Rude escrita por Mazu


Capítulo 3
Rude


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu não tenho jeito mesmo. Demorei mais de um mês para postar o capítulo e é que já estava pronto, mas eu não estava gostando dele e esperei por um dia que estivesse mais inspirada para reescrevê-lo. Enfim, esse é o último capítulo, baseado na música Rude do Magic! Então, a fic toda foi baseada nessa música, porque para mim, ela é Scorose completamente.
Se você não lembra muito bem da história, o que não te culpo, demorei bastante, então recomendo ler de novo, são apenas três capítulos, e a história fica melhor lendo de uma vez. Juro que não vão se arrepender tanto, eu pelo menos adorei o resultado, espero que vocês também gostem!
Beijos e me perdoem, por favor!



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Capítulo 03 - Rude

Eu havia sim entrado para o time e melhor do que isso. Eu era o artilheiro do Chudley Cannons há mais de quatro meses e nós havíamos ganhado a Liga Britânica de Quadribol (LBQ). Por conta disso, eu ganhei o prêmio de melhor artilheiro do campeonato por ter feito a maior quantidade de gols. O que posso fazer se minha namorada é ótima em adivinhações? Mentira, isso era meio óbvio, até porque Rose tirou Péssimo no N.I.E.M.s de Adivinhação, mas não digam a ela que eu lhes contei isso, é capaz de ela cortar meu pescoço.

Bem, eu tinha acabado de voltar de viagem da Escócia, onde havia sido a final da LBQ. Meus pais esperaram que as coletivas de imprensa e as confraternizações do time acabassem para voltarem comigo a Londres, aliás eles eram praticamente donos daquele hospital, então eles podiam demorar um pouco mais e aproveitar esse tempinho juntos. Gostei de ter a companhia e o apoio deles em um momento tão grandioso.

Já os meus amigos voltaram quase no mesmo dia do jogo, mas não posso culpá-los. Eu nem sequer vi Rose depois do jogo, ela estava cheia de relatórios para entregar, pois estava na reta final de seu treinamento para medibruxa. Graças a Merlin, eu a vi antes do jogo, para um selinho de boa sorte, e digamos assim, realmente deu sorte.

Nessa semana em que fiquei na Escócia, Rose realizou seus exames finais, e imagina qual foi o tamanho da minha alegria ao receber uma carta dela animadíssima dizendo que havia passado e melhor, havia sido a primeira da turma. Nada mais do que o esperado, entretanto.

E finalmente eu estava de volta, encarando mais uma vez uma carta perfumada de minha querida ruiva.

Scorpius,

Eu, Albus e Alice estamos esperando por sua volta há muito tempo. E nós quatro temos muito o que comemorar! Você, o Artilheiro do Ano. Eu, a mais nova Medibruxa. Albus, o mais novo Auror. Alice, a mais nova Assessora da Seção de Controle do Uso Indevido da Magia. (Uf...Esse último foi grande).

Então, nós temos que comemorar. E matar a saudade, porque eu estou com muita, muita mesmo. Meu pai se recusou a ir para a final por sua causa, mas minha mãe falou que enquanto ele ouvia pelo rádio, comemorou aquele seu último gol com um grito ensurdecedor.

Ele gosta mais de você hoje do que há um ano. E eu te amo mais hoje do que ontem. E vai subindo com o passar dos dias. Espero que meu coração aguente.

Eu te amo, como nunca amei alguém,

Sua ruiva

Ela me fez sorrir novamente. Será que eu finalmente havia conquistado o sogrão? Eu realmente espero que sim, porque o que eu vou fazer vai precisar de total apoio dele.

Mandei uma carta para Rose, Alice e Albus, chamando-os para comemorar nossas vitórias em minha casa no dia seguinte. A de Albus pedia sua presença imediatamente na minha casa. Em menos de uma hora lá estava ele, no tapete da minha sala de estar.

“Chamou, capitão?” Ele falou com um sorriso brincalhão. Desde que foi evidenciado meu potencial no time, Albus vinha me chamando de capitão, como se em algum momento eu fosse me tornar um. Até mesmo em Hogwarts eu perdi o posto de capitão para ele. Mesmo assim eu não evitei abraçá-lo, mesmo que rapidamente. Aliás, ele havia concluído o treinamento de Auror, isso sim era garra.

“Aliás, por que me chamou com tanta urgência? Você nem viu a Rose ainda... Não me diga que é apaixonado por mim, por favor! Eu amo a Alice, e é com ela que eu quero ficar!” Ele fez drama, rindo internamente. Eu apenas revirei os olhos.

“Vou ser direto, há mais ou menos um ano, você me pediu ajuda com o anel de namoro.” Fui direto ao ponto, ignorando suas gracinhas. “É sua vez de ajudar!” Ele me encarou boquiaberto. “Sim, é o que você está pensando! E vai ser o anel de noivado mais bonito do Beco Diagonal!”

.................

“Scorpius, elas chegaram!” Albus anunciou lá da sala, já que eu estava na cozinha arranjando copos para o brinde que pretendíamos fazer mais tarde.

“Estou indo!” Gritei de volta pegando as taças e levando-as até a mesa de jantar. "Onde está minha ruiva?" Perguntei enquanto entrava na sala de estar.

Albus e Alice já estavam abraçados e Rose estava fechando a porta atrás de si, já que agora meu apartamento era protegido por magia que impossibilitava aparatar ali dentro. Ela virou-se para mim ao ouvir minha voz e só pude ver seu sorriso abrir antes que ela pulasse em cima de mim e pendurasse suas pernas ao redor de minha cintura e seus braços no meu pescoço.

"Scor, como eu estava com saudades!!" Ela disse ainda me abraçando forte, eu não ficava para trás enquanto apertava-a na região da cintura. Senti seu cheiro calmamente enquanto ela repousava sua cabeça no meu ombro. Ela acariciou meu cabelo, fazendo-me fechar os olhos para aproveitar melhor aquele momento.

"Eu também estava, meu amor!" Eu falei e afastei um pouco a cabeça para encará-la. Ela sorriu antes de me beijar. Foi lento e demorado, como se fosse a primeira vez que nos beijamos e estivéssemos conhecendo um o gosto do outro. Ela não deixou que eu aprofundasse porque Albus e Alice estavam ali, porque se eles não estivessem, nós não estaríamos nem de roupa mais.

"Calma ai, casal, vocês só ficaram uma semana longe!" Albus comentou tirando meu barato e Rose riu envergonhada e Alice resmungou com o namorado para que não interrompesse.

"Tudo bem, Alice, nós teremos tempo para matar a saudade depois!" Eu falei enquanto Rose se desgrudava de mim. "Eu preparei um jantar para nós celebrarmos as conquistas que obtivemos esse ano. Aliás, Alice, meus parabéns pelo novo cargo!" Eu falei e fui até a morena para dar um abraço. Vi Albus e Rose se cumprimentando também. "A vinda foi tranquila, meninas? Ainda acho que nós deveríamos ter ido pegar vocês!"

"Que isso, amor, foi tranquilo! E realmente não precisava, Alice foi lá para casa de tarde e ficamos conversando até agora pouco então teríamos a companhia uma da outra." Rose explicou enquanto nós quatro íamos até a sala de jantar, onde a mesa já estava posta.

Era uma mesa razoavelmente grande, mas de apenas quatro lugares, de madeira escura. Ela estava coberta por uma toalha bege da mesma cor dos estofados das cadeiras, havia um jarro no meio, com rosas brancas, as preferidas de Rose, que a primeira coisa que fez foi cheirá-las. Em cima da mesa, havia um prato com frango cozido, uma tigela com purê de batatas, uma tigela de arroz e um prato com macarrão com molho, também tinha uma jarra de suco de abóbora, uma garrafa de cerveja amanteigada e outra de Uísque de Fogo para mais tarde.

"Você que fez essa comida mesmo, Scor?" Alice perguntou duvidando e eu e Albus trocamos um olhar cúmplice. "Já vi que não!" Ela concluiu rindo.

"Eu pedi ajuda a Filly, o elfo dos meus pais." Comentei meio envergonhado, principalmente porque Rose tinha essa mania que puxou da mãe de proteger os elfos, mas ela apenas riu.

"Filly é realmente um amor!" Ela comentou e sentou-se. Sentei-me ao seu lado e o casal sentou-se a nossa frente. "Então vamos comer, porque eu estou morrendo de fome!" Todos nós concordamos e nos servimos.

Enquanto comíamos, Alice falou sobre a entrevista de emprego e Albus depois foi contar sobre sua experiência na Academia de Aurores. Rimos muito do sufoco que ele chegou a passar, como a vez em que ele ficou preso do lado de fora por bem três dias porque chegou depois do horário de recolhimento ou então a vez que os generais mandaram eles para um acampamento na floresta do leste da Bulgária, sem reserva de comida e sem varinhas. Até mesmo ele ria agora que ele já sobreviveu dessas experiências.

No final da janta, Rose fez questão de arrumar a mesa com a varinha mesmo e nós fomos até a sala com a garrafa de Uísque de Fogo. Eu a abri e enchi os copos de cada um. Alice e Albus se abraçaram de lado e eu abracei Rose na frente deles, para que pudéssemos ficar mais ou menos perto uns dos outros para fazermos um brinde.

"Ao nosso futuro!" Eu disse e eles repetiram erguendo a taças no ar e então nós bebemos. Eu e Albus viramos a taça como costume que tínhamos no tempo de Hogwarts para dar sorte e as meninas se contentaram com apenas um gole generoso. "Nós quatro obtivemos conquistas importantes esse ano e eu espero que isso venha a se tornar um hábito em nossas vidas." Eu falei e eles concordaram e então Albus encheu novamente nossas taças.

"Exatamente, agora que temos uma carreira e uma vida inteira pela frente, podemos contar uns com os outros para um brinde de comemoração." Ele comentou e nós rimos. Rose terminou sua taça e repousou-a sobre a mesinha de centro, eu também coloquei a minha ali.

"Antes que possamos terminar nossa comemoração, eu gostaria de fazer mais um coisa." Eu anunciei e olhei para Albus que acenou com a cabeça me incentivando a continuar. Me virei para minha ruiva. "Rose, eu fico muito feliz e orgulhoso pelo seu mérito no curso de medibruxa. E eu quero muito dividir não só essa como todas as nossas outras vitórias com você, assim como superar ao seu lado todas as nossas perdas." Eu percebi Rose ficar um pouco tensa, meio que entendendo onde eu queria chegar, o que me preocupou um pouco. E se ela não aceitasse? Mas mantive o olhar sobre seus olhos azuis e continuei. "E é por isso que eu combinei esse jantar aqui hoje, porque eu queria, na frente de nossos melhores amigos, dizer o quanto eu te amo e te propor em casamento." Ela arregalou os olhos em surpresa com minha revelação e eu me pus em joelhos a sua frente e retirei a caixinha do meu bolso e abri para que ela visse o conteúdo. "E então, você aceita se casar comigo?"

Ela colocou as duas mãos sobre a boca, extremamente surpresa e encarou Albus e Alice, que sorriam animados para a cena. Ela voltou a me encarar e puxou-me pelo meu braço me fazendo levantar e ficar no nível de seus olhos. Ela parecia querer dizer alguma coisa, mas não conseguia, mantinha a boca aberta sem sair som algum. Ela encarou de mim para a joia simples, mas muito bonita, que estava dentro da caixinha. Eu encarava-a esperando ansioso pela sua resposta, mas tentei não força-la a falar, eu precisa de uma resposta sincera.

"Scor..." Ela murmurou baixinho, parecendo se recuperar do choque. Ela olhou diretamente para os meus olhos. "Eu não sei o que dizer exatamente, mas sim, eu aceito!" Ela falou aumentando seu sorriso e o meu, né? Porque eu sorri até minha bochecha arder naquele dia e a abracei forte, a rodopiando pela sala mesmo não tendo espaço exato para isso. Nos beijamos muito também, e eu podia sentir lágrimas suas em nossos beijos e eu imagino que eram de pura felicidade.

Albus e Alice nos parabenizaram e também nos abraçaram muito e de antemão, Rose e eu dissemos a eles que seriam nossos padrinhos, independente de quando fosse aquele casório. Eles ficaram extremamente satisfeitos e nos abraçaram mais umas dez vezes. E então celebramos e brindamos e bebemos muito naquela noite, até que Alice decidiu ir para casa e Albus foi junto para deixá-la em casa.

Eu e Rose nos deitamos no sofá quando finalmente ficamos a sós.

"Você foi a melhor coisa que me aconteceu, Scorpius, Você pode ter certeza disso!" Ela comentou enquanto nos abraçávamos e trocávamos caricias ali deitados. "Ainda não acredito que me pediu em casamento, que loucura, Scorpius!"

"Mas você aceitou e pelo jeito, gostou." Eu comentei risonho e ela assentiu concordando. "Eu já não imagino minha vida sem você, Rose! Por favor, nunca me largue."

"Nunca, nem que você me dê motivos. Agora que você pediu, não vou te largar nunca mais!" Ela falou e apertou mais o abraço como se para evidenciar sua fala. Ela me beijou ardentemente e então eu quase pirei quando ela acabou com meu fôlego e me fez delirar com beijos e mordidas no meu pescoço.

Nós estávamos naquele amasso há um tempo já, e eu já estava por cima dela, com o calor aumentando e eu quase perdendo a sanidade e levando-a para a cama, quando ela me afastou e pareceu lembrar-se de algo.

"O que foi?" Perguntei assustado e preocupado ao vê-la com sua cara de pavor no rosto.

"O que meu pai vai dizer disso? Ele nunca vai aceitar, Scorpius!" Ela falou e eu bufei me levantando de cima dela e sentando ao seu lado. "Eu estou falando sério, Scorp, ele não leva nosso namoro muito a sério, se eu falar que vamos nos casar é capaz dele pirar de vez."

"Rose, meu amor, eu sei bem disso." Eu falei dando um selinho em sua boca e acariciando sua bochecha. "Vai ser difícil? Vai, mas eu vou até lá amanhã e pedir sua mão em casamento para ele. Está bem? Eu estou bem mais nervoso com isso do que você, acredite, até porque quem corre risco de vida aqui sou eu." Eu falei e ela concordou com a cabeça e se desculpou. "Tudo bem, meu amor! Amanhã de manhã eu vou passar na sua casa, está bom?"

"Sim, mas você quer ir logo amanhã? Se quiser deixar para depois, se preparar mais, tudo bem..." Ela falou agora vendo meu lado.

"Não, amor, eu tenho que fazer isso logo, senão eu perco a coragem." Eu falei e ela riu, me beijando novamente.

"E se ele não aceitar?" Ela perguntou temerosa e eu encarei-a meio determinado.

"Você casa comigo mesmo assim?" Perguntei mesmo sabendo que aquilo era pedir demais, mas realmente esperava pelo seu sim.

"Claro! Eu prometi que não ia te largar nunca mais!" Ela falou e nós voltamos a nos beijar. Ela se levantou e antes que eu pudesse protestar, ela se sentou no meu colo, me fazendo enlouquecer.

"Acho que eu tenho que agradecer ao meu noivo por ele ser tão lindo, romântico, dedicado e corajoso, você não acha?" Ela perguntou e a cada qualidade que ela descrevia, ela desabotoava um botão da minha camisa. Eu só pude concordar com a cabeça antes que ela beijasse meu pescoço. E então todo o fogo que ela interrompera antes voltou de uma só vez.

E então a gente se amou pelo resto da noite e ela dormiu ali comigo, se é que a gente dormiu.

.................

Sábado de manhã, eu pulei da cama e Rose já tinha ido, deixou um recadinho dizendo que tinha ido mais cedo para casa para preparar a fera para o embate e dizendo para eu estar lá 11 horas em ponto. Abri meu armário e peguei meu melhor terno, aquele que eu usei na comemoração de casamento dos meus pais, festa e tanto aliás. Tomei um banho rápido e me vesti.

Desci até o estacionamento do condomínio e entrei no meu carro, sim, eu comprei um porque sempre fui apaixonado por esses transportes trouxas quando ouvia falar sobre eles na aula de estudo dos trouxas. Dei a partida e corri que nem um jato até a residência dos Weasleys. Acabei por chegar 11 horas em ponto.

Ajeitei a gravata em meu pescoço e passei a mão pelo terno antes de bater na porta com meu coração na mão de tão nervoso só para fazer uma pergunta ao Sr. Weasley. Eu sabia que aquilo era o certo a se fazer, principalmente porque o Sr. Weasley era um homem conservador e eu entendo, porque sou de uma família bruxa antiga, o mínimo de respeito era preciso.

Eu só esperava que ele não arrancasse meu pescoço fora. Rose abriu a porta e apressou-se em me beijar antes que alguém nos visse. E me abraçou como se eu estivesse indo para o meu próprio funeral, o que não era tão mentira.

"Você pegou a varinha dele?" Perguntei e ela me mostrou quatro varinhas, provavelmente todas as varinhas da casa. Suspirei um pouquinho mais aliviado. Ela riu mesmo sabendo que era algo sério, mas depois me convidou para entrar e fechou a porta atrás de si.

"Minha mãe já sabe e ela está com as varinhas reservas da casa." Ela explicou e eu assenti. "Mantenha a sua varinha longe das mãos dele e independente do que acontecer, não empunha a sua varinha, ok? Você pode até ser preso por empunhar a varinha para um auror desarmado. Entendido?"

"Sim, me deseje boa sorte!" Eu pedi e ela me desejou com um abraço. Ela pegou minha mão e me levou até a sala de estar.

A sala de estar era conectada a cozinha, então dava para ver Hugo sentado no balcão comendo o que imagino ser cereal. A Sra. Weasley preparava o almoço e o Sr. Weasley estava sentado no sofá lendo o Profeta Diário. Rose anunciou minha chegada e ele imediatamente abaixou o jornal, me encarando raivoso.

"O que esse filho de comensal está fazendo na minha casa?" Ele foi curto e grosso antes que eu dissesse qualquer coisa e eu engoli em seco. Rose me encarou meio envergonhada e apertou a mão como se para me encorajar.

"Ronald!" Hermione repreendeu. "Seja bem-vindo, querido! Vai ficar para o almoço?" Ela perguntou e veio até mim para um rápido abraço.

"Na verdade não, senhora! Não quero incomodar!" Eu comentei e ela ia falar algo do tipo que eu não incomodaria e tal, mas o Sr. Weasley não lhe deu chance.

"Então vá logo embora! Já está incomodando!" Ele resmungou e Rose e Hermione o repreenderam ao mesmo tempo.

"Me desculpe, senhor, eu já vou, mas antes eu preciso lhe perguntar, porque preciso muito saber!" Eu disse e Rose apertou a minha mão com muita força, Hermione me encorajava com o olhar e Hugo já havia se levantado para prestar atenção a cena. "Posso ter sua filha pelo resto da minha vida?"

Eu admito que nunca vi alguém mudar de cor tão rápido e tantas vezes. Ele foi de laranja para roxo, depois vermelho, verde e até azul. Mas depois ele ficou da cor dos cabelos de Rose e não imagino que tenha sido de vergonha.

"COMO VOCÊ OUSA, SEU FILHOTE DE DONINHA?" E então veio o grito. E ele procurou por sua varinha, mas não achou e então eu pensava que ele ia cair em cima de mim para porrada mesmo, mas Hugo foi mais rápido e o segurou pedindo para ter calma. "Você nunca vai ter minha benção até o dia que eu morrer. Que pena, meu amigo, mas a resposta é não!" Ele falou, vulgo gritou, enquanto tentava desviar dos braços do filho. Rose se agarrou ao meu braço, com medo do que ele poderia fazer.

"Rony, por favor!" Hermione pediu, indo até o lado do marido, para tentar acalmá-lo. "Sua filha é feliz ao lado desse garoto, Ronald, ouça a voz da razão."

"Senhor, entenda, eu amo a sua filha mais do que tudo nessa vida, mais até mesmo do que quadribol. Eu abriria mão de tudo para cuidar dela e protegê-la. Eu daria minha própria vida para manter a dela. Senhor, eu não sei viver sem ela, nem sequer posso pensar nessa possibilidade. E vou dedicar cada minuto da minha vida para fazê-la feliz e para fazê-la se sentir amada. E eu vou amá-la até o fim de minha vida." Eu falei e pude sentir Rose abraçar o meu braço com mais fervor e carinho. Sim, não era sempre que eu fazia declarações para ela, por mais que tenha se tornado mais constante.

"EU NÃO QUERO SABER!" Ele gritou enfurecido. "SAI DA MINHA CASA AGORA, SEU SANGUE PURO!" Ele gritou como se isso fosse uma ofensa e sinceramente, para mim foi.

"Senhor, eu não posso admitir que me chame de sangue puro para me caracterizar. Nem todos os sangues puros são preconceituosos, sabia? Eu não ligo a mínima para isso, aliás, não me importo com o seu, nem com o da sua mulher, nem com o dos seus filhos." Eu me revoltei, gritando isso de volta para ele e ele pareceu se estressar mais ainda, Rose me puxou para trás, pois sem querer eu tinha avançado um pouco na direção do Sr. Weasley. "O que importa aqui é que eu amo a sua filha e eu estou pedindo a você a mão dela em casamento."

"Sinto muito, meu amigo, mas a resposta ainda é não!" Ele cuspiu aquelas palavras em minha direção e eu já estava perdendo o juízo.

"Por que você tem que ser tão rude?" Eu perguntei e ele pareceu soltar fogo pelas narinas, eu vou ter que elogiar Hugo mais tarde pela sua extrema força ao segurar um Weasley enfurecido. "Você não sabe que eu também sou humano?"

"Você só pode estar louco de achar que eu deixaria minha filha se casar com o filho de um Malfoy, vocês não prestam! Ela merece coisa melhor do que um filho de comensal." Ele resmungou e Rose me interrompeu antes que eu pudesse dizer alguma coisa.

"Pai, por favor!" Ela implorou. "Ele não é como o pai, foi muito bem educado e tem um ótimo coração, pai. Ele me faz mais feliz do que você pode imaginar. Até mesmo o pai dele merecer perdão, meu pai, por favor, escute!"

"Rony, pare com isso, você não é assim!" Hermione tentou, fazendo o marido encará-la. "O menino não é mal como você diz. Ele ama nossa filha, pare com isso nem que seja por ela. Ela merece ser feliz e também tem o direito de fazer suas escolhas quanto ao seu futuro. Se ela aceitou é porque o ama!"

"Ela pode estar sobre efeito da maldição imperius. Não ainda é não, Mione!" Ele falou e então voltou a me encarar com raiva. "Saia daqui antes que eu chame o corpo de aurores!"

"Por que você tem que ser tão rude?" Eu perguntei inconformado. "Olha, eu odeio ter que fazer isso, mas você não me deixa escolha. Eu não vivo sem ela, senhor! Me amando ou me odiando nós seremos os rapazes em cima daquele altar, senão eu fujo com ela para outra galáxia. E você sabe que ela me ama, senhor, para onde eu for, ela vai! Eu me casarei com ela de qualquer maneira! E nós seremos uma família, não importa o que você diga!" Eu falei extremamente raivoso e determinado. Eu não deixaria que ele impedisse que ela ficasse comigo.

"Isso não é verdade! Rose não iria contra minhas ordens!" Ele cortou e Rose engoliu o choro.

"Desculpe, meu pai, mas você não deixa escolha!" Ela falou em um filete de voz, mas que foi o suficiente para que ele ouvisse.

O Sr. Weasley se desfez dos braços do filho com força e afastou a esposa de perto, contudo não aparentou que iria pular em cima de mim. Ele parecia arrasado, como se Rose tivesse atirado uma flecha em seu peito. Senti-a soluçar e percebi que não tive o direito de chegar aquele ponto.

"Então parece que eu não tenho mais uma filha" Ele falou com a voz calma pela primeira vez no dia e então subiu as escadas para o seu quarto. Senti Rose começar a chorar ao meu lado e então eu a abracei, tentando consolá-la com meus braços, mas eu me sentia culpado e incapaz.

"Você não fez isso, Ronald Weasley!" A Sra. Weasley gritou incrédula correndo atrás do marido para obrigá-lo a reverter essa situação.

"Rose, eu tentarei falar com ele!" Hugo disse e a irmã assentiu agradecendo para ele, que foi guardar sua tigela de cereal.

"Rose, me perdoe! Eu não queria que chegasse a esse ponto, me perdoe!" Eu falei baixinho para que só ela escutasse e ela negou com a cabeça.

"Não, Scor, já estava na hora dele respeitar minha opinião! Se ele não respeita, do que adianta ter um pai?" Ela murmurou enquanto voltava a chorar e eu apertei-a com mais força, para tentar consolá-la, mas tudo o que eu pensava era em ir lá no andar de cima e quebrar a cara daquele idiota por fazer minha Rose sofrer, mesmo que este fosse o pai dela. "Me tire daqui, por favor! Não posso continuar nessa casa!"

"Vamos para o meu apartamento!" Eu disse e a peguei nos braços, mesmo sobre protestos dela. Coloquei-a no banco do carona de meu carro e então voltei até meu apartamento. Quando lá chegamos, ela parecia mais calma e eu ofereci um leite morno para acalmar os nervos.

"Como vai ser agora?" Ela me perguntou quebrando o silêncio que tinha se instalado ali desde a vez em que lhe ofereci o leite. Ela parecia perdida, sem saber o que fazer e também muito preocupada. Eu suspirei.

"Agora, a gente casa e vem morar aqui." Eu disse e ela abriu um sorriso satisfeito mesmo diante de todo o problema que ocorreu minutos antes. "E então, a gente vive felizes para sempre!" Comentei ao lembrar-me das histórias de conto de fadas, que não contém fadas de verdades como as que eu conheço, que ela já me falou ao respeito.

"É uma boa ideia!" Ela disse com um sorriso singelo, enquanto ainda estava encolhida na poltrona a minha frente. "Eu te amo, Scorpius! E não me arrependo de minha escolha."


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Notas finais do capítulo

E então valeu a pena ler? Gente, eu gostei muito e quero agradecer a quem leu e tal. Quero saber se vocês gostaram.
Eu não revisei muito bem, então se vocês virem algum erro, me avisa que eu ajeito, viu?
Final clichê ne? Mas é mais forte do que eu. E para quem conhece a música, percebeu que foi bem baseada mesmo, ne?
Enfim, beijos para vocês e ótimo 2015!!



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