Asphalt Café escrita por Victane


Capítulo 37
Now Screwed Everything!


Notas iniciais do capítulo

Hey, como eu disse, continuarei postando, até não ter mais capítulos porque como eu disse a fic foi cancelada :(
msm assim aproveitem, ainda tem o bom nmr de capítulos a serem postados
E como eu vivia dizendo antes na fic, terá o tempo de cada casal, já teve muito ZORi, agora adivinhem de quem vai ser a vez? Isso mesmo... Aproveitem BADE, :D uhuh



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Jade, Beck e David finalmente chegaram á Toronto, no Canadá onde Beck morava. Era de manhã cedo e Jade não estava muito animada por ter que estar de pé àquela hora. Beck fora o único que não conseguira descansar totalmente no avião, parecia estressado pensando naquela viagem. Pegaram um táxi e pararam de frente a sua antiga casa. Jade esperava bem menos, mas estava diante de uma casa magnífica, o bairro era calmo, atrás da casa tinha algumas árvores, e até um campo arriscando olhar de longe, a residência do Oliver era grande e aconchegante, parecia realmente uma casa de família, coisa que Jade nunca pode conhecer de verdade, pois sua casa era tudo, menos normal. Antes que entrasse na casa, notou um grande trailer do lado de fora, estacionado na calçada, ele parecia velho, mas ao mesmo tempo, parecia estar esperando alguém. Os três entraram na casa, e Jade imaginou todos dormindo já que ainda eram 7h da manhã e se fosse com ela, provavelmente estaria em sua segunda fase de sono, mas assim que o pequeno portãozinho de entrada fora aberto, uma mulher de cabelos negros e olhos intensamente castanhos apareceu, sorridente na frente deles. Jade pensou no tempo que a Senhora ficara sem ver seu filho, mas foi para ela que a mulher correu para abraçar, a fazendo ficar surpresa.

— Nossa, caramba, que emoção. Jadelyn, não é? Nós estávamos muito ansiosos pra ver você! – Disse Charlotte, a mãe de Beck.

— Mãe, eu estou bem aqui. – Beck apontou para si, sorrindo de canto, e a mulher o abraçou fortemente.

— Oh, nossa e quem é esse garoto? – Perguntou a mulher apontando para David que olhava as redondezas como um explorador. – É seu filho, Jade?

— O que? Não! – Falou quase engasgando, como aquela mulher podia pensar assim dela? – Ele é meu irmão mais novo, espero que não se importe. – Disse educadamente.

— Claro que não! DAMIAN, MASON, VENHAM CONHECER A NAMORADA DO BECK. – Gritou Charlotte deixando alguns objetos de lado e entrando na casa, só assim Jade pôde perceber que antes ela estava regando as plantas. Damian, o pai de Beck, era um senhor baixinho, um pouco corpulento e calvo, ele apertou a mão de Jade formalmente e sorriu gentilmente para David.

— Jade, esse é meu tio Mason, ele mora conosco, quer dizer, com minha mãe e meu pai. – Explicou Beck apontando para um homem de cabelos ruivos e de olhos castanhos tão intensos como todos daquela família. – Ele é casado com minha tia Ruthie que está viajando... – Informou Beck.

— Ah, prazer em conhecê-lo! – Disse Jade sorrindo para o homem. – Tia Ruthie? Aquela que você disse que era mais feia do que a Tori parecendo um zumbi naquela foto que te mostrei? – Sussurrou Jade arrancando um riso de Beck que logo se recompôs para que ninguém notasse.

— Beck, querido, porque não coloca as malas de vocês nos quartos lá em cima, preparei o ultimo quarto para Jadelyn e ela pode dividi-lo com seu irmão, ande... – Disse a Senhora Oliver. Jade franziu a testa para Beck que notou o que a incomodava.

— Não vamos dormir juntos. – Falou Beck sem emitir som, Jade conseguiu entender e com cara feia assentiu.

— Jadelyn, querida, venha me ajudar com o almoço, assim podemos conversar mais... – Falou Charlotte e Jade revirou os olhos, mas logo tratou de se endireitar, pois não queria parecer chata ali, então foi ajudar a mãe de Beck. Ao retornar depois de arrumar as malas nos devidos quartos, Beck ficou surpreso quando viu Jade cortando verduras com sua mãe enquanto conversavam, pareciam empolgadas, David fizera um novo amigo, pois conversava com seu tio Mason, enquanto o mesmo tentava assistir o jogo de hóquei em sua cadeira de balanço.

— Como você pode ser ruivo e morar no Canadá? – Perguntou David fazendo Beck rir, seu tio teria que se empenhar pra ficar com o garoto.

— Beck, venha comigo, filho, tem alguém com muita saudade de você. – Damian o puxou para perto e os dois saíram da cozinha, Jade que havia escutado parecia preocupada sobre de quem o pai de Beck estava falando.

— Cuidado, querida! – Alertou Charlotte ao mesmo tempo em que Jade soltara um “ai” quando se cortara com a faca. – Venha aqui, precisamos fazer pressão nessa coisa. – A Senhora Oliver foi pegar um pano e uma caixa de primeiros socorros, e aproximou-se de Jade.

— Não precisa! – Jade rapidamente levou seu dedo até a boca, chupando o sangue que saía dele. Charlotte arregalara os olhos, agora com o esparadrapo em mãos para fazer um curativo na morena. Depois que o sangue parou de sair de seu corte, Jade deu de ombros, e pegou apenas um band-aid, o enrolando de mau jeito no corte e sorrindo prática para Charlotte.

— Nossa, você é... Hum... – Charlotte não completou a frase e apenas se dirigiu para continuar o almoço. – Estou vendo que não tem muita prática na cozinha, Jadelyn.

— É, não costumo cozinhar, só quando realmente preciso. – Respondeu dando de ombros.

— Vida de artista né? – Falou simpaticamente a Senhora Oliver enquanto retirava uma pequena caixa da geladeira e fritava o conteúdo da caixa na frigideira. – Confesso que adorei saber que meu filho tem uma namorada e que ela mora em Los Angeles, mas odeio o fato dele estar longe de casa. Você não acha que ele ficaria bem melhor aqui conosco? Claro, sem querer interferir na relação de vocês dois. – Perguntou Charlotte tentando levar Jade para sua causa.

— Não, acho que o Beck está feliz em Los Angeles, não acho que seria bom pra ele voltar á morar aqui! – Falou sinceramente enquanto procurava tarefas para se fazer.

— Mas ser professor, ele pode ser professor aqui no Canadá. Uma mãe sempre quer ter seu filho por perto. – Admitiu Charlotte.

— É, mas o Beck tem alunos que realmente precisam dele lá em Los Angeles, como o David, que o adora. – Opinou Jade.

— O Beck é 10! – Falou David dando um intervalo de perguntas para Mason que tentava assistir seu jogo em paz. Charlotte sorriu com o elogio do garoto, mas continuava um pouco triste por Beck ter que morar longe dela.

— Caramba, como eu estava sentindo sua falta. – Jade escutou a voz de Beck e esticou o pescoço para ver além da porta da cozinha da casa, mas foi tarde demais. Uma coisa pulou em sua direção, a fazendo cair pra trás, derrubando o molho de tomate que estava em mãos, a garota bateu com a cabeça no balcão, e o molho foi todo derramado em cima dela. Toda casa ficou em silêncio, mas foi David que o quebrou.

Agora ferrou tudo!— Comentou enquanto esperava a reação raivosa de Jade. Só então, a morena pode perceber que o que havia a derrubado era um labrador de cor creme e muito grande, que agora lambia sua bochecha. A garota se levantou, ainda com a boca aberta em surpresa e toda coberta de molho de tomate.

— Cachorro idiota, Grrr! – Grunhiu fitando o cão, raivosamente.

— Jade, quero que conheça o Joe, ele é o cão da família, não é fofo? – Perguntou Beck apoiando a cabeça sob o dedo indicador e fazendo um leve biquinho para a morena, depois rindo debochadamente sobre a situação em que a garota estava e a cara que ela fizera depois de sua pergunta sarcástica. Charlotte arregalou os olhos quando viu a garota fazendo uma careta, como se tentasse se controlar. Jade respirou fundo, fechando os olhos e quando os abriu, sorriu para todos da sala mesmo coberta de molho.

— Uma graça! – Falou pausadamente fitando o cachorro que mostrava a língua para a garota, como se debochasse dela. – Beck, eu posso tomar um banho?

— Claro, tomatinha... – O canadense aproximou-se mais dela, ficando cara a cara com a garota enquanto esbanjava um sorriso de “eu te avisei que não seria fácil”, Beck passou o dedo nos lábios de Jade, retirando um pouco de molho que havia ali e o levou até sua boca. Jade cerrou os dentes, vendo como o garoto estava adorando aquilo. Damian, Mason e Charlotte observavam tudo atenciosamente.

— Ufa! – Disse David convencido que depois do quase ataque a irmã não faria mais nada perigoso depois daquilo.

— Hum... Querido, porque você e Jadelyn não tomam um banho de piscina em? Pode se lavar ali mesmo no chuveiro do lado de fora, querida, andem, melhor pra relaxar o humor... – Charlotte sorriu apreensiva. – Andem, hoje teremos o seu preferido para o almoço, Beck.

— Nuggets de frango frito? – Perguntou o canadense e sua mãe assentiu. – Vamos Jade, você a ouviu, podemos tomar banho de piscina, e mais tarde almoçaremos, mamãe te contou que tem macarrão? Ah, e com molho. – Beck segurou o riso, deixando Jade ainda mais brava, a garota apenas andou na frente e o garoto a seguiu, ainda tendo que segurar o riso.

 

 

— Você realmente fica muito gata de biquíni. – Disse Beck fitando Jade com desejo quando a garota se jogou na piscina.

— Não venha falar comigo, Oliver, você praticamente apontou o dedo na minha cara lá dentro. – Jade cruzou os braços, indo para a borda da piscina enquanto Beck mergulhava. Assim que o garoto chegou à superfície, levou as mãos até o cabelo e colocou pra trás sorrindo sedutoramente para Jade, que tentou não parecer estremecida com aquilo.

— Sim, eu praticamente apontei o dedo na sua cara, depois o lambi, porque você tava sujinha de molho, tomatinha. – Riu aproximando-se de Jade. A garota o empurrou de leve e decidiu mudar de assunto. Observou ao redor, a piscina ficava atrás da casa, e ali ao redor haviam plantas de todos os tipos, deixando tudo aquilo com um ar natural, além do grande campo que ficava depois dali.

— Não me chame assim, Oliver. Vai me dizer por que tem um trailer de frente a sua casa ou não? – Perguntou batendo seus pés na água delicadamente, aquilo era refrescante.

— Ah, o RV, bom, ali era onde eu morava... – Jade arqueou a sobrancelha. – Basicamente meus pais disseram que enquanto eu vivesse debaixo do teto deles eu teria que respeitar suas regras, então comprei um RV e comecei a morar lá, meu teto, minhas regras. – Explicou o garoto.

— Isso é bobo. – Comentou Jade fazendo Beck rir pela total sinceridade da garota. – Mas faz sentido! – Jade sorriu se aproximando do canadense e dando olhares intensos para sua boca enquanto sentia o forte desejo de beijá-la. Antes que pudessem fazer alguma coisa, ouviram um barulho e viram Joe correndo sobre suas quatro patas, arrastando algo. Era David que tentava segurar a corrente do cachorro enquanto era arrastado e soltava gargalhadas toda vez que caía. Jade riu daquilo, o que fez Beck fazer o mesmo, enquanto alisava a bochecha da morena.

— Cuidado, garoto. Minha Santa! – Exclamou Mason, colocando a mão no coração como se algo trágico fosse acontecer.

— Então, cadê aquela sua tia chata que iria nos separar? – Perguntou Jade dando um selinho em Beck e o fitando como se o desafiasse.

— Eu não acho que ela vá aparecer aqui hoje, talvez ela nem saiba que você virá por aqui, acho que... – Tentou Beck, mas os dois foram atrapalhados.

— Minha Santa... – Dessa vez Mason não parecia tão preocupado com David e o cão, ele arregalara os olhos para o interior da casa. – Ela veio... – Antes que mais perguntas surgissem, uma senhora de cabelos negros e curtos como os desses cortes que as famosas estão fazendo ultimamente, rechonchuda e pálida, roupa e bolsa de grifes, óculos de sol no rosto, segurando um mini cachorro ao seu lado, apareceu na porta de trás da casa, fitando Beck e Jade na piscina.

— Onde está a famosa mulherzinha que meu sobrinho Becket Oliver inventou de trazer para apresentar a família, só para eu ter o desprazer de conhecê-la? – Perguntou a mulher fitando Jade com olhos semicerrados e fazendo Beck e o resto da casa engolir em seco enquanto esperavam pela resposta da West...

 

 

— Mulherzinha? – Jade encarou a mulher com olhar irritado, iria sair da piscina, mas sentiu mãos pousando em seu ombro, era Beck tentando acalmá-la. A garota lembrou que estava na casa dos pais do garoto, e aquela mulher que parecia o pesadelo em forma de gente estava na sua frente, por isso ela não poderia enfrentá-la e sim, manter o mínimo de calma possível. Jade respirou fundo e saiu da piscina, pegando logo uma toalha, Beck fez o mesmo e parou ao lado de Jade, ambos fitavam a mulher.

— Jade, essa... Essa é a minha tia Mercedes. Mercedes Grünewald. – Apresentou Beck tentando parecer calmo. Mason e David observavam a cena com calma. Mason porque sabia que a mulher conseguia estragar qualquer relacionamento que encontrava, e David porque logo de cara não gostava dela, quem ela pensava que era pra chamar sua irmã de “mulherzinha”? – Tia, essa é minha namorada, Jade West.

— Grünewald? Como o pintor alemão? – Perguntou Jade achando aquilo tudo inusitado.

— Oh, parece que sua namoradinha tem entendimento em arte, não é mesmo? Hum, são poucos o que entendem a homenagem que meus pais fizeram ao me dar esse sobrenome. – Afirmou Mercedes com a expressão dura.

— Prazer em conhecê-la, Sra. Grünewald. – Esforçou-se Jade para parecer simpática, mas o pequeno sorriso de lado que tentava fazer crescer não estava funcionando, pareceria ainda mais falso se ela tentasse mais. Logo de cara, ou até antes de conhecer a tia de Beck, já não ia com a cara dela, e ainda mais agora que a conhecia pouco e já não gostava do modo como ela se referia a ela.

— Não tenho prazer nenhum em conhecê-la. Anda, vamos almoçar! – Falou nem sequer olhando nos olhos de Jade. – CHARLOTTE! Meu bebê está faminto! – Falou entrando na casa com o cachorrinho ainda na bolsa, grudada com ela.

— Nossa! – Jade espantou-se com a grosseria da mulher, nem ela conseguia ser assim.

— Não deixe ela te intimidar, mas também... Hum... Por favor, não bata de frente com ela, é uma situação delicada. – Falou Beck beijando sua bochecha enquanto, depois entrara na casa.

— Ela é uma chata! – Afirmou David com a cara fechada.

— Calado, garoto, infelizmente temos que conviver com essa mulher. Vem, vamos comer! – Falou abraçando o garoto de lado e entrando na casa juntamente com ele. Mason apenas observava a cena de longe, torcendo para que tudo acabasse bem, já que conhecia o gênio de Mercedes. Quando todos estavam na mesa, o almoço havia sido servido e todos comiam enquanto conversavam aleatoriamente até que...

— Não havia visto o garoto... – Apontou Mercedes olhando para David que já fazia um bom tempo que estava ali. – Anda acolhendo garotos da rua agora, Charlotte? – Provocou fitando Jade, a garota assumiu um tom vermelho, mas respirou e conseguiu responder.

— Não, ele é meu...

— Seu filho? Oh, querida, infelizmente conheço várias garotas como você que tem filho cedo e se perdem em um mundo totalmente depressivo, cheio de drogas e álcool e... Tatuagens, piercings e arte... – Alfinetou Mercedes. Seu olhar dizia a todos que parecia calcular cada passo para irritar a morena.

— Ele é meu irmão. – Jade continuou, fitando-a com olhos semicerrados, enquanto tinha os dentes trincados em raiva.

— Não ligue para a Mercedes, ela não gosta muito de artistas...

— Principalmente os desconhecidos. – Soltou Mercedes, comendo sua salada.

— Artistas, músicos e filhos... Fora do casamento. – Charlotte pareceu tensa. – Mas ainda assim sabe tudo sobre o mundo artístico, você tem que ver, Jadelyn... Ops, Jade. – Sorriu para a morena.

— É... Jadelyn... – Mercedes aproveitou a deixa de Charlotte e chamou Jade por seu nome completo vendo que ela não gostava. – Sou de um tempo onde existiam artistas de verdade, não esse onde as cantoras precisam ficar quase peladas no palco para ganharem dinheiro. Aprecio a boa música e ainda mais a arte, o teatro com peças clássicas e tudo do jeito antigo... Você e seu filho deveriam tentar aprender algo assim algum dia... – Falou brincando com o tomate em seu prato enquanto encarava Jade que parecia quase explodir sentada ali com todos, Beck segurou a mão da morena por debaixo da mesa, alisando a região com o polegar, tentando acalmá-la. Percebendo que a morena era fácil de tirar do sério, Mercedes decidiu pegar mais leve, ainda tinha muito tempo para irritá-la. – Já que você tocou no assunto, Charlotte. Mason, como ainda aquele seu filho delinquente que engravidou uma garota de menor? Ele continua desempregado? E a garota? Continua repetindo de série na escola? – Jade ficou pasma com a quantidade de veneno que saía da boca daquela mulher.

— Nós estamos o ajudando como podemos, Ruthie e eu. – Disse Mason simplesmente.

— Ah, Ruthie... Aquela mulher realmente se esforça para ser uma boa mãe, mas pelo visto... O futuro não guardou coisas boas para ela. – Mercedes sorriu realizada por ver que Mason abaixara a cabeça, comendo calado. – Beck se irritou com aquilo, seu tio era uma das melhores pessoas que ele conhecia, sempre alegre, animado e receptivo e aquela mulher dissera apenas uma frase e acabara com ele daquele jeito.

— Você odeia filhos fora do casamento, tia... Eu fui um filho fora do casamento. – Comentou Beck.

— É... Verdade... – Mercedes parecia feliz por ver o canadense tocar no assunto. – E deve ter sido por isso que o casamento dos seus pais não tenha dado certo, deve ter sido por isso que sua mãe largou o seu pai para ficar com um homem mais novo. – Falou Mercedes. Jade parecia perdida com aquela situação, não sabia de nenhuma história dessas da família de Beck e não sabia como aquela mulher tinha coragem de falar assim da sua própria irmã.

— Beck é amado por nós dois, isso basta! – Falou Damian que até então estava calado. Mercedes o encarou surpresa, ele não parecia que iria dizer nada, mas continuou. – E Charlotte e eu, estamos juntos novamente, não é? Então estamos dando certo até hoje, e resolvemos deixar o passado para trás. – Disse zangado.

— Claro, claro... Mas eu não dou um mês para ela... – Tentou Mercedes.

— MERCEDES! – Damian gritou ameaçando-a com o olhar. Mercedes o encarou surpresa enquanto sua boca ainda estava aberta, de repente o clima ficou tenso e os dois apenas se fitavam sem falarem nada.

— Mas e você? Quem é seu marido? – Perguntou David, fazendo todos o encararem. Mercedes ficou naturalmente incomodada com o assunto, enquanto se remexia na cadeira, esse parecia o único assunto que a deixava desarmada.

— Como você é esperto, não é David? Está gostando da comida? – Perguntou Charlotte mudando de assunto. – Falando em crianças, Jade, olhe que foto linda do Beck, quando ele era mais novo. – Charlotte pegou um porta retrato ali perto e mostrou a Jade, a foto.

— Mãe! – Reclamou Beck enquanto Jade fitava a foto com um pequeno esboço de sorriso. A morena o achava lindo, mesmo pequeno, mas se perguntava para quantas namoradas a mãe de Beck já tinha mostrado essa foto, ou muitas outras de quando ele era menor, então devolveu a foto e não comentou absolutamente nada.

— Se você quiser, tem muito mais de onde veio essa... Tem um baú onde eu... –Tentou Charlotte.

— Não! – Respondeu Jade abruptamente. Charlotte arregalou os olhos. – Não quero ver fotos do Oliver pequeno... – Jade observou os rostos de cada um na mesa, até David parecia avisá-la que ela tinha falado besteira. – Hum... Obrigada mesmo assim! – Tentou consertar, mas ainda tinha soado meio arrogante. Todos voltaram a comer novamente.

— Eu quero jogar! Esportes aliviam a alma, você não acha, Jadelyn? – Perguntou Mercedes esperando uma resposta.

— Claro! O que gosta de jogar? – Perguntou um pouco aliviada por terem mudado de assunto e relevado sobre as fotos de Beck, mesmo que quem tenha puxado a conversa fora Mercedes.

— Futebol! Se importa em jogar comigo? – Mercedes sorria verdadeiramente. Jade entendeu aquilo como uma oferta de paz, mesmo que preferisse odiar aquela mulher infinitamente em seu intimo.

— Claro, sou ótima nisso, podemos jogar depois. – Respondeu simplesmente. Arriscou olhar para todos na mesa e eles pareciam ainda mais tensos. Beck mexia a cabeça em negação como se dissesse que aquilo era terrível, mas Jade não via perigo em uma senhora jogando futebol americano.

— Perfeito! – Mercedes bateu leves palminhas. – Quero todos vocês daqui a quinze minutos no campo, preparem-se, teremos um ótimo jogo! – Mercedes saiu da mesa, indo na direção das escadas, para os quartos. Todos arregalaram os olhos vendo que aquilo não iria dar certo, mas Jade parecia à única tranquila ali.

 

 

Jade, Beck, Charlotte, Damian, Mason, David e até mesmo Joe estavam no campo, esperando por Mercedes que havia ido pegar a bola.

— Onde estão os equipamentos... Sabe... De futebol americano? – Perguntou Jade sorrindo internamente por pensar na possibilidade de derrubar Mercedes em algum lugar bem sujo por ali, já que o campo continha alguns buracos com lama.

— Onde aprendeu a jogar futebol americano? – Perguntou Beck curioso, mas receoso.

— Quando era criança, devido aos meus brinquedos... Tive mais amigos meninos do que meninas, então... Aprendi coisas. – Explicou irritada pela demora de todos chegarem, mas logo avistou algumas pessoas vindo em sua direção.

— Jade, quero que conheça, nosso amigos de jogo. Sempre que Mercedes quer jogar, eles se unem a nós, é claro que hoje teremos mais gente. – Falou Damian.

— Este são Joseph e Ben... – Apresentou Charlotte apontando para um loiro de cabelos mais ou menos curtos, barba cheia e olhos verdes, ele não era musculoso, apenas magro e definido. Já Ben, era moreno, sem barba, olhos castanhos e mais forte. – Essas são Marina e Bethanny... – Apontou primeiro para uma garota negra de cabelos cacheados e castanhos, olhos da mesma cor e baixinha, pelo tamanho parecia ter uns 13 anos, mas pelo rosto, lhe dava uns 21. Já a outra era magra, alta, de cabelos quase loiros e ondulados, usava óculos fundo de garrafa e por mais que seu cabelo fosse bonito, ele estava em um rabo de cavalo totalmente mal arrumado. – Ah e este é o pequeno Trent... – Charlotte apontou para um garoto que parecia ter uns 12 anos, ele tinha cabelos negros e bagunçados e olhos de mesma cor, e era um pouco moreno, parecia meio abobalhado, principalmente quando quase caiu ao dar um passo na direção de David e se apresentar.

— Nosso time está pronto? – Perguntou Mercedes chegando com a bola em mãos. Jade arqueou a sobrancelha para Beck quando viu que a bola não se parecia em nada com uma bola de futebol americano.

— Jade, eu me esqueci de te dizer um detalhe... Não vamos jogar futebol americano. – Alertou Beck como se pedisse desculpas.

— Mas é claro que não vamos. Futebol tradicional é o melhor de todos, principalmente quando temos aqui uma campeã nos tempos de colégio... – Gabou-se Mercedes. – Algum problema, Jadelyn? — Parada em frente à morena, Mercedes aguardava que Jade desse para trás.

— Mas é claro que não, vamos jogar logo isso... Não tem nenhum problema. – Jade soou confiante e Mercedes arqueou a sobrancelha para ela e depois se afastou. – Somente um, eu não sei jogar isso, Oliver. E Juro que se eu perder pra essa sua tia, eu sou capaz de... Argh, eu vou ficar muito irritada. – Jade fez uma careta e Beck pela primeira vez ficou com medo da morena, do que ela poderia fazer enquanto estivesse zangada daquela forma.

— É simples, Jade, você só tem que atravessar o campo, chutando essa bola, até fazer gol, ou seja, chutar a bola de modo que ela passe por entre aquela barra ali, balançando a rede. Você vai se dar bem. – Tentou Beck.

— Ótimo, todos prontos, vamos dividir o time. Damian, tire time comigo. – Os times foram organizados e ficara assim: Mercedes, Beck, Trent, Ben, Bethanny e Charlotte, e no outro time, Damian, Jade, David, Mason, Joseph e Marina. – Definam seus goleiros. – Ordenou Mercedes. - O nosso será Charlotte e o de vocês?

— Será Damian! – Replicou Jade. Mercedes riu debochadamente fitando o Sr. Oliver que apenas revirou os olhos para a irmã de sua esposa.

— Vamos logo com isso! – Todos ficaram em suas posições, Jade não sabia como jogar aquilo, alguém assoviou e começou o jogo, a morena observou como aquilo funcionava e logo pareceu entender. Mercedes dominara a bola logo de primeira e começara a se movimentar por entre os jogadores, até quase chegar ao gol, mas Mason chutara a bola para fora a deixando irritada. Jade decidiu se mexer. Enquanto Ben cobrava lateral, a morena cochichou para David marcar Trent que estava livre e assim que Ben lançou a bola para ele, David conseguiu dominá-la, correndo até o outro lado do campo. Ele tocou para a irmã que não sabia como fazer para avançar e tocou para Beck por engano. O canadense sorriu para a namorada e seguiu com a bola fazendo um gol bem digno. Todos do time de Beck comemoraram e Jade semicerrou os olhos para o Oliver, ameaçadoramente.

— Mas que droga, se mexam! – Gritou a garota.

— Mas a culpa foi sua. – Falou Marina.

— Cala a boca ai e vê se marca sua amiga de quatro olhos. – Soltou Jade se pondo em seu lugar. David riu com o comentário maldoso e logo tratou de ir marcar Trent. Assim que a bola começou do meio de campo, Mercedes logo se apossou dela e decidiu chutar para frente, onde Bethanny pudesse receber o passe, mas como Jade pedira, Marina estava marcando a garota e conseguiu tomar posse da bola, chutando-a para frente e avançando. Quando Marina já estava pronta pra chutar na cara do gol, Beck roubou a bola dela, mas não demorou muito para Joseph roubar a bola dele, tocar de novo para Marina que chutou para o gol. Infelizmente Charlotte defendeu, mas a bola voltou, pois fora muito forte e ela não conseguira agarrar por inteiro. Mason que estava por perto, aproveitou o rebote e chutou firme, marcando gol para o time de Jade. Mercedes parecia ainda mais irritada. Jade sentia o ar frio da pré noite chegando e parecia gostar daquilo, pois impedia que ficasse suada, apesar de que ficar suada não era uma situação normal para Jade West. A bola fora para o meio do campo novamente, Jade tocara desajeitadamente para Joseph, mas Ben interceptar a jogada e tocara para Trent, ele passou por David que tentara dar uma rasteira no garoto, mas ele tocara para Mercedes que chutara forte, Damian não conseguira agarrar e o time da tia de Beck marcara um gol. Passaram-se vários minutos naquele jogo, Jade nunca cansara tanto como agora, e mesmo assim eles ainda estavam perdendo, de 3x1. Sim, Mercedes havia marcado outro gol e Beck mais um, Jade já não conseguia mais aguentar os malditos sorrisos que a tia de Beck lhe dirigia toda vez que fazia uma bela jogada e Jade continuava falhando nisso. Dessa vez ela decidiu agir, e se aquela mulher a provocasse novamente, ela falaria muitas verdades para ela. No momento, Bethanny marcava escanteio, e mesmo que Beck pegara de bom jeito na bola, seu pai conseguira agarrar e a chance estava feita. Damian lançou a bola para Jade mais na frente que só estava sendo marcada por Ben, o garoto veio com tudo pra cima dela, mas ela conseguira passar por ele, inacreditavelmente. Ela tocara para David que fora derrubado por Trent violentamente e todos concordaram que aquilo era falta. Jade já estava notando o quanto aquele jogo parecia ter ficado agressivo, principalmente depois de Mercedes ter chamado todos de seu time, com exceção de Beck e Charlotte e agora eles estavam agindo assim, principalmente com ela, que já tinha alguns arranhões em sua perna. David marcara a falta que felizmente tinha sido de perto, mas ele decidira tocar para Jade, que estava frente a frente com Charlotte e pelo que parecia, totalmente desimpedida. A morena conseguiu surpreendentemente driblar a goleira e quando ia chutar direto para o gol, a West definitivamente não esperava pelo ataque por trás. Sentiu apenas um enorme peso a atingindo, fazendo-a cair de cara no gramado, exatamente onde tinha uma pequena poça de lama, mas isso ainda não era o pior, o pior era que pela dor que estava sentindo, parecia ter deslocado o braço. Conseguiu se virar com muito esforço, e quando abriu os olhos, mesmo melada de lama, viu quem a havia derrubado, e agora ela não escaparia. Mercedes sorria maleficamente na direção da morena, e esse jogo não iria terminar bem.

Próximo Capítulo:

“Me deixa cuidar de você.”

“Eu preciso achar minha tesoura.”

“Uma coisa incômoda me derrubou no chão.”


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Notas finais do capítulo

Comentem, mesmo cancelada isso aqui ainda é importante pra mim >< :D



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