Changes escrita por keity


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Hey, mais um capítulo pra vocês, obrigada pelos comentários, é um incentivo pra postar e obrigada também a quem favoritou, isso deixa a autora muito feliz.



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É claro que não consegui prestar atenção em nenhuma aula, todo o momento fiquei imaginando o que Damon iria me dizer, assim que a aula acabou eu fui direto para uma lanchonete perto da faculdade e mandei uma mensagem pra ele me encontrar lá.

Fiquei sentada feito idiota, o lugar estava lotado, as pessoas estavam me olhando de uma maneira estranha porque eu estava sozinha, se Damon demorasse muito tenho certeza de que iriam pedir pra que eu liberasse a mesa.

Mas felizmente ele não demorou, quando chegou ficou olhando ao redor tentando me encontrar, quando enfim me viu deu um sorriso torto que devo admitir era até que charmoso, ai meu Deus o que eu estou pensando? Conforme ele se aproximava da mesa eu notei algumas garotas o observando descaradamente, e o idiota sabia do efeito que causava nas mulheres porque o sorriso aumentava a cada piscadela que recebia. Não entendo como Elena suportava isso, sinceramente que cretino, dando mole pra tudo quanto é garota.

_Você é muito convencido mesmo. - comento enquanto ele se senta na cadeira a minha frente.

_Eu não tenho culpa de que sou atraente.

_Como a Elena te aguentava?

_Como se ela não causasse o mesmo efeito nos homens. - esnobou ele. - Era um jogo particular nosso, quem levasse mais cantadas no final da noite ganhava, posso afirmar que ela sempre ganhava.

Isso era bem a cara da Elena mesmo, sempre gostou de chamar a atenção mesmo que se recusasse a admitir. Ela é linda e sabia disso, assim como Damon sabe que é bonito, por isso são confiantes em tudo que fazem, talvez seja por isso que começaram a namorar, eles são bem parecidos.

_Enfim, desembucha. - digo, afinal ele não estava ali pra paquerar e sim pra me contar o porque costumava nos atormentar tanto na escola.

_Antes de qualquer coisa, eu não sei se o que vou te falar fará com que você mude de ideia a meu respeito, só estou te contando porque você não tem culpa de nada e sinto que te devo pelo menos uma explicação. Pelo menos tente se colocar no lugar de um garoto de dezesseis anos, isso pode ajudar a me compreender.

_Para de enrolar Damon. - falo secamente.

_Quando eu era criança, eu e meu irmão mais novo eramos inseparáveis, e a gente morava numa casa bem afastada do centro da cidade, meus pais queriam que nós tivéssemos uma infância como a deles, nós brincávamos na rua até tarde e eramos amigos de todos os vizinhos da nossa idade. Quando eu tinha doze anos e meu irmão dez, uma garota se mudou pra casa ao lado da nossa, nós logo fizemos amizade com ela, nos tornamos "o trio" era assim que nos chamavam, o fato de termos nos aproximado dela fez com que nos afastássemos das outras crianças, pois a maioria não gostava de Katherine, Stefan e eu não conseguíamos entender o motivo, a medida que crescíamos eu ficava cada vez mais próximo de Kath e nos apaixonamos, quando eu tinha quatorze anos pedi ela em namoro, ela aceitou com a condição de que nosso namoro ficasse em segredo, dizia que era porque o pai dela não deixava ela namorar até que fosse mais velha, eu concordei, então sempre nos encontrávamos as escondidas. Eu achava aquilo tudo o máximo, era um dos único garotos da minha idade que eu conhecia com uma namorada, o único problema é que eu não podia contar pra ninguém, eu amava aquela garota, nunca a trairia, por essa razão nunca comentei sobre nosso caso nem mesmo com meu irmão, que na época era um dos meus melhores amigos. Quando fiz quinze anos decidi arrumar um emprego, eu queria ter meu próprio dinheiro pra quando eu saísse com a Katherine pudesse comprar coisas pra ela. Eu era um bobo apaixonado, trabalhava durante a tarde, que era quando Kath estava na escola. Ela estudava na mesma sala que meu irmão, e eles sempre passavam pelo lugar onde eu trabalhava pra gente poder ir pra casa juntos. Só que num dia eles estavam muito atrasados e eu já estava ficando preocupado com a demora deles, decidi fazer o caminho até a escola pra ver se tinha acontecido alguma coisa. No meio do caminho avistei os dois, eles estavam numa sorveteria nova que abrira fazia alguns dias, senti um alivio de imediato afinal eles só estavam comprando um sorvete, o lugar estava cheio então isso explicava a demora, decidi assustar os dois, me escondi atras de um grupo de adolescentes e me aproximei do lugar, só que quando eu cheguei mais perto pude ouvir o que eles falavam.

* * *

"O Damon deve estar esperando a gente." dizia Stefan.

"Relaxa, ele espera mais um pouquinho."

"Ah Kath, não sei, ele pode estar preocupado, a gente está aqui já faz mais de meia hora."

"Se você ficar reclamando muito não vai ganhar beijinho mais tarde." - disse Katherine fazendo biquinho.

* * *

_Quando ouvi aquilo. - continuou Damon. - Fiquei sem reação, aquela era uma das frases mais faladas por Katherine, mas sempre se dirigiam a mim, era a maneira a qual ela conseguia que eu fizesse o que me pedia. Continuei escondido esperando que ela falasse algo que me deixasse menos desconfiado, Stefan falou uma coisa pra ela que eu não consegui ouvir e ela sorriu, depois o beijou, na frente de todo mundo, eu fiquei parado em choque com a cena. Sem saber o que fazer e muito magoado pra dizer qualquer coisa pra eles, apenas me virei e fui pra casa.

_Okay, seu irmão roubou sua namorada, mas o que isso tem a ver comigo e a Elena? - interrompo-o.

_Já você vai entender. Enfim, quando meu irmão chegou em casa naquela noite, brigamos feio, ele não sabia que eu e Katherine estávamos juntos, mas mesmo assim eu o culpei, eu o xinguei de tudo quanto é nome e ele retrucou mesmo sem ter ideia do porque do meu escândalo, quando eu lhe disse sobre Katherine ele pareceu um pouco arrependido mas depois disse que a amava e que não iria abrir mão dela só porque eu estava dizendo que a amava também. Como eu era o mais velho acabei levando a culpa por tudo quando meus pais chegaram pra tentar separar a briga. Depois desse dia eu não falei mais com meu irmão. Katherine veio falar comigo somente uma vez depois do ocorrido e era pra terminar tudo, ela escolheu ficar com meu irmão ao invés de mim. Eu sai do emprego, tentava ficar longe deles, quase não ficava em casa, eu não suportava vê-los juntos e felizes enquanto eu estava miserável. Comecei a beber e sempre chegava de madrugada em casa, meus pais um dia me pegaram chegando bêbado e praticamente me expulsaram, eu tinha dezesseis anos, eles me mandaram pra cá, meu tio Zack morava aqui então eles decidiram que seria melhor pra nossa família que eu me afastasse um pouco, então imagina, um garoto de dezesseis anos perdeu a namorada pro irmão mais novo, perdeu o irmão mais novo pra namorada, foi praticamente expulso de casa pelos pais, teve de se mudar pra uma cidade a qual não conhecia ninguém, nem o próprio tio. Eu estava revoltado. Mas quando cheguei aqui, percebi que podia fazer bem a mim, eu poderia finalmente esquecer a Katherine e seguir em frente, eu era apenas um adolescente, podia muito bem me apaixonar de novo, tinha a vida toda pela frente. Mas então as aulas começaram e eu vi a Elena pela primeira vez. Ela me lembrou a Katherine, se eu tivesse uma foto dela aqui você também acharia as duas muito parecidas, e olhar pra ela doía, porque eu me lembrava daquela garota. E eu fiz com a Elena tudo o que eu queria ter feito com a Katherine, você Bonnie nunca me fez nada, mas como sempre defendia a Elena acabou se tornando alvo também, eu não conseguia parar de magoa-las, isso me fazia bem, agora eu vejo que foi errado, mas não tem como mudar o que fiz. Um pouco depois de terminarmos o ensino médio meu tio faleceu e eu tive de voltar a morar com meus pais, meu irmão não namorava mais Katherine, parece que ela fez com ele o mesmo que fazia comigo. Confesso que senti uma pontinha de felicidade com isso. Stefan e eu fizemos as pazes, ambos nos unimos pelo ódio que sentíamos de Katherine, mas depois de um tempo eu comecei a me sentir muito mal pelo que fiz com vocês aqui. Decidi voltar pra me redimir, e foi o que eu fiz, ou melhor tentei fazer, Elena me perdoou, eu me humilhei na frente dela praticamente, e ela deve ter percebido o quanto eu estava arrependido, ela é uma boa pessoa sabe, ela disse que não importa o que eu havia feito, o que importava era que eu tinha mudado. Eu me apaixonei por ela, de inicio ela não quis saber de mim, mas fui insistente até que consegui que ela me desse uma chance, e o resto você já sabe, nós começamos a namorar.

Quando ele terminou de falar, parecia exausto, confesso que eu não o odiava tanto no momento, afinal ele era um menino perdido e confuso quando se mudou pra cá, mas um coração partido não justificava o que ele havia feito com a gente, mas ele parecia sinceramente arrependido do que fez, isso fez com que ele subisse um pouco no meu conceito.

_Olha, eu sei que deve ter sido difícil pra você, mas isso não justifica nada. - digo.

_Eu sei que não, mas eu tinha de tentar. Eu realmente sinto muito Bonnie. - ele me olhava intensamente, eu via verdade em seus olhos, ele nunca havia me pedido perdão, e pela maneira como me encarava pude notar que ele não fazia isso com frequência, ele não era como muitos de nós que pedimos desculpas até quando pisamos sem querer no rabo de um cachorro, desculpas pra mim era praticamente uma palavra que saia automaticamente da minha boca quando eu fazia algo de errado ou que machucasse alguém mesmo que sem querer. Ah fala sério, eu peço desculpas até pro meu celular quando o derrubo, ou até mesmo pra um livro quando amaço uma página. Mas olhando nos olhos de Damon agora, percebi que ele não era de pedir desculpas em vão, ele só dizia isso quando era realmente muito importante.

_Eu te perdoo. - Essas três palavras saíram de minha boca antes mesmo que eu pudesse pensar nelas. Ele sorri melancolicamente e eu tive uma sensação estranha, um frio na barriga, eu me senti um pouco sem graça ao ser encarada por ele. Droga, desviei o olhar, não que ele pudesse perceber meu constrangimento mas não sei, tive de desviar o olhar, foi mais forte que eu.

_Obrigado. - disse ele. - Você vai me ajudar a falar com a Elena?

Eu aceno afirmativamente mas confesso que me senti estranha ao concordar com isso. Eu fiquei um pouco... decepcionada por ele ter citado o nome de Elena justo agora, mas tentei não demonstrar qualquer emoção. Eu não estava entendendo o porque de eu estar me sentindo daquele jeito.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, beijos e me digam o que estão achando :)



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