Behind Black eyes escrita por AnnaBlack


Capítulo 6
Lucky


Notas iniciais do capítulo

Muuuuuuuuito obrigada pelos comentários, sério! sz Boa leitura, espero que gostem! *-*



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Ao olhar para aquela criatura maravilhosa a minha frente, eu senti como se o mundo finalmente estivesse começando a fazer sentido.

– S-seth? – perguntei insegura, com a mão levemente erguida.

O lobo então balançou a cabeça e a abaixou, me olhando, como se estivesse pedindo para que eu acariciasse seus pelos.

– Ele quer que você faça carinho nele, Amanda. – Paul disse, revirando os olhos e rindo baixo.

O olhei brava. – Dá pra parar de rir? – eu disse, me virando novamente para Seth e, finalmente, encostei minha mão em seu pelo.

Ele fechou os olhos e grunhiu levemente, como se apreciasse o toque. Eu ri baixinho.

– Isso é tão estranho. – murmurei – Nunca pensei que um dia faria isso.

Ele ergueu os olhos novamente e pude ver que eles brilhavam. A luz da lua iluminava aqueles brilhantes olhos negros que pareciam enxergar minha alma.

Sorri para ele e não me contive quando ele tocou minha bochecha com o focinho. O olhei e o abracei em seguida. Ele pareceu surpreso, mas depois de alguns segundo senti sua cabeça repousar em meu ombro e seu pelo macio tocar meu rosto.

Pude ouvir os garotos murmurando coisas como “Esse é o meu garoto” e “Own, fofinhos”. Não pude conter um riso baixo e me separei dele, segurando seu rosto em minhas mãos.

Ele balançou a cabeça algumas vezes e eu o olhei confusa. Não entendia o que ele queria que eu fizesse. Quer dizer, eu sempre gostei de cachorros e tudo mais, mas eu não compreendia exatamente todos os sinais.

Ouvi Jacob pigarrear atrás de mim e me virei para vê-lo com a cara fechada. Ele era aquele tipo de irmão ciumento e tenho certeza de que não se sentia nem um pouco confortável e feliz com a situação. – Ele quer que você monte nele. – ele disse.

Primeiramente, fiquei pensando em como ele poderia saber, mas acabei chegando a conclusão de que isso devia ser coisa de metaformo. Eles se entendiam em seus sinais, assim como melhores amigas se entendiam por olhares. Depois, pensei no que Jake disse.

– Montar?! – perguntei, com os olhos arregalados. – Como assim montar?

Jacob revirou os olhos e me olhou sério. – Não montar no sentido malicioso da coisa, Amanda. Credo. Que nojo. – ele murmurou e não consegui segurar um riso, que teve fim rapidamente quando vi a expressão no rosto de meu irmão. – Montar como se ele fosse um cavalo.

– Ah. – assenti em compreensão e olhei para Seth. – Não tem problema? Eu acho que sou pesada e...

Tive a impressão de que ele estaria revirando os olhos se estivesse em sua forma humana. Ele apenas se abaixou para que eu pudesse montá-lo.

Estava receosa. Eu não era um exemplo de equilíbrio. Mas ao mesmo tempo, me sentia confiante. Eu sabia que ele não me deixaria cair. Então, subi em suas costas e me segurei em seus pelos do pescoço.

– Não me deixe cair, por favor. – sussurrei em seu ouvido e fechei os olhos.

Ele bateu a pata no chão algumas vezes antes de sair correndo. E como corria rápido, puta merda. Sentia o vento no meu rosto de forma mais intensa do que quando eu costumava dar meus passeios de moto.

Só paramos quando chegamos em uma clareira. Olhei em volta e não consegui segurar um suspiro de exaltação. A luz da lua iluminava completamente o lugar. Era maravilhoso de se ver.

Ele se abaixou novamente para que eu pudesse descer e, assim que sai de cima dele, ele correu de volta para a floresta, me deixando para trás com uma incrível cara de decepção.

Como assim o cara me faz montá-lo e me deixa sozinha depois?! Isso lá são modos?

Bufei e revirei os olhos, começando a andar para fora da clareira, mas antes que eu pudesse dar mais de cinco passos, senti uma mão tocar meu ombro.

Me virei assustada, mas suspirei aliviada ao ver que era Seth, já devidamente em sua forma humana. Não pude deixar que ele estava sem camisa. Muitos pensamentos tomaram conta de minha cabeça nesse momento – nada muito racional, claro – mas eu não podia evitar. Não existe aquele ditado: “o que é bonito é pra ser olhado”? Então.

Porém, obviamente, ele percebeu o meu olhar e soltou uma risada. Ergui meu olhar para seu rosto e não pude evitar corar ao vê-lo me observando com as sobrancelhas arqueadas e um sorriso de canto no rosto.

– Desculpa, eu... Ah.

– Tudo bem. – ele riu e estendeu a mão para mim. – Temos assuntos mais importantes para tratar agora.

Eu o olhei e concordei com a cabeça, olhando para sua mão estendida e a segurando em seguida. Ele me guiou até o centro da clareira e me pediu para sentar.

– Bom, eu... – ele começou a dizer assim que nos sentamos. – Me desculpa.

O olhei confusa. – Por que está se desculpando?

– Por ter te envolvido em tudo isso. – ele disse e abaixou a cabeça. – Você estaria mais segura e certamente menos confusa se eu não tivesse tido um imprinting com você.

– Ei, ei, ei. – eu ergui seu rosto com a ponta dos dedos, fazendo com que ele me olhasse. – Eu não te culpo por isso. – balancei a cabeça. – Longe disso. Eu descobriria de um jeito ou de outro. Acredite. – ri baixo –

Ele me olhou e soltou um suspiro longo. – Sabe, você não precisa... Quer dizer, nós não precisamos... Você sabe.

Eu o olhei e balancei a cabeça, sorrindo levemente. – Eu sei. – murmurei baixinho. – Eu gosto de você, Seth. Isso é totalmente estranho porque eu te conheço a dois dias, mas eu realmente gosto de você. É só que... Sinto que não posso te dar todo o sentimento que você merece ainda.

Ele riu baixo e tocou minha bochecha com a mão. – Entendo você. – ele sorriu e eu fechei os olhos quando ele acariciou meu rosto. – Só quero que saiba que você já me dá muito mais do que eu mereço apenas pelo fato de estar viva.

Abri os olhos e o olhei, percebendo que ele estava realmente próximo. Corei levemente ao ver seu olhar me analisando e um sorriso brotando em seus lábios. – Você fala de mim e me olha como se eu fosse a garota mais linda do mundo.

Ele riu e segurou minha mão, beijando a ponta de meus dedos. – Pra mim, você é.

Eu ri e dei um tapinha em seu braço. – Isso é tão estranho. – eu disse, sorrindo mas voltei a ficar séria depois de um tempo. – Eu só preciso me sentir pronta pra estar com você de verdade. Quer dizer, eu sei que essa coisa toda de imprinting não é uma simples atração ou algo do tipo, mas eu acabei de terminar com meu namorado e começar a namorar outro cara um dia depois não me parece ser algo muito certo. – eu ri baixo. – Apesar de eu não estar falando sobre um cara normal.

Ele me olhou e seu olhar parecia levemente triste, mas ainda sorria. – Eu espero o tempo que for. Só preciso que você esteja bem e que me permita ficar perto de você. – ele sorriu de canto, ainda segurando minha mão. – Mas por que disse que eu não sou um cara normal? – perguntou, divertido.

Eu ri e o olhei com a sobrancelha arqueada. – Está mesmo me perguntando isso? – balancei a cabeça, ainda rindo. – Qual é, Seth. Você se transforma em um maravilhoso lobo de quase dois metros de altura e, como se não bastasse isso, continua sendo lindo na forma humana. – eu disse essa parte em um tom mais baixo. - E você pode ficar perto de mim quanto tempo quiser. – eu o olhei e sorri. – Já disse que sua presença me faz bem.

Quando disse essas palavras, seu rosto se iluminou com um dos sorrisos mais maravilhosos e sinceros que eu já havia visto. Ele me olhava e seus olhos brilhavam. Podia sentir a felicidade que emanava dele. Por um momento, me senti a garota mais sortuda do mundo por ter um cara como ele me esperando, me protegendo.

– Você é, definitivamente, a garota mais maravilhosa que eu já conheci. – ele riu e colocou uma mecha que caia do meu cabelo atrás de minha orelha.

Eu ri e balancei a cabeça. – Na verdade, eu sou extremamente chata. Tenho pena de você que terá que me aguentar por tanto tempo. – eu disse, me levantando e o puxando pela mão.

Tempo. Eu ainda não havia parado para pensar sobre esse assunto. Ele não envelheceria, continuaria esse garoto com rosto de 18 anos para sempre. Mas e eu? Eu não me transformava. Eu não tinha o gene ativado. Ele me veria envelhecer enquanto eu viveria apenas uma pequena parte de toda a sua eternidade ao seu lado.

– Seth? – chamei-o, lhe olhando preocupada. – E quando eu estiver velhinha? Você ainda vai... Ainda vai gostar de mim?

Ele me olhou com o cenho franzido, mas depois sorriu. – Mand. Você não vai envelhecer. – ele disse e beijou minha testa. – Eles não te contaram? Você e suas irmãs não irão envelhecer. O gene não está ativado, mas a genética e a linhagem de vocês é muito forte. – ele completou e eu o abracei, não contendo um sorriso. Ele retribuiu o abraço. – Mas, respondendo sua pergunta, sim. Eu ainda iria gostar de você. Mesmo se você um dia ficar careca, sem dentes, eu ainda vou gostar de você.

Me afastei dele e olhei em seus olhos. – Isso é quase doentio. – balancei a cabeça, mas sorri. – Mas eu gosto disso. É meio egoísta pensar assim, mas saber que você vai sempre estar ao meu lado é muito bom. – eu suspirei e toquei seu rosto com a ponta dos dedos. – Sabe, um dos meus maiores medos era que eu visse todas as minhas amigas casando e formando uma família e eu ficasse sozinha, com 7 gatos em casa e sendo apenas a “tia”. – confessei, desviando o olhar de seus olhos.

Ele riu e encostou o dedo em minha testa. – Isso não iria acontecer. Mesmo se eu não existisse, você não ficaria sozinha. Tenho certeza disso. Você é simplesmente bonita demais para ser ignorada por todos os homens do mundo. – ele disse e fez uma careta.

– Você diz isso porque teve um imprinting em mim. – retruquei, revirando os olhos.

– Não, digo isso porque é verdade. Todos os outros garotos, não os do nosso grupo, os outros garotos que estudam na reserva. A maioria deles falou de você. – ele disse, fechando os olhos e respirando profundamente. – Quase arrumei encrenca com eles. – disse, rindo baixo.

Não contive uma risada alta e me afastei dele, para poder olhá-lo. – Então você é do tipo ciumento?

Ele me olhou com a expressão fechada e cruzou os braços. – Eu vou entender se algum dia você quiser ficar com outro cara, mas... – ele balançou a cabeça várias vezes. – Não vou mentir. Essa ideia não me agrada nem um pouco.

Sorri e andei até ele, o abraçando de lado. – Relaxa, gato, sou toda sua. – eu disse, piscando para ele. Quando o abracei, senti sua pele quente no meu corpo e de repente eu não sentia mais frio. – Uou, você é literalmente quente.

Ele riu e passou o braço pela minha cintura, me erguendo um pouco do chão.

– E forte. – murmurei também, me segurando nele.

– Não usei minha força “sobrenatural” pra te tirar do chão. – ele disse, me olhando com um sorriso torto nos lábios. – Você é incrivelmente leve e... pequena.

Me afastei dele e o observei. Ele era incrivelmente alto. Talvez uma cabeça e meia maior do que eu. Balancei a cabeça. – É você que é um gigante.

Ele revirou os olhos e deu alguns passos para trás. – É melhor voltarmos, antes que seu irmão resolva vir atrás da gente.

Eu ri e concordei com a cabeça. – Tudo bem. – sorri, mas o chamei quando percebi que ele entrava dentro da floresta novamente. – Ei! Por que não pode se transformar na minha frente?

Ele se virou para me olhar. – Primeiramente, porque tenho medo de te machucar. – sorri ao ouvir essas palavras. – Segundo, porque, bem, minhas roupas rasgam se eu me transformar vestido, então tenho que, bem, tirá-las para me transformar. – ele disse e eu apenas concordei com a cabeça.

– Então se você estiver na forma de lobo e quiser voltar para a forma humana, você vai voltar completamente... – não completei a frase e dei graças a Deus por estar escuro. Com certeza eu estava totalmente corada.

– Sim. – ele riu e entrou na floresta. Alguns segundo depois ele voltou, em forma de lobo, com suas roupas entre os dentes.

Sorri e estendi as mãos para segurá-las. Ele as colocou em minhas mãos e se abaixou para que eu pudesse montá-lo novamente.

O caminho de volta para casa foi curto. Assim que chegamos, apenas meu irmão continuava perto da fogueira. Jacob me tirou de cima de Seth, jogou as roupas para ele e lhe disse que ele já havia passado tempo o suficiente comigo. E também lhe advertiu para que não ficasse pensando muito em mim, pois ele saberia e não gostaria nada disso.

Ele veio a me explicar depois que existiam duas alcatéias e que ele liderava uma, enquanto Sam liderava a outra. Em sua alcatéia, estavam Seth, Leah, Quil e Embry, enquanto os outros estavam com Sam. Essa ligação que eles possuíam os permitia ler os pensamentos um do outro enquanto estavam em sua forma lupina. Confuso, eu sei.

Após os avisou de Jacob, eu não controlava mais o grande sorriso estampado em meu rosto. Me despedi de Seth beijando o topo de sua cabeça e voltei para casa, com Jacob em meu encalço.

– Então vocês estão... bem, namorando? – ele perguntou e pude sentir um tom diferente em sua voz.

– Não. – eu disse, entrando em casa e me virando para ele. – Não o beijei, se é isso que quer saber. – eu disse e ri quando ele suspirou, aliviado. – Mas isso é questão de tempo. O conheci a dois dias e já gosto muito dele. – balancei a cabeça sorrindo. – Imagine daqui a uma semana. – disse em um tom baixo, mas acho que meu irmão ouviu.

– Tá, ta, ta bom. Me poupe dos detalhes. – ele disse e me pediu para ir dormir.

Desejei-lhe boa noite e fui até o meu quarto, rindo. Troquei minhas roupas e me deitei, tentando dormir. Apenas tentando, porque tudo em que eu conseguia pensar era em como eu era sortuda por ter Seth Clearwater na minha vida.


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Notas finais do capítulo

Bom galera, espero que tenham gostado. Comentem bastante! hahahaha infelizmente, não poderei postar amanhã porque é o dia do meu vestibular e eu passarei o dia todo fora :( mas torçam por mim! Domingo eu posto e, se der, posto dois pra compensar! Beijinhos!



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