Os Imutáveis: O Reino dos Dragões escrita por James Fernando


Capítulo 5
Capítulo 5: Lutando Contra os Orcs


Notas iniciais do capítulo

Depois de um século, aqui estou de volta. Não vou dar desculpas, apenas vou dizer que muitas coisas aconteceram em minha vida, e continuam acontecendo (muito azar). Apenas isso. Espero que tentem entender.
Agora, vamos ao capítulo. Espero que aproveitem!!!



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O vento contra o rosto, a sensação de liberdade, simplesmente era incrível. Ao se deixar mergulhar rumo ao fundo da cratera, nenhum som além do ar em suas orelhas era ouvido. Silent Fall fazia jus ao nome.

Wallace inclinou o corpo para frente e o girou em pleno ar, caindo em pé sobre a beira do lago. Cascalhos e pedrinhas voaram para todos os lados. O local do impacto afundou criando uma cratera.

O estrondo do impacto chamou a atenção da pessoa que estava enjaulada.

Ai... isso doeu... – ele murmurou sentindo suas pernas se curarem.

Ele olhou em volta parecendo alguém muito sério, mas só estava fazendo cena, além de ainda estar sentindo o efeito do impacto, estava com fome, cede, cansado e ainda por cima, observava o lugar como se fosse um cenário de um vídeo game ou coisa parecida.

— Q-quem é v-você? – a voz tremula e angelical da jovem chegou aos ouvidos de Wallace.

A jovem estava toda fraca e com arranhões de alguém que lutou bravamente para sobreviver em meio ao perigo de uma selva. Seu cabelo era loiro, mas parecia sem vida, sujo com terra, carvão e sangue seco. Seus olhos eram azuis, apesar de estarem repletos de cansaço, um brilho de esperança brotou neles.

— Você deve ser... Annadelle, certo? – ele perguntou. Ela apenas confirmou com um fraco aceno de cabeça.

Com sua audição apurada, Wallace foi capaz de ouvir algo deslizando sobre as rochas, cratera acima. Devia ser Ethel descendo.

Não havia tempo para esperar, com um impulso, seu corpo se lançou em direção a gaiola.

— Desculpe, mas não temos tempo, a vida de um inocente esta em jogo e você é a única capaz de salva-lo. – disse Wallace surgindo na frente dela.

Ele agarrou as grades de madeira e as partiu como se não fossem nada. Ele estendeu a mão para ela.

Vários rugidos foram ouvidos.

— Eu suponho que esses rugidos pertencem aos tais orcs, certo? – ele perguntou enquanto a ajudava descer da gaiola.

Annadelle apenas acenou com a cabeça.

Ao apoiar seu corpo com seus pés, ela gemeu de dor.

— O que foi? – Wallace perguntou.

— Meu tornozelo... Acho que o torci... – ela tinha os olhos lacrimejantes e mordia os lábios para não chorar de dor.

Ele ouviu o som de cascalhos deslizando. Devia ser Ethel descendo.

— Não temos muito tempo. Desculpe! – disse Wallace sem dar tempo para a jovem responder.

Ele a pegou nos braços e com um único pulo para trás ele caiu em pé ao lado de Ethel que havia desviado dele.

Logo em seguida, cinco criaturas que Wallace só tinha visto em filmes surgiram da caverna.

Os orcs eram maiores que os humanos adultos, mas não deviam ter mais que dois metros e meio de altura. Eram criaturas de orelhas pontudas, gordas e musculosas. Seus traços eram bem semelhantes aos humanos, mas eram bem mais feios. Suas peles brancas gélidas eram deformadas e resistentes. Seus olhos eram estreitos e ferozes. Suas bocas eram grandes e seus dentes eram grandes, pontudos e bem ameaçadores. Todos eles eram completamente carecas. Todos eles usavam vestes de couro com as partes essenciais de uma armadura de guerra. Todos possuíam algum tipo de arma.

Aquele que parecia ser o líder portava como arma uma enorme espada presa na cintura. Diferente dos outros quatro que tinha os olhos azuis, ele possuía os olhos vermelhos. Wallace sempre achou bem ridícula a ideia de sentir aura, mas ali estava ele diante de um ser que emanava uma aura perigosa.

O segundo orc portava um machado enorme capaz de cortar uma arvore enorme em um único golpe.

O terceiro portava uma maça, uma poderosa e pesada arma de mão que consiste em um cabo de madeira reforçado com metal, com uma cabeça de aço saliente com tachões e pontas.

O quarto portava uma enorme besta de madeira e ferro armada e apontada para eles.

O quinto portava um tipo de lança com uma mistura de uma espada personalizada com um machado com um comprimento maior que o próprio orc, além de parecer bem pesada e poderosa. Wallace não fazia ideia de qual era o nome daquela arma, mas ele sabia que aquele orc em particular parecia bem mais poderoso que os outros. Ele não sabia explicar, mas aquele orc lhe dava uma sensação de que já lutou inúmeras batalhas, mais do que qualquer um de seus companheiros.

Perigo. Era o que sua intuição gritava.

Apesar de que sua intuição lhe dizia para correr o mais rápido que podia, Wallace não planejava fazer isso. Pra falar a verdade, ele tinha acabado de ter uma péssima ideia.

— Aqui, tome. – Wallace disse entregando a menina para Ethel como se fosse um saco de batatas. Ethel a pegou por puro reflexo. Sem esperar, Wallace ordenou. – Corra! Vá o mais rápido que puder. Eu logo alcançarei vocês.

Ele precisava ganhar tempo para Ethel fugir com a garota.

Com uma velocidade absurda, Walace se agachou e pegou inúmeras pedrinhas e tão rápido como se abaixou, ele se levantou dando a impressão que aquilo que acabou de acontecer nunca aconteceu.

Apesar de seus recém adquiridos poderes serem excelentes, ele sabia que se os orcs forem tão inteligentes como Ethel acreditava ser, a chance dele vencer eram baixas, pois experiência era algo crucial em uma batalha e era exatamente isso o que ele precisava se ele espera poder vencer o estranho-de-olhos-dourados.

Como se foses uma metralhadora, ele começou a jogar as pedrinhas uma por uma com uma velocidade e força além da compreensão humana causando alguns tremores e levantando uma nuvem de poeira.

— Não tentarei impedi-lo, mas... Você sabe que suas chances de vence-los é baixa, certo?

— Estou bem ciente disso. – Wallace disse encarando os orcs que estavam acabando de se recomporem. – Se você se encontrar com uma garota lagarto, diz para ela que irei me atrasar um pouco. Peça para ela ganhar tempo que definitivamente eu irei cumprir minha parte do acordo.

— Garantirei que ela receba a sua mensagem, então, por favor, não morra. – Ethel disse com uma voz nobre. – Só mais uma coisa, os orcs tem uma das melhores regenerações entre todas as espécies...

E sem mais perder tempo, Ethel correu a margem do rio para longe daquele lugar com a menina em seus braços.

— Isso doeu... - o orc com o machado disse.

Assim que a nuvem de poeira se dissipou ele teve uma visão limpa do local. As criaturas eram bem resistentes. Nos locais aonde as pedras atingiram, seja no solo ou na montanha, buracos foram feitos como se fossem uma chuva de meteoros, mas os orcs apenas foram jogados para trás e talvez sentiram alguma dor, mas nada mais sério que isso.

Felizmente Ethel já estava longe com a garota.

— Vocês humanos se acham os mais inteligentes e os mais poderosos. Quanta ignorância. Vocês não são nada, não servem pra nada além de nos sustentar. Sacos de carne. Vocês podem estar sob o domínio de Terra-Vida, mas isso é por pouco tempo. Em breve, ate mesmo aqueles que vocês dizem ser deuses, os irmãos imutáveis irão perecer diante das trevas ascendente.

— Tá. Tá. Tá. Sabe, não tenho todo o tempo do mundo não, será que dá para terminarmos com isso rápido. Tenho um compromisso que não posso perder. – Wallace respondeu ao orc de olhos vermelhos.

— Insolência. Conheci muitos humanos como você. Com a mesma atitude de superioridade. Ignorantes imundos. Não são capazes de ver o perigo diante de si.

— Pois é... o mundo esta perdido... – Wallace concordou com o orc.

— Você parece não ser um humano medíocre. – o orc de olhos vermelhos e portador da espada disse. – Meu nome é Goroahr, líder desse clã de orcs. Diga-me o seu nome, humano. – Goroahr mandou sacando a espada.

Ethel já estava bem longe com Anadelle em seus braços correndo a margem do rio pelo desfiladeiro. Isso era bom.

— Bond. James Bond. – Wallace respondeu seriamente.

Goroahr apontou a ponta da espada para Wallace.

— Sinta-se honrado, Bond James Bond. – Wallace segurou a vontade de rir. – Irei rasgar-te tua garganta e devorar seu coração como forma de lhe mostrar respeito. Sinta-se honrado.

Wallace o olhou com desinteresse.

— Passo. – ele disse com aqueles olhos de peixe morto.

O som de vento sendo abanado inundou a cratera. Ele olhou para o céu. Havia pelo menos vinte pássaros gigantes voando em círculos. Provavelmente foi culpa dele ao jogar aquelas pedrinhas.

— Não é sábio tirar os olhos do inimigo em meio a batalha. – ele ouviu a voz de Garoahr extremamente próxima a si.

Graças as suas recém adquiridas habilidades, ele foi capaz de saltar para trás impedindo que seu corpo fosse cortado ao meio, mas ainda não foi rápido o suficiente para impedir que a espada lhe fizesse um corte profundo no peito.

Ele mordeu os lábios segurando a dor insuportável. Ele queria chorar.

— Maldito! – Wallace exclamou. – Eu vou acabar com você!

Ele podia ter todos esses poderes incríveis, mas infelizmente não era imune a dor, e sentir dor era o que ele mais detestava em sua vida.

Goroahr riu imponente. Seus olhos demonstraram surpresa.

— Agora eu tenho certeza absoluta. – o líder dos orcs falou. - Você não é um humano comum. Ser capaz de se curar nesta absurda velocidade...? E em uma velocidade que supera facilmente a regeneração dos orcs e de muitas outras espécies? Ouvi rumores de que esse tipo de regeneração é uma habilidade rara habilidade, tão rara que apenas dois tipos de criaturas definitivamente a tem. Os Imutáveis e os... Desumanos.

De novo essa coisa de imutável? O que seriam eles? E esses tais... Desumanos? Cada minuto ele apenas ficava mais confuso com esse novo mundo.

Respostas é bom e ele precisa muito delas. Mais tarde ele teria que perguntar para Khalya.

Khalya... Droga, o sol já estava quase se pondo. Ele não tinha muito mais tempo. Wallace tinha que aproveitar esta batalha o máximo que pudesse e assim ganhar alguma experiência.

Usando as forças de suas pernas, ele arrancou como se pisasse fundo no acelerador de uma carro parado.

Um estrondo foi ouvido quase como se ele tivesse quebrado a barreira do som. Pedras voaram na direção oposto em que ele estava correndo.

Como um raio, Wallace Wender percorreu a distância entre ele e o orc em um piscar de olhos.

Garoahr movimentou a espada tentando usá-la como um escudo, mas foi lento demais. Com um soco de direita, Wallace que havia saltado, o acertou explosivamente no rosto afundando seu punho na cara do inimigo.

Sem forças para resistir, Garoahr foi lançado como um saco de pancadas pelo ar por uns vinte metros antes dele atingir a parede que cercava aquele lugar.

Wallace sentiu seu punho úmido e ao olhar o que ela, viu ele sujo de sangue, seu e do orc.

Os outros orcs não hesitaram em atacar.

Uma flecha perigosa o pegou desprevenido atingindo seu ombro esquerdo e quebrando os ossos que ali ficavam e não foi só isso. A força daquela coisa era enorme. Ele sentiu que por um momento a gravidade esqueceu que ele existia.

Wallace foi jogado bruscamente para trás. Com lagrimas nos olhos, mordeu os lábios e ficou de joelhos antes de se levantar. Ele arrancou a flecha do ombro e por um momento ele achou ter visto a luz no fim do túnel.

Infelizmente ele não tinha tempo nenhum para ficar alucinando. Sem um pingo de compaixão, o orc que portava o machado estava diante dele pronto para cortar sua cabeça fora.


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Notas finais do capítulo

Voltei a escrever todas as minhas histórias esta semana, então, infelizmente, devo demorar para atualizar todas elas. Preciso também de inspiração, então vai ser meio dificil manter uma agenda regular.
Ate o próximo capítulo...



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