Sobreviva Ao Seu Destino escrita por Ytsay


Capítulo 27
Uma noite, um jantar e um nome.


Notas iniciais do capítulo

Olá,
As férias estão no fim, éh? Triste. Mas, eu voltei (na verdade nunca sumi)! Trago o capitulo que possuo; um pouco curto, eu sei, mas tem um pouco de agitação para esse final de dia. Espero que gostem da ação e cenas, desejou uma boa leitura.



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O dia seguinte começou cedo e se passou sem nenhum evento em destaque. Parecia que aquele trecho da floresta que atravessaram adormecia nas horas de sol. Os três homens os guiavam por trilhas bem tranquilas e abertas, com boa visibilidade do arredor e onde as copas das arvores permitia que mais luz entrasse no ambiente. Rock, Stan e Clarke caminhavam sempre rápido, com pressa, e não falam quando andavam; isso acabou sendo repetido por muitos dos banidos nessas horas que passaram.

A noite chegava com o sol alaranjando a paisagem. E na trilha em que seguiam a mata havia se fechado ao redor deles, formando um túnel de cipós, trepadeiras, capim e arbustos, onde poucos feixes de luz entravam. À frente, os três homens continuavam caminhando para dentro da penumbra sem medo. Alguns dos jovens hesitaram em segui-los, mas o caminho atrás não indicava levar a nenhum lugar, o melhor era seguir em frente, e avançaram um por um em direção ao túnel vegetal. Minutos depois fizeram uma curva e então, como se passassem por uma porta, saíram para um campo aberto, onde os últimos raios do sol iluminavam um extenso tapete de capim dourado e o céu azulado, mudando de cor, estava completo e presente sobre a cabeça deles.

Clarke e seus companheiros não ligaram para a paisagem e continuaram seu caminho, virando á esquerda e andando pela borda da floresta por alguns metros antes de parar. Os jovens que vinham logo atrás se deslumbraram com a nova paisagem e empacaram na saída do túnel. Rock os chamou com um assobio e depois indicou o lugar onde Clarke e Stan estavam esperando. O espaço na vegetação era de terra batida e parecia ter sido capinado á dias, pois de algumas raízes brotava novas folhas de capim, e havia um circulo de pedras no centro, contendo as cinzas negras de outras fogueiras. O grupo se preparou para passar a noite naquele local. Muitos pensavam no fato de terem chegado ao fim daquela floresta que os prendeu durante todos esses dias, outros admiravam o céu que se enchia dos pontos luminosos muito mais claramente do que quando viviam na colônia. Uma fogueira foi acesa para aquecê-los e crepitavam junto com o som de grilos e insetos. A lua fina ajudava iluminar um pouco a paisagem nova, depositando sua luz azulada na planície.

Rose e Aurora tiveram a idéia de prepararem um jantar especial para todos, comemorando a saída da floresta e agradando os banidos cansados de tanto andarem. As duas e Alice foram pedindo a contribuição de ração, de quem as tinha na mochila, para a refeição. Até que a loira Alice parou na frente dos três desconhecidos, que até aquele momento apenas observaram a ação de todos. Ela não confiava plenamente neles, mas perguntou sorrindo gentilmente, como sempre fazia, se eles tinham algo para contribuir para o jantar. Os três se entre olharam e Rock, o mais próximo dela, respondeu com leve malícia e um sorriso torto que eles não tinham nada, apenas eles mesmos. Sem graça, Alice assentiu com a cabeça e retornou para as meninas que separavam um recipiente para cozinharem as rações doadas.

— Eles têm bastante comida, não? — Stan falou neutro, observando Pietra buscar na mochila mais uma parte de seu mantimento para dar para as garotas.

— Devemos pegar deles antes de chegarmos... Como pagamento por leva-los! — disse Rock e Clarke o negou com a cabeça, concentrado nas garotas que mexiam com a fogueira. — Mas, Clarke! Vamos ser considerados ricos e poderemos fazer um monte de trocas com as coisas deles!

— Não, Rock. Alison já nos dará tudo que é deles, não precisamos pegar nada... — e Clarke olhou para o rapaz, um código entre eles — A não ser que queira algum deles... Você sabe para onde eles vão.

E lentamente o outro compreendeu, voltando a olhar o grupo de banidos com uma expressão analítica incomum.

As meninas conversavam e caprichavam como podia na gororoba. Ross esperou pacientemente o jantar ficar pronto e logo Alice entregou-lhe uma vasilha com a sopa grossa e com pedaços de carnes cozida. A moça sorriu ao interpretar sua expressão, que denunciava que não acreditava que aquilo fosse comestível. A garota sempre fazia isso quando se olhavam, parecia que nada era capaz de fazê-la triste, sorrindo sem motivo, mas tinha os momentos que Alice sumia, ficando em silencio, parando de fazer as pessoas rirem. Ross tinha percebido esses momentos, e talvez por isto que assentiu quando ela do nada perguntou se podiam ser amigos. Eles eram de certa forma parecidos, escondendo-se atrás de uma imagem forçada. E, apesar dele saber que muitos morreriam durante os próximos meses, ele não podia negar que se apegou ou se acostumou a um ou outro daquele grupo.

De estomago cheio e aquecido, eles se preparam para dormir. A capa sempre era o cobertor dos banidos, útil para muitas coisas, e o céu limpo e estrelado fazia o papel de distraí-los até que o sono chegasse. Stan estava ao lado do líder de seu trio, Clarke não foi escolhido por ele, mas o respeitava, e era dessa posição que observava as coisas que cada um dos outro tinha, selecionando o que era de valor ou não, para estar preparado quando o momento de tê-las chegasse. Clarke não fazia diferente, e nenhum deles ia demonstrar quais objetos almejava antes da hora. Stan era o mais novo deles, com seus vinte e três anos; mas comparado à Rock, três anos mais velho, ele tinha mais discrição e era mais maduro. E por ultimo Clarke, beirando os trinta anos.

Stan logo soube o que o Rock pretendia quando este se levantou e caminhou até o lado da mulher loira e se sentou iniciando um conversa casual. Ela era bonita e bem desenvolvida de corpo, mas a forma de agir e sorrir que fazia o coitado do Rock ficar perturbado. Mas Stan também notou que a duas pessoas de distancia estava um dos rapazes mais ameaçadores dos que encontraram. Ross vigiava as ações de seu companheiro e podia-se notar a estranheza e a tensão nos olhos castanho dele, ele não estava satisfeito com a interação de Alice e Rock.

A noite avançou um pouco e Judie já estava dormindo entre seus dois protetores ruivos. Henry, apesar da cabeça enfaixada e dolorida, tinha começado um jogo com Joy, Frederico, Aurora e Pietra, uma discussão sobre um desafio de lógica que Henry tinha aprendido na colônia e naquele momento jugava a solução que cada um propunha para o problema. Então Clarke cutucou Stan com o cotovelo e indicou o colega deles com a garota. Os dois reconheciam as expressões e sorrisos de Rock, e não demorou muito para algo acontecer. Alice tentou se afastar de uma provável conversa mais direta, então ele a puxou roubando o beijo que queria, e, segurando-a no lugar, tentou estender o ato, apesar dos claros protestos da garota. Stan e Clarke continuaram observaram e não deu outra: o defensor ficou de pé e os interrompeu rapidamente, arrancando o rapaz de cima de Alice. A briga estava iniciada e os dois ficaram de pé, se aproximaram de Ross e Rock. O mais baixo se levantou do chão enraivecido e avançou em Ross com seus punhos, mas seu oponente era ágil para desviar da maioria dos socos, além de saber se defender e contra atacar. Porém Clarke correu e parou na frente de outro rapaz, o de olhos puxados que ia se meter na briga.

— Calma aí! — falou calmo, com leve divertimento, para Tae. — Se confia no seu amigo deixe que se vire. É uma luta justa, sem armas.

E Stan abordou Sean, impedindo dele se aproximar dos lutadores que prosseguiam trocando alguns socos, e encarou Henry, depois apontou ameaçadoramente para Cheryl, fazendo-os ficar no lugar. Os três pretendendo impedir a briga.

Ross tinha um pouco mais de força de Rock e o treinamento o tinha ajudado a se proteger, mas não o ajudou a prever os golpes inesperado e estranho do outro. Em um momento Rock acertou sua garganta com força, um golpe ágil que não percebeu, e ele perdeu o fôlego, se arcando para buscar ar. Seu oponente aproveitou para dar-lhe uma joelhada na barriga, mas não houve muito efeito. Rock foi o mais prejudicado, se afastando mancando e sentindo o joelho já não tão bom reclamar, seu rosto já jorrava um pouco de sangue de dois socos de Ross em seu nariz. O Banido então se recompôs e avançou com mais determinação no outro. Ross, no fundo, tinha esquecido a razão te ter entrado na briga, agora só queria é socar aquele cara e descontar a frustação que sua vida tinha se tornado. Ele foi rápido, desviando de um golpe do braço que Rock mais usava e deferindo o gancho de direita certeiro. Seu oponente malandro caiu no chão completamente desacordado e sangrando.

A alguns metros deles Stan não mudou sua expressão, era divertido finalmente alguém dar uma lição em Rock, mas lutas não lhe pareciam um entretenimento, como era para Clarke, que sorriu da vitória de quem ele não esperava.

— Meus parabéns! — o mais velho falou para Ross, batendo algumas palmas leves. — Talvez consiga ser algo onde moramos.

E com isso Clarke passou por Ross e foi até Rock, o chacoalhando até que despertasse ao mundo real novamente. Ele teve que segurar o baixinho para não ir atrás do Ross, e o conformou com algumas palavras que ele perdeu e ponto final.

Stan esperou Ross se sentar em algum lugar, encarando o perdedor de longe tossindo um pouco pelo golpe na garganta e avaliando um corte no lábio inferior que liberava seu sangue. Alice tinha sido acudida por Rose quando começou a luta, e alguns minutos depois do fim do evento, quando o susto passou, ela foi agradecer a atitude de Ross pessoalmente. Os ânimos haviam se acalmado um pouco, e Stan observou Joy novamente. O rapaz estava atento aos movimentos dos três, cismado com a forma que eles deixaram a briga ter meio e fim, e cobria-se com sua estranha capa de pele de um cão-raposa. Era uma coberta muito diferente das dos outros, e isso intrigou Stan, mais do que a aparência de Joy já fazia nesse tempo todo.

Vendo que Clarke estava controlando Rock bem, voltando ao lugar deles, e sem outra razão contra, Stan resolveu averiguar uma coisa. Chegou à frente do moreno de olhos azulados, ficando perigosamente de costas para a fogueira, e encarou Joy, que o olhou de volta um pouco tenso, mas sem medo. Stan pressentia os outros banidos o olhar, provavelmente imaginando que outra luta ia começar, mas Stan era o único dos três que não apreciava ser ferido ou ver sangue sem motivo. A única coisa que fez foi dizer um nome, Daniel Porcher, e depois as coisas aconteceram em um mesmo minuto. Joy se espantou instantaneamente, o encarou e ficou de pé, olhando-o nos olhos. Incrivelmente alterado o rapaz se aproximou querendo saber o que é que Stan sabia, exigindo falas que ele não ia dar de jeito nenhum. Aquele era seu objetivo, e acabara de confirmar algumas suspeitas. Mas Stan não tinha pressa em esclarecer as coisas para o mais novo, ainda mais com Joy tão descontrolado, se aproximando e mandando-o dizer algo, como se fosse o dono dele ou qualquer coisa assim. Stan mantinha-se calmo, neutro e mudo, o que instigava a irritação de Joy, desesperado para saber do homem que possuía aquele nome. Então ele foi empurrado por Joy, e de canto de olho viu Clarke juntar as sobrancelhas e Rock ficar confuso com a cena, então teve que retribuir o empurrão para satisfazer sua imagem com o líder e o outro. Depois se afastou para seu canto, antes que Joy se estressasse mais e tivessem que fazer mais uma disputa de luta naquela noite.


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Notas finais do capítulo

Agradeço por ter lido. :D
Agora vou dizer, não tenho o próximo. Sei o que tenho que escrever, mas vou dar uma pausa bonitinha (agora dei para avisa, hehehe). Vou esclarecer, tenho que terminar a minha historia do desafio, e infelizmente minha mente criou um enredo para o máximo de palavras, vou ter que me dedicar a ela por um tempo. E essa coisa de prazo (até o fim de agosto!) faz muita pressão, já que levo quase seis meses para fazer um fic de 50 mil palavras õ_õ... Mas, persistente como sou, será um boa historia e com o seu fim planejado (eu espero). Provavelmente estarei de volta em breve. Espero que tenham paciência.
Segue o link da minha participante do desafio se interessar: https://fanfiction.com.br/historia/631062/Coracao_de_Energia/
( Tem ação, robô e umas coisas assim... rs)
Até logo! Tudo de bom.



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