O Metamorfo escrita por Gaia


Capítulo 1
Azul Cor do Céu


Notas iniciais do capítulo

Oooi, eu sou a Mu e vou começar a postar essa fic muuuito velha que estava mofando nos meus arquivos, hahah, espero que gostem, eu escrevi ela com muito carinho



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“Estava escuro, a névoa parecia opaca, cobrindo todo o vale. As árvores, cinzentas, pareciam adquirir expressões, principalmente de dor, de medo e de angustia, exatamente como Jennifer se sentia. Correndo sem rumo, sem direção, a garota demonstrava um desespero imenso a cada passo. Seus pés, que quebravam as folhas secas e conseqüentemente mortas, corriam cada vez mais rápido, involuntariamente pressionados pelo medo. Seu pescoço virava a cada passo, apavorada observava se ainda estava sendo perseguida por aquela besta, aquele menino extremamente familiar, de olhos azuis intensos, que possuía dentes caninos anormalmente grandes. Exatamente como presas.”

 
Jennifer acordara com um susto, ofegava sem controle e hesitou a levantar-se. Semicerrou os olhos quando estes encontraram a luz que vinha da janela. “Sol?” Sussurrou para si mesma. Tal surpresa fez com que ela batesse a cabeça no móbile que se encontrava em cima da janela iluminada.

- Jen! – uma voz distante chamou.

A garota, ainda observando a luz, respondeu depressa:

- Já acordei vô, obrigada!

Vestiu-se o mais rápido que pôde e desceu as escadas, pulando degraus. Depressa, fez seu café da manhã e estava pronta para sair quando palavras ecoaram em sua cabeça: “Cuide bem dele.”, a voz dizia. Jennifer girou os calcanhares e andou até o sofá.

- Bom dia vô. Estou de saída, ok? Precisa de alguma coisa?

- Não querida, obrigada, vá para a escola antes que se atrase. – murmurou o senhor sem tirar os olhos da televisão.

- An... Hoje é sábado, não tem escola. – a garota murmurou delicadamente. Ela sabia que seu avô estava mal da cabeça, tinha que cuidar dele e isso a fez amadurecer mais rápido do que todas as garotas típicas de dezesseis anos.

Jennifer suspirou e saiu de casa hesitante. Virou para a direita, em uma rua estreita, e andou sem rumo. Seus ouvidos apenas captavam o vento, batendo nas árvores e as folhas secas, sendo quebradas conforme ela andava. Por um instante se desligou do mundo. Relembrou de seu pesadelo e nele ficou, até ser surpreendida por uma voz rouca facilmente reconhecida.

- Hey Jenny! Tudo bom? – um garoto alto começou a andar ao seu lado.

- Oi Will... Já te disse para não me chamar de Jenny, é Jen.

- Ah, que diferença faz?! – ele olhou para o céu – Nossa, ta o maior sol! Acho que não faz esse sol a umas duas semanas, né?

- É... – a garota suspirou, sem tirar os olhos do chão. – A gente devia fazer alguma coisa diferente hoje, não é sempre que ta sol em um sábado. – pela primeira vez ela o olhou. Seus olhos a fizeram parar de andar e levar as mãos na boca, chocada.

- Que foi? Tem alguma coisa no meu rosto? – William começou a mexer em seu rosto, esfregando-o depressa. – Hein? – insistiu ao notar o choque aumentar no rosto da amiga.


- Não. Não é isso. Foi só um pesadelo que eu tive... – ela hesitou. – com os seus olhos.


- Ah. – ele suspirou aliviado. – Eu estou tentando imaginar o que os meus olhos estariam fazendo em um pesadelo.

 
Ela sorriu e continuou olhando para os olhos azuis do garoto.

 
- Seus olhos eram de um vampiro, sabe? – explicou Jennifer. – De um bem bonitão. – acrescentou ao ver o tom de desgosto na face do amigo.

 
- Ah, então agora eu sou um vampiro bonitão? Ano passado meus olhos eram de um peixe gigante, lembra?

           
- Como poderia esquecer? – ela riu. – Sabe, mas aquele vampiro era tão familiar, parecia muito com você. Mas não era. – ela afirmou se lembrando. – Não, não era mesmo... Talvez algum parente. – ela sussurrou, agora falando mais para si mesma.

           
- Não Jen, nenhum parente meu é vampiro. – Will ofegou abafando o riso.

           
Ela estava olhando para o chão de novo, perdida em pensamentos. Estava determinada a descobrir quem era o tal vampiro. Não sabia por onde começar. Conhecia tantos parentes de William, os Bullfiê eram muito populares na cidade e ela, por ser melhor amiga de Will, o filho mais novo, conhecia quase todos.

           
- Quem sabe seu irmão mais velho, o Paul? Faz tempo que eu não vejo ele, talvez seja.

           
- Nossa você ainda está pensando nisso? – o garoto revirou os olhos notando a seriedade nos olhos de Jennifer. - Você não precisa conhecer todas as pessoas com quem sonha, sabia?

           
- Eu sei... Mas é que eu nunca sonhei com um desconhecido... E esse vampiro, era muito, muito familiar. – ponderou.

           
- Talvez de outro sonho. – ele sugeriu. – Mas então, a gente vai fazer alguma coisa, ou vamos ficar falando do seu pesadelo idiota?

           
- O que você sugere? – ela perguntou sabendo que não ia esquecer o assunto do pesadelo, mesmo se quisesse.

           
- Sei lá, vamos à praia, que tal? – entusiasmado Will pegou na mão de Jen e a puxou, olhando-a sugestivamente.

           
- Ah, tem certeza? Sei lá, a gente sempre vai à praia. – Jen comentou.

           
- É... Mas nunca está sol para aproveitarmos. – retrucou o menino, já ficando impaciente. – Quer saber? Eu vou convidar outra pessoa, eu sei que quando você mete alguma coisa na cabeça, é impossível de tirar... – completou ele quando a amiga acenou negativamente com a cabeça.         

           
William se virou e saiu andando sem hesitar. Jennifer não fez nada para impedi-lo, precisava de um tempo sozinha para reorganizar as idéias, adquiriu uma obsessão por aquele vampiro de seu sonho. Precisava saber quem era, não era uma curiosidade qualquer, ela sentia alguma ligação com ele, uma ligação na qual nem ela, nem ninguém podiam explicar. Ela se concentrou na família Bullfiê, tentou lembrar de todos os parentes de Will que ela conhecia.

           
Não teve muito sucesso. Apenas teve alguns flashs de rostos que já havia visto no passado. Natal, ano novo, sempre festas, era onde encontrava a maioria dos parentes dele, e onde nunca prestou atenção em nenhum deles. Agora se arrependia por isso.

           
Jennifer não viu a hora passar, só se deu conta de que havia passado um bom tempo perdido em pensamentos quando começou a escurecer. Olhou para o céu e se deu conta de que não havia almoçado e nem cuidado de seu avô, que no momento devia estar morrendo de fome. Poe-se a correr para casa, não se importou com seus tropeções, estava frustrada, pois nada havia descoberto sobre o tal vampiro. Começou a achar que estava imaginando demais, afinal, era só um sonho.

           
- AI! – berrou ao dar um encontrão com alguém parado na frente de sua casa. Era um menino usando óculos escuros, estava parado, olhando para o nada.

           
- Desculpa! Você está bem? – o garoto perguntou à Jen fazendo um gesto para ajudá-la a levantar.

           
Jennifer hesitou, ficou imaginando porque o menino estaria usando óculos escuros no entardecer; não estava mais sol, não havia motivo. Pegou na mão dele esperando algo extraordinário, mas nada aconteceu, ele apenas a levantou.

           
- Sim, estou bem, obrigada. É... Posso te perguntar uma coisa? – hesitou, e ao ver que o menino acenou, continuou escolhendo bem as palavras. – Por que você está... Bem... Parado na frente da minha casa?

           
O garoto depositou a mão na nuca, demonstrando nervosismo. Olhou bem para a casa e suspirou.  

           
- Então você mora aqui?– ele perguntou. Jen acenou e continuou olhando-o esperando uma resposta para sua pergunta. – É... É bem bonita. Estava só observando.

           
- Obrigada. – agradeceu a garota estranhando. Corou ao notar que o menino estava a olhando fixamente. – Bom, tenho que ir.

             
Ela se virou para entrar quando o menino segurou seu braço.

           
- Espere. – ele pediu. – Você é a Jennifer, né?

           
Ela piscou depressa tentando entender o motivo dele fazer tal pergunta. Ele era incrivelmente bonito e ela não estava acostumada a meninos como esse se interessarem em qualquer coisa sobre ela.

           
- Sim. –ofegou. – Como você...

           
- O meu é Jude. – ele sorriu nervoso, a interrompendo de propósito.

           
- Prazer. – ela respondeu com um sorriso. – Você sempre usa óculos escuros quando não ta sol?

           
O garoto piscou várias vezes e depois começou a rir quando percebeu que ela estava falando sério.

           
- E você sempre faz essas perguntas estranhas para desconhecidos?

           
Ela fechou a cara.

           
- Você ainda não respondeu minha pergunta. – insistiu.

           
O garoto coçou a cabeça, angustiado.

           
- Eu sempre uso. – sussurrou desviando o olhar.

           
- O que? Os óculos?
           
- Quer saber, isso não é da sua conta.

           
Então Jude saiu andando para longe com passos largos e rápidos, sem hesitar. De repente, Jen se sentiu vazia. Sentiu-se imperfeita, irrelevante, incompleta.

           
Agora, certa de que tinha encontrado seu vampiro, ondas de pensamentos a arrastaram para longe. Dúvidas surgiram como ar, dúvidas que não havia respostas, das quais agora ela necessitava como água.

           
Um barulho familiar vindo de seu estômago a interrompeu. Estava com fome. Entrou em casa aos tropeções, sem pensar duas vezes, chamou por seu avô:

           
- Vô!
           
Nenhuma resposta.

           
- Já comeu? – gritou mais alto, andando em direção à sala, aflita. – Vô!
 
Com um suspiro de alivio, sentou-se no sofá, ao lado se seu avô adormecido. Sorrateiramente foi à cozinha procurar algo para saciar sua fome. Após procurar um pouco, achou o alimento perfeito para a situação; chocolate. Comeu rapidamente e preparou a janta para seu avô, olhou para o relógio na parede e esperou a hora da janta chegar. Colocou a mesa e se esparramou na cadeira, deixando a exaustão se manifestar.
           
Sem querer, seus pensamentos voltaram para Jude. O que ele estaria fazendo parado em frente de sua casa? Ela sempre o achou estranho, mas nunca parou para notar. E mesmo achando bobagem, Jennifer implicava com o fato dele estar de óculos escuros no fim de tarde. Queria desvendar os mistérios dele, sem saber porque. Apenas queria descobrir quem era. Chegou à conclusão que o descobrindo seria mais feliz de alguma forma, de repente sua vida adquiriu um sentido.

           
O jantar seguiu-se silencioso, só se ouvia os talheres batendo de leve nos pratos, que aos poucos se esvaziavam.

           
- Sabe, hoje eu vi um dinossauro! Muito bonito! Amanhã eu te mostro, ele é bem grande. – exclamou o velho de repente.
           
Pensando em outras coisas, a garota não respondeu. Apenas abriu um sorriso e acenou de leve com a cabeça.

           
Já tirando a mesa, Jennifer se perguntou se a vida dela começaria a melhorar depois dos acontecimentos do dia. Se achava boba por pensar tais coisas, mas não podia fazer nada, estava realmente cansada de ter que cuidar de seu avô sozinha. Se contentava com pouco, qualquer coisa que acontecia, para ela, já era uma esperança de mudança de vida.

 
Esperou seu avô dormir para então subir as escadas e deitar-se. Apesar da explosão de pensamentos, foi fácil dormir.



“Seu peito subia e descia, já não agüentava mais. O vento era tanto que rachava seus lábios e fazia seus olhos lacrimejarem, pensar em desistir já era um esforço enorme. Finalmente, seus joelhos cederam e seu corpo caiu favorecendo a lei da gravidade. Nem pensou em colocar a mão na frente, de tal modo que seu rosto bateu na terra áspera, lhe fazendo um grande corte. A besta que antes estava a perseguindo agora estava parada olhando-a com desprezo. Ela o olhou nos olhos e subitamente reparou na cor, eram azuis. Um dos olhos pareceu dar uma piscada discreta e isso foi, então, a única coisa que viu antes de apagar completamente. Aquele azul cor do céu.”

 

           
A garota acordou com um susto e ofegante, se tranqüilizou ao perceber que era apenas mais outro sonho. Após um tempo na cama, tentando organizar as idéias, resolveu levantar e ir ver que horas eram. Seu relógio marcava sete horas da manhã, mas não era possível, já que a lua ainda pairava no céu. Ainda olhando para a janela, notou que não ia conseguir voltar a dormir, mesmo se quisesse, sendo assim, colocou a roupa que havia usado no dia anterior e sem pensar, resolveu ir a praia, ver o nascer do sol.

           
Andando lentamente pela casa, tentando ao máximo não acordar seu avô, chegou rapidamente a porta de entrada, e saiu andando em direção à praia. Mesmo no escuro sabia o caminho, a garota costumava ir a praia todos os dias quando seus pais ainda eram vivos.             

           
Chegando lá, sentou em um montinho de areia, sem se importar com o que, ou quem, havia ao seu redor, fixou seu olhar no horizonte do mar e esperou pelo sol. A única coisa na sua vida que ela sabia que sempre a faria feliz, que nunca a abandonaria.

           
- Certo, isso está ficando interessante, estou descobrindo coisas engraçadas sobre você. Então além de fazer perguntas estranhas para desconhecidos, você costuma acordar no meio da noite para olhar a lua na praia? – uma voz familiar fez com que ela pulasse de susto e desse um gritinho estridente.

           
- Ah, oi. Eu estou aqui para ver o nascer do sol, não a lua. – finalmente falou ao reconhecer a voz de Jude. De novo, se sentiu confortada, como se precisasse daquilo de algum modo. Reparou propositalmente nos olhos do garoto, já sabia o que esperar, mas isso a chocou de qualquer modo, colocou as mãos na boca e arregalou os olhos.

           
- Ah, sim, eu sou o cara dos olhos azuis dos seus sonhos. E são três horas da manhã, sabia? Você vai demorar pra ver o sol nascer. – suspirou Jude com um sorriso torto no rosto.

           
Jennifer rapidamente levantou ao notar os grandes caninos que não havia notado antes. Andando para trás com pequenos passos, estremecia sem saber o que fazer ou dizer, o sentimento que antes era conforto agora havia se transformado em medo, um medo descomunal, inexplicável, era como se algo um sua mente a avisasse para manter distância. Assim fez, quando teve chance começou a correr, sem saber o que pensar.         

           
Por um momento pensou que era só mais um de seus sonhos, mas em instantes percebeu que não, que era bem mais real, e ela estava realmente se encontrando com um vampiro de um sonho. Não sabia para onde estava indo, se deixava levar pelo seus pés, e sua euforia.

           
Vencida pelo seu cansaço, sentou em uma raiz de árvore que se sobressaia no solo e ansiou que Jude não a encontrasse. Ofegante, colocou as mãos nos rostos e pensou na sua vida sofrida, sem querer, pensou que esse seria um jeito bem triste de morrer.

           
- “Menina foi mordida por um vampiro que julgou ver em sonhos anteriormente”. Ótimo, minha vida é realmente maravilhosa, até minha morte vai ser legal. – sussurrou para si mesma ironicamente.

           
- Ia ser uma ótima manchete de jornal... – ouviu de repente. Com um gritinho estridente, se levantou rapidamente e tentou não pensar em como ele havia chegado tão rápido.

           
Tentou correr sem olhar para trás, mas as mãos em seu braço a impediram.

           
- Er, me solta. Sabe como é, to atrasada, para, hm... – tentou.
           
- Lanche das três e meia da manhã? – Jude riu. – Olha, relaxa, eu não vou te morder ou algo assim.

           
- Ah, claro que não. – disse Jennifer, olhando sorrateiramente em busca de modos de sair da floresta. – Como se eu acreditasse em vampiros...

           
- E quem falou em vampiros? – O garoto deu um meio sorriso e sentou na raiz que se sobressaia, bloqueando a única passagem que Jennifer podia usar.

           
Sem pensar, Jennifer pegou um galho e apontou para ele com um olhar de ameaça, sabia que não podia confiar em Jude, mesmo com um sentimento de extremo conforto que tinha quando estavam juntos.

           
- Olha, sai da minha frente... Eu realmente não quero te machucar... Então... – levantou as sobrancelhas quando notou que ele não se movia. Tremeu o graveto, mostrando o que podia fazer e esperou alguma reação.

           
Jude olhou curioso e após alguns segundos, jogou a cabeça para trás e riu.

           
- Você realmente acha que pode me machucar com um graveto? Eu não vou te machucar e isso seria uma péssima idéia se você realmente estivesse em uma situação de perigo – ofegou ele, no meio das gargalhadas.

           
- Eu acredito em você... Então, já que não vai me machucar, você podia sair da minha frente, por favor? – sussurrou Jen já desesperada

           
- Se eu quisesse de machucar, eu já teria feito, ok? Então respira e deixa eu te explicar tudo, antes que você saia correndo de novo.

           
Era exatamente isso que Jennifer estava pensando em fazer, por um momento pensou em distraí-lo e sair correndo, mas sabia que ele a alcançaria de novo, então resolveu encarar, mesmo que isso significasse sua morte.

           
Sentou-se na raiz e o olhou curiosamente, se perdendo nos seus olhos azuis e imaginando como estes tinham parado nos seus sonhos, ou seria só acaso? Em instantes o medo se transformou em curiosidade, e ela pensou em todas as perguntas que queria fazer a Jude, talvez ele soubesse a solução de todos os mistérios de seu passado, que até hoje ela não descobrira.

           
- Então ta, se você não vai me matar ou algo assim, então porque esta me perseguindo? – ela suspirou, arriscando.

           
- Eu ia te explicar na praia, mas você saiu correndo que nem louca, e eu até achei engraçado o fato de que ia se perder na floresta...

           
- Eu não ia me perder! Sei exatamente onde eu estou. – ofegou Jen. – Mas não fuja do assunto... Quem é você? E o que raios você quer comigo?

           
- Bom, eu sou um guardião. E meu dever é te proteger em segredo... Claro que eu não fiz isso direito, afinal, você me descobriu. – ele colocou a mão na nuca e deu um meio sorriso.

           
Jennifer deu um sorrisinho nervoso e hesitou, evitando fazer a pergunta que veio a tona a sua cabeça. “O que é um guardião? E tem que me proteger do que?” Ela pensava. Mas invés das perguntas óbvias, soltou nervosa:
           
- Ah, como se eu precisasse de alguma proteção. Não acontece nada comigo, nunca aconteceu, então pára de me perseguir, seu psicopata!

           
Levantou-se e deu as costas, procurando de novo por uma saída que não fosse onde Jude estava. Tentou esconder sua ansiedade e nervosismo pós todas aquelas informações que para ela, ainda não significavam nada.

           
- Então, vai me deixar ir para casa ou não? – falou batendo o pé, com o nervosismo presente em seu rosto. “Guardião? Proteger?” Eram essas perguntas que realmente queria fazer, mas se achava boba por acreditar em tais coisas.

           
Os olhos de Jude estavam arregalados, obviamente demonstrando que não esperava esse tipo de reação, então com passos marcados, finalmente saiu de cima da raiz, liberando a passagem para Jennifer, que correu sem hesitar.

           
A mente de Jen estava lotada de perguntas sem respostas, e pensamentos aleatórios. De novo, percebeu que precisava de Jude, precisava vê-lo, como se, de alguma forma, necessitasse dele. Resolveu ocultar seus pensamentos colocando seus fones no ouvido, com a música no volume máximo.

           
Finalmente chegou em casa ofegante. Tentou não fazer barulho ao subir as escadas, e automaticamente, foi para cama, tendo a certeza de que, dessa vez, ia conseguir dormir. Apesar do excesso de informação em sua mente, o cansaço era maior.


“A menina abriu os olhos lentamente, e apesar das dores, sentiu alívio de não ver mais aquela besta a perseguindo. Percorreu as mãos pelo seu corpo e respirou fundo ao perceber que não havia sangue, olhou para os lados e nada via, apenas árvores mortas, cujas folhas já estavam secas no chão. Ofegou e, com dificuldades, finalmente levantou, ela já não sentia suas pernas, mas algo em sua cabeça a fez continuar. Ela precisava andar, precisava sair de lá, precisava reencontrar aqueles olhos azuis, aqueles que tanto a amedrontaram e traumatizaram, e que, mesmo assim, a hipnotizara tanto, a ponto de ser a única coisa que ela conseguia pensar.”


“QUAL É!!” – foi o primeiro pensamento de Jennifer ao acordar.

 


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Notas finais do capítulo

É isso, espero que tenham gostado, sintam-se a vontade para fazer comentários, sejam críticas ou elogios ^~