Sobreviva Ao Seu Destino escrita por Ytsay


Capítulo 34
Encerramento


Notas iniciais do capítulo

Oie! Vou confessar logo, minha pretensão de criar a segunda temporada se desfez, um tanto por meu tempo estar sendo cada vez mais limitado, por meus planos profissionais terem que começarem a serem traçados e por meu próprio ânimo. Assim, suponho que não farei a continuação (talvez um dia, mas não esse ano).
Entretanto, esse prologo da nova temporada estava escrito e gastei uns miolos para escrevê-la, agora será pra você que leu esses capítulos ao menos saber um pouco do que aconteceria e da experiência que veríamos na nova temporada. Além disso, tem o trecho do que acontece com os personagens que conhecemos aqui.
Essa é minha despedida e encerrarei a fic aqui.
Só quero que continue sabendo que depois daqui, se um dia encontrar uma fiction chamada Sobreviva ao Seu Destino na Cidade Fantasma, sou eu mesma travando uma nova batalha.



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Eles foram chamados de Banidos ao serem expulsos de sua antiga colônia, que, aliás, os usavam como bem entendiam por serem órfãos. Então sobreviveram ao que tinham após os muros, fugindo de criaturas, matando lobos, lutando contra seres chamados de humanoides e atravessando terrenos perigosos de predadores. Agora eles chegaram à Cidade Fantasma, caracterizada por estar cercada por uma neblina branca que jamais se dissipa com o passar do dia.

Sustenta sob os restos de uma antiga metrópole, despedaçada e corroída por séculos, a Cidade Fantasma surge com construções partidas e quebradas em meio a névoa quilômetros antes da muralha. Sendo um lugar muito mais semelhante com a floresta do que com a cidade que foi no passado.

Uma avenida leva aos portões de entrada. Sua extensão é isolada pelos prédios altos nas laterais, que são mais inteiros por estar no centro da antiga metrópole, o que garante uma vantagem aos vigias. A neblina então se torna rala diante da muralha de seis andares, feita de restos das outras construções. E proteções extras estão nas estacas pontudas apontadas contra qualquer coisa que vier pela avenida.

Ao entrarem os Banidos foram separados para uma pequena triagem e pesquisa antes de ficarem diante do líder da Cidade Fantasma: Alison, que definiu o destino deles naquele lugar, ou melhor, o que iam ter que fazer para merecerem estarem ali.

Para sobreviver na Cidade Fantasma deverá garantir o primeiro nível de status ao duelar por sua vida. Haverá pessoas da cidade querendo se divertir com sua luta, ganhar dinheiro apostando em sua morte ou vida. Outros irão querer testar sua capacidade e se oferecerão para te matar, ou, no mínimo, te ferir o suficiente e te fazer de servo. E isso é apenas o começo da sobrevivência nessa sociedade.

***

Não, não, não! Era a única coisa que pensava. Todos eles deviam ser amaldiçoados. Você não estava pronto para aquilo, não mesmo. Você foi jogado dentro daquele buraco na terra de dois metros de profundidade, dentro de um grande galpão. As grades estavam em todos os lados e fazia uma cúpula sobre sua cabeça que não te permitiria fugir.

Ao cair da noite te empurraram até aquela arena circular enorme, te tratando como um animal de rinha. Pesadas correntes abaixaram a gaiola de barras de aço sobre a arena, te isolando da área da plateia, dos habitantes que assistiriam sua conquista do primeiro Status. Era sua chance chegando antes que estivesse pronto, se fosse mal as pessoas iam saber que era fraco, mas se ganhasse elas poderiam respeitá-lo e o aceitá-lo na sociedade.

Agora, você encarava uma extremidade cavada na parede de terra, uma toca fechada por um pequeno portão, onde algo se mexia nas sombras.

Os fortes holofotes estavam ligados no alto das vigas do galpão, caindo sobre você como dezenas de sols durante a noite. Você era o show deles, e a plateia ficou em euforia quando a anfitriã da cidade chegou para dar inicio ao duelo. Você nem ouviu o que o irmão da líder discursou. Tinha pânico apertando cada batida de seu coração e vibrando em seus músculos, estava com os olhos fixos no seu oponente em meio às sombras e ainda preso. Você não tinha armas, não tinha muita técnica e não estava recuperado da travessia de dias por lugares inexplorados.

Quando se formou o silencio de expectativa da plateia, achou que ia morrer ou já estava morto. Era o momento de sobreviver mais uma vez. Subitamente uma lança afiada voou e se cravou ao seu lado. E no alto, um rapaz com outras armas te olhava sem expressão. Você não devia agradecer, apesar de fazê-lo mentalmente, pois era apenas o processo começando.

No segundo seguinte, o portão deslizou com o ruído agudo de metal. A plateia ainda fazia silencio, curiosa em saber contra o que você lutaria. As luzes contra você era fortes suficiente para não te permitir ver as pessoas nas arquibancadas ao seu redor.

O sangue pulsava frio e forte no seu corpo, mas nada na abertura se moveu por longos segundos. E quando o fez você se apressou para pegar sua arma, pronto para se proteger e encarou seu oponente oculto, já ignorando que era o centro das atenções de muitas pessoas. Para a sua surpresa, um chiado de aviso ecoou da abertura e, passo a passo, a cabeça felina saia para a luz, piscando os grandes olhos amarelos, incomodados pela luz forte, mas estavam completamente focados em você.

A criatura era do tamanho de um cavalo. A cabeça de lince cinzento era grande, com uma boca proporcional e suficiente para te dividir ao meio em duas mordias. O corpo era peludo e levemente cumprido. As patas eram largas e exibiram garras afiadas. E a calda curta balançava como a de um gato muito irritado.

O lince tinha mais coragem que você e correu na sua direção, parecendo já compreender que tudo aquilo terminaria com a sua morte. Você levantou a lança, pois era o que podia fazer, e desviou-se para o lado, tentando atingi-lo. O animal se esquivou para o lado, pra longe da lamina brilhante e batendo o ombro contra a parede de terra do buraco em que estavam.

Tomado de coragem foi sua vez de avançar. O felino agilmente saltou, evitando seu golpe em suas costelas, e logo se virou pra deferir as unhas no seu corpo mal protegido por um colete de couro seco que lhe deram. O golpe lhe jogou no chão e deixou um corte transversal no seu tórax e outro na coxa. A dor profunda lhe incomodou enquanto o sangue fluía e umedecia o piso de terra.

O lince atacou novamente te vendo caído. A pouca consciência e a necessidade de sobreviver lhe deu força para continuar lutando. Teve tempo apenas de alcançar a lança caída no chão e posiciona-la. A enorme boca cheia de dentes alcançou sua cabeça, você a viu bem de perto, mas ela se fechou rápido em um estalo, centímetros longes. O animal grunhiu, lamentando, e te encarando sob ele.

Você podia ver os sinais da dor intensa que o consumia naquele último instante. O sangue do bicho escorreu por entre os dentes fechados e à mostra, como se ainda rosnassem para você. O lince se moveu e uma nova fisgada de dor da lança fincada profundamente em seu corpo atravessou sua expressão. Ele não tinha mais chances... As pupilas dilataram e o peso do felino caiu vacilante sobre você.

Era difícil acreditar que ainda estava vivo, apesar da dor amenizada pela adrenalina e da fraqueza pela perda de sangue. Sob aquele corpo ainda quente percebeu o silencio que o lugar fazia. O que estavam esperando? Reunindo forças empurrou o animal de cima de você, com os dedos afundando nos longos pêlos até encontrarem os ossos duros e poucos músculos do bicho, revelando uma alimentação difícil do animal durante sua estadia naquele lugar.

Ao vê-lo vivo e a criatura imóvel, a plateia comemorou! A grade foi içada e homens chegaram sorrindo pra te ajudar. Você ainda estava prestes a morrer pelos ferimentos, mas eles iriam cuidar daquilo, com certeza iam, pois agora, felizmente e infelizmente, você fazia parte deles, conquistou o direito de viver na Cidade Fantasma.

ENCERRAMENTO:

O grupo de sobreviventes disputaram lutas naquelas primeiras noites dentro da cidade.

A pequena Judie, que Sean protegeu durante todo esse tempo, viveu com outras crianças adotadas pela líder da cidade que não possuía filhos. Ela cresceu sendo bem tratada e desde cedo recebeu ensinamentos para a administração da cidade, talvez, em um futuro muito mais distante, ela mesma tomaria a cidade sobre seu domínio, substituindo Alison.

Quanto a Sean, ele sobreviveu quando foi a sua vez de lutar, mas ficou com a magoa do que passou e pela forma como aquele show era usado para entretenimento, depois também notou como os perdedores sofriam, como as classes eram divididas e sobrepujadas. Os mesmo pensamentos revoltados ocorriam á Piper, a jovem ruiva, e em Joy, e eles provavelmente lutariam para mudar isso ou fugir daquilo.

Piper e Joy foram postos em uma luta de dupla. Graças ao rapaz eles saíram vitoriosos contra dois habitantes da cidade que buscavam os primeiros títulos de batalha em arena, ou seja, faziam aquilo por diversão.

Pietra lutou sozinha contra a primeira criatura. A princípio a espada jogada para ela não foi útil, pois suas habilidades não se estendiam a essa arma, mas o auxiliar de armamento acabou derrubando um lança e com um único golpe de boa mira e eliminou o animal. Facilmente sendo identificada para o treinamento de caçadora.

Cheryl lutou em um tipo de arena dupla. O espaço foi dividido ao meio, de um lado estava ela versus um homem magro - um vassalo em busca de um status - e do outro colocaram a morena da Rose contra um moça que parecia uma habitante normal, mas sanguinária. Infelizmente, quem diria que o vassalo tinha mais sangue frio e determinação para vencer. Por muito pouco ele não matou Cheryl, e ela acabou sem status e ferida. Ela resistindo por um tempo sendo tratada, até finalmente ficar um pouco recuperada e ser forçada a fazer serviços pouco desejados – algo muito parecido com o que sua velha cidade fazia. Mas ela não desistira de mudar de status na próxima oportunidade. Rose, mesmo assistindo o drama na arena ao lado, conseguiu um golpe de sorte e fez a moça desmaiar depois de uma luta apenas com punhos, sem armas.

Henry já estava ferido quando foi posto para lutar na primeira arena dos banidos. Claramente o organizador queria tira-lo da cidade o quando antes, para não ter gastos. Ele lutou contra um servo qualquer, e o último golpe iria apenas desmaia-lo se não estivesse já se recuperando de uma concussão séria. Henry não resistiu e povo não teve o que fazer para salva-lo da morte.

Aurora e Yuki foram levados para a cidade. Desde que encontraram aqueles homens, os buscadores de banidos, eles desconfiaram da índole do lugar. E não foi uma surpresa quando o irmão da líder explicou que eles lutariam para viver na cidade. Eles mal viram os outros até que chegou o momento da luta deles, onde enxergaram seus amigos com primeiro status na plateia, preocupados. Aurora lutou contra um lobo aprisionado e conseguiu vence-lo, se lembrando de quando lutou com lobos mais bem nutridos no meio da floresta. Yuki enfrentou um homem da Guarda da cidade, que buscava pontos de lutas na arena, mas o rapaz o venceu, jogando sujo, claro, mas venceu com mérito sobre o conceituado homem.

Muitos dos banidos sobreviventes continuaram com a amizade e companheirismo quando se tornaram cidadãos oficialmente e foram alojados em um velho prédio habitacional. Alguns ganharam funções especificas pelas habilidades que demonstraram (como Pietra, Sean, Joy, Aurora), outros receberam funções na cidade, recebendo pagamentos semanais pelo serviço.

Clarke, que era um líder de busca e caçadas, continuou com sua função sem grandes mudanças depois de trazer o grupo. E Stan, que era apenas o arqueiro, conseguiu em algum tempo o status de estrategista e estava a um passo de também poder ser líder de caçada, bastava que aprendesse a ler e escrever mapas.

A história que envolvia Stan e Joy:

Joy fora fruto de um casal esperto que sobreviveu solitariamente na selva, abrigando-se em uma solitária e antiga construção de alvenaria no meio de uma clareira, um lugar que tinha água, árvores frutíferas e caça por perto.

Porém o primeiro filho deles - e irmão mais velho de Joy- desapareceu na mata quando mal tinha três anos. Os pais procuraram o menino, mas jamais souberam seu paradeiro. Pouco depois o novo filho quase trouxe tristeza à família, mas eles superaram e o garoto era tão feliz com eles que eles o amaram e o protegeram muito melhor que o primeiro.

Joy era uma criança solitária na companhia apensa dos adultos, mas um dia encontrou um filhote daquele misterioso cavalo mutante e o nomeou de Caos, praticamente o criando perto de sua casa. Após o acidente em que Caos o feriu gravemente, os pais expulsaram o animal, o mandaram pra floresta, e proibiram Joy de voltar a vê-lo. Entretanto, Caos era o único amigo de Joy e eles se viam de vez em quando secretamente.

Um dia a mãe de Joy ficou doente, o pai saiu em caçada, pois eles precisavam de alimento, e também iria procurar ervas que a ajudasse a mulher. Joy ficou para cuidar e proteger ela. Porém, o homem nunca voltou e mãe do rapaz faleceu. Quando Joy desistiu de esperar o pai, saiu pela floresta sem um rumo definido, mas sabia como voltar para casa. Foi nesse momento que ele procurou por Caos, o encontrou capturado e também encontrou os primeiros do grupo de banidos, com o qual se uniu.

Stan era um garotinho que fora encontrado por acaso na floresta pelos caçadores da Cidade Fantasma. Eles não pensaram que o menino tivesse uma família por ali e o levaram. O pequeno se esqueceu de grande parte da infância com os pais, tendo apenas lapsos sem coerência. Ele cresceu sendo treinado e principalmente sendo forçado a fazer trabalhos, já que não tinha quem o protegesse.

Quando Stan já era adulto, um homem chegou á cidade, mas ele não era muito bem vindo por se revoltar facilmente com tudo que encontrou ali. Este homem se tornou prisioneiro por questionar a líder da cidade, expondo os lados ruins na cara dela e reivindicando providencias. Stan era um dos vigias e aos poucos o senhor reconheceu seus traços, buscou conversar com ele e tirara suas conclusões sobre a descendência do jovem homem.

A parte estranha foi quando o prisioneiro lhe tirou a blusa em uma noite de vigia, apenas para notar a marca de nascença e finalmente confirmar que aquele era seu primogênito desaparecido. Seu filho tinha se tornado um homem, e apesar de viver lá, parecia esperto e esquivo, como o senhor e sua esposa eram. O homem lhe contou sua historia. Stan acabou acreditando quando percebeu que no fundo ele e seu suposto pai pensavam de uma forma muito parecida. E nessa época o velho já tinha Joy e contou-lhe sobre o irmão mais novo, que ficou cuidando da mãe e estaria sozinho da selva. Infelizmente o homem prisioneiro foi executado, mas Stan não tirou o irmão da cabeça, afinal era sua única família. No tempo seguinte aceitou qualquer missão para a floresta selvagem com uma leve esperança de encontrar seu irmão.

E, quando encontrou aquele grupo, logo o rapaz de cabelos escuros lhe chamou atenção por se parecer muito mais que ele com o pai deles. Logicamente, quando mencionou o nome do pai perto do rapaz, a reação dele já era esperada, mas não podia mostrar para Clarke que o conhecia e tinha seu interesse. Durante o percurso de volta á cidade ele se preocupou com irmão mais novo. Agora que estavam morando na cidade, e Joy foi considerado cidadão, Stan lhe contou os fatos, e a situação se tornou estranha por agora os dois saberem que eram irmãos. Só que eles acabaram se unindo com o tempo, buscaram se ajudarem e confiarem um no outro.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por terem lido todos os capítulos, e neste momento ler as notas que sempre escrevo.
Gente, como vou sentir saudade desses personagens, tanta coisa que podia ser dita sobre cada um... tantos acontecimentos que ocorreram...
Desejo sorte para qualquer sonho que carregue, e te aconselho que se gosta mesmo de escrever/contar historia como eu: a não desistir tão facilmente. É sempre lido aqui e ali que escrever pra sí é o que se deve fazer, e faça! Mesmo que ninguém leia, mesmo que ninguém apareça para dizer um comentário sobre seu trabalho, faça se realmente ama contar o que pensou! É difícil seguir esse conselho, eu sei, mas não pense nos outros, pense nos personagens, na vida deles, na historia dele, e em você! Quem sabe um dia algum editor ou alguém encontre o que escreveu, leia e busque o sucesso para você como autor.

Até as minhas próximas Fictions se quiser me seguir, talvez me marcar como autores favoritos para saberem quando uma nova interativa sai, ou até uma das suas fics, com a qual eu fique curiosa e leia.

Até a eternidade das palavras, fiquem bem.



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