— Mãe! O que você está fazendo aqui?

— Por favor, Riza, você pode enganar a sua tia mas não pode me enganar. E você realmente acha que eu ia perder uma coisa dessas?

— Acho! Você é uma mulher casada! E como você descobriu?

— Como eu vim a ter uma filha careta desse jeito? Anda, liga o carro.


Riza, Rebeca e agora sua mãe saiam sorrateiramente da mansão. A loira tinha levado a sério a idéia da despedida de solteiro da prima, e como Roy e Ricardo ouviram tudo quando estavam debaixo da cama, ela resolveu agir o mais rápido possível, antes que seus planos fossem frustrados. Então, no dia seguinte, elas já estavam a caminho da festa, no caso, nesse mesmo momento.

O que não estava nos planos eram dois homens há alguns carros atrás as seguindo. Claro que segui-las tinha sido idéia de Roy, mas Ricardo também não gostava de três mulheres sozinhas indo para um lugar cheio de homens tirando a roupa, principalmente quando uma delas era sua namorada.



— Olha lá aquelas três entrando nesse lugar depravado, que absurdo. - Disse Roy ultrajado. - É o seguinte, vamos entrar e nos misturar. Mas antes, coloque isso.

— Um bigode falso? Sério? Quem anda com um bigode falso por aí?

— Eu sou um homem prevenido. Agora vamos.


A entrada estava vazia, mas o barulho da música podia ser ouvido de longe. Os dois se aproximaram da porta, mas foram barrados por um segurança enorme.


— Onde pensam que vão, é um clube para mulheres.

— Somos dançarinos. - Respondeu o moreno prontamente.

— A entrada dos dançarinos é pelos fundos.

...

— Oh, Rizie! Isso é realmente bom!

— É verdade. eu não sabia que tinha um lugar desses por aqui. - Concordou Avery.

— Bom, você sabe as regras, certo Beca?

— Hmmm não...?

— O que acontece na despedida de solteiro, fica na despedida de solteiro. Você pode fazer o que quiser. Qualquer coisa.

— Não sei, o Roy...

— Esquece o Roy, ele vai ter a dele também, e as regras são as mesmas.

— Sendo assim, vamos Tia! - E ela saiu puxando Avery para perto do palco dos stripers.

— Mãe, as regras não valem para você! Você tem um marido!

...


— Cara, eu esperava passar pela vida sem ter que ver uma cena dessas. - Ricardo estava perturbado.

Assim que passaram pela entrada dos dançarinos, foram bombardeados por homens super malhados de sunguinhas. Até que um, graças a Deus, vestido, veio falar com eles.

— Ei, vocês devem ser os novatos, vistam isso.

— O que? Nós não - Mas antes de terminar, foram empurrados cada um para uma cabine com uma fantasia.


Quando saíram de lá, Ricardo estava com uma roupa de Cowboy e Roy de bombeiro. Sem nem poderem dar um passo, foram empurrados novamente por outra porta, e saíram em um palco. Assim que pisaram no local, as luzes se acenderam e as mulheres começaram a gritar.

— O que nós vamos fazer? - Sussurrou o namorado de Riza.

— Nós podemos só pular do palco. Certo, vamos fazer isso. - Distante de onde estavam, na porta da frente, o segurança os olhava com um olhar mal encarado e estalando os dedos de forma ameaçadora.


— Tem certeza? De repente me pareceu mais seguro aqui. - A musica começou tocar, e eles já não viam mais saída.

— OK, o plano é esse, vamos continuar fingindo e assim que vermos qualquer uma delas, descemos e a levamos embora, quando uma estiver fora, as outras vão procurar.


— Não deve demorar muito para achar uma delas, então isso vais ser rápido.

Com isso, eles começaram a dançar no ritmo da música, sem parar de olhar procurando uma delas, sem poder enrolar mais, tiveram que tirar uma peça, que foi o chapéu.

Riza não podia acreditar no que estava vendo, algumas pessoas a olhavam, mesmo assim ela não parava de rir descontroladamente. Lançou um olhar de lado, e Rebeca e sua mãe não pareciam fazer a mínima idéia de quem eram aqueles dois.

É claro que ela sabia que eles as haviam seguido, mas ela não esperava tanto, e por mais que fosse realmente engraçada e sexy a cena, mas ela não admitiria isso, seguir as pessoas não era uma coisa legal, então ela olhou para Roy com muito ódio, porque é claro que Ricardo não pensaria nisso sozinho.

Já estavam sem camisa, e algumas mulheres tentavam arrancar suas calças, quando ele a viu gelou, era pior que o segurança. Quando ela colocou a mão em uma parte de trás da calça ele desconfiou que ela fosse puxar a arma, mas não ficou lá para descobrir. Roy pulou do palco, e mesmo com as unhas o arranhando, ele passou direto e foi na direção de Riza, estava pronto para ser morto por um tiro, mas não podia dar bandeira para Rebeca e Avery, que não pareciam ter notado quem ele era na verdade, então quando chegou nela a pegou no colo e a levou para uma das salas do local, enquanto umas histéricas gritavam desesperadas. Invejosas.


A sala era na verdade, um dos locais do bar, onde preparavam alguns aperitivos, então estava cheio de gente passando o tempo todo, o que no caso, para Roy, eram testemunhas, ou seja, nada de tiro por enquanto.

— Me põe no chão logo, Mustang. - Ela a desceu imediatamente. - O que você faz aqui?

— Trabalho de meio período? - Quando ela não riu, ele continuou - Só queríamos ter certeza que não iam fazer nenhuma besteira.

—Tipo dançar tirando a roupa no meio de um palco?

— Entre outras coisas. - A conversa estava meio difícil, quando eles tinham que andar de um lado para o outro, para não esbarrar em ninguém.

—E ainda por cima você trás o meu namorado, e coloca ele com aquela roupa para um monte de mulher ficar passando a mão.

— Isso não estava nos planos, mas afinal, qual o problema? Não se garante Hawkeye?

—Eu não estou brincando com você.

— Você quer falar de coisas sérias, tudo bem. O que você fez em relação ao casamento?

—Desculpe?

— Você disse que ia me ajudar a cancelar, até disse que faria qualquer coisa.

— Aquilo não conta, era um momento de desespero!

— Sem essa, então o que você vai fazer?

— Bem, se você não fosse tão intrometido, hoje podia ser o dia. Ela ia ver um monte de caras muito mais lindos que você, e mudar de idéia sobre o casamento.

— Isso não ia funcionar.

— Porque não? Como se você fosse tudo isso. Aliás, belo bigode.

— Sua pequena...


Ele saiu correndo atrás dela, mas a passagem constante de pessoas não facilitava as coisas. Com um movimento rápido, Riza se virou e bateu contra uma das garçonetes, a bandeja indo diretamente na sua cabeça. Assim que se recuperou, virou tentando se encontrar, mas a última coisa que viu foi a porta indo direto para ela.


Primeiro Roy não conseguia parar de rir, mas depois de cinco minutos que ela não se mexia, ele foi ver se tinha acontecido alguma coisa. Algumas pessoas o olhavam como se fosse um retardado, a mulher estirada no chão e ele rindo. Ele percebeu que tinha ficado silencioso, e esperavam ver o que ele ia fazer. O único jeito era tirar ela dali. Mais uma vez a pegou no colo, e antes de sair pela porta assassina, olhou para ver se nenhum conhecido estava por perto. Quando viu que não, passou, indo para a porta da frente, no caminho ele viu muitas das mulheres amontoadas e embaixo o que pensou ser o braço de Ricardo, e... um pedido de socorro?

— Ele dá um jeito.

Quando saiu o segurança o lançou um olhar desconfiado, será que era porque tinha uma mulher inconsciente nos braços? Ou talvez essa seja sua cara habitual.

Depois de colocá-la no banco de trás, lembrou que veio com Ricardo. Bem, ele podia dar um jeito nisso também. Sempre existe a boa e velha carona.


Perto da mansão ele diminuiu a velocidade, para não ouvirem o barulho do carro. Já passavam das duas da manhã, e todos achavam que eles estavam dormindo, o que não seria um problema para ele, já que entrar de fininho no meio da noite era a sua especialidade, mas uma Rebeca, provavelmente bêbada, sua tia louca, e um Ricardo atacado por um batalhão de mulheres não deveria ser a coisa mais silenciosa.

Roy subiu com Riza em suas costas até o quarto dela, e para previnir acidentes como na noite anterior, trancou a porta, assim evitava que alguém entrasse e pensasse coisas erradas a respeito dos dois. A deitou na cama, e foi até o banheiro ver se achava uma maleta de primeiros socorros.

Depois de limpar o ferimento na testa da moça, fazer um curativo e rir um pouco mais, viu que estava realmente cansado. Vida de striper não é fácil, mas ele ainda queria ver se ela ia acordar, então se sentou ao lado dela e sem perceber pegou no sono.

O que ele não sabia era o quão docemente ele despertaria na manhã seguinte, e nem como as coisas ocorreriam depois disso.