem é e também se esquece de que como segundo filho o seu banimento vai ser hoje.

–O quê?-Henry desceu e foi até as barras, tentando ver o oficial. -Banimento? Não. Mas eu não...

O oficial já tinha sumido do corredor e o do turno da manhã entrava caminhando para a primeira ronda sem dar atenção para ele.

Henry já estava retido há dois dias. Nada do que os pais fizeram convencia o delegado que era o rapaz errado, e Anthony, não querendo ser banido da colônia, conseguia se manter afastado da situação, deixando-a seguir seu rumo e sem admitir que não era o Henry para ninguém.

Alguns minutos depois um oficial diferente, com um chapéu estranho e pontudo, chamou a atenção de Henry ao ficar parado na frente da cela dele.

–Anthony Smith. -falou o homem olhando da prancheta para o rapaz na cela, deitado na cama e esticando o pescoço para trás para ver o homem. -Daqui á uma hora você será levado para o portão sul, numero 22. Prepara-se e boa sorte.

Henry deu um salto da cama e chamou o homem pela característica que se destacava: um bigode volumoso e escuro, querendo convencê-lo que não era o irmão, mas o homem o ignorou por completo e se afastou rapidamente depois de avisa-lo.


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Notas finais do capítulo

*-* O fim do ano esta chegando, ano que vem vou me dar algo para fazer... (tipo terminar essas historias).
Olá, espero que tenham apreciado o trecho. ^-^
Aqui eu falei dos segundo filhos, e de alguns que são primeiros mas estão indo para o banimento. Então acho que nos próximos vamos saber um pouco dos órfãos queridos, como Ross, Alice, Tae e Louis.
Hahaha, o Banimento vai ser logo, muito logo. Desculpas adiantadas seu eu demorar séculos para postar, estarei esperando a media de comentários aceitáveis, aliás [eu meio que faço rankings e conto umas coisas]: Agradeço de coração os leitores que sempre sonhei ao criar a essa fic que estão sempre por aqui *-*. E também digo obrigada aos favoritos de Bia, Lies e BomDiaPeeta (agradecimento que adiei até esse momento).

Obrigada por ler. Inté!