Ia ser um dia atarefado aquele no Studio, gravação do U-Mix e tudo mais... Vesti-me logo, com um vestido lindo, daqueles que somente a minha mãe poderia ter deixado para mim. O vestido era de renda branca, curto na frente e comprido atrás... Lindo.
Desci as escadas silenciosamente, para ver o que meu pai estava fazendo. Para minha extrema surpresa; meu pai estava mexendo nas minhas coisas novamente! Ele estava olhando minhas mensagens!
_Pai!_ gritei revoltada, tomando o celular da mão dele.
Ele também estava furioso.
_Que é Leon?
Engoli seco e pensei em algo rápido.
_É um amigo meu._ falei.
_Amigo que te chama de amor, Violetta? Ah fala sério._ ele fez uma careta.
Respirei fundo.
_Quer mesmo que eu diga quem ele é? Pois bem, Papai; ele é meu namorado! Eu o conheço á algum tempo e acho que é isso que importa, não? O que eu sinto por ele.
Ele falou entredentes.
_E o que é o amor para você, Violetta?
_É o que eu sinto pelo Leon_ falei convicta._ Por que, Germán Castillo, qual a sua definição de amor?
_Quando você amar, Violetta; não haverá dor, sofrimento... E acredite em mim, não é esse Leon quem vai te fazer feliz... Eu acredito que tua felicidade esteve tão perto e você não a aproveitou!_ falou ele em tom reprovador.
_Pai, você fala de amor como se soubesse tudo... !
_Talvez eu saiba._ assinalou ele presunçoso.
Eu ri, sem qualquer vestígio de humor.
_Pai, se você soubesse tudo sobre o amor não estava aqui sozinho, sem Jade, sem Angie! Pai acorda, apesar de ser mais velho do que eu não significa que eu seja menos experiente que você. Eu só quero privacidade, assim como a privacidade que eu te dou quando você está enviando mensagens ou falando ao telefone.
Ele gritou:
_Violetta mais respeito comigo!
Eu bufei, já chorando de raiva.
_Sabe qual é o seu problema?_ perguntei sem dar a ele chance de responder._ Você julga as pessoas antes de conhecê-las! Você julgou que o meu destino seria igual o da mamãe pelo fato da música estar nas minhas veias, aí quando me ouviu cantar_ uma lágrima escorreu grossa do meu olho direito e limpei-a._ Pai, você não sabe o quanto foi emocionante ver você, lá me vendo... Eu não ter mais que mentir à respeito da música... Eu odeio mentir, mas você me obriga! Não pode ao menos ser um pai que me apoia?
_Isso não justifica suas mentiras desnecessárias_ falou ele com tom de sarcasmo.
_Pai, infelizmente eu não poderei fazer nada, eu o amo e agora que você sabe; terá que aceitar o meu amor por Leon.
_ ”Amor” _ debochou ele.
_É amor sim, pai. Agora, se vossa senhoria_ disse fazendo uma reverência_ me der licença, eu ficaria extremamente feliz.
Peguei minha bolsa e meu celular e sai pela porta. Eu sabia que meu pai, como sempre, estava me olhando. Era de seu hábito, seguir-me com o olhar até virar a esquina. Eu andei rápido, fingindo pressa, mas minha pressa, no caso era vontade de sair correndo, de deixar para trás, todas as coisas ruins que disseram a meu respeito (de certa maneira), a respeito de Leon e tudo o que eu dissera de ruim. Eu era uma filha tão ruim assim?