Succubus : Esperança. escrita por Lolla


Capítulo 2
A mansão da senhora Leona II




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As ruas lamacentas deixavam o dia ainda mais sombrio. Quanto mais se aproximavam do destino, mais as árvores pareciam retorcidas e assustadoras. E então as meninas arregalaram os olhos e se calaram durante parte do trajeto. O barulho das rodas velhas de madeira batendo nas pedras e poças eram agoniantes, até que então um enorme lago de água limpa separava o jardim da mansão a entrada. Havia apenas uma ponte feita de concreto, arqueada sobre a água, para acesso ao grande casarão. Haviam muitas árvores, arbustos e a grama estava alta.

As meninas puseram as cabeças enfeitadas com laços pretos de cetim para fora das janelas e viram que a velha senhora, as esperavam logo na porta de entrada. Ela era gorda, com cabelo muito bem penteado e lacrado com laquê. Os fios prateados quase nem pareciam dela, brilhavam cintilante ao toque do pequeno feixe de luz do sol. A senhora Leona se apoiava em uma bengala, que todos diziam ser feita de diamante, tamanha riqueza dela. As carroças pararam bem na porta de entrada.

As noviças que as acompanhavam, desceram primeiro, abriram as portinholas e ordenaram que descessem todas rapidamente, e logo elas estavam em fila, na frente da senhorinha. - Bom dia meus doces. - Disse ela sorrindo com os olhos fechados. - Bom dia, senhora Leona! - Disseram todas em coral. Previamente ensaiado. - Entrem, lhe direi o que fazer logo,logo. Todas elas entraram, algumas pela primeira vez. E as outras, que já estiveram ali, contavam estórias sobre quase tudo, sobre as longas e largas escadas, sobre os imensos espelhos que estavam pendurados nas paredes. Todas elas inventadas,com o único objetivo de amedrontá-las.

O saguão de entrada era imenso, tão grade que o eco das vozes agudas eram constantemente repetidos, pareciam ser infinitos. Havia muitos espelhos, e tapetes velhos e empoeirados pendurados da parede. E no centro, uma enorme escada, com degraus largos que no final se dividiam em dois, levando ao caminho para o lado esquerdo e para o lado direito. As ordens dadas, eram que as janelas fossem limpas, assim como os espelhos, tapetes e o chão, somente no saguão. O resto da casa era pra continuar do jeito que estava. As meninas começaram a abrir as janelas, bater nos tapetes e varrer o chão, até que Sinky foi pela discretamente pelos braços e levada até a dona da casa. - Preciso que você brinque um pouco com a minha filha.

Ela é muito sozinha e tem a saúde frágil, pode fazer isto para mim ? A menininha respondeu positivamente com a cabeça. E as duas se encaminharam para o quarto da jovem. Que ficava no segundo piso da mansão. Ao chegar lá, Leona a deixou em frente a porta, e desceu para acompanhar a limpeza. Sinky bateu na porta três vezes antes de entrar. Até ouvir um " Entre", da dona do aposento. O quarto era todo branco, a janela estava coberta por uma cortina branca e fina, que dançavam ao sabor da brisa. E a menina estava sentada na cama, penteando uma boneca, cujo cabelo era feito com crina de cavalo.

– Olá! Disse a menina ao vê-la.

– Oi. - Quer brincar ? - A menina sorriu e mostrou uma segunda boneca.

– Claro ! - Disse Sinky correndo até a cama da sua mais nova colega. Ela não tinha muitas oportunidades de brincar, ainda mais com bonecas tão bonitas e aparentemente caras.

– Você é doente ? - Perguntou a inocente aspirante a freira.

– Eu "não" sou doente, eu "estou", doente. - Disse a menina, desviando o olhar e baixando a cabeça.

– Desculpa, não quis te irritar. - Não estou irritada,só estou cansada.

– Mas ainda brincamos tão pouco.

– Eu sei ... - Disse a menina suspirando. - Quer que eu a deite ? -Não, eu faço isso sozinha.

– A menina então se deitou. - Vou deixá-la descansar.

– Sinky guardou as duas bonecas, e ia saindo.

– Promete voltar ? - Disse a menina quase desaparecendo no meio de cobertores e acolchoados brancos.

– Se a Irmã deixar ...

–Sinky saiu deixando apenas um sorriso para a menina.

E assim começou uma amizade inesperada. Todos os dias Sinky ia visitar a sua amiga, a pedido da senhora Leona as Irmãs, que lógico, por uma boa quantia em denotaivos para o convento deixou que as duas se vissem diariamente. Aos quinze anos, foi adotada pela velha senhora, que estava cada vez mais frágil e cansada, mas mantinha sempre seu sorriso no rosto e sua delicadeza ao tratar todos que trabalhavam ali.

– Lís ... Posso te perguntar algo ?

– Pode !

– É sobre a sua doença.

– Ah ...

Esse era uma assunto delicado para Lís, as pessoas frequentemente perguntavam sobre o início da sua doença. O que ela sentia e como era viver com ela. Lís sempre respondia de forma direta, mas nada precisa. " É como uma gripe forte, e não sei como surgiu, mas vivo feliz mesmo assim". Essa resposta nunca convenceu Sinky.

– Ela não é uma simples gripe, não é? Lís olhou para o chão, como se estivesse envergonhada. E balançou a cabeça discretamente positivamente. - Então o que é ? Um hiato preocupante tomou lugar do diálogo entre irmãs e amigas.


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