You got a right to show the world
Something never seen
We wanna hear you scream it out
You’re not alone

Apesar de todo o estresse do dia anterior, hoje tudo parecia estar calmo. Estranhamente calmo. Poxa, estamos falando do palácio, todo dia tem algo para tirar alguém do sério e gerar uma confusão absurda. Seja nos ataques frequentes de histerias da Adayah ou nas brigas com a minha gêmea, Eadlyn. Que por acaso não estará presente na minha Seleção porque está em lua de mel com o marido dela, Newter, o escolhido dela.

A Seleção dela foi um tremendo sucesso, ela não teve trabalho algum para achar o selecionado ideal, foi amor à primeira vista. Não que eu acredite nisso, mas ela me encheu o saco durante dois meses falando isso para mim enquanto suspirava pelo seu garoto. Todos acharam tão perfeito que parecia surreal. Ela acertou na mosca na hora de escolher ele. Ele era tudo o que ela queria e eu torcia para que tudo ocorresse bem no relacionamento deles. E esperava que minha Seleção fosse parecida com a dela. Mas, naquela manhã no salão principal, eu percebia que não seria nada parecida com a dela.

O salão estava com 15 mesas redondas com o nome de cada selecionada. O objetivo era claro: eu precisaria ir de mesa em mesa para bater um papo com todas as selecionadas, se aquilo poderia ser chamado de “bater um papo”, eu só poderia fazer uma pergunta e teria que ter menos de cinco minutos ao total. De acordo com o Derek, - meu “assistente” e a pessoa que iria controlar todas as atividades da minha Seleção, isso era somente para ter a famosa primeira impressão e eu teria uma semana para dar adeus a pelo menos duas meninas.

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Eu estava quase à beira de um mini ataque cárdico, já era 13h55min e todas as selecionadas já estavam posicionadas na mesa, eu só estava esperando meus pais terminarem o longo discurso deles. Todas as selecionadas já haviam sido apresentadas e eu não conseguia lembrar o nome nenhuma selecionada, só espero que o Derek não tenha resolvido de última hora retirar todas as plaquinhas ou eu estaria completamente ferrado.

Quando finalmente terminaram o discurso, anunciaram meu nome e finalmente chegou a hora da minha entrada. Na minha cabeça a única coisa que se passava era os meus treinamentos respiratórios para manter a calma, da próxima vez que eu conversar novamente com a doutora Cassie, eu tenho que se lembrar de avisar que isso não está me ajudando.

Finalmente, no topo da escada, me passaram o microfone e havia chegado a hora. Fiquei na posição instruída para as câmeras conseguirem um bom ângulo.

– Primeiramente, boa tarde a todos. Estamos todos reunidos aqui para dar a inicio a uma nova etapa da minha vida, a minha Seleção. Espero que tudo dê certo e eu consiga encontrar uma rainha entre todas as belas garotas que estão no salão. Isso é tudo, obrigada a todos que estão torcendo por mim e pelas garotas.

Era isso, agora começaria a coisa que eu mais estava temendo. Eu teria que conversar com todas as selecionadas.

Dirigi-me a primeira mesinha, a primeira coisa que reparei na menina que estava sentada era os seus longos cabelos loiros, o nome exposto na mesinha afirmava que aquela era a Melissa Dumont, uma das queridinhas do publico, de acordo com o que foi me passado, se eu não estivesse me confundindo com outra. Ela me olhava de uma forma provocativa quase sexy.

– Olá, boa tarde senhorita Melissa.

– Boa tarde, príncipe Ahren, pode me chamar somente Mel, Melissa soa muito formal. – Disse ela mordendo os lábios. Definitivamente, ela estava tentando me provocar.

– Tudo bem, Mel, se prefere assim. Pode me chamar de Ahren, nada de príncipe, tudo bem? Já sabe como funciona o esqueminha das perguntas? – Ela balança a cabeça levemente em sinal de aprovação. - Então, Mel, o que você mais gosta de fazer?

– Bom, eu adoro nadar, tocar piano e cavalgar. São as minhas atividades favoritas.

– Você sabe tocar piano? Minha mãe ficara feliz em saber em temos uma artista entre as selecionadas. Ela sempre tentou me induzir a gostar de tocar, mas realmente não é minha praia.

– Garanto que ficarei muito feliz em tocar para ela e também para você, Ahren. Adoraria tocar uma música para você.

– E eu ficarei muito feliz em assistir, obrigada pela conversar, Mel.

– Igualmente, Ahren.

Levanto da mesa e caminho até a próxima, Mackenzie Thorns. Ela parecia estar entediada com aquilo tudo.

– Olá Mackenzie. – Disse me sentando na cadeira a sua frente.

– Olá Ahren, posso de chamar assim? Essa coisa de príncipe me parece um pouco forçada. – Okay, apesar da cara de entediada, ela não parecia nada assim. Até mesmo o jeito que mexia nos cabelos negros parecia estar animada.

– Claro Max. – Lembrei que na apresentação, ela comentou que preferia ser chamada assim. – Me conte um pouco da sua família. Fiquei bastante curioso quando você disse que tinha quatro irmãos.

– Ah, minha família é uma loucura de testosterona. – Ela deu uma risada contagiante e instantaneamente, eu comecei a rir também. – Enfim, eu tenho quatro irmãos mais velhos, Dorian, Lucius, Kenneth e Thomas. Eles são grande parte de quem eu sou. A gente briga, mas no fundo se ama, entende?

– Acredite ou não, eu entendo. Eu brigo muito com a Eadlyn, mas com ela viajando, sinto como se estivessem roubado meu poder de gêmeo.

– Poder de gêmeo? Deus, eu sempre quis ter essas coisas. – Ela respondeu fazendo um biquinho de frustação.

– Jura? – Ela confirmou com a cabeça. – Bem, Max, foi ótimo conversar com você.

– Foi bom conversar com você também.

E novamente sigo novamente para a próxima mesa, Lary Eaton. Ela parecia pequena. Sim, pequena, mas adorável, quase como uma boneca com grandes olhos castanhos.

– Boa tarde, Lary. Como você vai?

– Vou muito bem, Ahren e você?

– Vou bem. O que você mais gosta de fazer no seu tempo livre?

– Meus livros são minha vida. – Vi os olhos dela brilharem ao responder.

– Sério? Eu também aprecio uma boa leitura, mas adoraria ter mais tempo para ler. Qual é o seu gênero favorito?

– Leio de tudo um pouco, menos terror. Não curto nada desse estilo, nem livro ou filme.

– Ah, é bom saber. Assim, caso algum dia resolva ver um filme com você nada de terror, né? – Assim que terminei de pergunta, ela corou e abaixou a cabeça. Parabéns, Ahren, fez a garota ficar com vergonha. – Bem, nossa conversa foi ótima, mas tenho que ir para a próxima.

Ela somente acena e eu me levanto. Preciso ter mais cuidado com o que falar parto para a próxima, Aileen. Um nome bem diferente. Gostei.

– Olá. – Disse ela, olhando bem em meus olhos. Sabe aquelas pessoas que te olham e parecem que estão enxergando sua calma? Aileen era esse tipo de pessoa. Senti-me hipnotizado nos olhos verdes ou seriam castanhos? Era como se eles estivessem oscilando. Sacudi um pouco a cabeça e voltei para vida.

– Oi, Aileen. Bem, já perguntei para algumas meninas o que elas gostam, mas vou variar um pouco. O que você não gosta de fazer, Aile?

– Eu realmente não gosto de cozinhar, não levo algum jeito para coisa. – Ela sorriu sem graça. - E também não gosto de bagunças e por incrível que pareça, aqueles guardas ao fundo estão me assuntando um pouco. Eles parecem soldados e eu não gosto muito de soldados.

– Soldados? Por quê?

– Eu não gosto de armas e parece que a qualquer momento eles vão me prender ou me matar. - Ela falou se estremecendo. – Talvez, eu evite bastante eles.

– Tudo bem, Aile, vou pedir para eles tentarem ser um pouco menos assustadores. – Disse rindo e em um gesto automático, peguei as mãos dela. Ela pareceu um pouco surpresa, eu estou surpreso.

– Obrigada, príncipe. – Ela disse rindo. – Acho que já está na hora de mudar de mesa, não?

E assim, levantei me encaminhando para a próxima mesa. Seria uma longa tarde.