Unlucky escrita por Sadgirl


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

As vezes a vida põe uma coisa boa na sua vida, só pra mais tarde, poder tirar de uma forma dolorosa.



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Eu mal me lembro de como cheguei em casa.

Quando cheguei ainda faltava duas horas para meus pais chegarem e minha irmã estava na escola. Então eu deitei em minha cama e pensei no que eu iria fazer, eu não ia contar pros meus pais, nem a ninguém, então resolvi deixar quieto. Uma hora eu ia superar.

Uma semana se passou, e como sempre, eu estava errada. Eu tinha pesadelos toda noite, não comia e não ia a escola. Eu não conseguia chorar pra aliviar a dor. Um dia eu estava sozinha em casa, as lembranças começaram a surgir, perturbando minha mente, uma dor insuportável crescia dentro de mim, comecei a socar tudo o que via pela frente: almofadas, parede; taquei um copo no chão e ele se partiu em vários pedaços. Peguei um daqueles pedaços e sem pensar passei no meu pulso. O sangue começou a fluir, e com ele a dor ia saindo de mim. Quanto mais eu passava o vidro nos pulsos melhor eu me sentia.

Com a nova "solução" para minhas dores, tive que usar blusa de frio o tempo todo para esconder os cortes.

Minhas crises estavam piorando, cada dia eu cortava mais fundo, passei a cortar as coxas e a barriga.

Até que um dia minha mãe percebeu. Ela tentou conversar comigo, mas eu disse que não iria falar nada, e que não era pra ela se preocupar.

Então ela começou a me levar no psicologo, que me orientou a mudar de escola. Eu só concordei por que ele tinha um esquema legal:

–Emily se você for duas vezes a aula na semana, você pode faltar a consulta da semana, e sua mãe nem fica sabendo. Que tal?

Eu concordei por que de um jeito ou de outro teria que ir.

Quando chegou o dia de eu ir pra nova escola, eu estava um poço de negatividade.

–Vamos filha, coopera,ok? Ou terei que te mandar pra um internato.

–Tanto faz. Da pra dirigir mais rápido e me jogar no inferno logo?

–Emily, o que ta acontecendo com você?

Toda vez que eu ouvia essa pergunta, me dava vontade de sumir. Parece besteira, eu ja devia ter superado, mas eu simplesmente não consigo.

Quando desci do carro e olhei pra escola, toda negatividade parecia pouca, por que aquele lugar parecia mais um convento do que um escola. Todos estavam de uniforme, as meninas com saias ate o joelho, os meninos com a blusa dentro da calça, e me perguntei se minha mãe estava tentando me matar.

Quando a diretora me viu ela falou:

–Você dever ser a Emily.

–Sou.

–Vamos, sua sala é a FV04. Só avisando: a escola tem dois andares, primeiro andar, sala dos meninos, segundo andar, meninas. O recreio de meninas é de 15 as 15:30 e dos meninos é de 16 as 16:30. Espero que faça novas amigas Emily.

Vaca. Minha mãe é uma vaca. Ela literalmente me jogou num inferno, não por eu não ver meninos, o que é até bom, mas essa escola tem regra pra tudo.

Quando a diretora desceu, e me deixou na porta da sala FV04, fiz uma força enorme pra não sair dali, não ia conseguir ficar no meio de patricinhas nojentas.

Mas quando eu me virei para entrar na sala, eu a vi. Parecia uma boneca de porcelana, os olhos escuros como o vazio que tinha dentro de mim, os cabelos ruivos da cor do por-do-sol, ela estava na segunda cadeira da fila do meio, e quando entrei ela (como todas) se virou para me olhar. A sala devia ter umas quinze alunas.

–Pois não? - A professora devia estar falando comigo.

–Ah, sim... eu... sou aluna nova...

–Ah, venha, sente-se aqui. - Ela me levou até uma cadeira vazia e eu me sentei. Ela começou a falar umas regras sobre as aulas dela, mas tudo que eu conseguia pensar, era que eu estava apaixonada por uma menina ruiva de olhos escuros.


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Notas finais do capítulo

Só queria dizer, que não tenho nada anotado, estou escrevendo o que me vem na cabeça, então preciso que quem ler, comente se gostou, dê ideias, e espero que estejam gostando.
:)



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