Behind Black eyes escrita por AnnaBlack


Capítulo 2
Imprinting


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários!



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Assim que cheguei à reserva, comecei a caminhar devagar. Lembrava bem do caminho até a minha casa, mas era difícil pra mim, com minha pequena estatura, carregar uma mala grande, uma bolsa e andar rápido ao mesmo tempo.

A paisagem não mudara em nada. A praia com sua areia acinzentada, a floresta escura que rodeava a reserva... Tudo da mesma forma que eu me lembrava. Inclusive a pequena casa ao fundo, com uma picape e uma moto estacionadas em frente. Ri ao imaginar papai brigando com Jacob sobre o carro.

Parei em frente a casa e respirei fundo, me sentindo uma completa idiota por ter lágrimas nos olhos. Qual é, tava com saudade mesmo.

Estufei o peito, preparada para gritar o nome do meu pai, quando me senti ser derrubada no chão e algo muito, mas muito mesmo, pesado cair sobre mim e gritar em seguida.

– PUTA MERDA, VENHAM CÁ, É A AMANDA! – olhei para cima pelo canto de olho e soltei uma risada ao reconhecer Paul. – MEU DEUS!

– Paul... Você ta... me... sufocando. – disse com dificuldade, tentando empurrá-lo, mas meu esforço parecia ser em vão. Ele riu e se levantou, me puxando junto com ele e me dando um abraço de urso. – Eu... Paul, EU TO SEM AR! – gritei.

Ele então me soltou e me olhou com os olhos arregalados. – Meu Deus, me desculpa.

Ri e dei um tapinha em seu ombro. – Tá tudo bem. – respirei fundo. – Tá tomando anabolizante? Você ta meio... – olhei pra cima e balancei a cabeça. – Você ta enorme. – ri –

Ele riu sem graça e simplesmente balançou a cabeça, sem mais explicações. Foi então que me senti ser esmagada mais uma vez e mais uma e mais uma... Foi assim até que todos tivessem me abraçado. Quil, Embry, Sam, Jared... Estava com tanta saudade deles!

– Eu realmente estava com saudades de vocês, mas... – fiz uma careta e coloquei a mão nas costas. – Não esperava ter minhas costelas lesionadas. – ri e estava me preparando para pegar minha mala no chão, quando me senti ser erguida no ar.

– AMANDA BLACK! – Jacob gritava me girando no ar, enquanto eu me agarrava na sua blusa, tentando não cair. Tinha medo de altura. – Que saudades do caralho que eu tava de você!

Ri e baguncei seu cabelo, dando um beijinho em sua testa em seguida. – Eu também, Jay-jay! – ri mais e o abracei pelo pescoço.

– Jay-jay? Awn, jay-jay, que fofo! – ouvi Embry rindo ao fundo, acompanhado dos meninos.

– Fofo e hétero. – acrescentou Quil, com um sorriso maroto no rosto.

– Ah, vão catar coquinho. – Jake bufou e me colocou no chão, bagunçando meu cabelo. – Queria tanto poder dizer que você cresceu, mas... – ele colocou as mãos na boca, segurando o riso.

Cruzei os braços e o olhei, franzindo a testa. – Diga mais uma palavra sobre minha altura e será um homem morto.

Ele riu e ergueu as mãos em rendição, pegando minhas malas no chão.

– Cadê o papai? – perguntei, subindo os degraus para a varanda.

– Ele foi pescar com Charlie, mas já deve estar chegando.

– Ah. – concordei com a cabeça e suspirei, olhando em volta. Não pude conter um sorriso ao olhar para toda aquela paisagem maravilhosa a minha frente. As casas, todas próximas umas das outras, as gramíneas decorando e dando o ar meio rústico a todo aquele cenário... Era tudo lindo.

Jacob levou minhas malas para dentro e eu me sentei em um dos degraus, respirando fundo e tentando ignorar a dorzinha nas costelas. Ri e levantei um pouco a blusa, observando um pequeno hematoma se formando ali. Eles estavam realmente fortes. Muito fortes. E eu nunca fui um poço de força, então... Tinha facilidade em adquirir hematomas.

Percebi alguém se sentar ao meu lado e sorri ao ver Embry, que me abraçou pelos ombros.

– Senti sua falta, sabia? Faz falta uma alma feminina nesse lugar que não seja nossa mãe ou nossa namorada. – ele riu. – Além de que, os jogos de baseball não tem graça sem você.

Soltei uma risada alta e o olhei incrédula. – Eu humilho vocês no baseball. Está realmente dizendo que sentiu saudades de perder? – arqueei a sobrancelha.

Ele balançou a cabeça várias vezes e cruzou os braços. – Pois saiba que nós aprimoramos nossas habilidades no baseball. Mal vejo a hora de jogar com você de novo para termos a nossa revanche. – ele sorriu vitorioso.

– Há, há, há. Vai sonhando. Não vou deixá-la jogar baseball com vocês de jeito nenhum. – Jacob disse atrás de nós e eu me virei para observá-lo.

– Ahn, e por que não, Jake? – me levantei e cruzei os braços, olhando para ele. – Aliás, você não manda em mim, honey. – disse, segurando o riso.

– Mas eu mando. – ouvi uma voz grossa dizer. – E digo que você não jogará baseball com os meninos. – me virei bruscamente e abri a boca em choque, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas novamente. Meu pai sorriu e então abriu os braços, me chamando para abraçá-lo.

Corri até ele e o abracei com todas as minhas forças, deixando as lágrimas caírem e afundando o rosto em seu ombro. Sempre me disseram que filhas são mais próximas de seus pais e agora eu entendo o porquê. Meu pai é tudo pra mim.

Me afastei dele, enxugando as lágrimas e segurei em suas mãos, beijando-as. – Senti muitas saudades, papai. – eu disse, sorrindo.

Ele sorriu de volta e apertou minhas mãos. – Eu também, filha. – ele disse, olhando para trás e depois para mim. – Lembra-se do Charlie? Pai da Bella?

– Lembro, claro. – disse, sorrindo e abracei Charlie, que estava conduzindo a cadeira de meu pai. – Como vai?

– Bem, obrigada. – o chefe de polícia de Forks sorriu. – Bom te ver, Amanda. Acho que agora seu pai ficará mais tranquilo, já que poderá te vigiar de perto. – ele riu e deu um tapinha no ombro de meu pai, que balançou a cabeça e sorriu para mim.

– E ainda contarei com muita ajuda. – ele riu e apontou para os garotos, que estavam na sacada comendo coxinhas de frango.

Revirei os olhos, segurando o riso. – Só peço que não me tratem como bebê. – ri e andei até Jake, tirando o pedaço de frango da sua mão e terminando de comer. – Que foi? Eu to com fome. – disse ao vê-lo me olhar emburrado, terminando de mastigar.

– Continua sendo chata. – ele revirou os olhos e acenou para a frente. Acompanhei seu olhar e pude avistar um garoto correndo em nossa direção. Ele vinha sorrindo e parecia ter algo importante para contar, mas, quando me viu, ele simplesmente parou.

Parou e me encarou por muito tempo. Muito tempo. Desviei o olhar, constrangida e não pude evitar corar. Dei um passo a frente e estendi a mão para ele.

– Oi, eu sou Amanda Black, a irmã caçula do Jacob. - disse, sorrindo. Ele arregalou os olhos e concordou com a cabeça, abrindo a boca levemente. – E você é...?

Estranhei não reconhecê-lo porque eu geralmente me lembrava das pessoas. Apesar de não conhecê-lo, seu rosto me era familiar, como se eu já o tivesse visto antes, em um... sonho. Ele era moreno e bem mais alto que eu. Tinha os olhos pretos, pareciam duas jabuticabas e seu cabelo, também preto, era bagunçado e os fios rebeldes apontavam para diferentes direções. Sua pele bronzeada combinava perfeitamente com os olhos e cabelo. Ele era... era lindo.

– Esse é o Seth. – fui tirada dos meus devaneios pela voz de meu irmão. Franzi a testa ao perceber o tom sério em sua voz. – Seth Clearwater.

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POV Seth

A segunda-feira tinha começado monótona como todas as outras. Era época das férias de verão e eu não tinha absolutamente nada para fazer além de ajudar minha mãe em casa e ajudar o bando nas patrulhas.

Acordei com a luz do sol irradiando na janela do meu quarto. Não era um dia quente, apesar de ser verão. Se bem que, com minha temperatura de 42 graus corpóreos, todo dia era quente.

Sai para uma caminhada e andei até a casa dos Cullen. Fiquei contente ao descobrir que Bella levaria Nessie para visitar a reserva hoje. Depois de comer as panquecas maravilhosas que Esme tinha feito – e olha que ela é uma vampira! – fui correndo contar a Jacob que seu objeto de amor maior viria visitá-lo hoje.

Estava me aproximando de sua casa quando percebi um certo um alvoroço, mas me lembrei de que sua irmã chegaria hoje e todos estariam em sua casa para recebê-la.

Eu só não imaginava que ela já tivesse chegado.

Corri até a casa, mas senti meu corpo e meus pensamentos saírem de órbita assim que vi aqueles olhos, perfeitos olhos castanho-claro, me olhando com curiosidade. Parei no mesmo instante. Foi como levar um choque.

De repente, meu corpo não me respondia mais e era como se mais nada existisse. Éramos apenas eu e aquela linda e pequena criatura me observando com curiosidade.

“E então, não é mais a gravidade que te prende ao planeta. É ela. Apenas ela importa no mundo. Apenas ela ocupa seus pensamentos. E você estará lá com ela em todos os momentos, você será tudo o que ela precisar porque ela é simplesmente aquilo que falta em você, a sua alma gêmea.”

A voz de Billy soava clara e alta em minha mente. Lembrei-me dele dizendo isto em uma das noites ao redor da fogueira.

Percebi que deveria estar parecendo um idiota quando a garota desviou o olhar e suas bochechas adquiriram um tom de rosa. Eu só queria correr até ela, abraçá-la e dizer que ela era tudo pra mim.

Quando ela falou, foi como se eu ouvisse um coro de anjos. Tudo nela era perfeito. Os cabelos pretos que emolduravam aquele rosto pequeno e angelical, os lábios rosados e os olhos... Aqueles grandes olhos que pareciam chocolate.

Senti meus olhos se arregalarem quando ela se apresentou. Tenho certeza de que minha boca se abriu em choque. Logo depois, ouvi a voz de Jacob, séria, dizendo a ela o meu nome.

Eu não podia acreditar no que estava acontecendo.

Logo eu, que me sentia solitário por ser um dos únicos que ainda não havia tido um imprinting e acreditava ser um beco sem saída. Logo eu, que sabia o quão protetor Jacob era com suas irmãs e o quão chateado ele ficou quando Paul teve um imprinting com Rachel. Ele demorou a aceitar. Mas, é claro, ele teria que aceitar, uma hora ou outra. Essa é a regra mais clara e respeitada dos lobos. A gente não escolhe, apenas acontece. E todos devem respeitar.

Ainda assim, aquilo tudo não parecia ser real.

Eu, Seth Clearwater, havia tido um imprinting. Isso seria considerado maravilhoso, se não tivesse acontecido com ela. Amanda Black. O ser que eu mais amava nesse mundo, por quem eu morreria e mataria, era ninguém menos do que Amanda Black. Eu sentia o olhar pesado de seu irmão sobre mim. Jacob Black. Meu alfa. E meu futuro....cunhado.

Oh, céus. Eu havia tido um imprinting com a irmã mais nova de Jacob Black, meu amigo e meu... alfa. Fudeu.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Lembrem-se que comentários são como um combustível e quanto mais comentarem, mais rápido saíra o próximo capítulo hahaha beijinhos!



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