Aprendendo a Amar escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 16
Capítulo 15




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/569189/chapter/16

Seis meses depois...

O dia amanheceu bastante fresco, típico do inverno. O dia 20 de junho estava sendo amplamente aguardado por todos, mas principalmente pelo casal que nesse momento se revirava sobre as cobertas, tentando despertar.

Aquele sábado parecia ordinário para o resto do mundo, mas para os Duarte era um dia especial. Naquele dia se contemplava um ano que Gabriel Gardel Duarte havia chegado ao mundo. E mesmo que ele só fosse chegar aos braços dos pais que tanto o amavam alguns meses mais tarde, não podiam deixar de comemorar aquele dia.

Mama, mama, mama, papa, papa, papapapapapapa!” Os gritos no quarto ao lado despertaram os dois de uma vez, que coçaram os olhos em conjunto.

“Deixa que eu busco ele.” A voz de Cobra saiu rouca, enquanto ele se levantava cambaleante. Jade se revirou na cama, encarando o relógio posicionado entre as fotografias de sua mãe e de sua nova família.

“Seu netinho está completando um ano, mãe. Eu queria tanto que você estivesse aqui para ver isso e para se orgulhar de mim.” O sussurro veio acompanhado de lágrimas e de uma carícia ao retrato.

“Bom dia, mamãe. O aniversariante chegou.” Cobra entrou sorridente com Gabe, os dois encontrando Jade emocionada. “Tá tudo bem, minha dama?”

“Só feliz. Agora, me dá meu bebê para eu encher ele de beijos.” Ela estendeu os braços, para onde o menino se jogou prontamente. “Parabéns, minha vida.”

“Só um minuto.” Cobra saiu correndo pela porta, voltando logo depois com um envelope e um bolinho com uma vela acesa.

“De onde você tirou isso, Ricardo?”

“Comprei ontem na saída da academia e escondi no fundo da geladeira. Sabe, na prateleira de legumes, aquela que você nem mexe mais.” Ele alfinetou, provocando risos.

“Estou experimentando uma dieta mais rica em carboidratos e proteínas, passei tempo demais na salada.”

“Certíssima você, minha dama. E vai complementá-la com esse bolo de chocolate maravilhoso que o papai comprou para esse meninão lindo.”

O lutador sentou na cama, enquanto Jade acomodava o filho sentado sobre suas pernas cruzadas. Entoaram um coro de ‘parabéns para você’, assoprando as velinhas juntos e tirando uma bela selfie que logo teria muitas curtidas no Instagram. O rapaz sacou duas colheres e começaram a comer e servir Gabe.

“E esse envelope aí? Não me diga que você é mais um desses pais que dá uma poupança de presente para o filho quando ele faz um ano?”

“Na verdade, esse envelope é um presente para você, minha dama. Chegou há alguns dias, mas eu quis te entregar hoje, para comemorarmos.”

Ele estendeu o envelope pardo para a namorada, que deixou que o filho continuasse a comer e se melecar sozinho. Ela abriu o envelope, puxando a folha de papel que estava dentro e abrindo um sorriso de orelha a orelha.

“A certidão de nascimento dele?”

“Com o seu nome como mãe dele. Agora o nome dele é, oficialmente, Gabriel Gardel Duarte, filho de Ricardo Duarte e Jade Gardel.”

O processo de adoção do menino havia começado no final de janeiro, e levou um tempo razoável. Apesar de Ruiva ter deixado toda a documentação abrindo mão da maternidade e qualquer direito sobre Gabriel, a Vara da Infância ainda buscou pela mãe biológica do menino para confirmar o acontecimento.

Porém, como esperado pela família, a jovem não foi encontrada. Os pais dela também haviam se mudado sem deixar endereço, mas a vizinhança garantiu nunca mais ter visto Bárbara. Após dois meses e diversas tentativas, haviam dado o caso por encerrado e aceitado a documentação deixada.

Nesse interim, Ricardo e Gabriel deixaram a casa dos Duarte e se mudaram para o apartamento de Jade. Afinal, criar um filho juntos morando em casas separadas se mostrava um desafio. E como Cobra também passava a maior parte do tempo no apartamento da namorada, então foi um passo óbvio.

E agora, a pequena família começava a viver sua vida por conta própria, dentro da lei dos homens e seguindo o caminho de seu coração. Mesmo sem entender, Gabe festejou e se emocionou com seus pais pela sua adoção, mas aquele dia de alegria só estava começando.

~C&J~

A Fábrica de Sonho estava inteiramente decorada, da academia à Ribalta, com o tema de super-heróis. Marvel e DC se encontravam pelas paredes, forradas pelos Vingadores, Homem Aranha, X-Men, Super-homem, Flash, Mulher Maravilha, Lanterna Verde e outros tantos.

Gael, fazendo seu papel de avô babão do século, desfilava em um collant azul agarradíssimo, com Dandara em sua melhor forma ao seu lado, os dois fazendo as vezes de Super-homem e Mulher Maravilha. Já Ed, mais dramático e metido a Shakespeare, estava de Martian Manhunter, pintado de verde e esvoaçando sua capa sempre que possível.

Pedro estava se divertindo como Thor, batendo seu martelo em todos que tentavam tirar com sua cara. Já Karina estava de Vampira, sua X-Men favorita desde criança, e ainda brigava com o namorado por ele não ter aceitado acompanhá-la de casal. João estava vestido de Wolverine e paquerava descaradamente Vicky, uma aluna da Ribalta, sugerindo que ela poderia ser sua Jean Grey. Bianca e Duca estavam de Hulk e Viúva Negra, e o lutador estava sendo descaradamente zoado por estar desfilando sem camisa e pintado de verde.

Todos os convidados estavam no tema, com camisetas e itens que remetessem ao tema da festa, se divertindo com a brincadeira. Porém, o grande destaque estava nos anfitriões da festa, que não poderiam estar mais fofos nem que o tema fosse algodão doce.

Cobra estava vestido de Robin, enquanto Jade desfilava de Batgirl. E Gabe, no auge de sua fofura, era o pequeno e travesso Batman, sorrindo e tentando arrancar sua máscara a cada minuto.

“Eu ainda acho que nós deveríamos comemorar no final do ano, que é quando ele chegou na nossa casa.” Bianca protestou novamente, enquanto toda a família paparicava o pequeno em sua piscina de bolinhas.

“Bi, nós podemos comemorar dez vezes no ano, eu não me importo.” Jade riu da cunhada, observando o namorado arremessar as bolinhas para o filho, que gargalhava.

“Um aniversário é o fechamento de um ciclo, meu bem. Todos os ciclos que se fecham devem ser comemorados, não é? Hoje comemorar o ciclo do primeiro ano de vida do Gabe e tudo o que ele viveu até aqui. Mais para frente, comemorar o fechamento do primeiro ciclo dele com a nossa família. E assim em diante.” Dandara consolou a enteada com bondade.

“E hoje comemoramos um novo ciclo também... O primeiro ciclo do Gabe como filho da Jade, oficialmente.” Completou Ed, batendo palmas animado. “Ai, como eu queria que a minha amiga Lucrécia estivesse aqui para ver isso.”

“Ela está vendo, Ed, e está muito orgulhosa.” Cobra segurou a mão da namorada, beijando com carinho. Ela sorriu com lágrimas nos olhos.

“Que tal cortarmos o bolo logo? Acho que ele vai ficar com sono daqui a pouco.” Observou a bailarina, recebendo vários acenos afirmativos.

Logo, toda a família estava reunida em torno da mesa fartamente decorada, cantando o coro de parabéns acompanhada de todos que amavam aquele pequeno anjo que havia preenchido suas vidas com amor e alegria. E no centro de tudo isso, Jade e Cobra abraçavam o filho com o sorriso rasgando o rosto, se maravilhando com a alegria e surpresa dele, agradecendo a oportunidade de conhecer o amor de forma tão sublime.

~C&J~

Enquanto isso, do outro lado do Rio, a polícia apreendia uma jovem magra, com as roupas esfarrapadas, os cabelos com a pontas ruivas desbotadas, mas longo e mal cuidada. Não possuía mais documentos, mas a reconheceram como Bárbara Borges. Seus pais haviam noticiado seu desaparecimento e ela batia com a foto, apesar de ser uma versão bem desgastada. Estava largada na sarjeta, drogada, a caminho da morte.

Ela foi colocada em uma ambulância e encaminhada a um hospital, onde foi tratada e cuidada. Ainda muito fraca e debilitada, foi internada em uma clínica famosa de reabilitação no interior de São Paulo, para um programa que poderia durar anos.

O pai, homem rígido e correto, se recusou a visitá-la ou a deixar que a esposa o fizesse até que ela estivesse recuperada e livre desse vício horroroso. De todo o jeito, não teria adiantado. Mesmo na reabilitação, ela ainda levou muito tempo para se curar das doenças e traumas físicos da rua, e quando afinal podia se comunicar e raciocinar, mais de um ano já havia se passado.

Sua primeira visita, na verdade, foi uma assistente social. A mulher tinha perto dos 50 anos e uma aparência bondosa. Trabalhava com a recuperação dos pacientes da clínica e começava já no início do tratamento, para que no momento da alta eles já tivessem a chance de uma vida digna.

“Você estudava na Ribalta anteriormente, correto? Tinha interesse em artes cênicas. Nós temos um grupo de artes aqui na clínica, você sabia?” Já estava acostumada com a falta de resposta nos primeiros encontros, quando os pacientes ainda eram mais ariscos e fechados. “E você também... O que é isso?”

Em meio aos arquivos que haviam lhe enviado do Rio de Janeiro, o processo da Vara da Infância estava em uma pastinha. Ruiva ficou curiosa diante da exclamação da mulher, a observando revirar os papéis.

“A senhorita teve um filho?”

“Como você sabe?”

“Isso aqui é parte de um processo de correu na Vara da Infância. Você abriu mão dele?”

“Eu o entreguei para o pai, e deixei alguns documentos provando isso. Um antigo namorado me ajudou na época. Por quê?”

“O Sr. Ricardo Duarte entrou com um processo de reconhecimento de paternidade em dezembro de 2014, e em fevereiro de 2015 ele e a srta. Jade Gardel entraram com um processo de adoção do menino por parte dela. Você foi procurada para comprovar os documentos que você deixou, mas você não foi encontrada. Pobrezinha, quanto tempo você ficou na rua?”

“A Jade adotou o meu filho?” Ela ignorou a última pergunta da mulher, mais interessada na informação interior. “Ela e o Cobra estão juntos?”

“Não sei informar, querida. Aqui só tem as informações pertinentes ao caso do Gabriel, depois da adoção concluída não sei mais nada. Ela foi concluída em 15 de junho de 2015, alguns dias antes do primeiro aniversário dele.” A mulher leu o relatório em suas mãos. “Você estava ciente do que fazia quando entregou o Gabriel?”

“Eu nunca quis aquele bebê, ele foi uma gravidez acidental.” Ela desdenhou, os olhos perdidos. “Eu só... Eu preciso ir. Com licença.”

E saiu depressa, deixando a assistente penalizada com sua situação. Com certeza tocaria novamente no assunto.

Na sala de convivência, Ruiva revirava uma cesta cheia de revistas. Uma manchete de capa havia chamado sua atenção alguns antes, mas não dera atenção. Agora, revirava a dita revista freneticamente.

“Ricardo Duarte rumo ao UFC.” Leu em voz alta a chamada notícia. “Noivo de Jade Gardel, bailarina principal da Companhia de Ballet do Rio de Janeiro... O casal com o filho único, Gabriel Gardel Duarte... Se mudando para uma cobertura em Copacabana, temporada em Miami...”

Ela ergueu os olhos marejados da revista, a apertando contra o peito. Na porta, a assistente enxerida a observava com o coração partido. Daria um jeito de ajudar aquela pobre moça.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

OLÁ CRIANÇADA, COMO VÃO VOCÊS?
Voltamos a tensão, hã? ADORO!!! Gostaria de avisar que no próximo capítulo vai ocorrer uma passagem de tempo de 5 anos, ou seja, o Gabe vai estar com 6 anos.
E aí? Gostando? O que acham dessa passagem?
See you soon ;*
www.facebook.com/fanficswaalpomps



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aprendendo a Amar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.