Xeque-Mate escrita por Mechini


Capítulo 3
Capítulo 3 - Tormento


Notas iniciais do capítulo

Eu voltei a escrever graças a uma leitora com o user chamado "Cande y Ruggero", bom, esse capítulo é para você! ❤



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_Não se enfureça por aquilo que não vale a pena._ ele deu um sorriso.

_E quando me perguntou meu nome, eu só tentava pronunciar cada sílaba, sendo que as únicas sílabas que estavam em minha cabeça eram: le e on..._ me perdi em pensamentos, lembrando de tudo._ Então, você me perguntou quantos anos eu tinha, eu respondi 17 e você disse que também tinha 17; me perguntou aonde eu estudava; eu disse que era complicado, você riu. Disse que estudava música no Studio e eu engasguei. Música... Desde antes do Studio, música sempre foi minha paixão, sempre fui fascinada por música; sempre ouvia, cantava algumas vezes, mas escondida do meu pai, porque ele nunca gostava de música. Então você pediu para que eu explicasse aonde estudava e então Angie chegou.

Ele riu.

_Ela nos atrapalhou._ refletiu. Fez uma curta pausa._ E você deixou sua pulseira cair. Eu peguei e a avaliei-a muito bem, tentando descobrir seu estilo e percebi que você tinha um excelente bom gosto_ refletiu gargalhando.

_Então, algum tempo depois, fui até um Studio, onde Angie trabalhava e quando estava entrando, andei pelo corredor e vi uma sala com muitos alunos. Vi entre a pequena fresta, você, Ludmila, Nathália, Maxi, Fran, Cami e Andrés, todos dançando uma música linda, fiquei impressionada. Eu teria entrado na sala, com o pretexto de procurar a Angie, mas fiquei com medo de descobrirem que eu não era aluna do Studio e isso ia causar problemas a mim e a Angie; então fiquei esperando lá fora. Perguntei na hora do intervalo sobre a Angie, quando estava aqui no pátio do Studio e me disseram que ela estava dando aulas ainda.

_Então, _começou ele._ Eu estava com Ludmila, Naty e Andrés e você veio, sorrindo, como no dia em que eu te vi pela primeira vez, radiante!_ exclamou._ Nem olhou para minha direção, mas foi como se eu sentisse seu olhar me perfurando. Para que você me visse; eu fingi não estar olhando e esbarrei em você; você, tão educada, me pediu desculpas e depois deu um sorriso tímido, falando: “Oi, Leon.”. Então, você me explicou mais sobre você e eu; bem, eu fiquei novamente submerso em pensamentos á seu respeito. Impressione-me ver como você era/é boa. Então me lembrei de que eu estava com sua pulseira.

Eu fiquei corada; senti que meu coração já estava bem, e o fato de eu ter brigado com meu pai, tinha sumido. Eu só queria continuar com Leon prá sempre e sempre.

_Você tirou do seu bolso minha pulseira e eu te agradeci. Estendi o braço, com o pulso virado prá cima, prá facilitar que você colocasse-a em mim. Depois de colocá-la, você beijou suavemente meu pulso e eu me arrepiei...

O sinal de término da aula soou como uma buzina, atrapalhando a nossa história; eu bufei e fiz um biquinho. Leon riu. Virou a cabeça de lado e me olhou.

_O que foi amor?

_Nada não... É que eu queria ficar um pouquinho mais com você_ sorri triste._ Qual é sua próxima aula?

_Tenho aula do Pablo_ disse ele com o cenho franzido, refletindo._ E você?

Eu sorri.

_Também. Hoje temos que apresentar aquele exercício, não? O que deveríamos cantar uma música em inglês._ recordei.

Ele riu.

_Está pronta prá ouvir “Voy Por Ti” em inglês?

Eu balancei a cabeça num movimento rápido em sinal positivo e sorri, corada.

_Estou muito ansiosa. _ admiti.

Ele riu, pegou minha mão e saímos andando em direção ao Studio. Quando chegamos ao pátio, Ludmila e Naty vieram andando até nós; pararam à nossa frente e Leon bufou, desviando o olhar.

_Ludmila, pode dar licença, por favor?_ pedi impaciente.

_Que linda você Vilu_ disse ela gesticulando e jogando aquele cabelo divo dela._ Você e o Leon_ disse Ludmila, dando um sotaque inglês ao nome de Leon._ A Angie ficaria tão decepcionada de saber que você estava matando aula com seu namorado.

Bufei.

_Ludmila, você não tem nada a ver com a minha vida; pare de se meter comigo!_ falei alto.

Alguns dos meus colegas do Studio me olharam, sobressaltados com minha atitude, mas depois voltaram ao que estavam fazendo; apenas uma garota loira, ficou olhando prá mim com os olhos arregalados.

_Aí, Vilu!_ disse ela, como se eu tivesse a magoado._ Sabe qual é o pior de tudo? Todos acham que você é santa_ disse ela fingindo surpresa e gesticulando com as mãos;_ mas queridinha,_ disse ela sorrindo; os dentes perfeitos cintilando_ você pode enganar a todos... A Angie, ao seu pai, ao Leon_ disse ela dando sotaque de novo ao nome de Leon._ você pode enganar a todos, mas não engana a mim.

_Por que eu enganaria a você?_ perguntei erguendo as sobrancelhas, fingindo surpresa.

Ela riu, sem qualquer vestígio de humor.

_Eu não vou perder meu tempo com uma luzer patética_ disse ela sorrindo. Olhou para o Leon_ querido, temos que ensaiar, o Marotti quer ver nós dois cantando_ disse sorrindo docemente para ele. Ela olhou para mim, estalou os dedos, deu as costas para mim e disse_ Ludmila já vai.

Naty estava longe e eu segurei uma gargalhada quando ela sussurrou: “Tchau gente” e saiu correndo desajeitadamente atrás de Ludmila; elas andaram até certo ponto e depois desapareceram de nossa vista.

Leon me mediu com os olhos, beijou na minha testa e riu.

_Qual a piada?_ perguntei.

Ele riu de novo.

_Você está vermelha e está linda_ assinalou.

Eu ri, corada.

_Eu e minha cor..._ murmurei para mim mesma.

Camila e Francesca vinham andando rápido em nossa direção, ambas sorriram ao se aproximarem; Francesca estava com uma aparência muito boa, como sempre, um sorriso no rosto e uma felicidade que a irradiava; Camila estava naquela amanhã muito irônica, pelo que me pareceu.

_Oi Leon_ disseram em um uníssono.

_Olá_ disse ele sorrindo.

_Tudo bem com vocês, meninas?_ perguntei sorrindo, cruzando os braços.

Cami suspirou e engoli seco; Francesca respirou fundo e começou:

_É um assunto muito, muito sério._ afirmou.

Leon pigarreou.

_Se quiserem, eu saio._ disse ele.

Fran sorriu triste.

_Leon_ pronunciou o nome devagar_ você é meu melhor amigo e acredito que também deva ouvir isso... Eu te adoro, Leon..._ assinalou ela sorrindo.

_Também te adoro, Fran._ disse sorrindo de leve e depois sorriu radiante_ Você também é minha melhor amiga.

Eu queria ouvir logo o que Francesca tinha a dizer, ficar esperando ouvir coisas ruins ou tensas me deixava mal. Pigarreei. A amizade de Leon e Francesca era linda e absolutamente admirável e às vezes eu sentia ciúmes, mas daquela vez não interrompi por ciúmes, interrompi por impaciência.

_Bem, _ Francesca se emocionou com algo_ Vilu, é que...

_Senhorita Castillo, senhorita Castillo?_ gritou uma voz ao fundo do corredor.

Virei lentamente. Marotti. Ele estava absolutamente ridículo, um terno branco, ao um tom de cinza e uma blusa por baixo roxa. Marotti veio andando em passos longos até mim.

_Violetta? Esqueceu-se de que a duas_ gritou ele_ duas_ reforçou_ horas atrás deveria gravar o clipe de “Cómo Quieres“?

Devido a nossa proximidade à sala dos professores; Angie e Pablo escutaram toda aquela gritaria e foram até o corredor.

_Violetta?_ chamou Angie._ O que está acontecendo aqui?

Antes que eu pudesse responder, Marotti começou:

_Era prá nossa estrela_ disse gesticulando prá mim_ estar terminando de gravar um clipe e ela nem começou, está duas horas atrasada._ gritou.

Pablo fez um sinal para que ele abaixasse o tom de voz.

_Ela apenas se esqueceu._ afirmou Angie.

_Isso é falta de profissionalismo;_ assinalou Marotti._ Uma estrela do U-Mix, não pode deixar seu público esperando, uma estrela preza por seu público, cuida dele... Uma estrela não se comporta como a Violetta anda se comportando.

Eu bufei.

_Marotti, vamos gravar a droga desse clipe logo, está bem?

Angie ficou surpresa de me ver falando daquela maneira.

_Violetta? O que significa esse comportamento?

_Angie mais tarde nós falamos sobre isso._ me virei prá Fran, Cami e Leon_ mais tarde vão lá a casa prá que a gente possa conversar sobre esse assunto._ beijei a bochecha de Leon._ Até mais.

Eu e Marotti fomos de carro até o teatro, aonde eu fizera o show; pegaram uma roupa linda prá mim; prata. Um vestido curto, um palmo prá baixo do quadril, um sapato de salto alto, deveria ter uns 10 centímetros, meu cabelo estava enrolado, com alguns enfeites pratas.

A música começou a tocar e eu me sentia sem inspiração nenhuma para quem dedicar àquela música. Leon quem me inspirou a escrever essa música, então ele foi o primeiro que veio a minha mente.

“ Leon estava sentado na primeira fileira. ‘Dime lo que quieras y no me hagas llorar, no... ’; ‘No prometas cosas que no van a pasar oh, oh… ‘; ‘Sabes que yo cambió cúando tú estás aquí… Me siento distinta porqué me haces feliz… ‘…

Eu era uma idiota. Leon não me iludira tanto e enquanto cantava, busquei uma pessoa na memória que realmente me tinha feito sofrer: Tomás. ‘Cómo quieras que te quiera, ¿si te quiero es tu? No quieres que tu quiera cómo yo quiero quererte, cómo quieras se…’

Tomás e eu poderíamos ser descritos em poucas palavras, mas em palavras realmente verdadeiras, um exemplo é que não havia palavras que pudessem descrever o total desastre que fora; eu me arrependia de muitas coisas e uma delas era ter me aproximado de Tomas.

De certa maneira, eu e Tomas éramos o casal que podia ser feliz apenas com nada, mas que brigava por nada. Tudo o que eu aprendi com Tomás foram lindo... Eu aprendi a amar, eu aprendi a acreditar em mim mesma, que eu sou forte ao bastante para suportar tudo,

Soltei toda minha energia naquela música, jogando cabelo e tentando ser diva, mas aposto que sem sucesso; quando os receptores se apagaram, eu sabia que já havia terminado. Eu queria descer daquele diamante gigante, mas precisava de uma escada.

_Violetta!_ gritou Marotti_ Nunca vi você mais concentrada, linda e energizada! Parabéns, tudo ficou perfeito, nem precisa de edições_ disse ele dando as costas._ Magnífico._ murmurou ele.

Quem quer que fosse da produção, segurou delicadamente minha mão, para me dar algum equilíbrio para descer; quando desci, a pessoa me abraçou e beijou minha bochecha uma vez. Pensei ser um fã e sorri.

Estava muito escuro prá eu ver quem quer que fosse então a pessoa continuou me guiando e chegamos ao meu camarim. Sentei-me e comecei a retirar a maquiagem, a pessoa sentou-se ao meu lado e disse suavemente:

_Não me reconhece mais, Vilu?_ perguntou.

Percebi que era um homem e eu gelei. Aquele horário, todos já teriam ido embora, e estaríamos apenas eu e esse sujeito, Leon viria me buscar de moto, mas ele me esperaria na rua e não entraria no teatro.

O rapaz se aproximou e me puxou em sua direção, eu mal conseguia me mover, totalmente imóvel... Ele me pressionou contra seu corpo e beijou minha bochecha e meu pescoço por diversas vezes, eu não conseguia gritar; o pavor me tomou e eu apenas comecei a chorar.

Eu sabia o que ele queria comigo e queria ver quem era se não estivesse de capuz. Ele tentou me agarrar e eu só sussurrava aos prantos.

_Por favor, não... Por favor... Não faça isso comigo._ pedi desesperada.

Ele tentou subir meu vestido, mas eu pedi mais uma vez e ele olhou prá mim piedosamente. Por detrás da máscara, eu vi os olhos... Olhos de tristeza, mas ao mesmo tempo de ansiedade; olhos de dó, mas também de desejo...

_Você tem namorado Violetta?_ perguntou ele.

Eu balancei a cabeça veementemente em sinal positivo.

_Sim. Ele está lá fora, me esperando.

Ele franziu o cenho e refletiu consigo mesmo durante um tempo.

_Isso será um problema.

Engoli seco.

_Por favor, me solte...

Um sorriso malicioso e maligno surgiu nos lábios dele e eu me arrepiei.

_Estamos apenas começando, querida.

Ele voltou a tentar subir meu vestido e desta vez estava decidido. Eu já não tinha mais esperanças e eu não conseguia gritar, minha voz sumira e eu não tinha forças prá lutar contra ele...


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Notas finais do capítulo

Se vocês gostarem, favoritem e comentem... É mais do que importante a participação de vocês! Obrigada por ler