Kimi Ni Hi Wo Tsuketai Nosa escrita por Cherry13


Capítulo 14
Separações


Notas iniciais do capítulo

A quem acompanha a história, muito obrigada ^^



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Rebeca estava sentada no meio fio, a cabeça entre os braços, chorando. Riza a observava por trás, sem saber como se aproximar. Desde o início era isso que ela temia, não queria magoar a prima, nem se tornar uma traidora, mas no final, foi exatamente o que aconteceu.

— Rebeca...

— Não quero falar com você, Riza. - se sentiu pior com a frieza com que ela falou, nem mesmo a chamou de "Rizie", como de costume.

— Por favor. - Quando ela não respondeu, decidiu se sentar ao seu lado. - Eu não queria que você tivesse escutado.

— É claro que não. Era muito mais fácil quando eu não estava sabendo.

— Desculpe.

— Desculpe?! - Ela levantou o rosto - É isso que você tem a me dizer?! Eu sei que o Roy é um mulherengo, mas eu nunca esperaria isso de você. E sabe o que me magoa mais, além de você saber o quanto eu gostava dele? - Quando a loira não respondeu, ela continuou - É que acima de ser minha prima, você era minha amiga.

— Beca... Eu não queria que nada disso tivesse acontecido.

— Sério? Então me diz. Me diz que nada aconteceu entre vocês. Huh? Não vai responder? Bem, acho que isso responde melhor que qualquer coisa. - Com isso ela se levantou e foi embora.
Riza ficou parada no mesmo lugar. Se não queria que nada disso tivesse acontecido, porque as coisas foram tão longe?

— Será que... Não, eu não o am... Não? - Com um suspiro ela se deitou na calçada, sem se importar.

Enquanto olhava para cima, viu pingos de chuva se aproximar. Mesmo quando passou muito tempo, ela não saiu de onde estava.

— Você vai pegar um resfriado. – Falou Roy.

— Não importa. Você devia ir atrás dela. Ela está muito triste e...

— Mas não é com ela que me preocupo. - Ele a cortou. - Parece que eu só fiz besteira. De novo.

— De novo.

Ficaram em silêncio por um longo tempo.

— Desculpe.

— Não é para mim que você tem que pedir desculpas.

— Ai, como é difícil te agradar. O que eu tenho que fazer então?

— Faça o que quiser.

Então ele deitou no chão ao lado dela.

— Achei que fosse querer me matar, não disse que me odeia?

— Bem que eu queria, mas o que mais me da raiva, é que eu não consigo te odiar. - Ela virou o rosto para ele, que a olhava surpreso. - Porque tinha que lançar suas chamas, Mustang? Eu sinto que tem fogo dentro de mim cada vez que você está por perto.

— Você atirou no meu coração primeiro, Hawkeye.

Seus rostos se aproximaram, mas quando estavam a centímetros um do outro, Riza espirrou em Roy.

— ...Ops.

— Acho que mereci isso.

...


Apesar de tudo, as coisas não saíram como Roy achou que fosse. Depois do que Riza o disse, ele sentiu como se nada mais importasse, mas logo em seguida, ela lhe disse que não poderiam ficar juntos. Como não poderiam ficar juntos?! Eles se amavam. Mas não. Ela não podia ficar com ele, não depois do que aconteceu com Rebeca.
Definitivamente, ele nunca entenderia as mulheres.
Agora, ele tinha que fazer o trabalho de cão. Tinha chegado a hora de falar com Rebeca.
Entrou em casa, e logo soube que ela estava no quarto. Só não esperava que estivesse fazendo as malas.

— Vamos conversar. - Ela virou surpresa, não tinha notado que ele havia chegado. Seus olhos estavam inchados e vermelhos, mas não estava mais chorando.

— Ok. Pode falar.

— Foi errado o que eu fiz então me desculpe.

— Eu sei que o nosso noivado foi arranjado, que foi estranho toda essa coisa de morarmos juntos sendo que mal nos conhecíamos, mas convivendo com você todo dia, eu realmente gostei de você... Eu me esforcei para ser boa para você, eu ignorei as outras mulheres com quem você saía achando que uma hora você fosse ver o quanto eu estava me dedicando para as coisas darem certo. E eu só queria que você tivesse terminado tudo comigo assim que as coisas mudaram entre você e a Riza, não que me enganasse todo dia, que cada vez que me beijava fosse fingimento. Eu sei que não sou muito inteligente, ou madura... Mas isso não dá a você o direito de fazer o que quiser.

— Eu sei de tudo isso. Eu vou ser sincero com você, eu queria te amar. Você é maravilhosa, um pouco diferente do normal, mas eu aprendi a gostar de você. Só que...

— Só que não o suficiente.

— Isso. Eu só posso pedir desculpas, por te machucar, mas não posso mudar os meus sentimentos.

— Eu não vou dizer "tudo bem", mas não se ache tanto, eu vou superar. - Fechou a mala rosa, e se dirigiu a porta - Depois eu mando alguém buscar o resto.

— Não precisa ir agora, está tarde, você pode ficar mais tempo e...- Mas ele foi interrompido.

— Eu não aguento mais ficar perto de você.

Tudo que ele ouviu depois foi a porta da frente batendo.


...

— Pois é meu amigo, quem tudo quer, nada tem. - Disse Hughes.

— Que espécie de amigo é você? Eu na pior e você cutucando a ferida.

— Só espero que isso sirva de lição, da próxima vez fale tudo para nós desde o início, nós já teríamos te dito para terminar o noivado há muito tempo e nada disso teria chegado a esse ponto. - Havoc falou.

— E que também ajuda você a escolher melhor seus amigos, porque esse traste aí - Disse apontando para Hughes - Sabia de tudo desde o início e não fez nada.

— Ei! Eu sou um amigo que se preocupa, por isso eu deixei ele pensar sozinho e amadurecer!

— Ah, tá bom!

— Vem aqui pra eu te mostrar uma coisa! - Depois os dois estavam brincando de lutinha, e os outros rapazes apostando quem caía na risada primeiro.

Isso até Fuery notar que Roy não estava rindo, ele lançou um olhar preocupado para os companheiros, que foram tentar animá-lo.

— Coronel, como o Havoc disse, na próxima vez vamos ajudar, então o senhor não precisa se preocupar. - Disse Fuery.

— Vocês não entendem, não vai ter uma "próxima vez". Ela é a única que eu vou amar.

— Ah, cara, as coisas vão ficar bem. Olha só para você, um homem bonitão, que quer o bem da população... - Hughes pediu ajuda com o olhar.

— O senhor roubou todas as minhas namoradas, isso deve contar, no geral, como muita experiência.

— E o senhor disse que ela corresponde os sentimentos.

— Coronel, se o senhor não puder ficar com ela, que é a pessoa que você ama de verdade, então não vai ter esperança para nós!

— Se Riza Hawkeye ficar com um mulherengo como o senhor, então nós podemos conseguir também. Não pode desistir agora, isso é por todos nós!

— Parece que eu não posso mais voltar atrás. Ai, ai, vocês são mesmo incríveis.

— Abraço em grupo! - Gritou Maes.

— Ih, cara!

— Sai pra lá!

— Por que eu ia querer abraçar um bando de homens?

— Vamos parar com a melação de cueca, estamos parecendo umas mulherzinhas, ainda mais aqui no banheiro.

...


— Hmmm, então ela voltou para casa? - A loira falava ao telefone com a mãe.

— Foi o que a sua tia me contou, parece que o noivado entre ela e o bonitão terminou, pobrezinha.

— E... errr, ela não disse por que?

— Bem, ela disse que as coisas não estavam dando certo, e que foi melhor assim.

— Então ela não disse...

— Disse o que? O que você está sabendo, Riza?

— Ah, não é nada, estava pensando alto.

— Riza Hawkeye, não me diga que você sabe o motivo para eles terem rompido? O que é tão confidencial para ela não contar nem para a titia querida?

— Não é nada, mãe. Eu vou desligar.

— Não desligue sem antes me contar os babados, Riza!

— Tchau, mãe.

Desligou o telefone, e se sentou no sofá. Então Rebeca não havia dito o que aconteceu. Isso foi um alívio, de certa forma, já não bastava tudo o que aconteceu, e ainda sua família saber que ela era uma ladra de noivos.
Estava entediada, faltou o trabalho porque tinha ficado realmente gripada depois de pegar toda aquela chuva. Mas ficar em casa com todo esse tempo disponível significava que tinha mais tempo para pensar, e cada vez mais ela se culpava por não conseguir esquecer o Mustang.
De manhã, tinha se encontrado com Ricardo. Não podia deixar que as coisas se repetissem, se ele acabasse descobrindo tudo como aconteceu com sua prima, as coisas só iam ser mais dolorosas.
Ela devolveu a aliança e disse que não poderiam se casar, como sempre ele foi compreensivo, mas teve quer ir além, então ela terminou o relacionamento.
Pensando agora, ela viu que sentiria falta dele, mas mais do que isso, ela estaria, de certa forma, livre para ficar com Roy. Não era isso que ela devia fazer, não seria justo com Rebeca, mas ficar perto dele todos os dias só pioraria tudo. Por isso, ela já estava tomando providências.
Perdida no meio desse monte de pensamentos, foi uma surpresa quando a campainha tocou. Foi andando devagar, seu corpo todo doía, e quando abriu a porta...

— OLÁAAA!!! - Maes Hughes, Vato Fallman, Jean Havoc, Kain Fuery e Heymans Breda estavam parados com grandes sorrisos. Muito suspeito.

— Soubemos que estava doente e viemos fazer uma visita. - Disse Fuery com sua habitual simpatia.

— Oh, obrigada. Não querem entrar? - Foram entrando um por um, nunca sua casa esteve com tantos homens de uma vez só. Podia até imaginar os comentários maldosos de Rebeca. - Jean, sem cigarro aqui dentro.

— Hehe, desculpe.

— Aceitam um chá? - Eles estavam cochichando de um modo estranho e por algum motivo, ela sabia que aí tinha coisa.

— Ah, claro, claro, chá é uma boa. - Hughes tentava parecer normal. Tentava.

Depois que voltou com o chá, e respondeu algumas perguntas sobre sua saúde, ela foi ao ponto.

— Tudo bem, agora o que realmente vocês vieram fazer?

— Nossa, você não perde tempo. Estávamos só preparando o terreno e...

— Então?

— Você tem que dar uma chance pro Coronel. - Disse Vato sem enrolar.

— Ele está tão triste, até preencheu a papelada sem reclamar. - Kain emendou.

— Nós sabemos que você é areia demais pro caminhãozinho dele, mas ele te ama. - Jean também ajudava.

— Então era isso... Vocês são bons amigos, mas não dá.

— Não dá por quê?

— Rebeca é minha prima, seria uma total traição.

— Não agora que eles se separam. - Concluiu Maes.

— Se separam porque foi uma traição.

— Então dá no mesmo, isso não é desculpa.

— Não? Então, ele é meu chefe também, seria antiético.

— Ah, vai dizer que isso não é sexy. - Intrometeu-se Heymans.

— Riza, porque você está dando para trás? - O melhor amigo de Roy olhou seriamente para ela.

— Eu já disse por quê. Além de tudo... Eu vou ser transferida.


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Notas finais do capítulo

Hey, povo! Então, as coisas estão um pouco tensas, e a história está caminhando para o fim. Eu tinha pensado em colocar a separação da Riza e do Ricardo, mas como ele é meio que figurante, fiquei com preguiça x.x Provavelmente ele não vai mais aparecer.
Deixe um REVIEW ^^ Obrigada a quem leu! ~