Se desse pra voltar no tempo, e não conhecer pessoas que saem da sua vida, tudo seria mais simples. Mas, vai ver que não é pra ser simples. Ou a gente complica tudo mesmo, seria só não entrar na vida de ninguém e permitir que a pessoa fosse feliz. Não iriamos magoar ninguém, as pessoas nunca iam sofrer e você também não. Esse é um modo de pensar que nem todos têm, mas é o modo de pensar de alguém como Katherine Betther, um alguém que já sofreu desilusões amorosas e não amorosas em sua vida e simplesmente cansou de levantar a cabeça e recomeçar, fingir que está tudo bem e acreditar que vai ser pra sempre. Nada dura pra sempre. O pra sempre, sempre acaba. Essa é a lei do universo, isso que roda o mundo. As pessoas vêm, te magoam, vão embora e você? Você fica e sofre. Você percebe que é duro o despertar e ver que é cruel a realidade de algo que era um sonho.

Naquela manhã de segunda feira, quinto dia letivo na escola, Katherine lutou pra levantar, abandonar a cama não é nada fácil, dói a sensação de ser puxado pelo despertador e pela cama ao mesmo tempo. Mas ela conseguiu, entrou no banheiro e quase, como sempre, tropeça no Box. Colocou a água em inverno por que odiava, simplesmente odiava, banho de água gelada antes das sete da manhã. Ficou debaixo d’água por um tempo como uma estatua pensando nas ultimas coisas que haviam ocorrido durante sua vida, em como era insignificante para o mundo, em como era uma pessoa miserável. Até ouvir mais uma vez sua mãe a chamando para o café da manhã. Saiu do chuveiro e vestiu uma calça Jeans tão largada que parecia ser masculina junto de sua camiseta do fardamento e direcionou-se a cozinha explicando a mãe como estava absurda e desesperadamente sem fome alguma e de como queria ir logo para a aula:

-Pelo menos faça amigos meu bem. – Katherine coçou o nariz e inspirou como quem teria um quilo de catarro no nariz enquanto retrucava como não precisava de amigos.

-Você precisa superar o Logan e seguir em frente minha filha.

- E você precisa parar de se meter tanto na minha vidinha mamãe – retrucou ironizando com sua mãe.

- Oque foi que eu fiz pra merecer isso? – revirou os olhos

- Mãe , é simples a resposta. – Olhou sarcástica – Sex...

-Vai pra escola Katherine Betther, pelo amor de Deus, vai pra escola.- Katherine ria enquanto acenava pra mãe e saia pela porta.

O dia estava altamente desagradável para pessoas normais obcecadas por sol, calor, verão e coisas relacionadas a um dia quente. Mas, como visto Katherine não tem nada de normal e estava adorando aquela chuva ridiculamente forte que arrastava guardas chuvas das outras pessoas na rua, apesar que Katherine nem notava isso, notava um casal, desprezável de tão feliz, pobres coitados- pensou- achando que vai durar pra sempre, que não estão se iludindo e que vão ser felizes para sempre juntos... Pobres coitados.

Logo Katherine havia chegado a escola e ali iniciaria mais um dia entediante de estudo e solidão que merecia ser apreciada com os melhores olhos e dividida com um livro.