Under blood red moon escrita por lifeisforthealive


Capítulo 2
Uncontrolled




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Após conseguir se locomover pelas ruas de Liverpool, percebera que mesmo estando de madrugada os cidadãos ainda estavam despertados, mesmo a maioria sendo pessoas embriagadas em pequenos bares da cidade com cheiro de uísque e outra parte sendo mulheres que realizavam a troca de favores sexuais por dinheiro. Júlia andava pelas ruas escuras da cidade, fazendo o máximo para não ser vista pelos bêbados ou prostitutas, mas sabia que ninguém iria lhe prestar atenção de qualquer forma.
Encontrou aberta uma pequena lanchonete vinte e quatro horas, que parecia estar quase completamente vazia, se não fosse pela existência de algumas garotas sentadas com os cotovelos sobre a mesa que revelavam ter em média dezessete anos e uma garçonete com aparência de exaustão. A fome de Julia estava incontrolável, se não beliscasse qualquer coisa que fosse, não conseguiria estar de pé. Júlia entrou na lanchonete discretamente, se sentando em uma das mesas mais afastadas de todos. A luz clara que vinham das lâmpadas da lanchonete incomodavam-lhe os olhos, fazendo esforço para poder enxergar algo na palma de sua mão, que agora haviam grandes e gigantescas unhas.
A garçonete deixou-lhe com grosseria em sua mesa o cardápio: Existiam mais de várias opções deliciosas, qualquer coisa iria lhe satisfazer o estômago.
Todas aquelas fotos no cardápio faziam a sua barriga roncar o mais alto possível, parecia que não comida a dias: O que realmente havia acontecido.
– Já se decidiu? – A garçonete perguntou, franzindo a sobrancelha e analisando o estado de Júlia, que estava aparentando estar acabada.
– O mais calórico que você tiver. – Julia responde, entregando-lhe o cardápio. – Ah, e um milk-shake com chocolate extra.
A garçonete deu de ombros, dirigindo-se a cozinha, gritando para o alto o pedido da estranha mulher ruiva, que tinha aparência de morta-viva.

Júlia através da janela, observava a cidade em pouco movimento. Fazia tanto tempo que não via uma só alma viva, que aquilo decerto, a deixava confortável. Até o velho e podre cheiro de peixe de Liverpool que rodeava pelos ares a deixava acomodada, como se aquele fosse o seu lar doce lar.
Após minutos se passarem, a refeição de Julia chegou, um hambúrguer enfeitado com muita gordura e de aparência saborosa estava em um prato ao lado de um grande milk-shake, com uma cereja no topo.
Júlia arriscou-se na primeira mordida antes mesmo de conseguir pensar sobre algo, mas então sua ilusão se acabou. Aquela comida suculenta não lhe dava prazer em sua boca, assim como o cheiro estava lhe dando enjoo. A mesma sensação obtida com o milk-shake. Afastou o prato para longe dela mesma, ainda com o estômago produzindo sons barulhentos iguais a de um suíno. Passava a mão em torno da barriga, podendo sentir as suas costelas, que estava bem á vista. “A quanto tempo eu não como?” Se questionou, enfraquecida.
– Você não tem ideia amiga. – Julia passou a prestar atenção na conversa das meninas ao lado para tentar esquecer seu estado faminto. – Uma amiga da minha amiga estava lá, e viu tudo o que aconteceu na mansão Collinwood.
Os ouvidos de Julia começaram a se permanecer atentos, esticando seu pescoço para trás.
– O que é que ele viu? – Perguntou a outra, mostrando-se interessada. – Eu apenas ouvi dizer que a mansão pegou fogo.
“Fogo?” Pensou Julia assustada, pensando em Elizabeth e sua família: Será que estavam bem?
– Então você não sabe de nada querida. Descobriram que Barnabas Collins, aquele estranho sujeito que estava morando com a família é um verdadeiro “serial killer”. – A garota disse, com severidade na voz. – Ele foi culpado por assassinar a Angelique Bouchard, lembra-se daquela mulher que comerciava peixes? Pois bem, assassinou ela por disputa de comércio. Além dela, matou a babá daquele menino doente e a médica da casa, o corpo das duas não foram encontrados. Ouvi também dizer que as duas eram apaixonadas por ele, mas apenas a médica foi capaz de... – A garota fez um movimento com o punho entrando e saindo de sua boca.
Julia engasgou-se com a própria saliva, tentando infiltrar todas aquelas informações em sua cabeça. “Eu sou a médica desaparecida.” Disse a si mesma.
– Que horror. – A garota ao lado diz. – Mas aonde é que eles estão agora? Digo, a família Collins.
– Ouvi dizer que eles estão reconstruindo a casa, mas enquanto isso, fugiram para casa em uma praia deserta, não sei exatamente aonde. – A garota responde, dando um último gole em sua bebida. – Mas espero que aquela monstruosidade do Barnabas seja pega e punida pelo o que tem feito.
“Eu sei onde a casa de praia dos Collins é localizada.” Julia pensa, se recordando das férias que passou com a família Collins na beira do mar.

– Com licença. – A garçonete cutuca Julia, tirando-a de seus pensamentos profundos. – Já vai querer a conta?
Julia analisa tudo ao seu redor, aquelas garotas já haviam ido embora, apenas sobrando ela mesma e os funcionários da lanchonete. Observa também o prato á sua frente, que estava com apenas uma mordida e nada mais. “Como irei pagar a conta?” Finalmente, se resulta.
– Alô? Você é surda? – A garçonete pergunta com rudez. – Vai querer a conta?
Julia se levanta rapidamente, derrubando a cadeira na qual estava sentada. Tenta se deslocar para a saída da lanchonete, na tentativa de sair sem pagar. A garçonete agarra com força o braço de Julia duramente.
– Sua marginal. – A garçonete diz. – Não acha que vai sair dessa em uma boa, acha?
Julia junta suas forças e empurra a garçonete, que escorrega para trás e bate a cabeça na mesa. Inconsciente, a garçonete permanece deitada com sangue espalhado pelo chão. O odor daquele líquido era inspirado pelas narinas de Julia, sentido agrado, prazer, satisfação.

“Sangue. É sangue.” Julia pensa enquanto senta-se do lado da garçonete sem consciência, passando os dedos sobre o sangue e movendo-os até sua língua. Não bastou questão de segundos, para que Julia por impulso natural, agarrasse o pescoço da jovem mulher, disposto seus caninos em sua pele lisa e macia. Absorveu todo o sangue que pode, ainda se sentindo faminta. Ouviu barulhos da cozinha da lanchonete, pressupondo de que poderia haver mais funcionários ali que podiam obter um tecido conjuntivo líquido que circulava intensamente pelo sistema vascular bem mais frescos do que a da pobre moça que ali jazia morta.

Descontrolada, entrou dentro da cozinha, onde os gritos emitidos pelas pessoas não foram ouvidos por ninguém, além deles mesmos e por Julia.





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