Rebel Rebel escrita por Mirchoff, Júlia Pagot


Capítulo 3
2. I can’t go on wasting my time adding scars to my heart


Notas iniciais do capítulo

Olá, amorzinhos! Júlia por aqui de novo. A Lola está precisando fazer uns caps pra uma outra fic dela, então me pediu para escrever esse. Obviously ela fez suas alteraçõezinhas mágicas que deixam o texto mais brilhoso e maravilhoso, so.... enjoy!


Ah, e um obrigada à todos os maravilhosos que comentaram, e um especial para Miss Herondale que me inspirou a começar Leyna, assim como a Lola! Continuem comentando, acompanhando e favoritando Rebel Rebel, vocês não vão se arrepender.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/568518/chapter/3

Leo chutou mais uma das pedrinhas da calçada. Não estava no humor para sair, mas tinha sido praticamente obrigado. Andava com a cabeça abaixada, sem vontade de ver Storm Hills e todas as suas cores. Nico e Annabeth trocaram um olhar preocupado, um de cada lado do garoto.

– E então… – Nico pigarreou. – vamos no Friday’s?

– Sim! – Annabeth exclamou, com um sorriso. Fazia algum tempo que não ia até a melhor lanchonete da cidade, e estava com saudades do milkshake maravilhoso de lá.

Andaram mais duas quadras sem que Leo abrisse a boca ou olhasse para outra direção que não fosse para baixo. Sentia os olhares dos amigos em suas costas, em sua nuca, mas desejava internamente que não fizessem perguntas. Aquele… Apenas não era um bom dia.

Chegaram no Friday’s em alguns minutos, e sentaram na mesa de sempre, em um canto da lanchonete. Annabeth era fascinada pela energia que o lugar transmitia. Quando entrava no espaço claro e amplo, com o piso coberto por lajotas pretas e brancas, o enorme balcão com bancos estofados com couro ao redor, as garçonetes simpáticas e a jukebox sempre funcionando, seus olhos instantaneamente passavam a brilhar. T. G. I. Friday’s, mais conhecido como Friday’s, era o ponto de encontro dos adolescentes da cidade, sempre com a atmosfera alegre e contagiante. Pertencia à um cara chamado Dakota, que estava lá pelos seus trinta anos, e tinha aberto o negócio logo depois de se formar em Ithaca. Tinha uma obsessão por suco artificial de morango, e, por isso, todos os meses desenvolvia alguma novidade relacionada à bebida.

– Acho que vou querer uma tortinha de morango. Parece boa. – Nico disse, olhando para o cardápio. – e você, Leo?

– Para mim pode ser um milkshake de chocolate. – ele disse, largando o cardápio e se recostando no banco, disposto a tentar melhorar seu humor.

Annabeth sorriu para ele e piscou com o olho direito.

– Eu quero o de sempre, Nico. – ela disse, e o garoto de cabelos negros assentiu. Levantou a mão e chamou um garçom para atender a mesa.

Ele caminhou até a mesa, e quando levantou a cabeça, Annabeth só não caiu para trás porque estava em um dos sofás, e não em um dos bancos. O garoto sorria abertamente para os clientes, com os dentes mais perfeitos que ela já tinha visto na vida. Era alto, tinha um corpo escultural por baixo do uniforme do Friday’s – era claro que tinha, Annabeth tinha certeza – e parecia ter a idade deles. Ela se conteve para não suspirar diante dos cabelos negros despenteados e dos olhos extremamente verdes do garoto.

– Boa noite, estão prontos para pedirem? – ele disse, com uma voz grossa e rouca. Annabeth engasgou e tossiu de leve, o que fez Nico olhar para ela e se conter para não rir de sua expressão.

– Nós vamos querer uma tortinha de morango, um milkshake de chocolate e um de baunilha, por favor.

– Posso sugerir o novo milkshake de frutas vermelhas com chantilly e calda de morango? – ele disse, anotando pedido por pedido. – é muito bom, e não estou dizendo isso só porque trabalho aqui!

– Ahn… pode ser um desses para mim. Ao invés do milkshake de baunilha. – Annabeth abriu um sorriso e logo continuou. – mas sem chantilly, por favor. Não gosto.

– Eu também não sou fã. – ele sorriu para ela, fitando-a nos olhos e então recolheu os cardápios. – qualquer coisa, podem me chamar. Já trago seus pedidos.

Annabeth baixou o olhar com um pequeno sorriso no rosto. Olhou na direção do balcão e encontrou o garoto limpando um copo e olhando para ela. Por Deus, eles estavam flertando. Definitivamente estavam. Aquilo fez com que Leo suspirasse, brincando com uma das pontas do guardanapo em suas mãos.

– Ei, Annie. – Nico chamou ela e ela se assustou. Eles riram, o que a deixou vermelha. – acho que você se distraiu um pouquinho, né?

– Ah, não enche, Nico. – ela revirou os olhos para o amigo. Nico começou a dizer que o garoto – Percy era o que constava na identificação – era bonito e que não parava de olhar para ela, que começou a ficar brava, enquanto Leo só ria da discussão infantil deles. O clima estava agradável, e continuou assim até mesmo depois do garçom trazer as bebidas e Annabeth virar um pimentão.

A única coisa que podia estragar a noite de Leo entrou pela porta da frente em menos de meia hora e se sentou em uma mesa exatamente na direção deles, do outro lado da lanchonete. Jason Grace, com o braço enlaçado na cintura de Reyna Ramírez, e o resto do grupo seguindo-os. Leo congelou quando seu olhar recaiu sobre Reyna. Ela estava maravilhosa, como sempre. A trança sobre seu ombro esquerdo, a maquiagem pesada e desnecessária. Ela estava com um vestido cinza escuro reto e acinturado, e botas pretas de salto, que combinavam com seus acessórios. Mesmo sem ver, sabia que a pulseira de pingentes ainda se encontrava lá.

– Vamos, Leo! – a garotinha de cabelos negros e ondulados corria pelo quintal, chamando pelo amigo.

Ele riu e correu atrás dela. Eles percorreram a rua inteira, rindo mais alto e fazendo os vizinhos sorrirem com a cena. Chegaram ao seu cantinho, no parque, em alguns minutos. Era encoberto por árvores e só eles sabiam que estava ali. Algumas flores estavam caídas pelo chão, que começava a formar o tapete colorido de todos os fins de primavera. Reyna se sentou no balanço feito por seu pai, e começou a balançar. Leo se sentou ao lado dela e fez o mesmo, cada um tentando alcançar o céu a cada novo impulso. As nuvens se aproximavam e as crianças sentiam o vento em seus rostos, a sensação de paz preenchendo suas mentes.

Depois de muito tempo, os dois sentaram na grama, cansados de balançar. Reyna sorria, apenas pelo fato de estar ali com seu melhor amigo. Ele, ainda tão pequeno, não fazia ideia do que as batidas rápidas de seu coração queriam dizer, ou aquela vontade de estar tão perto da garotinha.

– Rey. – ele chamou, lhe entregando uma das florzinhas do chão. Ela sorriu e colocou entre as mechas de seu cabelo, presas na trança costumeira. Ele colcou a mão no bolso direito, retirou um pequeno objeto prata e estendeu para ela. A morena o pegou por entre os minúsculos dedos e olhou atentamente para o pingente. Um pequeno par de asas prateadas. – É para você se lembrar de sempre buscar sua liberdade. Minha abuela diz muito isso.

– É lindo, Leo. Obrigada! – a garota o abraçou, com os olhos brilhando. Prendeu o pingente ao cordão de couro que usava todos os dias, e que já era adornado por outros dois pingentes. – Vamos ser livres juntos. Um dia vamos sair daqui.

– Fugir para o outro lado do mundo. – ele sorriu. – E seremos sempre melhores amigos. Você promete?

– Prometo. – ela disse, juntando seu dedinho ao dele, em um juramento supostamente inquebrável.

Leo despertou de suas memórias piscando os olhos furiosamente, contendo as lágrimas. Encontrou Annabeth trocando olhares com o atendente, e um lugar vazio ao seu lado direito.

– Cadê o Nico? – perguntou o garoto.

– Banheiro. – ela deu de ombros. Ele espiou a mesa de Jason e não encontrou uma das pessoas. Ah.

– Hm… acho que vou lá fora, tomar um ar, ok? – ele disse e Annabeth o olhou, preocupada, mas assentiu.

Leo só conseguiu respirar fundo no estacionamento escuro do Friday’s, permitindo que uma lágrima escorresse por sua bochecha.

xx

Nico entrou no banheiro, já sabendo o que encontraria lá. O garoto loiro se olhava no espelho, lavando as mãos e ajeitando a jaqueta pesada de couro. O sidecut o deixava com um ar de durão, mas di Angelo sabia que existia muito mais por trás de sua personalidade punk. Coisas do tipo sorrisos gentis, sorvete de chocolate no nariz e risadas doces.

– Oi. – disse, em um tom baixo. Se aproximou um passo do garoto.

– Nico! – Will parecia surpreso. Ele ergueu as sobrancelhas, o esboço de um sorriso surgindo em seu rosto.

O moreno andou até ele, com passos calmos e curtos, e parou quando seus corpos se encostaram. Sentia a respiração do loiro contra seu rosto, e encostou seus lábios vagamente.

– Eu… não posso. Não agora. – Solace grunhiu, respirando pesadamente. – eles estão lá fora, você sabe disso.

– É, eu sei. – Nico disse, se afastando e se encostando na pia. O loiro seguiu até a porta, parando com a mão da maçaneta. – Eles sempre estão, Will.

E Solace o deixou ali, sem nada além de um “sinto muito” sussurrado. O moreno se olhou no espelho, vendo desapontamento e tristeza em seus próprios olhos. Já se tornara uma expressão comum em seu rosto. E ele não sabia quantas vezes mais aguentaria vê-la ali.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Usem a caixinha mágica para deixar sua opnião.

Podem nos encontrar no twitter: @juliapagot e @kennycurse