Salvation escrita por Vanessa Morgado, Celo Dos Santos
Notas iniciais do capítulo
Esperamos que gostem =D
~Enjoy~
– Pode soltar, Jay. - Joshua sente seu punho doer porque Jason apertava.
Jason libera o rapaz que acalmara.
– Não deveriam brigar. - Barbara suspira. - Vocês estão se afastando, isso não pode acontecer.
– Barbara, não vamos nos afastar. Continuaremos unidos.
– Não acredite muito nisso Ellen. E não adianta me olhar de cara feia. - Dianne revira os olhos.
– Hey! Por favor. - Logan olha para Didi e Ellen - Barbara tem razão, poxa.
– Eu concordo com ela também Logan. - Ellen olha para o amigo. - Não vamos nos afastar.
– Sim, principalmente agora que o grupo aumentou. - Henry comenta e segura na mão de Melissa.
– Com toda certeza! Somos uma equipe. - Melissa sorri.
– Na verdade somos uma família. - Crystal olha para eles.
Henry olha para Crystal encantado.
Dan cutuca Zoe e mostra a cena, o rapaz ria.
– Não ria. - Zoe cutuca Dan.
– Parei. - Dan olha ela.
– Acabou a palhaçada porque ainda estão olhando? - Noah questiona aos outros detentos que ainda olhavam para a mesa.
– O show acabou. - Dianne fuzila eles com o olhar e sorri ao ver os detentos se espalharem pelo refeitório. - Fazemos uma boa dupla para dispersar pessoas. - Ela cochicha para o namorado.
– Com certeza, meu amor. - ele morde o lábio inferior e olha para ela.
Dianne sorri e beija Noah.
– Ah que fofos. - Zoe sorri.
– Poderíamos ser fofos em outro lugar, se é que me entende. - ele cochicha e morde a orelha dela.
– Sem dúvidas. - Dianne sorri.
– Vem cá. - ele puxa ela sorrindo de lado - Vamos dar uma sumidinha, não nos procurem, valeu, falou. - Noah informa e vai levando Dianne dali.
– Tenham prudência, viu? - Logan brinca.
– Já disse que não quero ser titia tão cedo. - Crystal ri.
– Você já é, solteirona. - Dianne mostra a língua para Crystal e acompanha Noah.
– Mas, mas... - Crystal emburra.
"E as duas nem se acertaram...", Jason pensa ao ver Dianne sair de cena com Noah.
– Scott! Scott! - Karen corre até ele. - Espera!
– Agora não, Kar. - Scott continua seu caminho até o Grande Pátio.
– Hey, Scott! - Ela segura o braço do irmão.
Scott suspira fundo e olha para a irmã.
– Eu estou aqui. - Ela abraça ele.
– Eu... Eu sei. - ele abraça Karen apertado.
Quando estava eliminando o fardo que carregava sobre ser o causador da cegueira de Barbara, ele recai sobre seus ombros.
– Você não pode se abater por isso de novo Scott.
– Seu namorado foi muito sujo! - Scott se altera.
– Ele não é mais meu namorado. - Karen suspira. - Eu não contei pra ele, não sei como ele soube.
– Apenas Crystal e Dianne sabem disso. - ele raciocina.
– Então foi uma delas que contou. E acredito que tenha sido a Dianne, Crystal não faria isso com você.
– Didi? - ele reflete - Mas ela tem sido legal comigo...
– Ela não é legal com ninguém Scott, nem com os amigos dela.
– Kar... - Scott balança a cabeça negativamente - Não deveria falar assim.
– Não deveria falar a verdade? - Karen olha para o irmão. - Espera... Você gosta dela?!
– Não... - ele nota que ela ainda cogitava a ideia - Absolutamente não.
– Então deveria acreditar no que eu digo.
Scott custava a acreditar.
– Se eu ver esse Rapha na minha frente vou socá-lo.
– Não vale a pena.
– Espero que Barb se sinta confortável com esta situação.
– Nossa, vim atrás de você e nem falei com ela. - Karen suspira.
– Ela te entende. Barbara é a pessoa mais compreensiva que conheço.
– Assim como ela também te entende e você não precisa mais sofrer pelo acidente.
– Prometo que não sofrerei mais. - ele sorri um pouco mais confiante.
– Isso mesmo! Gosto de te ver assim.
– Vai ficar bem sem o tremor? - ele arqueia uma sobrancelha a ela.
– Acho que não deveríamos nem ter começado com esse relacionamento.
– Bom eu também prefiro você longe dele.
– Não se preocupe com isso. - Karen sorri.
– Scott! - Crystal se aproxima deles. - Você está bem?
– Crystal. - Scott sorri ao vê-la - Estou melhor, só sai de lá para não ter que bater nele.
– Bom, se me dão licença, eu vou falar com a Barb. - Karen acena para eles e caminha de volta para o refeitório.
– É, ele exagerou e muito falando aquilo. - Crystal olha sem graça para Scott.
– Eu queria entender o porquê. - ele suspira.
– Dianne o provocou.
– Já não bastava ela ter contado a ele. - Scott começa a acreditar no que a irmã disse.
– Ela sabia? – Crystal se surpreende.
– Eu contei pra ela.
– Ah... - Ela fica sem graça.
– Você acha que ela seria capaz de contar ao Rapha e o provocá-lo para contar a todos os outros? - ele arqueia uma sobrancelha para ela.
– Não, Dianne é malvada, mas não seria capaz de fazer isso. - Ela olha para ele.
– Foi o que pensei.
– Você está bem mesmo? – Crystal olha para ele preocupada.
– Vamos sentar. - ele olha pra ela - Acho que você é a pessoa certa a se conversar.
– Ok... - Ela caminha com ele até um banco e se senta.
– Eu tenho realmente muitos problemas com meu tipo de poder. - ele explica.
– Acho que todos nós temos, eu não sei controlar o meu totalmente.
– Isso que gostaria de saber. Como você lida com seu poder, porque ele machuca as pessoas.
– Às vezes eu me sinto mal, porque acabo machucando quem não quero, mas entendo que não é por querer.
– Mas cegar alguém... - ele coloca as mãos na cabeça.
– Pelo menos você não fez seu pai entrar em coma. - Crystal suspira.
– O quê?! - ele fica boquiaberto.
– Quando descobri meus poderes... Eu estava com meu pai e não sei ao certo, mas quando ele me abraçou e depois de um tempo ele caiu desacordado do meu lado. - Crystal se emociona ao falar. - Não soube o que fazer, comecei a chorar e a gritar por ajuda, minha mãe apareceu e chamou uma ambulância. Fomos atrás deles e meu pai ficou um tempo internado na UTI, mas depois se recuperou. Fiquei um bom tempo sem encostar em ninguém até eu conseguir me controlar.
– Oh! Crystal! Eu nem sei o que lhe dizer. - o jovem abraça ela. "Eu estou remoendo minha situação, porém a dela é infinitamente pior!"
– Tudo bem... - Crystal retribui ao abraço dele.
– Acho que eu precisava disso. - ele continua abraçado a ela.
– Que bom que ajudei em algo. - Ela sorri.
– Sim, você ajudou muito. - ele se afasta e fica de mãos dadas a ela.
– Fico feliz. - Ela olha para ele.
– Já que estamos de mãos dadas irei te prometer algo. - ele principia.
– O que?! - Ela olha para ele.
– Aceitarei meus poderes. - ele olha fixamente a ela.
– Really?! - Crystal sorri.
– Sim. Graças a minha irmã, Barbara e... Graças a você. - ele continua com o olhar fixado nela.
– A mim? Mas eu não fiz nada. - Ela fica sem entender.
– Sua história me comoveu, era exatamente o que eu precisava ouvir para tomar coragem e aceitar minhas condições.
– Ah... Isso é ótimo! - Ela sorri.
– Que lindos. - Duncan, o teleportador dos Liberatus, fala ao passar por eles.
– Cala a boca. - Crystal revira os olhos.
– Parece que o grupinho está se dividindo. - Duncan provoca.
– Isso não é problema seu.
– Cuida da sua vida! - Crystal se irrita.
– Admitam. Vocês nos julgam tanto, contudo permanecemos unidos e firmes. - Duncan ressalta.
– Somos amigos, nos importamos uns com os outros, diferente de vocês.
– Tem certeza? - Duncan estava inspirado em plantar ainda mais a discórdia.
– Você não vai abalar nosso psicológico Duncan, desista. - Scott afirma rispidamente.
– Vai embora Duncan, é o melhor pra você. - Crystal encara ele.
– Só quero que analisem. Nosso grupo continua firme e sem conflitos internos, defendemos o que acreditamos da mesma forma que defendemos a nós mesmo.
– Aonde quer chegar com isso, Duncan? - Scott tentava não se irritar com o Evoluído, porém encontrava dificuldade.
– O que quero dizer é que se quiserem estaremos de portas abertas a recebê-los, se, é claro, aceitar as ideologias do grupo. - Duncan explana.
Crystal olha para ele e gargalha.
– Nem se vocês fossem as últimas pessoas da face da terra, eu ficaria no grupo de vocês.
– Ela tem toda a razão. - Scott balança a cabeça negativamente.
– Sugiro que reconsiderem. - Duncan sorriu irônico.
– E eu sugiro que deixe a gente em paz. - Ela olha séria para o Liberato.
– Quando sairmos daqui e vocês ficarem se arrependerão. - ele pisca e vai saindo dali.
– Acho que será o contrário. - Crystal rebate. - Que babaca.
– Felizmente ele já foi. - Scott sorri ao vê-la irritadinha.
– Não sorria. - Ela revira os olhos.
– Você fica muito fofa desse jeito... Toda irritada. - ele ajeita a franja dela.
– É? - Ela sorri de lado.
– Sim. - ele sente-se atraído a aproximar cada vez mais dela e o faz.
– Scott... - Crystal olha nos olhos dele. - É isso que você quer?
Scott não responde, a princípio, ele fica ali estável olhando-a fixamente. Então algo em seu interior parece responder a pergunta feita por Crystal.
– É.
Crystal sorri ao ouvir a resposta dele e o beija. Estava apaixonada pelo rapaz e queria que ele se apaixonasse por ela também.
Scott se deixa levar por toda a química presente entre eles. O Evoluído sabia que também sentia algo diferente por outra pessoa, mas talvez Crystal estivesse merecendo um pouco mais dele.
– Vem... - Dianne entra no pátio com Noah e para ao ver Crystal e Scott se beijando.
– Acho que devemos nos juntar ao clube. - Noah brinca com a namorada.
– Ahn? Ah, é. - Ela sorri a ele.
– Vem cá. - Ele sorri safadamente e beija ela.
Scott abre os olhos em meio ao beijo e nota a presença do casal.
Dianne retribui ao beijo de Noah, tentando não se importar com o beijo dos amigos.
Scott fazia o mesmo tentava não olhar para Dianne, mas ele não conseguia, estava incomodado com sua presença ali. Sabia que isso poderia estragar o momento que queria ter com Crystal.
Crystal encerra o beijo em Scott e sorri para ele.
– Tudo bem? - Ela estranha a expressão dele.
– Não foi nada. Só queria mais. - ele sorri de lado.
– Não precisa nem pedir duas vezes. - Crystal sorri e beija ele novamente.
Scott retribui e consegue tirar Dianne da cabeça.
Dianne se afasta de Noah e sorri ao namorado.
– Não íamos para o seu quarto?
– Muito bem lembrado... - ele segura na cintura dela e vai se encaminhando para lá.
Dianne sorri e acompanha ele.
– Rapha? - Ellen se aproxima ao ver o amigo.
– Sabia que viria. - ele estava sentado num dos bancos espalhados pelo Grande Pátio.
– Tudo bem? - Ela se senta ao lado dele.
Ele olha sabendo que seu olhar a responderia.
– O que deu em você? - Ela se vira e segura na mão dele. - Poderia contar qualquer segredo, inventar, sei lá, mas porque entregar o Scott assim?
– Eu... Eu... - ele sabia que Ellen o iria deixar pior. - Eu não quero falar sobre isso.
– Desculpe, eu só queria te ajudar. - Ela suspira.
– Eu sei. Essa é uma de suas qualidades. - ele sorri - Mas acho que devo atravessar essa linha e aprender a voltar sozinho.
– Não demore muito pra voltar.
– Não me deixe esquecer que tenho que voltar. - ele pede.
– Não vou deixar. Puxarei você de volta, sempre. - Ela sorri a ele.
– Obrigado Elle. - ele beija as mãos dela.
– Não precisa agradecer. - Ellen sorri. - Bom, te deixarei sozinho. Acho que é o que você quer e precisa.
– Elle pede para os outros me darem esse tempo também? - ele respira - Sem querer pedir muito.
– Tudo bem, pedirei para respeitarem a sua escolha. - Ela se levanta. - Fique bem, ok?
– Ficarei. Reúna o grupo, ok?
– Ok. - Ela beija a testa dele e se afasta, saindo dali, o deixando sozinho.
Após Henry entrar no quarto e ir dormir Dan fecha a porta e sorri a Zoe.
– Nosso Don Juan capotou. - ele caçoa.
– Ah, pare de zoar ele. - Ela coloca as mãos nos ombros do rapaz. - Henry é fofo.
– Ele é. Mas e eu? - ele envolve a cintura dela.
– Você deveria aprender com ele. - Ela ri ao ver a careta dele. - Brincadeira, você é amigo, companheiro e responsável e é por isso que gosto de você.
– Gosta, é? - ele morde o lábio.
– Gosto e muito. - Ela sorri de lado.
– Então vai gostar disso também. - ele morde o lábio dela instigantemente.
– Uhum... - Ela fecha os olhos ao sentir a mordida.
Ele age numa sensualidade, era como se não tivesse Evoluídos passando por ali de minuto a minuto.
Zoe nem sequer se importa com os outros Evoluídos, queria conquistar Dan há um tempo e já que ela havia conseguido, ela iria aproveitar cada minuto.
Dan percorre os lábios pelo pescoço dela e deixa sua respiração colidir arrepiantemente contra a pele dela.
Zoe geme ao sentir seus pelos se arrepiarem em contato com a respiração de Dan. Ela sorri e volta a beijar o rapaz intensamente.
O Evoluído também geme ao sentir o beijo dela. Ele traz o corpo dela pra mais perto.
Zoe continua o beijando e sorri entre o beijo.
Ele levanta uma perna dela e acaricia aquela região. Mentalmente ele ofendeu Alkalia por dar a eles moletons tão grossos.
– Vamos pro quarto... - Zoe fala entre o beijo.
– Na verdade acho melhor irmos com calma... - ele sugere.
– Oi? - Zoe se afasta dele.
– Irmos com calma. - ele repete.
– Você ta brincando né? - Ela se afasta dele.
– Tem algum problema? - ele também se afasta dela.
– Se me provocar e parar no meio do caminho for problema, então temos. - Ela fala irônica.
– Quando queremos que algo seja diferente temos que agir diferente. - ele fala sinceramente.
– Ok... Boa noite Dan. - Zoe se vira e caminha em direção ao seu quarto.
Ele suspira, tinha certeza que ela entenderia. Ou talvez ela só queria uns amassos e ele algo mais. O rapaz entrou no quarto e foi dormir.
Ellen andava pelos corredores que já estavam esvaziando por conta do toque de recolher que já havia sido soado.
Depois da conversa com Rapha, a garota quis ter um tempo só pra ela, afinal os problemas estavam crescentes assim como as responsabilidades e a saudades de casa.
– Boa noite. - Ela acena para um grupo de Evoluídos que acenam para ela.
Ao se ver sozinha no extenso corredor, ela diminui o passo, andando devagar, tentando pensar em alguma forma de tirar os amigos daquele lugar.
Infelizmente a resposta parecia estar mais longe do que todos acreditavam. Ellen não se entregava a frustração, mas provavelmente ela e Jason eram os únicos.
"O que você faria no meu lugar pai?"– Ela se lembra do pai, que sempre fora determinado e resolvia os problemas com facilidade.
Subitamente ela começou a ouvir passos que pareciam estar próximos.
Ellen olha para trás e não vê ninguém.
– Mas o que?!
Os passos pareciam estar vindo na direção da garota, mas quando ela olha não há nada também.
Ellen, com a sensação de estar sendo seguida, corre em direção ao pátio.
– Seja lá quem for, vai embora. - Ela fala assustada.
Ela consegue ouvir alguém correndo atrás dela o que torna tudo ainda mais desesperador.
Ellen tenta correr mais rápido, mas o medo a consome e a velocidade não é alterada.
– Vai embora!
A garota com um movimento rápido de mãos escancara as portas do pátio a sua frente.
Wade, que ia na direção oposta, se surpreende ao ver a porta se abrir brutamente a sua frente.
– O que está acontecendo com você!? - ele segura os braços dela e olha para trás não vendo ninguém.
– Você! - Ela se solta dele. - Você e essa sua mente diabólica, fazendo com que eu fique com a sensação de estar sendo seguida! Qual o seu problema comigo?!
– O quê? Se me der licença quero tomar um banho. - ele tenta prosseguir, mas é impedido.
– Você não viu ninguém? Eu estava sendo seguida Wade!
– Não tem ninguém aqui, Ellen. - Wade faz com que ela olhe para trás, apesar do receio da garota.
– Tinha sim! Eu ouvi. - Ela olha em volta. - Não é possível, eu não posso estar ficando louca a esse ponto!
– Se diz a verdade, acha que possa ser o assassino? - Wade indaga.
– Eu sou a próxima vítima dele? - Ela olha para Wade assustada.
– Não será. - Wade segura na mão dela e começa a andar pelo corredor onde ela havia sido perseguida.
Ellen o acompanha receosa, não queria passar por ali novamente, mas se algo acontecesse, Wade poderia protegê-la.
– Quem está ai? - ele pergunta, a voz grossa do rapaz transmitia uma imponência.
Ellen se arrepia ao ouvir a voz dele.
– Seja lá quem for, se eu tiver a oportunidade de enfrentá-lo, não a desperdiçarei. Você morrerá! - ele mantém o tom, olhando para várias direções.
– Ele não vai aparecer. - Ellen olha para Wade.
– COVARDE! - o rapaz brada enfurecido.
– Porque está fazendo isso?
– Ele precisa entender que não sairá impune disso. - ele permanecia firme.
– Ah... Entendi.
– Mas ele deve ter fugido e nem ouviu o que disse. - ele suspira.
– É... - Ellen olha para ele. - Obrigada.
– Fica me devendo. - ele informa - Contará a seus amigos? - ele encara ela.
– Não... Acho que não precisam saber disso agora.
– Compreendo. - ele olha ao redor - Quer que eu te leve a seu quarto? - ele questiona.
– Seria pedir muito? - Ela fala sem graça.
– Não deixaria uma garota sozinha depois de algo assim. - ele fala.
– Até que você tem sentimentos...
– Controlar os sentimentos de outras pessoas, não quer dizer que eu não os tenha. - ele ri.
– Pensei que não tivesse, por isso controlava os dos outros.
– Oi? - ele ri dela. "Que raciocínio..."
– Ah, sim, foi uma ideia idiota, mas... - Ela sorri. - É bom te ver rindo.
– Algo que raramente tornará a se repetir. - ele afirma.
– Porque você é assim? Todo mal humorado?
– Você faz perguntas de mais. - ele continua caminhando.
– Não custa nada responder...
– Pelo simples fato de eu não ter motivos para sorrir. - ele responde-a.
– Porque não? Você está aqui com seu irmão pelo menos.
– Esse é o problema. Ainda estamos aqui. Não podemos adotar uma postura de conformismo! - Wade exclama olhando para as câmeras desligadas.
– Eles não estão te ouvindo. - Ellen revira os olhos. - E mesmo se estivessem, não adiantaria nada.
– Mas é isso que quero passar para você. Seja mais inconformada! - o Liberato encara ela firme.
– Eu sou inconformada, estar aqui é de longe meu último desejo, mas não é por isso que tento plantar a 3ª guerra mundial! - Ellen encara ele da mesma forma, mesmo se sentindo desconfortada com o olhar dele.
Ele fica ali por longos segundos e se afasta um tanto desconcertado.
– Wade?! - Ellen fica sem entender.
– Seu quarto está logo ali. - o rapaz indica e vai caminhando para longe dela.
– Obrigada. - Ela dá de ombros e vai para seu quarto.
Os Evoluídos de nível 2 já tomavam sua dose de LCCdiária.
Duncan sorriu de lado para Crystal ao vê-la passar.
– Hey. - Crystal sorri. - Tudo bem?
– Tô bem sim. Ainda pensando na minha proposta? - ele pisca a ela.
– Qual é mesmo?
– De se juntar a nós. Suas habilidades nos poderão ser úteis em algo que estamos planejando. - ele fala.
– Me dê uma dica do que planeja, quem sabe assim você me convença. - Ela sorri de lado.
Ele recebe as pílulas e as toma. Após engoli-las e fazer uma expressão desgostosa, afinal estava inibindo seus dons.
– Me acompanhe.
– É tão ruim assim? - Crystal acompanha ele.
– O gosto não. Só que sinto falta do meu poder e da sensação que ele me dá. - ele comenta.
– Antes de vir pra cá, o que você fazia? - Ela se interessa um pouco sobre a vida do Liberato.
– Teremos mesmo essa conversa? - ele indaga surpreso, afinal viviam sempre em conflito.
– Digamos que eu estou estendendo uma bandeira branca hoje. - Ela sorri.
– Ok. - ele dá de ombros - Eu era um entregador de pizzas.
– Um bom emprego. Deveria conhecer muita gente não?!
– Sim. E lugares também. Me teleportei pela primeira vez numa entrega. - ele relata.
– Assim que descobriu seus poderes?
– Sim. A partir daí fui eleito o funcionário do mês o ano todo. - ele ri.
– Uau! - Crystal ri com ele. - Eles nunca desconfiaram de nada?
– Sim, mas... Quem se importa? - o rapaz ri.
– Talvez alguém se importasse, mas você nunca percebeu.
– Quem sabe... - ele olha ela - Meu patrão. Foi ele que me entregou. - ele dá de ombros - Deveria ter sido prudente... Mas com o meu tipo de poder você não consegue isso. Imagine. Ir a qualquer lugar com apenas um pensamento. - ele fala empolgado.
– Eu viveria em Paris! - Crystal fala animada.
– Me entende? - ele arqueia a sobrancelha.
– Entendo, seu poder é bem interessante.
– Sim. E você?
– O que? Meu poder?
– Sim, como foi se acostumar a ele? - ele questiona.
– Estranho. No começo foi difícil controlar. Acabei me afastando um pouco das pessoas, mas meus amigos me ajudaram. Acho que o apoio deles foi essencial pra mim.
"Bem esperto Flint tentar trazer o poder que pode pará-lo para seu lado...", Duncan pensa.
– Bom acho que posso contar o que planejamos.
– Sou toda ouvidos. - Ela sorri.
– Já ouviu falar da DECOEC? - ele questiona.
– Não. O que é isso?
– Departamento de Controle de Evoluídos Central. - ele fala - Em suma, é a central da DECOE.
– Eles tem uma central? Pensei que não poderia ficar pior. - Crystal faz careta.
– Sim. Lá eles fazem grandes pesquisas e experimentos com mutantes capturados. - ele informa - Claro, tudo de baixo dos panos da mídia.
– Porque não nos deixam em paz? - Crystal se irrita.
– Eles nos temem.
– Deveriam mesmo, estão começando a me irritar de uma maneira que ninguém conseguiu.
– Nosso objetivo é derrubar a DECOEC! Libertando os nossos. - ele fala com bastante firmeza.
– E você quer que eu faça parte disso? - Crystal olha nos olhos dele.
– Sim. - ele fala como se fosse óbvio.
– Preciso dar a resposta agora?
– Temos até nossa liberdade para que nos responda, então, não, não precisa. - ele ri.
– Ah... - Ela ri com ele. - Ok, pensarei a respeito e quem sabe me junto a vocês.
– Hora do café. Nos esbarramos e... - ele se levanta - Pense bem.
– Pensarei. Bom dia Duncan. - Crystal sorri a ele.
– Falando com ele? - Scott se aproxima depois que Duncan já estava pegando sua bandeja nos compartimentos.
– Ah, oi. Bom dia pra você também. - Crystal se assusta.
– O que exatamente você fazia conversando com ele? - Scott insiste com o cenho fechado.
– Ele veio conversar comigo, veio me fazer uma proposta e eu deixei ele falar, talvez saber o que os Liberatus querem, nos dê uma vantagem de derrotarmos eles. - Crystal sorri de lado. - Está com ciúmes, Scott?
– Ciúmes? - Scott cora - Bem, isso não vem ao caso... Proposta? Que tipo de proposta você pode ter com ele?
– Eles querem que eu me junte a eles para destruir a DECOEC quando sairmos daqui.
– A central? - ele indaga surpreso.
– Sim, esse é o plano brilhante deles e embora a ideia seja tentadora, temos que impedi-los de fazer isso.
– Sim, por que sinto que há algo embutido nisto. Tenho mais que certeza. - Scott fita a mesa Liberato.
– Não os encare assim. - Crystal repreende ele. - Talvez se eu demonstrar interesse em ajuda-los, eu descubra.
– Não deveria se arriscar, na verdade... Eu não quero que se arrisque. Talvez nenhum dos Liberatus não seja o Zero, mas eles são perigosos. - Scott volta a encará-la.
– Mas se eles me querem lá, deve haver um motivo e eu quero descobrir qual é e poder ajudar a derrotá-los. - Crystal olha nos olhos dele. - E eu não estou te pedindo permissão para fazer isso.
– Que teimosa!
Você ainda não viu nada e nem sequer entendeu o que quero fazer, pensei que raciocinasse melhor Scott.
– Podemos mudar de assun... - algo parece deixar Scott embasbacado com algo que viu - Não pode ser...
– O que foi? - Crystal olha na direção que Scott olhava e paralisa. - Não...
Raphael estava absurdamente se sentando na mesa Liberato.
– Ele ficou maluco ou o que?! Eu vou lá agora! - Crystal se irrita e começa a ir em direção a mesa, porém é paralisada.
– Deixe ele. - Ellen apontava sua mão em direção a amiga, causando a paralisia.
– Ellen, me solte! Temos que impedir aquilo!
– Ele escolheu isso Crystal, devemos respeitar. Ele me pediu que déssemos um tempo a ele e faremos isso. - Ellen continua a retendo.
– Mas isso não é certo! - Crystal protesta.
– Deixe ele fazer as escolhas por si só. - Ellen olha a amiga.
– Odeio você sempre estar certa! - Crystal bufa.
Ellen sorri de lado e libera a amiga.
– Deixe ele decidir o que quer pra ele e quando ele ver que foi um erro, estaremos do lado dele para puxarmos de volta.
– Vocês viram também? - Jason se aproxima das 2 em super velocidade.
– Sim e deixaremos ele fazer essa escolha. - Ellen olha para ele.
– Mas... - Jason argumentaria, porém foi interrompido.
– Ele me pediu esse tempo. Por favor, vamos respeitá-lo! - Ellen encara o amigo. - Não estou contente com isso, mas ele sabe o que faz.
– Não, ele não sabe! - Dianne se aproxima deles.
– Por favor! Respeitem-no! - Ellen se irrita.
– Acho que a Ellen tem razão. - Scott entra na frente de Crystal, Dianne e Jason.
– Como assim? Você foi o que ficou mais surpreso com tudo isso! - Crystal olha para ele.
– Mas o que ela disse faz sentido, há momentos em que devemos simplesmente fazer a escolha errada. - ele olha para a mesa Liberato - Por que assim nos firmamos no que é correto.
– Ok, ele fica lá. - Crystal revira os olhos.
– Mas... - Jason respira - Ok...
– Crystal... - Scott segue ela.
Raphael olha para os amigos e nota suas intenções, ele agradece mentalmente por Ellen ter respeitado seus motivos.
Ellen olha para Raphael e suspira, ela balança a cabeça negativamente e vai pegar sua bandeja.
Jason nota o olhar de Rapha e ambos se encaram.
– Ficarei bem. - Rapha fala sem emitir som.
Jason assente positivo e posteriormente olha para Ellen e Dianne, talvez fosse a oportunidade das duas conversarem.
Jason entra na frente dela em super velocidade.
– É hora, Elle. - ele assente a Didi.
– Hora de que? - Ellen encara ele.
– De acertar as coisas.
– Ok! - Ellen suspira e olha para Dianne.
– Não precisa fazer isso se não quiser. - Dianne olha ela.
– Precisamos fazer isso. - Ellen fala com firmeza.
– Estarei esperando vocês na nossa mesa. - Jason sorri olhando de uma a outra e vira um borrão se dirigindo aos compartimentos.
– Ellen, eu... - Dianne começa a falar, mas é interrompida.
– Eu só quero saber de uma coisa, ainda pensa aquilo de mim? - Ellen encara Dianne.
– Não, não penso. E não vou mentir dizendo que nunca pensei, porque eu pensava, antes de te conhecer e perceber que julguei você completamente errado. Você é a garota mais incrível e poderosa que eu conheço, e quando eu digo poderosa, não digo em relação total ao seu poder, mas sim pela sua inteligência e pelo dom que você tem em mostrar para todos que existem os lados bons e ruins, pelo dom que você tem de apoiar as pessoas a sua volta em suas escolhas certas ou erradas, pelo dom de sempre estar do nosso lado, pelo dom de você simplesmente ser você Elle. - Dianne se emociona ao olhar a amiga.
– Didi... - Ellen abraça a amiga. - Me perdoe por ter me afastado sem ter te escutado.
– Quem tem que pedir perdão sou eu Elle, eu nunca deveria ter te julgado e quando julguei e nos aproximamos e percebi que estava totalmente equivocada, eu deveria ter te contado. - Dianne diz ao se afastar da amiga. - Amo você e não quero que nada nos afaste novamente.
– Eu também te amo Didi e nada nem ninguém vai nos afastar. - Ellen sorri.
– Amigas? - Dianne sorri de lado.
– Amigas. - Ellen pisca a ela.
– Não conte pra ninguém sobre meu sentimentalismo, se não vão me perturbar eternamente! - Dianne ri.
– Didi! - Ellen gargalha.
– Adoro quando vocês protestam assim. - Dianne continua rindo e caminha para a mesa dos amigos abraçada com Ellen.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Pra compensar, capítulo grande! Até o próximo :*