Cinderella escrita por Bitchfalsiane, Pipoca


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo eu e a Pipoca escrevemos juntas e espero que vocês gostem!



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POV Autora


― Aii ­ ­― Karina disse num sussurro ao ver que tinha se cortado com um dos cacos das taças.


― É pra hoje sua inútil! Limpa logo isso e traz a champanhe! ― Gritou Jade e Pedro estava nervoso, ele dizia a si mesmo que era só por causa do noivado, mas algo nele queria levantar e ir lá onde Karina estava para cuidar dela. Ele logo tratou de focar apenas na loucura em que havia se metido.


― Vocês não acham melhor pensar ― Pedro disse sendo interrompido por Lucrécia.


― Não tem mais nada pra se pensar, a não ser os preparativos e a data do casamento! Pode ser no ano que vem, o que acha Marcelo? ― Perguntou Lucrécia e Karina foi se dirigindo à cozinha.


― Eu eu acho melhor ser o quanto antes! Não tem porque atrasar os pombinhos, olhem só pra eles apaixonados! O Pedro vive falando na Jade, em como ela é linda e como ela é especial... ― Disse Marcelo todo animado.


― Não vive não. ― Sussurrou Tomtom e Roberta lhe deu um tapinha.


― Annw que lindo Mozinho! ― Disse Jade apertando as bochechas de Pedro.


...


“Olhem só pra eles apaixonados!” Eca. ― Disse Karina chegando na cozinha, carregando a bandeja cheia de cacos em uma só mão.


― Quem foi que disse isso? ― Perguntou Bete, já sabendo que ela debochava de alguma coisa.


― O Pai daquele moleque irritante vulgo “mozinho”. ― Disse Karina colocando a bandeja num balcão e indo para o lavabo dos empregados para limpar a mão antes que o sangue pingasse pela casa e ela fosse obrigada a lamber ou algo do gênero.


― Minha linda, o que aconteceu? ― Perguntou Bete ao ver a mão de Karina sangrando, mas ela logo avistou a bandeja com as taças quebradas e tirou suas próprias conclusões. ― Vem cá, eu vou fazer um curativo! ― Disse Bete, mas Karina negou.


― Não precisa eu tenho que levar a champanhe e outras taças pra lá agora! ― Disse Karina indo pegar as coisas e equilibrando como podia na bandeja.

...


― O Edgar me deixou muitas posses e com isso o futuro da Jade e da Bianca já está garantido. ― Disse Lucrécia com um sorriso no rosto, que logo se desfez assim que viu Karina chegar novamente na sala de jantar.


― Com licença. ― Disse Karina se aproximando e distribuindo as taças especiais entre os convidados e colocando champanhe nelas. ― A pequena vai beber também? ― Perguntou Karina dando um sorrisinho para Tomtom, que retribuiu.


― Não, ela é novinha... ― Disse Roberta sendo gentil.


CLARO QUE NÃO! Além de desastrada é burra! Mereço... ― Disse Lucrécia olhando furiosamente para Karina que começou a servir o champanhe e quando chegou em Jade tropeçou no pé de Lucrécia e derramou o líquido no vestido do garota.


― Eu não acredito que você fez isso!! Esse vestido que você acabou de arruinar é um legítimo Patricia Bonaldi, vestidos como esse você nunca vai poder usar! Deve ser por isso que você não tem o mínimo cuidado. Garota estúpida. ― Disse Jade explodindo toda a sua raiva em Karina.


― Me desculpe, mas eu tropecei, se quiser pode descontar do meu salário Lucrécia, se bem que... Você não me paga um salário. ― Disse Karina despertando uma grande dúvida nos convidados.


― KARINA! Cale essa boca e vá agora pra cozinha. Além de querer arruinar o vestido da Jade você quer arruinar a nossa reunião também? ― Disse Lucrécia e Karina foi para a cozinha morrendo de raiva.


...


― Que ódio! A bruxa da Lucrécia adora me humilhar! ― Disse Karina colocando a bandeja no balcão com força.


― Calma Karina! Vai lá no jardim, se acalma... Pode deixar que eu sirvo o jantar...

― Disse Bete e a menina assim o fez.


...


― Mãe eu vou me trocar, não posso ficar assim ensopada! Mozinho, me espera lá no jardim!... Vou colocar o vestidinho vermelho que você adora... ― Disse Jade sussurrando as ultimas palavras e subindo as escadas.


― Eu vou lá no jardim... ― Disse Pedro levantando e indo para a parte externa da casa.


...


Karina estava com muita raiva, tinha vontade de chutar cada anão daquele jardim, mas se conteve e foi andando até o chafariz, ela sentou na borda do mesmo e ficou olhando o seu reflexo. “Olha só pra você nesse uniforme ridículo, esse avental ridículo, esse cabelo ridículo, essa cara ridícula, essa vida ridícula... Que droga...” pensou a garota já prestes a chorar, não que fosse dessas que chora por tudo, mas a cada dia ficava mais difícil viver ali.


― Que bela vida em Karina... ― Disse ela a si mesma já chorando. Pedro andou pelo jardim até ver Karina lá, sentada na borda do chafariz, respirando ofegante “deve estar chorando...” pensou ele.


― Oi... ― Disse Pedro se aproximando.


― O que você quer? Veio esfregar na minha cara a vida de merda que eu tenho? Não precisa eu já sei. ― Disse Karina enxugando as lágrimas.


―Não, é que eu tava vindo e te vi, achei que podia conversar contigo... ― Disse Pedro parando na frente dela.


― E porque não faz isso na escola? Ah é, porque eu posso destruir a tua popularidade, sua “fama”. Pedro você não precisa fingir que se importa. Eu sei que você não dá a mínima. ― Disse Karina levantando e indo embora para o seu “lar doce lar” vulgo celeiro.


― Mozinho! O que você ta fazendo aí sozinho? ― Perguntou Jade indo ficar com ele. Eles ficaram se “engolindo” como dizia Tomtom e depois Marcelo o chamou para ir para casa.


{...}


Os três dias se passaram rápidos e a suspensão de Karina também. Ela odiava perder aula porque os professores não a ajudavam a passar por isso tinha que se esforço ao do que a maioria. Depois que ajudou Bete a por o café na mesa a garota correu até o celeiro colocando seu jeens velho e seu moletom branco. Colocou seu all star preto e bagunçou os cabelos levemente indo para o ponto de ônibus. Assim que chegou ao colégio Karina viu uma cena que disse ser repugnante. O casal vinte se pegava pelos corredores e nenhum inspetor reclamava disso.


― Se fosse eu...― Pensou alto logo sentindo mãos em seus ombros.


― Que susto Fabi!


― Falando sozinha agora K? Olha é melhor a gente ir pra aula já que perdeu três dias. EU anotei sua matéria e depois você pega comigo.


― Obrigada, vamos?


As duas seguiram para a sala e sentaram em seus lugares de sempre. Logo a professora de Geografia entrou na sala sem dar bom dia, como sempre e começou sua aula chata e maçante anotando no quadro.


― Bom dia, posso interromper sua aula professor Marcia?


O diretor Heidguer entrou na sala com o consentimento da professora e tinha alguém atrás dele que Karina ainda não conseguia ver, pois a cadeira que estava só tinha a visão do diretor.


― Bom dia alunos, eu vim aqui por um motivo importante. Gostaria de lhes apresentar o seu novo colega de turma Ricardo Cobreloa, ele é filho do treinador do time de futebol eu gostaria que vocês o recebessem bem. Pode se sentar Ricardo.


Então o diretor saiu da sala e Karina pode perceber de quem se tratava.


― É o menino do mercado!


Disse alto o suficiente para que Fabi escutasse e arqueasse a sobrancelha em interrogação.


― Nada, depois explico!


Ela disse para amiga e quando percebeu o moreno dos olhos sombrios já estava sentado ao seu lado e maioria dos alunas os encaravam.


― Oi gatinha. Fico feliz que conheço alguém nesse colégio! Sabe como é sou novato...


― Você ficaria mais feliz ainda se não conversasse comigo. E não, nós não nos conhecemos.― Disse ríspida voltando as suas anotações do quadro.


A segunda e terceira aula foram de biologia e Karina estava perdida por causa dos três dias de suspensão. Enquanto tentava prestar atenção na aula sentia os olhares do aluno novo sobre ela mas não se dava ao trabalho de olhar de volta. Seria ruim de mais para um aluno novo ser amigo da garota mais odiada do colégio.
Assim que a aula terminou Karina arrumou suas coisas saindo com Fabi no seu encalço.


― A gente pode pegar algum lanche no refeitório e depois a gente vai na biblioteca pra eu passar a matéria que você perdeu.― Fabi como boa amiga que era anotou a matéria para Karina que sorriu em consenso.


― Obrigada Fabi...


Antes que cruzassem a porta sentiu um mão em seu cotovelo. Era o garoto novo.


― Vocês poderiam me mostrar onde é o refeitório e as coisas por aqui ?―Ele perguntou de um jeito educado mas Karina não poderia aceitar.


― Cara, acho melhor não...


― Poxa, no mercado aquele dia você me parecia ser mais educada. Vamos lá, por favor. O diretor disse que era para serem educados com o novato e eu tô odiando ser o novato aqui.


― Não é isso é que...― Karina ia explicar mas Fabi bocuda como era tratou de cortá-la no meio da frase.


― Nós somos as excluídas aqui, não é legal andar com a gente. Vai queimar seu filme, ainda mais sendo filho de um dos professores.


A menina explicou fazendo o rapaz sorrir e negar com a cabeça. Ele era até bonitos mas suas expressões as vezes assustavam.


― Eu não tenho nenhum tipo de preconceito e odeio rótulos. Achei que vocês eram pessoas diferente mas parecem ser iguais a todos que costumam rotular tudo e todos.


― Tudo bem rei do drama, vamos logo!


Karina saiu andando sendo seguida por Fabi e Cobra que tinha um sorriso no rosto.


― Ricardo não é? Olha aqui é o refeitório. O meu lugar preferido...―Karina disse com ironia e Cobra riu fraco andando pelo refeitório lotado de estudantes.


― Ah, me chamem de Cobra. Odeio esse nome... Ricardo.


― Acho o nome bonito, mas já que prefere Cobra.― Fabi disse e Karina sorriu pra ela. "Como pode ser não ousada?" pensou.


Eles pegaram as bandejas e seguiram para fila. Karina e Fabi conversavam animadas sobre os rumores das aulas extra curriculares quando sentiu alguém lhe cutucar nos ombros.


― Ora ora ora vejo que tratou de trazer o aluno novo para sua rede doméstica.―Jade disse zombeteira e Karina já bufava de raiva. Será que ela nunca deixaria a garota em paz?― Toma cuidado novato, não é bom ser visto com a empregadinha por aí!


Jade concluiu seu discurso esperando a aprovação do garoto que só fez a olhar feio. Ela estremeceu sob aquele olhar.


― Quem disse a você que ligo para o que pensa garota? Tenho certeza que a companhia dela deve ser mais interessante do que a de uma patricinha mimada que só sabe falar de bolsas e maquiagens estou certo?― Enquanto o menino falava todos no refeitório pararam para ver a cena até mesmo Pedro que estava sentando em sua costumeira mesa com os seu amigos populares. Jade sibilou algo mas logo Cobra tratou de corta-la.― Agora se não tem mais nenhum recado pra dar pode voltar a sua vida medíocre e saia do meu caminho.


Karina tinha um sorriso vitorioso nos lábios ao ver a expressão de ira em Jade que saiu bufando e batendo os pés. A loira viu de longe ela conversando ~lê-se gritando~ algo para Pedro que segurava o riso. Ela sorriu ao perceber isso.


― Mandou bem Cobra, adorei que colocou a peçonhenta no lugar dela, sem ofensas é claro.― Fabi brincou, como sempre fazendo Cobra e Karina rirem.


Os três saíram juntos com seus lanches em direção ao jardim e lá sentaram-se para comer tranquilamente. Depois disso foram os três para biblioteca e lá Fabi passou a matéria para Karina e Cobra que perderam as ultimas aulas. O dia seria até legal para Karina se depois dali não tivesse que enfrentar Jade, Lucrécia e todos aqueles pratos para lavar. Mas hoje, por incrível que pareça tudo pareceu melhor.


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Notas finais do capítulo

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