Holy Sins escrita por itsinthewaterb, posledozhdya


Capítulo 10
IX




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            Havia um misto de alegria e preocupação em seu peito, emoções se misturavam em um caldeirão enorme, borbulhavam e quase transbordavam. Mas Anita tentava se convencer de que estava tudo bem, Richard havia 'engolido' a história e ela estava indo se encontrar com Chris... Ah Chris, pensar nele fazia todo o resto escorrer lentamente e sumir de vista, fazia todo o resto virar pó enquanto ele reluzia, único e perfeito, em sua mente.

 

            Os passos se tornaram mais ansiosos à medida que ela chegava perto do parque. Já eram 02:10 no seu relógio, ela estava atrasada 10 minutos, mas tinha certeza que ele não se importaria, na verdade, para os dois tudo era resto quando se tratava um do outro. Anita esperava chegar no parque e pegá-lo de surpresa, sentado em um dos bancos e sozinho. Mas quem estava sozinha era ela. Não havia ninguém naquela tarde fria, ninguém no parque, muito menos Christian. Aquele sentimento ruim voltou à apertar em seu peito, dessa vez mais forte e mais ameaçador, algo que a fazia sentir arrepios. "Acalme-se, Anita, ele só está atrasado." Repetia para si mesma, tentando se acalmar. Caminhou até o banco que os dois costumavam sentar e se sentou ali. Respirando profundamente e olhando em todas as direções. Bom, quase todas. Ela não viu quem bateu em sua cabeça, pouco antes de perder os sentidos e desmaiar.

 

 

***

 

            Os olhos começaram a se abrir vagarosamente, sonolentos. E logo os movimentos lentos se transformaram em um ruído estranho que brotou de sua garganta e em um susto quando ela o viu na sua frente. Ele estava lá, estava bem, os olhos abertos e ansiosos por seu despertar brilharam de felicidade ao vê-la acordada.

 

            - Chris! - ela desabou, enterrando o rosto nos ombros do rapaz. - O que aconteceu? Aonde estamos? - seus olhos começaram a se encher de água e as mãos amarradas tremiam de pavor.

            - Eu não sei, Anita... Juro que não sei. Eu estava te esperando no parque quando algo acertou minha cabeça. - ele disse contorcendo o rosto em uma expressão de dor. - Acordei e estava aqui com você do meu lado. - disse, passeando os olhos pelo local. Era um armazém velho, ou algo do tipo, as paredes eram altas, haviam pilhas de caixas e de pacotes de comida espalhados por todos os lados. Perto do teto haviam vigas de metal que pareciam servir para sustentar as paredes e quase formavam um segundo andar, as janelas eram grandes, de vidro, algumas quebradas, mas eram altas demais para serem uma fuga. E havia uma porta, uma enorme porta de madeira com a pintura vermelha desbotando.

            - E Adrien? - ela perguntou, apreensiva, enquanto tentava desamarrar Christian. E foi aí que a coisa piorou.

 

            A porta de madeira tremeu, gemeu e depois rangeu, se abrindo com rapidez e se fechando quase no mesmo instante. E um homem entrou por ela. Um homem alto, com um físico incrível, cabelos ruivos e um rosto familiar. Havia uma arma em sua mão direita e uma faca na outra, sem contar com os outros facões presos em seu cinto. Anita sentiu a garganta dar vários nos e o ruivo riu.

 

            - É uma cena comovente. Um demônio ajudando um anjo. Que lindinho, Anita, é uma pena que eu tenha que acabar com a festinha. - ele sorriu, apontando a arma para a cabeça de Christian que estava sentado no chão lutando contra as cordas que o amarravam. - Sabe, Anita, quando eu descobri que você era filha do patrão a chantagem me rendeu uma nota preta, sabe como é, ele não quer que ninguém lá saiba que você é uma Louvain. - ele brincou com a arma e balançou a cabeça negativamente. - Não o culpo, você é uma vergonha. - ele arqueou a sobrancelha. Anita sentia o ódio começar a ferver. E pela primeira vez Christian sentiu uma vontade imensa de calar a boca maldita daquele ruivo.

            - Eu te conheço da organização! - ela disse cuspindo as palavras. - Voce ê o... - forçou a memória. - Ralph!

            - Boa menina. - ele sorriu, caminhando para mais perto um pouco dos dois. - Eu segui vocês dois, seu pai me pagou muito bem pra isso, sabia? Vi cada um dos seus passos, descobri seus segredos... E oh! Fui eu que contei pro papai que a garotinha mal-criada estava tendo um casinho com o anjo... - ironizou. - Mas agora está tudo acabado, Anita, eu vou fazer o trabalho que você devia ter feito há 18 anos atrás e vou ficar com todo o mérito. Não foi certo você se apaixonar por esse monstro aí - apontou a arma para o Christian outra vez, o indicando. - Mas tudo bem, você é só uma pedra no caminho. E eu sou especialista em remover pedras. - seus olhos brilharam, e a partir daí tudo foi muito rápido.

 

            Um barulho ensurdecedor e um corpo se levantando o mais rápido que pôde. Isso resume tudo o que aconteceu naquele instante. Acabou com Anita caída no chão, um buraco enorme estava aberto em seu peito, e um rio de sangue corria para fora dele, manchando sua roupa e fazendo uma poça enorme no chão. Christian se ajoelhou ao lado dela, com os olhos afundados em dor. E mais uma vez o ruivo sorriu. Anita havia morrido para salvar Christian.

 

            - Um já foi, só falta o outro. - o Ralph comentou, como quem cantarola uma canção. As mãos de Christian, ainda amarradas, percorreram com adoração o rosto e os cabelos de Anita, enquanto ela suspirou pela última vez e seu coração parou de bater, se rendendo ao ferimento. A fúria da luz se formou naquele instante.

 

            Christian se levantou, os punhos fechados e os olhos fixos em Ralph que sorria de uma maneira desprezível. Seus olhos desceram para as suas mãos amarradas. Foi quando uma corrente elétrica pareceu tomar conta do rapaz, as cordas se rasgaram como papel e suas asas brancas se abriram de repente, os olhos completamente brancos brilhavam em uma fúria quase doentia. Ralph engoliu à seco e apontou a arma outra vez, mas Chris era mais rápido e arrancou a arma de suas mãos antes que ele pudesse perceber. A arma foi jogada por uma das janelas quebradas e houve um pequeno barulho no impacto com a grama. O ruivo sorriu e pegou uma das facas da cintura, ficando com duas facas, uma em cada mão. Christian não ficou nem um pouco intimidado, e partiu para cima do homem.

 

            Ele conseguiu se desviar de uma das facadas, mas a outra passou de raspão em seu braço, o que o fez sentir uma pontada de dor e aumentou a sua fúria. Gotas de sangue pingavam por toda parte e a manga de sua camisa branca foi tomando uma cor avermelhada. Um punho foi de encontro ao maxilar de Ralph, depois outro em seu nariz, algumas gotas de sangue pularam deixando mais alguns rastros nas mãos de Christian. Ralph cambaleou um pouco tonto e deixou uma das facas cair, levando a mão vazia ao maxilar deslocado. Christian correu até ele, o empurrando contra uma das pilhas de caixas que haviam em um canto do armazém. Ralph foi jogado, e bateu a cabeça contra uma caixa mais firme, que o fez soltar um grito de dor. Levantou-se ainda um pouco tonto e bastante preocupado, via ganhado um nariz quebrado, deslocado o maxilar e sentia pequenos cortes por todo o corpo por causa do impacto naquelas caixas. Christian bateu as asas e voou com rapidez até Ralph, houve mais uma série de golpes em seu rosto, até que ele estivesse cuspindo sangue. O corpo de Ralph não aguentou mais, não podia mais suportar nem o próprio peso. A faca lhe caiu das mãos e os joelhos foram de encontro ao chão.

 

            Christian respirou fundo, esperava a poeira abaixar, queria que a raiva fosse embora. Mas ela não ia e jamais iria. Anita continuava caída no chão, a poça de sangue estava maior do que da última vez que ele a viu. E Ralph não desistia fácil. Ele se levantou e partiu para cima de Christian. O anjo esticou o braço, segurando Ralph pelo pescoço e levantando voo. Não demorou muito para que ele alcançasse as vigas do teto, ele parou encima de uma delas, e ficou olhando para baixo, sugestivamente. Os lábios de Ralph se contorceram em uma expressão de horror e as duas mãos apertavam o braço de Christian como se implorassem.

 

            - Por favor, não me mate, eu... eu juro que te deixo ir embora, te deixo em paz. Por favor. - os olhos de Christian se voltaram para Anita que estava lá embaixo, longe de seu alcance. Uma lágrima quis brotar e ele balançou a cabeça negativamente. Girou o corpo e soltou Ralph sobre a viga de metal.

            - Não vale à pena. - ele murmurou e deu as costas para o ruivo. Era sua chance. Ralph pegou a faca do cinto e foi na direção de Christian. Mas para o seu horror ele conseguiu desviar. E Ralph não conseguiu se equilibrar.

 

            Um grito, uma pancada, silêncio. Ralph despencou do teto e não havia nada lá embaixo para salvá-lo. Christian pulou de lá e bateu as asas algumas vezes até chegar seguro no chão. Seus passos foram lentos e cuidadosos, como se ele não quisesse chegar até Anita, como se não quisesse Anita daquele jeito. Ele se ajoelhou e a abraçou, uma das mãos foi parar no ferimento, na tentativa inútil de parar o sangramento ou de curá-lo.

 

            - Você não pode me deixar, Anita. Não agora, não desse jeito... - as palavras eram incontroláveis, uma chuva delas. Ele apertou o abraço, era estranho demais não senti-la retribuir. Algum tempo se passou, talvez ele estivesse esperando um milagre...

 

            - Chris... Assim eu não consigo... respirar! - uma voz abafada riu. Ele se assustou e parou de apertar Anita tanto, foi quando viu que ela sorria. Os olhos estavam abertos e a respiração ofegante. Ele tirou a mão de cima do ferimento e o analisou por alguns instantes. Ele brilhou por um tempo, se regenerando, e se fechou completamente.

            - Anita! - ele sorriu, a abraçando outra vez. - Você está bem? - perguntou preocupado.

            - Estou sim, estou ótima! - ela riu e depois tentou se levantar, uma idéia um pouco frustrante, Anita caiu logo em seguida. Christian a segurou outra vez, ainda bastante preocupado.

            - Tem certeza de que está bem? - ele arqueou a sobrancelha.

            - Estou viva, já é um começo... - ela riu, se segurando no rapaz. - Só sinto que fui atropelada por um caminhão... - comentou e os dois começaram a rir.


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Notas finais do capítulo

    Letty: hoje eu não esqueci de postar
e é o ultimo episódio, segunda que vem tem só tem o epilogo T_T
mas, ainda terão as sides' com as histórias dos pais do chris e da anita '-' reviews? *--*

Bia: ÚLTIMO CAP? JÁ? ;-; parece que foi ontem que eu comecei a escrever essa fic, ao som de tokio hotel, evanescence e vendo constantine (ainda tinha tv no meu quarto, hm.) ENFIM, it's over, espero que gostem DE CORAÇÃO, meu suor, meu sangue, minhas lágrimas e meu ser ficaram nessa fic, e eu acho que valeu à pena ♥ SADHAKUHKLDUHA emo demais mas é a verdade, xoxo.



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