Definição de Perfeição - Segunda Temporada escrita por Apenas mais um escritor


Capítulo 19
Desespero


Notas iniciais do capítulo

Oi, galera. Desculpa por não postar ontem. Eu decidi me dar umas férias de um dia, mas tô aqui. Aproveitem o capítulo.



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Desespero. Essa era a única palavra capaz de resumir o que Karina estava sentindo naquele carro. Enquanto chorava no colo de Bianca, K recebeu a notícia dos pais de Pedro. Eles ligaram para avisar que rapaz foi baleado e estava indo para a emergência. Na hora a lutadora deixou o celular cair e manteve-se estática, olhando para o nada. Após alguns segundos naquele estado, Karina virou-se para Bianca e gritou:

– Liga pro João agora!

– Que que foi, K?

– O Pedro levou um tiro. Liga pra ele logo.

Após surpreender-se, a atriz digitou o mais rápido que pôde o número do namorado. Quando este atendeu, Bi explicou a situação e o produtor de jogos disse que estava correndo. A respiração de Karina foi tornando-se cada vez mais ofegante conforme ela ficava mais nervosa. Bianca fazia seu máximo para tentar fazer com que a garota se acalmasse mas mal tinha efeito. A atriz sabia que se fosse uma situação contrária ela jamais ia conseguir se acalmar.

Ouviu-se batidas na porta e, quando Bianca abriu, deparou-se com João com uma cara dura, séria.

– Desculpa demorar, Bibi. Tive que deixar a Ana com seu pai. Bora? - disse o rapaz.

– Vem, K. Ele já chegou. - disse a atriz para sua irmã, que atravessou o portal da casa à toda.

Enquanto desciam de elevador, o silêncio reinava. João segurava com força a mão de Bianca. Ela sabia que o namorado, apesar de aparentar estar normal, estava remoendo-se de nervosismo por dentro. Assim que o elevador chegou ao térreo, Karina disparou em direção ao carro de João, estacionado à frente do prédio e entrou no banco de trás. Quando o casal fez o mesmo, Karina logo gritou:

– Bora logo!

Contagiando-se com o nervosismo da garota, Johnny passou a primeira marcha e foi voando através das ruas. Provavelmente ganharia diversas multas por velocidade mas, no momento, essa era a menor das preocupações do rapaz. Ao chegarem no estacionamento do hospital, K logo saiu do carro que movimentava-se em baixa velocidade e correu para dentro do local. Foi no atendimento e perguntou, ofegante:

– Pedro Ramos. Qual o quarto dele? Pelo amor de deus, fala logo.

– Espera, moça. Já tô procurando. Ele tá no quarto 306. Terceiro andar.

– Valeu. 306, terceiro andar! - gritou a garota para João e Bianca, que acabaram de entrar na recepção do hospital.

Enquanto corria para o elevador, sentia lágrimas descendo seu rosto. Entrou e subiu ao terceiro andar. Lá foi guiando-se pelo número dos quartos. Quando encontrou, finalmente, um médico estava posicionado na frente da porta.

– Com licença, você é a namorada de Pedro Ramos?

– Sim, sou eu.

– Ah, sim. Você poderia me acompanhar, por favor?

– Pra onde? - perguntou Karina enquanto acompanhava o doutor.

– Pra emergência. Desculpe nossa atendente, ela não viu que já ele seria encaminhado para aqui após a cirurgia.

– Cirurgia? Ele precisa de cirurgia?

– Claro. A bala precisa ser retirada do corpo dele e depois ele precisa ser costurado.

– Ah... e isso é simples?

– Geralmente sim, mas no caso do seu namorado...

– Como assim?

– Bem... a bala acertou alguns órgãos vitais e ele perdeu muito sangue. Como chegou aqui cedo, ele tem grandes chances de sair dessa livre de sequelas.

– Mas... tem alguma chance dele morrer?

– Infelizmente sim, mas nós estamos fazendo o nosso máximo para que isso não aconteça. Pode confiar nos nossos profissionais. A senhorita pode aguardar aqui junto dos outros familiares. - disse o médico, apontando para os pais de Pedro e sua irmã.

Delma estava num estado horrível. Completamente descabelada, com os olhos vermelhos de tanto chorar, ato esse que não parava de fazer. Estava com um sobretudo preto para tentar disfarçar o fato que estava de camisola. Marcelo a estava consolando e não estava muito melhor que sua esposa. Ao menos tentava manter-se sério para poder acalmá-la. Tomtom, que desde que começou a namorar mantinha-se aérea 24 horas por dia, agora estava com os joelhos dobrados em cima do banco e cobria seu rosto com os braços.

– Oi, minha filha. - disse Delma, soluçando.

– Vocês... vocês já tiveram notícia desde que ele entrou ali?

– Não. Nenhuma. - desabou Delma, chorando muito mais.

– Desculpa... - disse K, abaixando a cabeça e deixando-se chorar novamente.

– Mas por que, querida? - perguntou a mãe de Pedro.

– Eu... a gente discutiu. Ele saiu com raiva de casa por causa de algo que eu fiz. Eu podia ter impedido ele, feito qualquer coisa, mas...

– Não se culpa, Karina. A culpa é minha. Eu não devia ter deixado ele cuidando do Perfeitão. Devia ter dito pra ele voltar, ter perguntado o que houve com ele.. aquele barulho... ai, meu Deus. - disse Delma, chorando ainda mais.

–Não é culpa de nenhuma de vocês. Infelizmente, isso aconteceu. É um infortúnio mas é um fato, entendem? - disse Bianca, que chegava junto com João.

Karina e Delma simplesmente acenaram com a cabeça e a lutadora tomou um lugar ao lado de Tomtom. Apenas pela posição em que a garota estava, já era claro que ela não queria conversa com ninguém, mas K decidiu arriscar.

– Ei, Tomtom. - cutucou a loira.

– Que que é? - perguntou a garota, sem levantar o rosto.

– Você não precisa ficar assim.

– Meu irmão pode estar morrendo ali dentro e esse é a melhor coisa que você pode dizer? - gritou a jovem, levantando a cabeça e revelando um rosto triste e choroso.

– Eu... desculpa... - murmurou Karina, sentindo-se mal.

As horas iam passando e nenhuma notícia do estado em que Pedro se encontrava. Bianca já havia ligado para Gael para saber como a filha estava e Tomtom adormeceu no ombro de Marcelo. João constantemente jogava em seu celular enquanto tinha os cabelos acariciados por Bianca. Em todos esses anos, o rapaz havia regulado bastante seu vício, já que entraria em conflito com seu trabalho, mas sempre que ficava muito nervoso ele afundava-se no mundo dos jogos. Bianca, apesar de não apoiar seu comportamento, o compreendia. Todos temos nossas manias para quando estamos nervosos, frustrados ou tristes. Karina estava conversando com Cobra, dizendo o quanto ela estava mal, até que um médico se aproximou do pequeno grupo e perguntou:

– São vocês os familiares do Pedro Ramos?

– Sim, somos nós. - disse K, rapidamente.

– Ok. Gostaria de comunicar que a cirurgia foi um sucesso, Pedro está bem e pode receber visitas, mas pediu que, no momento, apenas a senhorita Karina Duarte o visitasse. Quem seria esta?

– Sou eu. Eu... posso ir? - perguntou a lutadora.

– Sim, sim. É logo ali. - direcionou-a o doutor. - Apenas evite tocar nele, por favor. Ele ainda está frágil.

Ao entrar no quarto, K deparou-se com o namorado deitado, coberto até a cintura e com alguns curativos em seu peito.

– Oi, amor. - murmurou o rapaz, com os olhos semicerrados.

– Pê, o que houve com você? - perguntou a loira enquanto acariciava os cabelos do namorado, a ponto de chorar novamente.

– Um maluco foi assaltar o Perfeitão e me deu um tiro. Doeu, sabe?

– Desculpa... você tá aqui por minha causa...

– Ei, não fala isso. Eu tô aqui por mim mesmo. Eu queria me desculpar por ter sido tão babaca contigo mais cedo. Eu não devia ter...

– Para. Não precisa se desculpar. Eu prometo pra você que eu não vou mais lutar. - interrompeu a garota.

– É justamente isso que quero me desculpar. Desculpa por todos esses anos te impedir de lutar. Eu devi te entender. Você lutando é assim como eu tocando. É você exercendo uma paixão. Eu ia odiar que qualquer pessoa me impedisse de fazer meus shows. Eu prometo pra você, K, eu vou sempre te apoiar a lutar. É sério.

Karina sorriu. Por mais que a situação em que ambos se encontravam não fosse a melhor, ouvir aquilo do rapaz a fazia feliz.

– Eu te amo, maluco - disse a lutadora, partindo para um beijo.

Ao ouvirem um pigarro, separaram-se e olharam para a porta, onde estavam dois policiais.

– Desculpa interrompê-los, mas nós gostaríamos de levar um papo à sós com o senhor Pedro.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim. Antes das perguntas, vamos aos palpites em relação ao meu nome. Como acertaram, vou logo adiantar-me.

littlesweet e Tainá Lins: Seu nome é Luca?

Parabéns, meninas, sim, meu nome é Luca. É um nome diferente mas eu gosto dele.

Agora, para as perguntas.

Niiah: A Ka vai se sentir muito culpada? Alguém vai dar um jeito no lutador?

Ela se sentiu bastante culpada, mas o Pedro aliviou isso. Sobre o lutador, é justamente isso que a polícia está pra fazer ali.

Annabeth: Tem alguma possibilidade do Pedro ficar com a Vicki?

Olha, possibilidade tem. Esse é um daqueles fatos que eu vou decidindo ao longo da história.