Era véspera de natal ,estava muito animada, minha casa estava toda iluminada com pisca-piscas e decorações de natal .Larguei mais cedo do trabalho, tudo estava correndo completamente bem. Fui para casa ,trocar de roupa , coloquei um vestido rodado vermelho de renda com um salto dourado. Prendi meu cabelo com um coque bagunçado, a minha maquiagem estava bem caprichada. Batom vermelho, sombra marrom, lápis, delineador. E rímel, e com o toque final a minha bolsa. Peguei as chaves do carro, e fui rumo a casa da minha mãe. E não poderia esquecer , o presente do meu amigo secreto.

Quando liguei o carro, andei um pouco ,parei na metade do caminho perto de uma loja de roupas. O meu carro ,ficou preso na neve ,e todos já tinham ido para casa. Fiquei desesperada, pedi ajuda porém não tinha ninguém . Sai do carro, e fiquei encostada. A bateria do meu celular tinha descarregado, tudo o que tinha naquela noite era neve. Fecho os olhos e sinto o friozinho dos ventos .

- Quanta neve né?

Tomei o maior susto, quando olhei para o lado, era um garoto da minha idade, pelo menos parecia. Cabelos avelã, e olhos tão claros, que dava para me ver dentro deles. Dei um sorriso, e ele não entendeu o porque. Então perguntou novamente

- Quanta neve né?

- Nem me fale ,eu poderia estar com minha família agora.

- E por que não está?

- O meu carro ficou preso na neve

- Que chato, eu não tenho família

- Como assim?

- Bom, eu tinha a minha avó até ela morrer .

- Nossa...sinto muito...

- Não fique triste, pelo menos ela morreu feliz numa noite de natal

- É que sorte a dela

- E você tem quantos anos?

- 18

- Eu também ,e você mora sozinha?

- Moro, eu prefiro ter minhas próprias coisas

- Eu adoro essa sua cara

- Que cara?

- Essa .

- Quando eu te olho tipo “ e ai?”

- Exatamente.

- Mas, eu gosto mais ainda ,da cor do seu cabelo

- Serio? A cor dele é tão chata, é só castanho escuro

- É isso que faz ele ser legal.

- Se você diz

- E os seu olhos me lembram esmeraldas- Disse ele

- E os seus me lembram cristais

- Obrigado

- Você não me disse seu nome.

- É verdade, me chamo Luke

- Prazer, sou Mari

- Apelido bonito

- Na verdade é Marian

- Muito bonito

- Por que você é sempre tão gentil?

- Eu gosto de ser assim

Ficamos, um tempo observando a neve cair. Aqueles pequenos grão brancos cair na nossa roupa .Eu já estava ficando com frio, então Luke me abraçou. Ok era perigoso porque ele era um completo estranho. Mas, por algum motivo ,ele me parecia inofensivo. Eu me sentia segura nos seus braços.

- É tão bonito.- Falei

- É verdade

- Eu só posso desejar a você Mari ,Um feliz natal

- Obrigada Luke ,eu quero te dar uma coisa

Peguei dentro do carro, o presente do meu amigo secreto, e dei para Luke seus olhos brilharam, ele quase me abraçou de tanta alegria.

- Faz tempo, que eu não recebo presentes, a única coisa que eu posso te dar é minha amizade.

- Você é tão fofo Luke, que dá vontade ,de te dá um beijo

- Bom ,pode se quiser

Eu não resisti, e dei um beijo nele. Naquele jeito simples, eu encontrei amor .Aquela noite de natal, não poderia ser a mais perfeita. Porém era tudo o que eu precisava amor. Luke dormiu do meu lado, dentro do carro, me sentia o mais segura possível. Foi o melhor natal de todos, quando amanheceu o dia, Luke não estava junto de mim, mas tinha deixado um bilhete.

Obrigada Mari, você não só me deu seu amor, como também me deu o melhor natal de todos. E eu te agradeço por isso, eu não te contei ,mas ontem era meu último dia de vida. E foi um prazer, passar com você.

Com amor, Luke