Ainda ontem sonhei com você/
Vi a resposta depois me esqueci/
Você não sabe dizer que não quer/
Mas não responde dizendo que sim/

Loucura. Esse com toda a certeza era o meu diagnóstico,fazia uma semana desde o sonho e a ameaça Malfoy.Com toda a agitação das festas de fim de ano eu propositalmente evitei todos os presentes do Natal,tentando evitar pensar nos meus pais que talvez nunca mais poderia vê-los. Como sempre o suéter Wesley estava presente, cheio de lembranças da adolescência e com aquele cheiro inconfundível de lar. A Gina e o Harry acertaram em cheio me dando uma coleção completa de livros sobre poções medicinais avançadas. Para a minha surpresa Fred Wesley mandou uma caixa de chocolates bruxos. Um embrulho grande e pesado chamou minha atenção, não estava com nenhum cartão identificando, ao abrir me depararei com a coleção completa dos livros do Dr.Seuss, parecia o céu pra mim, era exatamente um presente que os meus pais me dariam. Reparei um cartão dobrado no fim da caixa.

“Espero que essas histórias possam trazer um brilho especial ao seu rosto te fazendo lembrar as pessoas que você mais ama. Trazendo esperança ao seu coração fazendo você acreditar que um dia se reencontrarão” Draco Black Malfoy

Meu coração foi de 0 a 100 em poucos segundos me fazendo derrubar algumas lágrimas e pensando que o Malfoy não tinha mesmo o emocional de uma colher de chá.

Voltando ao trabalho e encontrando o Malfoy nos corredores não tive coragem alguma de encara-lo e ficando terrivelmente vermelha ao fazê-lo. Na hora do intervalo do almoço tomei coragem e bati na porta dele entrando em seguida. Lá estava ele com os cabelos bagunçados como se estivesse passado a mão por eles milhares de vezes, ele estava ridiculamente sexy e lindo.

–Oi

–Oi Granger. Pode sentar não precisa ficar ai parada me admirando, sei que deslumbro as pessoas- disse num sussurro cadenciado.

–Vim agradecer pelo presente seu babaca, mas acho que fiz viagem perdida-digo me virando e me arrependendo por isso. Ele levanta-se rapidamente e me puxa para si me impedindo de sair grudando nossos corpos.

–Não vou pedir desculpas por isso, mas fico feliz que tenha gostado do presente.

–Como você sabia dos meus pais e do Dr.Seuss?

–Você vivia lendo esses livros por toda Hogwarts, não era novidade pra mim. -diz ele ainda grudado em mim- E sobre os seus pais eu sabia a muito mais tempo,te vi conversando com o testa rachada uma vez,no sexto ano você disse a ele que iria fazer o obliviate.

–Não sabia que você andava me seguindo pela escola.

–Você não sabe de muita coisa sabe-tudo- diz o loiro umedecendo os lábios com a ponta da língua me fazendo tremer de cima a baixo. Então tudo acontece. Ele me beija delicadamente como se provando toda a doçura dos meus lábios, me fazendo sentir apenas ele. Fecho os meus olhos enquanto ele me beija me deixando louca a cada toque de suas mãos que se estão em minha nuca e no meu braço. Um rastro de fogo é deixado por onde suas mãos passam,sem perceber ele me leva diretamente para sua mesa me encostando no mármore frio do tampo. Em momento algum paramos nossas mãos fazendo uma exploração um do outro, ele se encaixa entre minhas pernas e aperta ainda mais minha cintura. Nesse momento ele vai parando até dar pequenos selinhos me aconchegando em seus braços.

Olhando na imensidão dos olhos febris do loiro desejosos por mim e apenas para mim

–O que estamos fazendo Malfoy?O que é isso tudo que está acontecendo?

–Eu não sei Granger, só sei que eu gosto disso tudo e não quero parar por aqui. Não quero que você saia por essa porta e finja que nada aconteceu, eu quero te levar pra jantar e dançar com você. Quero que você conheça o Draco Malfoy de verdade e se permita sentir. Apenas sinta Hermione.

O meu nome sussurrado pela sua voz me deixa entorpecida. Isso parece tão errado mas na verdade eu quero apenas tentar,jogar tudo pro alto e ligar o botão dane-se para todos.

–Podemos tentar Malfoy, mas eu não quero ser seu joguinho nem nada do tipo. Vamos nos conhecer devagar e ver no que vai dar. Sem pressa ou cobranças.

Ele abre um sorriso discreto e une novamente seus lábios com os meus me fazendo mais uma vez ver estrelas e fogo com um simples toque de seus lábios.

“Rir é arriscar-se a parecer louco.
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.
Estender a mão para o outro é arriscar-se a se envolver.
Expor seus sentimentos é arriscar-se a expor seu eu verdadeiro.
Amar é arriscar-se a não ser amado.
Expor suas ideias e sonhos ao público é arriscar-se a perder.
Viver é arriscar-se a morrer...
Ter esperança é arriscar-se a sofrer decepção.
Tentar é arriscar-se a falhar.
Mas... é preciso correr riscos.
Porque o maior azar da vida é não arriscar nada...
Pessoas que não arriscam que nada fazem, nada são.
Podem estar evitando o sofrimento e a tristeza.
Mas assim não podem aprender sentir, crescer, mudar, amar, viver...
Acorrentadas às suas atitudes, são escravas;
Abrem mão de sua liberdade.
Só a pessoa que se arrisca é livre...
Arriscar-se é perder o pé por algum tempo.
Não se arriscar é perder a vida...”

(Soren Kierkegaard)