Acordei... olhei ao redor... não era a minha casa. Era... o apartamento do L? Eu peguei num sono ontem! Mas, eu estava no sofá. Não me lembro de ter vindo pra cá. Nem dessas cobertas e travesseiros. Ah. L. Onde ele estava? Estou começando a achar que ele é um zumbi, ou algo do tipo. Ele não dorme quase nada, eu nunca o vi com sono, nunca o vi sequer bocejar. Mas... afinal, onde ele estava? Andei pelo apartamento, e o encontrei na cozinha. Estava fazendo café da manhã? Bom, não tenho faculdade hoje, então vou poder ficar de bobeira, ou investigar bastante. E quem sabe, resolver alguns assuntos pendentes? Estava com vergonha de falar com ele devido ao que aconteceu ontem, mas eu não resisti. Entrei na cozinha devagar, fui até a geladeira, e peguei uma garrafinha de leite. Sentei numa das cadeiras da mesa, e comecei a toma-lo. Percebi que o L me evitava. Me levantei, fui até o balcão da cozinha, bem ao seu lado. Me recostei, e sussurrei:

–Oi.

–Achei que não falaria mais comigo Kemi.

–Por quê faria isso?

–Não sei. Pelo que aconteceu ontem...

–Pelo que aconteceu ontem, ou por eu ter... bom, você sabe.

–Talvez. Eu achei que você tinha se arrependido, ou sei lá...

–L, olha pra mim. - Virei seu rosto para mim com minhas mãos, delicadamente. - Eu sou estranha, lembra? Não leva a sério. Eu também não sei o porquê de eu ter feito aquilo.

–Verdade?

–Absoluta.

–Kemi... acho que... não sei... acho que gosto de você, mas de um jeito diferente.

–Eu também. E sabe o que tem de estranho nisso?

– O quê?

–Tudo que nós fazemos geralmente é estranho, mas não é estranho nos sentirmos assim.

–Kemi...

–Sim?

Ele não disse nada. Apenas me puxou pela cintura, e começamos a nos beijar. Ele me pediu para que eu subisse em suas costas, e eu obedeci. Ele me levou desse jeito até o sofá, onde tudo foi se repetindo... Mas dessa vez não houveram interrupções. Ele tirou minha blusa, e foi tirando o meu short-saia devagar... minha nossa! Estava apenas de langerie encima do L! Mas no momento estava tudo tão incrível... Ele alternava entre beijos e mordidas em meu pescoço... Eu acariciava sua barriga, costas, nuca, rosto... Ele passava a mão por minhas coxas, e em certos momentos as apertava. Ele tirou a calça. Quando ele passou a mão por dentro da lateral da minha calcinha, eu segurei a mão dele.

–L... não sei se estou pronta ainda... vai ser a minha primeira vez.

–Fique tranquila. Você não é a única. Eu vou cuidar de você. Você confia em mim?

Por um momento, eu pensei em como aquilo estava incrível, e em como eu o amava, e me senti muito mais segura.

–Sim, eu sou toda sua.

Nesse momento, ele me pegou nos braços, e me levou até a cama. Pegou o celular, e cancelou as reuniões de hoje e de amanhã. Depois disso, deitou-se do meu lado, de frente para mim. Sorriu, e tirou uma mecha de cabelo do meu rosto. Ele voltou a me beijar, abriu meu sutiã, mas não o tirou. Sua mão era fria. Ele a passava por todo o meu corpo. Aquilo estava me deixando louca...

–Está pronta? - Sussurrou.

–Sou toda sua.-Repeti.

Foi surreal. Quando paramos, eu ainda fiquei deitada em seu braço por um tempo. Mas estava um pouco incomodada. Estava suada, e tudo mais... Eu o beijei, me enrolei num lençol, e fui até o banheiro para tomar banho. Mas tinha um problema... estava sem roupas.

–L... eu preciso ir lá em casa...

Ele se levantou, veio até mim, passou a mão por meus cabelos, e olhou nos meus olhos com uma expressão confusa.

–Você quer ir embora?

–Não L. Eu só quero ir buscar algumas roupas... estou sem nenhuma para vestir.

–Não veste nenhuma então.

–L!

Risos.

–Tudo bem! Tudo bem! Toma banho, veste um casaco meu, e aí agente vai lá na sua casa, ok?

–Ok.

Ele me deu um beijo rápido, e saiu do quarto. Fui até o guarda-roupas e peguei um dos seus casacos brancos. Peguei minha "calcinha de emergências" na minha mochila. (Só pra explicar, minha "calcinha de emergências" é uma calcinha que eu tenho guardada na minha mochila junto a um absorvente, para o caso e eu ser pega de surpresa pela minha menstruação, enquanto estiver na faculdade.) Peguei uma toalha, e fui tomar banho. Assim que terminei, vesti o casaco. Como eu sou baixa (1,60 de altura, enquanto o L deve ter por volta de 1,80.) e magrinha, o casaco ficou curto e folgado, com mangas longas até demais. Penteei os cabelos, dei uma leve bagunçada, e saí do banheiro.

–E você ainda diz que está sem roupas?

–Sabe L, eu prefiro as minhas roupas a essas.

–Acho que você está muito bem, mas já que insiste, vamos lá. Watari deixou o carro lá embaixo.

–Obrigada L.

E o beijei. Peguei a minha mochila, e disse:

–Espera, eu vou ter que sair assim?

–É...

–L! Não posso aparecer no saguão do hotel vestida assim!

–Kemi, você está linda, e quem liga para como você está vestida? Você é estranha, todos já te estranham naturalmente.

–Eu deveria levar isso como um insulto.

–Não foi um insulto. Lembra? O normal é chato, e ser estranho é privilégio de poucos.

–Eu sei... Vamos. Chato.

Risos. Ele me deu um selinho, e saímos. Watari estava esperando no carro.

–Obrigado Watari. Pode deixar que eu dirijo. - L disse.

Eu apenas sorri para ele, meio sem graça, por quê ele estava me olhando com uma expressão meio impressionada. Nós entramos no carro, e saímos.

–L... eu acho que ele ficou um tanto chocado em me ver com você.

–Ele não está acostumado a me ver com garotas...

Risos. L dirigiu até minha casa, e quando chegamos, eu entrei, e ele me seguiu. Eu joguei a minha mochila na cama, e peguei a minha bolsa preta. Coloquei algumas roupas, e calcinhas. Peguei meus chinelos, e nenhum outro sapato, pois já estava com as minhas botas de cadarço, que uso para ir para todos os lugares. Vesti uma saia preta curtinha, meias preta e brancas que iam até acima do joelho, minha camiseta do Nightmare, e minhas botas.

–Pronta.

–Nossa, você está estonteante. Vamos lá?

–Vamos sim.

Ele me beijou e entramos no carro.

–Está com fome Kemi?

–Faminta.

–Então vamos almoçar.